No rol dos australianos que admiro, está o local de Bondi Beach Eugene Tan, diretor de arte frustrado que em 1999 resolveu juntar suas três paixões - fotografia, surfe e web - e passou a fotografar, toda manhã, o surfe de Bondi, enviando as chapas por email para os amigos.
Dos amigos, começou a mandar para os amigos dos amigos, depois para os amigos dos amigos dos amigos, e hoje, diariamente às 10h30, envia para 40 mil pessoas de todo o planeta que se cadastraram em seu website.
Aquabumps photo
Sim, como não fazia o menor sentido enviar manualmente, Eugene criou um website, o Aquabumps, onde passou a publicar as chapas; os emails se tornaram a newsletter diária; em 2004 ele abriu sua galeria, em Bondi, claro; e em 2010 lançou o livro A Day At Bondi.
Aquabumps photo
Na mesma Bondi, 100 anos antes do lançamento do livro, desembarcou um escocês chamado Alexander MacRae, que abriu uma fábrica de roupas íntimas chamada MacRae Hosiery.
A cultura de praia na Austrália estava em franca ascenção, apenas três anos antes, na mesmíssima Bondi, nascera o movimento do Life Saving Club (os salva-vidas voluntários que até hoje patrulham as praias com a touca vermelha e amarela), o que levou o escocês a incluir maiôs em seu portfólio.
Nos anos seguintes, a cultura praiana não parou de crescer, as braçadas no mar passaram a ter conotação mais esportiva do que meramente recreativa e, seguindo a tendência, MacRae lançou o modelo racerback, que permitia mais liberdade de movimento e rapidez para nadar.
Empolgado com o design, um funcionário conhecido como Captain Parsons, criou o slogan ‘Speed on in your Speedos’, que em 1928 resultou no próprio nome da companhia: Speedo®.
O resto é história.
História que daqui a pouco, ao meio-dia e meia, ganha nova página em Town Hall, na passarela do Sydney Fashion Festival, com o lançamento da coleção Speedo Aquabumps para o verão 2011/12, edição limitada que terá como estampa... as fotos de Eugene.
O encontro que resultou na parceria não poderia ter sido em outro lugar, foi no Speedo's cafe, em Bondi Beach, envolvendo o gerente de marca, Graham Eyres, e o fotógrafo.
Eu, que de moda não sei nada, não preciso dizer o que invadirá Bondi Beach (ênfase na Hall Street, claro) e demais praias dos Eastern Suburbs daqui a quatro meses.
Agora há pouco, enquanto Leonardo DiCaprio desembarcava na cidade, em Jannali, sudoeste de Sydney, o motorista de um ônibus normal de linha, que levava várias crianças para a escola - muitas delas doentes -, parou num mercado ao lado da estação. O cara simplesmente sumiu e só reapareceu após 10 minutos, com uma sacola na mão. A situação ia do engraçado ao constrangedor.
O motorista engatou a primeira e, poucos metros depois, parou em uma escola. Ele não abriu a porta de trás, o que obrigou todas as crianças a saírem pela frente. Conforme elas passavam, o "dráiva" parava cada uma e presenteava com um chocolate. Elas, claro, retribuíam com um gigantesco sorriso, enquanto as crianças que desceriam na próxima eram o retrato da ansiedade para chegarem na escola.
Terça-feira, escrevi no Facebook que a tão sonhada rota Sydney-São Paulo da Qantas não vai rolar. Pelo menos agora. No pacotão de medidas lançado pela empresa, a rota Sydney-Buenos Aires foi transferida para Santiago, e não para o maior centro da América Latina. Ziero punto!
No mesmo pacotão - e este tem sido motivo de muita polêmica, "The Spirit of Australia", como a companhia se auto-denomina, demitirá 1.000 funcionários, entre eles 180 pilotos.
Um dos sinais de fumaça de que isso ocorreria foi a retirada do vídeo de segurança que a Qantas exibia a bordo com o ator/piloto/missionário da Cientologia/garoto propaganda da empresa, John Travolta, que falava sobre a segurança de viajar com os pilotos da companhia. Vejam!
