Se você não sabe o que se comemora hoje na Austrália, clique aqui e descubra a origem deste porre cívico. Como é o meu quarto Australia Day, precisamos seguir em frente.
Conforme predito no blog, em 15 de maio de 2010, Jessica Watson, a Amyr Klink de saias, a pessoa mais jovem do mundo a circunavegar o planeta sozinha, sem parar, sem os pais e sem assistência, foi escolhida Young Australian of the Year. No referido post, escrevi que ela seria apontada Australian of the Year de 2011, portanto, bateu na trave.
Todo ano, durante as celebrações, são nomeados o australiano do ano, o mais jovem australiano do ano, o veterano, o herói local, o melhor imitador de canguru, essas coisas. Na foto acima, Jessica fez até biquinho ao posar ao lado do empreendedor e filantrópico Simon McKeon, o grande vencedor de 2011.
Historicamente, o Australia Day sempre traz algum assunto relevante ou polêmica à tona. Neste ano, os temas da vez são república e bandeira. A primeira foi levatada pelo apresentador de tv britânico Michael Parkinson, que discursou a convite do Australia Day Council of NSW, na última segunda-feira, e questionou se a Austráia não deveria se tornar uma república assim que a Rainha Elezabeth morrer ou abdicar do trono. A discussão está no ar e hoje cedo, no rádio, ouvi um ótimo texto de um acadêmico durante um fórum chamado Yes we’re still a monarchy but it’s not my fault.
Quanto à bandeira, o assunto já está pegando fogo. Quize Australians of the Year escolhidos desde os anos 1960 declararam ontem serem a favor de uma nova bandeira para o país. Isso mesmo! Existe uma organização chamada Ausflag, que luta pela adoção de uma bandeira "verdadeiramente australiana", refletindo muito mais valores genuinamente australianos do que a atual. E esta mudança também iria na direção da adoção da república. Abaixo, é só uma ilustração, e não uma sugestão, baseada na bandeira aborígene e no principal símbolo do país.
Polêmicas à parte, o país amanheceu hoje com duas boas notícias. A primeira veio do Catar, com a seleção australiana de futebol goleando o Uzbequistão por 6 a 0, pela semi-final da Asian Cup, e classificando-se pela primeira vez para a final (é a segunda participação da Austrália no torneio). Os Socceroos disputarão a grande final na madrugada de sábado para domingo, contra o Japão.
E de Hollywood, três atores australianos foram indicados ao Oscar 2011. São eles: Jacki Weaver (melhor atriz coadjuvante por Animal Kingdom), Nicole Kidman (melhor atriz por Rabbit Hole) e Geoffrey Rush (melhor ator coadjuvante por The King's Speech).
Happy Australia Day!
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quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
Cantoras e Abrasileirando o Hugos
A cantora brasileira Negra Li já está na Austrália para série de três shows. Ela se apresenta hoje à noite na Home (Darling Harbour), em Sydney, amanhã na The Met (Fortitude Valley), em Brisbane, e no sábado na Billy’s Beach House, na Gold Coast (Surfers Paradise).
Abrindo o show de hoje, a cantora Rafaela Nardi fará uma canja com o Samba Groove. Importante: a Rafa é craque e a Negra Li que se cuide!
Já na próxima quinta, um dia depois do Australia Day, o Hugos (33 Bayswater Rd), em Kings Cross, balada da elite australiana, promoverá festa brasileira. Isso mesmo! Durante duas horas, o dj vai manter a pista ao som de música brasileira e depois rolará forró ao vivo com a banda Faiscada.
Claro, o Hugos vai abrasileirar pero no mucho, portanto, ninguém entrará de boné, regata, bermudão e camiseta de surfe ou aquele Nike shox amarelo irado. Mas também não precisa jogar uma malha trabalhada sobre o ombro, muito menos se fantasiar de australiano. Apenas bom senso é suficiente (deixar o chinelo em casa, pra mim, é o mais difícil)! Entrada grátis, cerveja e pizza a $5.
