quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Suellen Domingues - Revoltante

Há pouco mais de um ano, publiquei post no blog sobre a Sullen Domingues, brasileira que conheci na escola cerca de um mês antes de morrer no apartamento do neurocirurgião Suresh Surendranath Nair.

Segundo o médico que fez a autópsia no corpo, foi encontrado nível letal de cocaína no organismo da estudante. Porém, no período entre os primeiros sinais que estava perdendo a consciência e a deterioração, o neurocirurgião teve, pelo menos, 20 minutos para tentar salvá-la.

Não o fez porque, segundo as informações que estão surgindo da Downing Centre Local Court, em Sydney, onde o caso está em andamento, o homem consumia e oferecia quantidades cavalares de cocaína, não somente para Suellen, mas para algumas garotas de programa que foram chamadas após a morte.

Sim, Suellen morreu em 19 de novembro. Na madrugada do dia 20, pelo menos três prostitutas foram chamadas ao apartamento, e de lá eles foram para um hotel. O corpo foi achado no dia 21.

Em fevereiro do ano passado, Victoria McIntyre também morreu no mesmo apartamento e pela mesma causa: overdose de cocaína. Neste caso, três ou quatro garotas de programa foram enviadas por uma agência.

Desde que o caso voltou a mídia no início desta semana, tenho recebido emails de amigos brasileiros indignados com a imprensa australiana. E eles têm toda razão, uma vez que, desde o ano passado, quando foi achada morta, os textos referem-se a ela como prostituta.

Apesar de evidências, em nenhum momento foi compravado que a gaúcha era garota de programa. Porém, a grande imprensa, essa dos veículos "oficiais" de comunicação que felizmente estão perdendo cada vez mais força e espaço com a revolução tecnológica que estamos vivendo, presumiram que ela era prostituta e ponto. O que é um total desrespeito não só com a memória dela, mas com Dona Solange, a mãe, toda a família, amigos e até mesmo com a mulher brasileira.

Se o mesmo tivesse acontecido com uma australiana e não com uma estrangeira cuja família está do outro lado do mundo, será que também a chamariam de prostituta sem antes procurar saber se de fato era?

De coração, espero que os órgãos oficiais do Brasil estejam dando todo suporte à família, ou pelo menos acompanhando o caso, já que os familiares têm todo o direito de saber o que está acontecendo através de fontes oficiais e não somente de jornais escritos em inglês e via internet.

E, indo um pouco além, será que o governo brasileiro não poderia entrar com uma ação contra esses veículos que a estão difamando? Se fosse a filha de um distinto deputado, senador ou ministro, permitiriam que a chamassem de prostituta ou o Itamaraty já teria sido acionado?

15 comentários:

Gel Freire disse...

Parabéns pela postagem, Pablito, pelo acompanhamento do caso e pelo apoio aos familiares da Suellen Domingues Zaupa – Dona Solange... Se pudesse (como tempo de certo farei), traduziria em inglês precisamente como nas suas palavras – perdão pelo desabafo e o baixo-calão – e meteria este texto exatamente onde essa mídia australiana escrota merece!!

Abs, irmão... E, mais uma vez, felicitações e respeito pelo apoio a nós conterrâneos aqui fora, pois, muito infelizmente, não são muitos q têm "las pelotitas" e essa responsabilidade, não!!

Solange Domingues disse...

Pablito, obrigada pelo apoio, apesar das "evidências" tenho certeza que minha filha não era garota de programa e nem usava cocaína. Acompanhava a vida dela na Austrália semanalmente.
Solange Domingues

Anônimo disse...

Me enoja essa midia australiana que julga todo mundo da maneira como querem. Nao conheci a garota, mas pelo que vim, nao me parece que era garota de programa e sim, uma brasileira cheias de sonhos, aventureira, que so queria se divertir como eu,ou qualquer outra jovem, aprender sobre outras culturas, etc. Meu marido e australiano e quando viajamos, sempre que vemos australianas ele se envergonha com a atitude delas em outros paises, ou ate mesmo aqui...Sempre bebadas, drogadas, gritando, mostrando os seios e sentadas de perna aberta, sem nehuma .maneira, educacao, etc. ..isso ninguem comenta, mas julgar alguem que ja morreu e mto facil, especialmente quando a familia nao esta aqui p/ defender a memoria da sua filha. O mais engracado e que nimguem julga esse tal medico que considero um assassino a sangue frio, que mesmo sendo medico nao a prestou os devido socorros e o mesmo fato aconteceu com outra garota. Eh mta injustica!!So espero que a familia da Suellen esteja bem e que um dia justica seja feita a ela! Familia Zaupa vou estar aqui rezando por vcs sempre e do mesmo jeito que a Suellen ta sendo julgada pode acontecer com qualquer um de nos brasileiros ou outra raca morando fora de casa!