Já o milionário-fanfarrão Richard Branson, dono da Virgin Australia, está com plano de resgatar os 1.000 funcionários da Qantas, conquistar a Ásia, a América do Sul e o terceiro continente à sua escolha, tornando-se "The New Spirit of Australia". Mestre!
Falando em Hollywood, Leonardo DiCaprio desembarca esta semana em Sydney, onde vai alugar uma casa para viver nos próximos quatro meses (é verdade, mulherada, mas não se animem pois ele não está pensando em share accommodation).
Jack Dawson, o ex-da Rose, vem rodar The Great Gatsby, na Fox Studios, remake do romance de F Scott Fitzgerald que será dirigido pelo australiano Baz Luhrmann, com quem trabalhou em Romeo and Juliet (1996).
Também farão parte do elenco os atores Carey Mulligan, Tobey McGuire e a aussie Isla Fisher. Este será o primeiro filme de ação rodado em 3D em New South Wales. Aguentem a LeoMania na imprensa!
Já que este post está uma viadagem total, também informo que David Beckham deve vir com o timeco LA Galaxy jogar contra o Melbourne Victory, Sydney FC ou Perth Glory no final do ano. Sério, se o time norte-americano do inglês passasse um domingo no Centennial Park, meu palpite seria 3 a 1 para os Canarinhos (com gol de cabeça do Gel e um de bicicleta do Banana-Lieds, que faz aniversário na segunda).
Falando em final de ano, conforme também escrevi no Facebook, o grande nome da tradicional festa de Ano Novo de Bondi Beach será ninguém menos do que Snoop Dogg, comparsa do Kid Mac, o filho do Seu Macário. Ingressos à venda a partir de 29 de agosto. Mais informações, por aqui.
Já que finalmente o assunto é música, após 5 anos sem lançar álbum novo, Marisa Monte deixou ontem, no seu site, o seguinte recado:
"Como alguns de vocês já devem ter ouvido falar, até o final do ano vou lançar um novo trabalho. Além do álbum, estou preparando um novo site, meu primeiro app e uma série de shows. Para isso, estou trabalhando com músicos, compositores, arranjadores, videomakers, fotógrafos, engenheiros de som, de programação e especialistas em cultura digital. Vou estar em contato direto com vocês e, através das plataformas digitais, comunicar meus movimentos conforme eles forem acontecendo. Você é fundamental nesse diálogo e este será nosso ponto de encontro."
Vejam o primeiro vídeo das gravações postado pela cantora.
Por último, mas não menos importante, aproveitando que o final de semana está aí, vamos a uma dica de vinho.
No Guia lançado este ano aqui no blog, categoria "Noites de sexta e sábado", recomendei o californiano Wente Beyer Ranch Zinfandel 2008 e escrevi o seguinte comentário:
"Uma vez que descobrir este vinho, você vai querer tomá-lo não apenas na sexta ou no sábado à noite, como também no domingo, na segunda, na terça, quarta, quinta... ou seja, cuidado!"
Eu já havia adorado quando o conheci na feira da Vintage Cellars, em março. E agora, de passagem pelo Brasil, passei a venerá-lo ao descobrir que por lá ele custa a bagatela média de R$ 114, enquanto que aqui não passa de $20. Isso mesmo, vinte doletas australianos. Eno-bar-ga-nha!
Sério, aproveitem que o tempo ainda está pedindo tintos encorpados, experimentem este, que é bem perfumado, e tenhm um ótimo final de semana. Para ler mais sobre ele e conhecer outros vinhos do Guia, clique aqui.
E não esqueçam da festa em prol da Dione, no domingo, onde celebraremos Dione 10 x 0 Câncer. Todos os detalhes, aqui.
****************Patrocinadores do Guia***************
Quem manda na Austrália não é nenhum dos dois partidos políticos, Liberal ou Labour, muito menos Rupert Murdoch, Crocodile Dundee ou a rainha Elizabeth II, e sim os mineiros.
Em tempo: não estou falando dos mineiros Vlad, Val, Marcone e Edu, mas das companhias mineradoras, que têm no ferro e no carvão as duas maiores forças motrizes da economia do país.