E no dia 3 de fevereiro, às 20h, no Bondi Beach Mission Chapel By The Sea (95 Roscoe st), a cantora Carlotta Centanni, amiga italiana que ama música brasileira, se apresenta com o tecladista Marcello Maio e o percussionista Sandro Bueno. Entrada $15.
Well done Carlotta!
Abrindo o show de hoje, a cantora Rafaela Nardi fará uma canja com o Samba Groove. Importante: a Rafa é craque e a Negra Li que se cuide!
Já na próxima quinta, um dia depois do Australia Day, o Hugos (33 Bayswater Rd), em Kings Cross, balada da elite australiana, promoverá festa brasileira. Isso mesmo! Durante duas horas, o dj vai manter a pista ao som de música brasileira e depois rolará forró ao vivo com a banda Faiscada.
Claro, o Hugos vai abrasileirar pero no mucho, portanto, ninguém entrará de boné, regata, bermudão e camiseta de surfe ou aquele Nike shox amarelo irado. Mas também não precisa jogar uma malha trabalhada sobre o ombro, muito menos se fantasiar de australiano. Apenas bom senso é suficiente (deixar o chinelo em casa, pra mim, é o mais difícil)! Entrada grátis, cerveja e pizza a $5.
E no dia 3 de fevereiro, às 20h, no Bondi Beach Mission Chapel By The Sea (95 Roscoe st), a cantora Carlotta Centanni, amiga italiana que ama música brasileira, se apresenta com o tecladista Marcello Maio e o percussionista Sandro Bueno. Entrada $15.
Well done Carlotta!
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quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
Chinelada tradicional do Australia Day
Bondi Beach é a praia mais famosa da Austrália, enquanto que o Australia Day, como o próprio nome diz, é o grande Dia da Austrália.
E essa é a praia mais famosa da Austrália no grande Dia da Austrália.
Imaginem se o Galvão Bueno visse a invasão de Havaianas, o escarcéu que ele faria...
A questão é a seguinte. Todo ano, a Aqueo, empresa que representa as Havaianas por essas bandas e possui a maior concentração de engenheiros brasileiros por metro quadrado, promove o "Havaianas Thong Challenge".
As Havaianas, mais do que chinelos que não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras, são um fenômeno incrível de marketing na Austrália, que já faz parte da cultura local.
E em 26 de janeiro, comemorando o Australia Day, a Aqueo promove disputa entre os estados para ver quem coloca mais gente bonhando nessas chinacas gigantes infláveis.
Além da competição, a idéia também é bater o recorde para entrar no Guinness (o livro, não a cerveja). Ontem, Bondi Beach reuniu mais de 1200 pessoas, mas o grande vencedor foi...
1. Western Australia (Cottesloe Beach) - 1301 pessoas
E essa é a praia mais famosa da Austrália no grande Dia da Austrália.
Imaginem se o Galvão Bueno visse a invasão de Havaianas, o escarcéu que ele faria...
A questão é a seguinte. Todo ano, a Aqueo, empresa que representa as Havaianas por essas bandas e possui a maior concentração de engenheiros brasileiros por metro quadrado, promove o "Havaianas Thong Challenge".
As Havaianas, mais do que chinelos que não deformam, não têm cheiro e não soltam as tiras, são um fenômeno incrível de marketing na Austrália, que já faz parte da cultura local.
E em 26 de janeiro, comemorando o Australia Day, a Aqueo promove disputa entre os estados para ver quem coloca mais gente bonhando nessas chinacas gigantes infláveis.
Além da competição, a idéia também é bater o recorde para entrar no Guinness (o livro, não a cerveja). Ontem, Bondi Beach reuniu mais de 1200 pessoas, mas o grande vencedor foi...