Jo Turquezza disse...

Isto não acontece só aí não!
É a "tal" imprensa, que tem aqui também, que julga como quer, sem pesquisar direito.
O que importa é que a família e os amigos sabem como era a pessoa
querida.
Mas é tudo tão triste ..........

Pablo Nacer disse...

Pessoal, obrigado pelas mensagens. Dona Solange, pode contar comigo para o que precisar por aqui. Eu e o Gel estamos acompanhando as notícias e vamos tentando ajudar na medida do possível. Muita força para a senhora e que a justiça seja feita - não somente a dos homens.

Andre disse...

Pablito, a imprensa australiana pode estar cometendo erros fatuais, mas "chamar de prostituta", ou 'sex worker' como se usa aqui, não é necessáriamente ofensa ou desrespeito, especialmente em NSW, onde a atividade é legalizada e regulamentada. Dito assim, o desrespeito e a discriminação ficam às sex workers.

Andre disse...

Os meus sentimentos de solidariedade vão para a família e os amigos da Suellen.

Viviane disse...

Obrigada pelo apoio, pela abordagem, nós da família sabemos que Suellen não era garota de programa. E nessa semana em razão dos depoimentos dados aí, coisas que li, fiquei muito chateada...ela era como minha irmã, era madrinha do meu filho, afilhada dos meus pais. A Su era super família. Então ler algo em favor dela me fez sentir um pouco melhor, mais uma vez obrigada, Viviane.

Pablo Nacer disse...

Galera, valeu pelas mensagens, em especial você Viviane. Estarei acompanhando por aqui. Muita força pra família aí no Brasil!!!

Unknown disse...

Gente é tudo muito triste e doloroso, mais as proprias amigas dela, que estavam com ela no dia de sua morte, disseram em depoimento que foram contratadas por 26 mil dolares, para fazer sexo grupal, sem camisinha e fazer uso de cocaína...

Maria Cristina Donati disse...

Tenho certeza que esta jovem brasileira Suellen nao seria difamada como prostituta apos o seu falecimento no caso de se tratar de filha de "gente importante" da mesma forma como nao foram revelados os nomes das demais "sex workers" australianas envolvidas no caso (alem de nao terem sido convocadas para testemunhar em juizo) por serem filhas de pessoas ilustres da Sociedade Australiana...conforme revelado pela Imprensa daqui.....Que furo!!!! Cabe aos pais desta garota abrir processo por danos morais....

Solange Domingues disse...

Obrigado a todos que se manifestaram em defesa da memória da minha filha Suellen.
Desejo a todos um 2012 com muita saúde, alegria e realizações.
Que Deus abençoe a todos os brasileiros que moram na Austrália.
Esclarescimento para a Patrícia: o depoimento não foi de uma amiga, pois esta pessoa não fazia parte do grupo de amizades da Suellen. Esta pessoa atraiu a Suellen para esta armadilha, e juntamente com o médico matou minha filha. Então esta criatura não iria abonar a conduta da Sue, pois ela estaria se condenando. Pois foi uma assassina tanto quanto o médico. E ela sabe disso. A justiça dos homens é muito falha. Mas a de Deus pode demorar, mas não falha!

Pablo Nacer disse...

Um 2012 muito melhor para vocês, Solange!!! Grande abraço!!!

Thaís Martins disse...

Dona Solange, a muito tempo quero falar isso para a senhora mas não consegui encontra-la na internet. Como você mesmo sabe, eu, como amiga que morei junto com ela na Australia posso te garantir que ela nunca foi prostituta muito menos drogada.
Ela foi um anjo que apareceu na minha vida, a pessoa que mais me ajudou ate hoje. Quando fui para lá tinha 15 anos em um curso de intercambio no colegial, não tive sorte com a família que me acolheu e diversas vezes fui ofendida e mal tratada.Cheguei até a ser agredida uma vez.A agencia de intercambio que contratei no Brasil, que se chama experimento, não me ajudou em nada. Foi quando sua filha apareceu na minha vida e sem me conhecer ofereceu ajuda e dividiu o quarto dela comigo até eu conseguir um novo lar, e partir desse dia ela me ensinou coisas que mudaram minha vida para sempre. Vou ser grata a ela todos os dias da minha existência e a senhora, que a educou. Acredito que ela era um ser muito superior, que não merecia viver nesse mundo de maldade. Um grande abraço, obrigada e muita paz.

Anônimo disse...
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