Dito isso, vamos a alguns fatos:
- A Austrália produz mais poluição por pessoa do que qualquer outra nação desenvolvida do mundo, incluindo os Estados Unidos.
- A expectativa, se nada for feito, é que a emissão de carbono na Austrália cresça média de 2% ao ano até 2020.
- O governo australiano se comprometeu a cortar, até 2020, pelo menos 5% do carbono que emitia em 2000, o que significa pelo menos 23% do que emite hoje.
- Traduzindo: nos próximos 10 anos, a Austrália deixaria de mandar para a atmosfera 160 milhões de toneladas de poluentes por ano, o equivalente a tirar 45 milhões de carros de circulação. Sentiram o alívio?
- Para 2050, a meta é cortar 80% do que emitia em 2000.
O governo australiano está tentando através do carbon tax, o imposto sobre a emissão de carbono, tomar medidas concretas em relação às mudanças climáticas (89 países, que representam 80% das emissões globais e 90% da economia mundial, já aderiram), mas a tarefa não é fácil, pois mexe no bolso de muita gente.
Programado para entrar em vigor em julho do ano que vem, caso aprovado na íntegra, numa primeira instância o imposto teria impacto sobre os 500 maiores poluidores do país, incluindo todas as mineradoras que operam por aqui. Eles teriam de pagar ao governo $23 por tonelada de poluição emitida.
Numa segunda instância, parte desta conta seria repassada para a população através do aumento de preço de vários produtos. E é aí que entra o terror!
As mineradoras, juntamente com diversos setores da sociedade, estão desembolsando milhões de dólares em propaganda contrária ao tax carbon, dizendo que o custo de vida vai aumentar absurdamente e a família australiana, não tendo condições de arcar, vai quebrar. Grande bobagem!
De acordo com o projeto do governo, mais da metade do dinheiro arrecadado com o novo imposto será usado para reduzir o valor de outros impostos e aumentar os ganhos de aposentados, pensionistas e demais beneficiários (quem mora aqui sabe que o governo, independentemente de labour ou liberal, é uma mãe neste sentido - os $900 durante a crise financeira mundial é um exemplo). Parte do dinheiro também será investido em fontes de energia renováveis, a alternativa para os combustíveis convencionais.
O governo estima que o impacto do imposto sobre o custo de vida seja de 0.7% entre 2012-2013, bem abaixo dos 2.5% causados pelo GST e 2.9% da média anual de inflação entre 2001-02 e 2009-2010.
Espera-se que a conta de eletricidade, por exemplo, suba média de $3.30 por semana e a de gás $1.50. Em contrapartida, o governo planeja assistir cada residência com média de $10 por semana.
Além disso, famílias que recebem assistência através do Family Tax Benefit terão os valores aumentados, assim como aposentados e pensionistas. Mais do que isso, a partir de 1 de julho de 2012, todos os contribuintes que recebem até $80 mil por ano terão impostos reduzidos, sendo que 60% terão corte de pelo menos $300 por ano.
Já o valor para entrar na faixa de isenção do imposto de renda subirá dos atuais $6 mil por ano para $18.200, beneficiando quase 1 milhão de pessoas.
Importante: não gosto da Julia Gillard, a primeira-ministra, nem sou um entusiasta do Labour Party. Simplesmente, acho fundamental a Austrália acompanhar o restante do planeta no que diz respeito às mudanças climáticas e, mais do que isso, odeio o modo como Liberal Party, 2GB e grande parte da mídia e sociedade estão propagandeando contra o tax carbon. Dá nojo!
Um bom exemplo é este blues, The Carbon Tax Blues, composto pelo músico Danny Elliot para o programa de rádio de Chris Smith, um desses conservadores insuportáveis que não têm a menor noção do que se passa além da ilha. Ouçam: 2GB Media Player - The Carbon Tax Blues
Mantendo a linha etílica, fanfarrona e aussie aussie aussie oi oi oi do último post, segue uma novidade em primeiríssima mão que chegou esta manhã em alguns bottle shops da Austrália.
Isso mesmo! As caixas estavam no carrinho quando o meu, digamos, contato no localbottle shop me avisou que Angus Young estava na área.