1. Western Australia (Cottesloe Beach) - 1301 pessoas
2. New South Wales (Bondi Beach) - 1262
3. Victoria (Torquay Beach) - 1255
4. Queensland (Mooloolaba Beach) - 1020
5. South Australia (Glenelg Beach) - 875
Total: 5713
Well done Aqueo!!!
Well done Aqueo!!!
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
O adeus australiano na véspera do Australia day
Na véspera do Australia Day, o dia em que o país comemora a chegada da primeira esquadra de colonizadores, que incluía, entre outros, prisioneiros, condenados e desenganados da justiça britânica, a Austrália deu adeus ao Australian Open.
A penúltima a cair foi a simpática Samantha Stosur, 13 do mundo, que perdeu por 2 a 0 para a atual campeã e favorita ao título Serena Williams, conhecida aqui no Château como a deusa negra de Michigan.
Já o mala do Lleyton "Come on" Hewitt entrou mudo e saiu calado. Com Roger Federer passeando em quadra, ele só ousou soltar o irritante "Come on" uma vez, no terceiro set, quando a vaca já estava bem encaminhada em direção ao brejo. Mas o gritinho foi tão tímido que ninguém ouviu. Um retumbante (pra usar um termo pátrio em homenagem ao feriado) 3 a 0 - fora o baile!
As quartas-de-finais começam daqui a pouco com Roddick (7) x Cilic (14) e Nadal (2) x Murray (5). Na quarta será a vez de Djokovic (3) x Tsonga (10) e Federer (1) x Davydenko (6).
Vamos aos palpites:
Roddick atropela o croata e decide vaga na final contra o grande apache espanhol, que vencerá Murray em duelo épico de 5 sets. Na outra chave, Djokovic repete o que fez na final do Australian Open de 2008 e bate o francês, enquanto Federer se vinga do falastrão russo em outro jogo épico de 5 sets.
No feminino, por ora, prefiro não fazer previsões, mas sei contra quem torcerei: Justine Henin (a moça acima). Nada pessoal, ela é muito simpática, joga muito, parece ser uma ótima pessoa (aliás, parece o Juninho Paulista), mas fez o desfavor de tirar duas das minhas deusas do torneio.
Primeiro eliminou ninguém menos do que Elena Dementieva, a deusa russa de Moscow. Tremenda afronta. E depois despachou a compatriota Yanina Wickmayer, a deusa belga de Lier. Outro absurdo!
Mas como a vingança é um prato que se come frio (acho que é isso), daqui a pouco Justine será eliminada pela nada bela Nadia Petrova, a russa prima de segundo grau do nosso glorioso Shrek!
A penúltima a cair foi a simpática Samantha Stosur, 13 do mundo, que perdeu por 2 a 0 para a atual campeã e favorita ao título Serena Williams, conhecida aqui no Château como a deusa negra de Michigan.
Já o mala do Lleyton "Come on" Hewitt entrou mudo e saiu calado. Com Roger Federer passeando em quadra, ele só ousou soltar o irritante "Come on" uma vez, no terceiro set, quando a vaca já estava bem encaminhada em direção ao brejo. Mas o gritinho foi tão tímido que ninguém ouviu. Um retumbante (pra usar um termo pátrio em homenagem ao feriado) 3 a 0 - fora o baile!
As quartas-de-finais começam daqui a pouco com Roddick (7) x Cilic (14) e Nadal (2) x Murray (5). Na quarta será a vez de Djokovic (3) x Tsonga (10) e Federer (1) x Davydenko (6).
Vamos aos palpites:
Roddick atropela o croata e decide vaga na final contra o grande apache espanhol, que vencerá Murray em duelo épico de 5 sets. Na outra chave, Djokovic repete o que fez na final do Australian Open de 2008 e bate o francês, enquanto Federer se vinga do falastrão russo em outro jogo épico de 5 sets.
No feminino, por ora, prefiro não fazer previsões, mas sei contra quem torcerei: Justine Henin (a moça acima). Nada pessoal, ela é muito simpática, joga muito, parece ser uma ótima pessoa (aliás, parece o Juninho Paulista), mas fez o desfavor de tirar duas das minhas deusas do torneio.
Primeiro eliminou ninguém menos do que Elena Dementieva, a deusa russa de Moscow. Tremenda afronta. E depois despachou a compatriota Yanina Wickmayer, a deusa belga de Lier. Outro absurdo!
Mas como a vingança é um prato que se come frio (acho que é isso), daqui a pouco Justine será eliminada pela nada bela Nadia Petrova, a russa prima de segundo grau do nosso glorioso Shrek!
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quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
God Saved the Queen - Ou teria sido o Sean?
E não é que, há 40 anos (39 para ser exato), tentaram assassinar a avó dos “princesos” William e Henry na Austrália? Pelo menos é o que o detetive aposentado Cliff McHardy revelou ontem.
Segundo ele, a idéia, no melhor estilo 40 anos atrás, era descarrilhar o trem que levaria a Rainha Elizabeth II e o Príncipe Phillip para Blue Mountains, famosa região de montanhas não-azuis a uma hora e meia de Sydney.
O atentado foi realizado em 29 de abril de 1970, na altura de Orange, área aqui perto onde tem sido feito vinhos bem simpáticos (experimentem o Orange Cabernet Merlot 2006 da Printhie Wines - $16.95). Bem, mas não vamos perder o foco.
Ao contrário dos filmes do James Bond, a complexa operação não envolveu mísseis nucleares, bombas atômicas, aviões supersônicos, mulheres casadas, nem mesmo Martini (Martinis talvez). Apenas uma tora de madeira colocada no trilho por um aussie gatuno na noite anterior.
Mas o plano genial falhou porque o trem estava tão devagar, mas tão devagar que, ao passar a menos de 100 km/h, a tora entalou, e ele foi perdendo velocidade, foi ficando lento, bem lento, muito mais lento, até que parou. Entre mortos e feridos, apenas a tora de madeira, que foi transformada em um toquinho. De resto, nem susto Sua Altez Real e o Duque de Edimburgo levaram.
Segundo Cliff McHardy, essa história ficou todo esse tempo em segredo para não constranger o governo australiano da época. Mas a pergunta que há 40 anos (39 para ser exato) não quer se calar, é:
Estaria Sean Connery disfarçado de maquinista no vagaroso trem?
De qualquer maneira: God Saved the Queen!
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quinta-feira, 8 de maio de 2008
Anzac Day - O Grande Dia da Austrália
Há duas semanas tivemos o grande dia da Austrália. Para quem não sabe, o grande dia da Austrália atende pelo nome de Anzac Day. O Brasileiro que chega aqui demora aproximadamente um mês para se dar conta de que tem visto a palavra ANZAC por toda parte, assim como as inicias ANZ. Depois, mais dois ou três meses – dependendo do caso – para descobrir o significado.
ANZAC significa Australian and New Zealand Army Corps, e ANZ apenas Australia and New Zealand. De biscoito sem graça a banco que me rouba menos do que o Itaú (sorry, Caio), passando por lojas, ponte e avenidas, ANZAC e ANZ estão em todo lugar. É um dos orgulhos locais e, disparado, o feriado mais divertido da Austrália (sim, também é um feriado!).
O Anzac Day é celebrado anualmente em 25 de abril para comemorar o desembarque do nosso glorioso Australian and New Zealand Army Corps em 1915 na Península de Galipoli, na Turquia, em uma das maiores roubadas bélicas da história.
O que era para ser uma rápida ação militar em conjunto com soldados do Reino Unido, acabou se tornando uma das mais sangrentas batalhas da I Guerra Mundial, que durou 8 meses e resultou em 8.000 soldados australianos mortos e 2.700 neozelandeses (quase um décimo da população kiwi).