É verdade! A vinícola Warburn Estate, de Riverina (NSW), pegou a Shiraz, a uva mais emblemática da Austrália, colocou o AC/DC no rótulo, a maior banda da história do país, e criou o AC/DC Back in Black Shiraz 2010, o mais novo petardo australiano.
Ainda não abri, pois acabei de acordar, mas assim que o fizer, escreverei no blog.
Esta primeira linha também traz os vinhos Highway to Hell Cabernet Sauvignon, Hells Bells Sauvignon Blanc e You Shook Me All Night Long Moscato, e estará disponível nacionalmente no próximo dia 18 de agosto, nas redes Dan Murphy’s, BWS e Woolworths Liquor. Preço: entre $15 e $20
Enquanto isso, aproveite o clima ainda invernal querendo ser primaveril e experimente algumas botejas do Guia do blog deste ano. Basta clicar na imagem abaixo e aproveitar. Se preferir, imprima a versão em pdf.
*************Patrocinadores do Guia***************
Amyr Klink, o irmão da Ashraf, observou em seu "100 Dias entre o Céu e o Mar" que o consumo alcoólico em terras insulares é muito maior do que nas continentais.
Para vocês terem uma ideia da situação por aqui, a Austrália é uma ilha tão grande, mas tão grande que é considerada continente, já que num passado não tão distante, um norte-americano determinou que a Groenlândia é a maior ilha do planeta, e com isso, qualquer porção contínua de terra maior do que ela seria considerada continente.
Como a Austrália é maior do que a "Grô", tecnicamente somos uma ilha ao cubo - de gelo, etilicamente falando, uma espécie de nação on the rocks com a Antárctica logo abaixo.
E hoje, ao receber do Australian Bureau of Statistics os últimos dados sobre o consumo alcoólico por aqui, fiquei muito feliz em saber que em 2010 tivemos na Austrália 68 452 000 litros de vinhos disponíveis para o consumo no mercado, sendo que cada pessoa acima de 15 anos bebericou média de 3.81 litros, o que dá cerca de 5 garrafas por ano.
Numa projeção absolutamente amigável com o meu fígado, vamos chutar que em 2010 tomei somente uma boteja por semana, o que nos dá 52 garrafas no ano ou 39 litros. Tendo em vista a média de 3.81 litros do bureau australiano, só me resta vir a público e pedir desculpas por ter enxugado a cota anual de boa parte da população. I´M SORRY!
PS: no Brasil, o consumo de vinho é de cerca de 2 litros por pessoa, o que significa que o Paulinho e o Fafau deveriam fazer o mesmo.
Mudando da água para o vinho, no caso, do vinho para a cerveja, na mesma pesquisa o ABS divulgou que em 2010 tivemos 79 734 000 litros de cerveja disponíveis no mercado, números que certamente garantiram o bom funcionamento dos pubs, bottle shops e da sociedade australiana, este primor de capitalismo-democrático que teima brincar de monarquia.
Dessa quantia, 4.44 litros foram consumidos por cada pessoa acima dos 15, o que me faria morrer de rir no caso de uma projeção de quanto tomei em 2010. Neste caso, nem pedido de desculpas adiantaria - ser jogado aos cangurus em praça pública talvez fosse o mais justo.
O que mais gostei da pesquisa foi o gráfico de "long term trend", que mostra que nos últimos 50 anos a quantidade de cerveja disponível para consumo caiu drasticamente, ao mesmo tempo em que a de vinho subiu substancialmente (só para usar termos técnicos).
Hoje, 43% do que tem disponível para tomar é cerveja e 37% vinho (em 1960 era 76% contra 12%, respectivamente). Sinal que os ilhéus estão refinando o gosto (ou tomando mais vinhos de caixinha, não sabemos).
Por tudo isso e sendo sexta-feira, preciso admitir que:
1. Estou escrevendo este post no Palace, pub ao lado de casa, já que está rolando inspection por lá (adoro inspections às sextas).
2. Mais tarde, no Cock n´ Bull (Bondi Junction), o pub que mais consumi cerveja no primeiro ano de Austrália, tem reggae ao vivo e de graça com Ziggy and Wild Drums. Imperdível!