Baixas à parte, o Anzac Day se tornou O FERIADO graças ao 2-Up, o tradicional cara ou coroa (head or tail por aqui). Como já escrevi anteriormente, australiano adora uma aposta. E, não sei desde quando, o 2-Up valendo dinheiro está proibido na Austrália. Se você, na porta da sua casa, perguntar “cara ou coroa” para o seu vizinho – valendo 1 dólar – e a polícia flagá-los: cana! Cadeia na hora, exceto se for em 25 de abril, o único dia em que é permitido jogar 2-Up com din-din.
Assim, enquanto nas principais avenidas da Austrália, Nova Zelândia, Ilhas Cook, Niue, Samoa e Tonga há desfiles e homenagens militares, em 99.4% dos pubs são montadas pequenas ou grandes arenas onde no centro fica uma espécie de mestre de cerimônias com alguns assistentes. Em volta, um bando de gente embalada por quantidades industriais de cerveja querendo apostar.
A coisa é simples. Se você conseguir entregar o quanto quer apostar para um dos caras do centro da roda, basta falar se você é cara ou coroa. Como é muita gente, às vezes não dá tempo. Assim, resta levantar a grana, mexer a mão que nem um louco e dizer o quanto e no quê quer apostar. Por exemplo: “Head ten! Head ten!” Isso significa que você quer apostar 10 dólares na cara. Se alguém que deseja apostar 10 doletas na coroa o vê, por mais que vocês não se conhecem, bingo! Vocês se desafiam e aguardam.
No centro da roda algum ilustre desconhecido da platéia é chamado para segurar uma pequena tábua de madeira com 3 moedas. A gritaria fica ensurdecedora (imaginem um monte de bêbados gritando “head” ou “tail”). O cara balança a tábua e deixa as 3 moedinhas caírem no chão. O lado da moeda que mais aparecer, tchu-tchín! É só receber ou pagar o dinheiro, ir no bar comprar mais cervejas e esperar o próximo.
À distância parece a coisa mais estúpida do mundo. Mas não é! Como o Anzac Day é o único dia para jogar o 2-Up sem ir para o xilindró, rola uma baita ansiedade nas semanas que antecedem, e a coisa fica ainda mais divertida quando se fatura uma grana, como aconteceu com a minha irmã no ano passado, que pegou 5 dólares emprestado para brincar e depois de horas foi pra casa com 300 e poucos doletas (tchu-tchín!).
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008
Australia Day – A origem do porre cívico
Sábado passado (26 de janeiro aqui, 25 de janeiro no Brasil), enquanto o meu coração vermelho, branco e preto comemorava os 554 anos da fundação de São Paulo, o meu lado súdito da rainha celebrava o Australia Day, o feriado mais importante destas bandas. Mas o que é o Australia Day?
Podemos dividir o brasileiro que vive na Austrália em 4 grupos: os que acham que o Australia Day é o Dia da Independência australiana (o nosso 7 de setembro); os que acham que o Australia Day é o Dia da Proclamação da República (nosso 15 de novembro); os que acham que o Australia Day é o Dia do Descobrimento (nosso 21 de abril); e os que não acham absolutamente nada. Os que não acham absolutamente nada são os que mais se aproximam da resposta correta, uma vez que no dia 26 de janeiro a Austrália não foi descoberta, não proclamou a república e muito menos declarou a independência.
No referido dia, o australiano se veste de verde e amarelo, pinta a bandeira no corpo inteiro e sai às ruas para tomar a maior quantidade possível de cerveja com o intuito de celebrar o desembarque do glorioso Capitão Arthur Phillip em Port Jackson (New South Wales), ocorrido em 26 de janeiro de 1788. Com ele, vieram da Inglaterra a primeira leva de prisioneiros, oficiais e demais tripulantes para iniciar a colonização na Austrália, à época a mais nova colônia penal britânica de férias. No total chegaram 1373 pessoas, entre homens, mulheres, crianças e namorados de flatmates (detesto namorados de flatmates).