3. Para quem está em Manly, Fernando Aragones se apresenta com o Costa Rae no The Old Manly Boatshed (Corso), a partir das 20h.
No post sobre o censo desta segunda-feira, falei que a Austrália está começando a ficar de olho no Brasil.
Essa notícia só veio confirmar...
Quem vive na Austrália, já leu ou ouviu o nome Frank Lowy pelo menos 17 vezes. Caso não tenha, algo está errado.
Para os boleiros de plantão, Frank Lowy é o chairman da Federação Australiana de Futebol, um apaixonado pelo esporte que assumiu a FFA em 2003 e simplesmente colocou o país no mapa da bola (leia-se ajudou a criar a A-League, a classificar a seleção para uma Copa do Mundo após 22 anos, repetiu o feito no Mundial seguinte, tirou a Austrália da Oceania e mandou para a Ásia - futebolisticamente falando - entre outros).
Para o restante, Frank Lowy é ninguém menos do que o chairman do Westfield, aquele shopping gigantesco onde 11 entre 10 brasileiros vão ao menos 14 vezes por semana.
Nascido na antiga Tchecoslováquia, em 1930, e criado na Hungria, Frank Lowy chegou a ser deportado pelos britânicos para um campo de detenção no Chipre, no final dos anos 1940, quando tentou entrar na Palestina. No início dos anos 1950, juntou-se à família, que havia mudado para a Austrália, e começou seu império fazendo entrega de produtos.
Pouco tempo depois, ao lado do húngaro John Saunders, que também imigrara para a Austrália, Lowy fundou a Westfield Development Corporation, um pequeno conglomerado de lojas em Blacktown, nos Western Suburbs de Sydney. O resto é história (leia-se mais de 23 mil lojas em 119 shoppings espalhados por Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Reino Unido, num total de 10,5 milhões m² de área bruta locável. Valor estimado de mercado: US$ 58,2 bilhões ).
Pois bem, desde 2000, quando entrou no Reino Unido, o Westfield não investia em um novo mercado. Até que hoje (9 de agosto no Brasil), foi anunciada joint venture no Brasil com a Almeida Junior no valor de R$1,5 bilhão. "Expande nossa franquia global para uma região nova, de grande amplitude e em franco crescimento", disse Lowy segundo a assessoria de imprensa da parceira brasileira.
A Almeida Junior é uma empresa de São Paulo que atua no sul do país, mais precisamente em Santa Catarina. Eles são um dos oito grupos brasileiros que empreendem no setor (é o maior com atuação regional), tendo quatro shoppings em Balneário Camburiú, Joinville e Blumenau, um em construção em Florianópolis e outros três projetos para Chapecó, Lages e Criciúma.
O Brasil sendo descoberto pela Austrália, é bom para o país, que recebe investimentos, e bom para nós, brasileiros que vivemos aqui, uma vez que as relações entre Canberra e Brasília passam a ter maior importância, e a gente, quem sabe, passa a existir no mapa-mundi dos brasileiros no exterior.
Bondi, Manly, Dee Why, St Kild, Surfers Paradise, Brisbane e Perth agradecem!
Hoje faz quatro anos que deixei o Brasil para viver na Austrália. Por conta disso, vale uma reflexão.
Talvez o que mais me atrai no país, principalmente em Sydney, seja o estilo de vida. Esta combinação entre a ordem anglo-saxã com a despretensão dos trópicos e a ligação intrínseca com o mar e a natureza fazem daqui um lugar único.
Na Austrália, tem-se a liberdade de ser o que quer, e não o que os outros esperam. O encanador, por exemplo, tem o mesmo valor da primeira-ministra, com a diferença de que ele é muito mais feliz do que ela. Aliás, tenho dois bons amigos encanadores, um deles grande comprador de vinhos.
Aqui, nunca é tarde para começar, recomeçar ou mudar de vida, pois experiência é algo valorizado e não sinônimo de idade. É fácil? Claro que não, mas extremamente viável. Depende de cada um.
Dito isso, quero apresentar aos leitores do blog a australiana Crystal Thomas, uma mulher excentricamente apaixonada por interiores, que cresceu em Bacchus Marsh, Victoria, e recentemente comprou um Layland Double Decker, ônibus de dois andares da década de 1970.