Sim! Os primeiros não-aborígenes que nasceram em solo australiano – também conhecidos como australianos – provavelmente eram filhos de ex-prisioneiros britânicos. Já contei essa história no meu outro site, mas como o blog é meu e ninguém tem nada a ver com isso, recontarei sob a mesma forma de conto de fadas:
Há dois séculos, num velho continente distante, havia uma ilha muito muito grande. Dentre outros tesouros, lá se produziam verdadeiros patrimônios da Humanidade como o whiskie escocês e a indescritível cerveja Guiness. Mesmo vivendo com tamanha fartura e (tecnicamente) felizes para sempre, alguns moradores tentaram facilitar ainda mais as coisas se apropriando indevidamente do que não lhes pertencia. Sem escolha, George III, o rei, colocou-os nos calabouços reais.
Podemos dividir o brasileiro que vive na Austrália em 4 grupos: os que acham que o Australia Day é o Dia da Independência australiana (o nosso 7 de setembro); os que acham que o Australia Day é o Dia da Proclamação da República (nosso 15 de novembro); os que acham que o Australia Day é o Dia do Descobrimento (nosso 21 de abril); e os que não acham absolutamente nada. Os que não acham absolutamente nada são os que mais se aproximam da resposta correta, uma vez que no dia 26 de janeiro a Austrália não foi descoberta, não proclamou a república e muito menos declarou a independência.
No referido dia, o australiano se veste de verde e amarelo, pinta a bandeira no corpo inteiro e sai às ruas para tomar a maior quantidade possível de cerveja com o intuito de celebrar o desembarque do glorioso Capitão Arthur Phillip em Port Jackson (New South Wales), ocorrido em 26 de janeiro de 1788. Com ele, vieram da Inglaterra a primeira leva de prisioneiros, oficiais e demais tripulantes para iniciar a colonização na Austrália, à época a mais nova colônia penal britânica de férias. No total chegaram 1373 pessoas, entre homens, mulheres, crianças e namorados de flatmates (detesto namorados de flatmates).
Sim! Os primeiros não-aborígenes que nasceram em solo australiano – também conhecidos como australianos – provavelmente eram filhos de ex-prisioneiros britânicos. Já contei essa história no meu outro site, mas como o blog é meu e ninguém tem nada a ver com isso, recontarei sob a mesma forma de conto de fadas:
Há dois séculos, num velho continente distante, havia uma ilha muito muito grande. Dentre outros tesouros, lá se produziam verdadeiros patrimônios da Humanidade como o whiskie escocês e a indescritível cerveja Guiness. Mesmo vivendo com tamanha fartura e (tecnicamente) felizes para sempre, alguns moradores tentaram facilitar ainda mais as coisas se apropriando indevidamente do que não lhes pertencia. Sem escolha, George III, o rei, colocou-os nos calabouços reais.
George III por Allan Ramsay, 1762
Enquanto isso, na bela e ensolarada manhã do dia 8 de agosto de 1768, o capitão inglês James Cook deixou o porto de Plymouth em seu navio Endeavour e seguiu viagem. Ele desceu pela Ilha da Madeira, passou pela costa oeste africana e atravessou o Atlântico rumo à América do Sul, onde fez uma estratégica parada no Rio de Janeiro em 13 de novembro de 1768. Após um eletrizante Fla-Flu e uma noitada no Morro da Mangueira, Cap. Cook foi para o Pacífico Sul, permaneceu três meses no Taiti observando o planeta Vênus, seguiu para a Nova Zelândia, onde interagiu com a fascinante população maori, até que finalmente aportou na Austrália na bela e ensolarada manhã do dia 19 de abril de 1770.