O objetivo? Dar um tapa e transformá-lo no meio de transporte/casa para os finais de semana. Nada mais australiano! A missão já está no dia 47 e, com a ajuda dos filhos, do namorado, demais familiares e amigos, segue de vento e popa.
E aproveitado as facilidades da era digital, podemos acompanhar o dia-a-dia da empreitada através do Double Decker Days, site que ela mantém atualizado com um diário de bordo e ótimas fotos.
Quando terminar, Thomas pode voltar a trabalhar em uma empresa de design de interiores, passar um ano viajando no ônibus com o namorado, vendê-lo e abrir um café, não importa. O fato de ter parado para se dedicar a algo tão peculiar é maravilhoso, e como todas as coisas boas da Austrália, já virou fanfarra.
Enquanto em São Paulo sofro com a seca e o calor em pleno inverno (não chove desde que pisei na cidade), na Austrália, campeã mundial das bizarrices naturais, o vento reverte parte do fluxo de uma cachoeira.
Isso mesmo! Já viram cachoeira pra cima? No sul de Sydney aconteceu nesta semana. Dêem uma olhada neste link da BBC Brasil.
Sabe aquela hora em que você está dentro do bottle shop, com 342 opções de vinho na sua frente, mas sem saber por onde começar? Aquela mesma em que você lembra do Guia de Vinho PablitoAustrália, mas obviamente não está com o computador por perto?
Então, já me falaram para fazer um aplicativo do Guia para telefones esperrtoxxss (com sotaque carioca mexsmo), também conhecidos como "smart phones", mas o investimento seria muito alto.
Porém, preocupado com o bem-estar etílico dos leitores do blog, apresento uma espécie de genérico manual dos aplicativos da Apple.
É verdade! Tudo o que você precisa fazer é apertar o botão de emergência abaixo, esperar um bocado pois realmente leva tempo e, assim que abrir, imprimir o pdf do Guia de Vinho e se divertir no bottle shop.
Sim, meus amigos, após quase uma década, Roger Waters volta à Austrália para tocar na íntegra The Wall, clássico gravado em 1979, executado pela peimeira vez pelo Pink Floyd em 1980 e que está entre os cinco álbuns mais vendidos de todos os tempos.
Todo ser humano médio ocidental que habita este planeta desde, pelo menos, 1980, já ouviu ao menos uma vez alguma música do The Wall. Faz parte da cultura pop dos século XX assim como a Marilyn Monroe retratada pelo Andy Warhol, a camiseta do Che Guevara e os mullets dos anos 80.
Os shows acontecem em quatro cidades e os ingressos começam a ser vendidos na segunda-feira, 11 de julho, pela Ticketek. Portanto, programe-se e voe para comprar!
Sexta, 27/01/12 - Burswood Dome, Perth
Quarta, 01/02/12 - Brisbane Entertainment Centre
Terça, 07/02/12 - Rod Laver Arena, Melbourne
Terça, 14/02/12 - Acer Arena, Sydney
Enquanto o verão não chega, segue dica para o inverno.
Não, não estou falando do Guia de Vinho lançado no blog na semana passada, mas do Bondi Bergstation Ice Rink, arena de patinação no gelo que estão terminando de montar na areia de Bondi Beach.
Para quem cresceu em São Paulo nos anos 80 (acho que acordei saudosista hoje) e ficava cuspindo chiclete na pista de patinação do Shopping Morumbi, é uma ótima oportunidade para relembrar a infância.
Mais! Naquela época, você provavelmente fazia isso porque não tinha idade para tomar cerveja, mas agora tem e caso não queira patinar, vale a pena dar uma passada para tomar uns drinks e se esquentar nas noites mais frias do inverno (aquelas mesmas que não há absolutamente nada para fazer em Bondi).
A Bergstation faz parte do Winter Festival, que terá várias outras atrações no Pavilion, e fica em Bondi de 30 de junho a 17 de julho, sempre das 12h às 22h. De lá, o genérico de Las Leñas segue para a City (28/7 a 14/8) e depois para Melbourne (18/8 a 4/09).