Enquanto isso, na bela e ensolarada manhã do dia 8 de agosto de 1768, o capitão inglês James Cook deixou o porto de Plymouth em seu navio Endeavour e seguiu viagem. Ele desceu pela Ilha da Madeira, passou pela costa oeste africana e atravessou o Atlântico rumo à América do Sul, onde fez uma estratégica parada no Rio de Janeiro em 13 de novembro de 1768. Após um eletrizante Fla-Flu e uma noitada no Morro da Mangueira, Cap. Cook foi para o Pacífico Sul, permaneceu três meses no Taiti observando o planeta Vênus, seguiu para a Nova Zelândia, onde interagiu com a fascinante população maori, até que finalmente aportou na Austrália na bela e ensolarada manhã do dia 19 de abril de 1770.
Capitain Cook por Nathaniel Dance, 1775
Entre um pente e um espelho que distribuiu para os aborígenes, C.C. (Captain Cook) enviou – via Sedex – uma carta para Georginho III contando-lhe sobre as últimas na recém-descoberta terra (na verdade, a China já havia decoberto a Austrália – e quase todo o novo mundo – havia 350 anos, mas isso é assunto para outro texto).
Entusiasmado com o que lera, o visionário monarca, que enfrentava grave problema com a superlotação carcerária, “propôs” aos prisioneiros uma certa “anistia”, caso eles aceitassem viajar alguns poucos quilômetros a sudoeste. Alegres com a bondade real, os detentos embarcaram aos montes e vieram, sob o comando do Capitão Arthur Phillip para a Austrália reiniciar a vida na nova colônia penal (é importante lembrar que os Estados Unidos já eram colônia penal da Coroa Britânica).
Arthur Phillip por Francis Wheatley, 1786
E assim, após 8 meses de viagem com direito a nova parada estratégica no Rio de Janeiro, Arthur Phillip e toda a turma aportaram inicialmente em Botany Bay, em 18 de janeiro, desembarcando definitivamente em Port Jackson, em 26 de janeiro. Trinta anos depois, em 1818, o Governador Lachlan Macquarie realizou a primeira celebração oficial do desembarque que, com o passar do tempo, recebeu diferentes graças como Foundation Day, Anniversary Day, Survival Day e Invasion Day (cortesia dos aborígenes), sendo hoje chamado nacionalmente de Australia Day, o pretexto número 1 para um grande porre cívico.
Algo a ver com o Invasion Day?
Entre um pente e um espelho que distribuiu para os aborígenes, C.C. (Captain Cook) enviou – via Sedex – uma carta para Georginho III contando-lhe sobre as últimas na recém-descoberta terra (na verdade, a China já havia decoberto a Austrália – e quase todo o novo mundo – havia 350 anos, mas isso é assunto para outro texto).
Entusiasmado com o que lera, o visionário monarca, que enfrentava grave problema com a superlotação carcerária, “propôs” aos prisioneiros uma certa “anistia”, caso eles aceitassem viajar alguns poucos quilômetros a sudoeste. Alegres com a bondade real, os detentos embarcaram aos montes e vieram, sob o comando do Capitão Arthur Phillip para a Austrália reiniciar a vida na nova colônia penal (é importante lembrar que os Estados Unidos já eram colônia penal da Coroa Britânica).
Arthur Phillip por Francis Wheatley, 1786
E assim, após 8 meses de viagem com direito a nova parada estratégica no Rio de Janeiro, Arthur Phillip e toda a turma aportaram inicialmente em Botany Bay, em 18 de janeiro, desembarcando definitivamente em Port Jackson, em 26 de janeiro. Trinta anos depois, em 1818, o Governador Lachlan Macquarie realizou a primeira celebração oficial do desembarque que, com o passar do tempo, recebeu diferentes graças como Foundation Day, Anniversary Day, Survival Day e Invasion Day (cortesia dos aborígenes), sendo hoje chamado nacionalmente de Australia Day, o pretexto número 1 para um grande porre cívico.
Algo a ver com o Invasion Day?
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