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quarta-feira, 8 de junho de 2011

Censo 2011 - Brasileiros na Austrália

Quantos brasileiros vivem na Austrália?

Sempre achei que fôssemos entre 16 e 20 mil, incluindo residentes permanentes, temporários, estudantes, turistas, engenheiros e ilegais, até que uma amiga das antigas garantiu que chegavávamos a 30 mil. Achei muito! Já me falaram também que residentes permanentes não passam de 5 mil.

Acredito que, no total, temos aproximadamente 17.892 (ops, 17.898, já que recentemente chegaram a Gabi, o Francisco, o Jan-Antônio, o Enzo, o Bambam e a Yana), mas o fato é que talvez nem o governo australiano saiba ao certo, no máximo tenha uma boa ideia com base na quantidade de pousos e decolagens aqui na ilha.

Mas isso pode mudar.

Em 9 de agosto, a Austrália fará o Censo 2011, que obrigatoriamente deverá ser respondido por todas as pessoas que se encontrarem no país nesta noite, incluindo quem estiver em hospitais, hotéis, acampando ou mesmo em viagem de negócios de apenas um dia.

Mas porque cargas d'água devemos participar do Censo?

Primeiro porque querendo ou não, somos estatística, vivemos aqui, trabalhamos, estudamos, enfim, independentemente do caso, estamos na Austrália.

Segundo porque pode ser uma boa oportunidade para começarmos a ter um pouco mais de reconhecimento e representatividade, pois comparados a outras nacionalidades, nossa força é pífia.

Por que?

1. Somos em pouco número (será?).
2. Não temos uma comunidade organizada.

Mas como disse acima, isso pode mudar!

Uma vez que soubermos quantos somos e termos ideia do nosso tamanho, isso pode nos dar um impulso em termos de comunidade, ao mesmo tempo em que fortalece a nossa representatividade diante dos governos australiano e brasileiro. E a partir daí, quem sabe a gente possa ser uma comunidade de verdade, unida, coesa, com cada vez mais voz e recebendo mais serviços, fundos e programas.

Temos um núcleo em português na rádio SBS, um programa semanal de música brasileira na Eastside FM, um evento mensal cult de cinema em Melbourne, um festival anual de cinema, outro que marca o Brazilian Day, temos duas revistas, uma escola de capoeira que proporciona visto, outra que alfabetiza crianças em inglês-português, temos brasileiros fazendo gols todo domingo há quase 40 anos, temos um mega carnaval, nomes consagrados da música vindo todo ano, inúmeros talentos seja na música, nas artes em geral e em vários outros setores, já demostramos que somos solidários e fazemos a coisa acontecer quando brasileiros como o Leandro e o Dione precisam, mas ainda podemos muito mais!

Para participar do Censo

Basta preencher o formulário que os funcionários do Censo começarão a distribuir em todas as residências, a partir de 29 de julho. Se preferir, você pode preencher online através do eCensus com o número do seu formulário.

O sistema é fácil, seguro, rápido e mantém todas as informações confidenciais. Se usar o eCensus, os funcionários não voltarão à sua casa. Se preencher os formulários de papel, eles irão coletá-los a partir de 10 de agosto.

Mesmo quem estiver somente de passagem ou indo embora em definitivo, dê essa forcinha para os que ficam. Com raríssimas exceções, nossa imigração pra cá não tem mais de 40 anos, portanto, ainda somos jovens e temos tempo para nos organizarmos e nos tornarmos gente grande na sociedade australiana.

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sexta-feira, 3 de junho de 2011

Reggae nesta sexta na Austrália e no Brasil

Como diria o Guilherme Infante, pelo amor de Jah!



Lembram do reggae patrocinado pela Ozzy Study que rolava às terças, em Bondi Junction? Ele volta hoje ao Cock n' Bull, onde permanecerá todas as sextas-feiras, a partir das 21h, alternando Ziggy and Wild Drums e Caribbean Soul.

Tudo num esquema fácil, extremamente fácil, pra você e eu e todo mundo fanfarrear juntos, uma vez que a entrada é grátis, o steak custa somente $1 (na compra de um drink) e a cerveja $3 (até às 23h).

Detalhe: a festa vai até às 2 da manhã, o que significa que pode ser tanto a balada em si, quanto um esquenta para depois.


Já no Brasil, a Fibra Entertainment leva o Katchafire, uma das bandas de reggae neozelandesas mais populares entre os brasileiros da Austrália, para se apresentar pela primeira vez no país.

A turnê começa hoje à noite, no Kazebre, Zona Leste de São Paulo, onde a banda toca ao lado de nomes como Bnegão, DJ Negralha e Ponto de Equilibrio (ingressos, aqui).

Palpite: acho que tem tudo para agradar o público no Brasil também (Xixão, vai lá, tu vai gostar!).

A turnê continua nas seguintes cidades:

Sábado, 4 de junho - Ribeirão Preto
Domingo, 5 de junho - Curitiba
Sexta, 10 de junho - Maceió
Sábado, 11 de junho - Recife
Domingo, 12 de junho - Brasília


É o neo-intercâmbio cultural Terceiro continente à sua escolha-Brasil / Brasil-Terceiro continente à sua escolha apenas começando...

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Mutantes grátis, Ensaio do bloco e Planta & Raiz

A partir de hoje, quinta-feira (24/2), em Sydney, e amanhã, sexta (25/2), em Melbourne, durante uma semana vocês que ainda não compraram seus ingressos para os shows dos Mutantes poderão levar dois pelo preço de um. Isso mesmo, compra um ticket e leva outro grátis pra casa.



Os shows da maior banda brasileira de todos os tempos acontecem no dia 9 de março, no Enmore Theatre, em Sydney, e em 11 de março, no Forum Theatre, em Melba. Eu, claro, estarei nos dois!

Ingressos duplos para SYD por aqui e para MEL por aqui.

Outra coisa!



O ensaio do BlóCoogeeLoko, que seria hoje no Coogee Bay Hotel, foi transferido para este domingo, às 18h, no mesmo local. Sei que vocês vão dizer, pô, mas tem o show do Planta & Raiz no mesmo dia, como que... Sem problema!



O show do Planta na Home só vai começar mais tarde, portanto, a ideia é justamente fazer um esquenta no Coogee Bay, curtindo um samba e aprendendo o enredo, e depois seguir para Darling Harbour para cair na regueira (bus 373) - parecido com o que já rola com o Favela pós-Coogee ou Beach Road. A entrada para o ensaio é grátis.

Para quem ainda não tem ingresso para o Planta & Raiz, passe na agência da City ou de Bondi da Ozzy Study Brazil nesta sexta-feira e garanta.

Os próximos ensaios acontecem no domingo, 6 de março, e depois na quinta, 10 de março. O CarnaCoogee é dia 12 de março!

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Direto da redação

Como está tudo acontecendo ao mesmo tempo e nos próximos dias, vamos manchetando as penúltimas que chegam à redação:



Começando pelo extremo norte da Austrália, mais precisamente em Milingimbi Island, cerca de 400km a leste de Darwin, onde um menino de 14 anos está desaparecido desde a manhã de domingo, sendo que o principal suspeito é um crocodilo, o Hebert (foto acima). Levando em consideração que os crocodilos de água salgada daquela região chegam a seis metros de comprimento, as autoridades locais não têm muita esperança de encontrá-lo vivo.

Ainda em Northern Territory, ontem, às 21:59:35, um terremoto de 4.7 de magnitude sacudiu o Outback, num ponto a 334 km a nordeste de Alice Springs. Para ser mais exato, em 21.069°S, 135.432°E.

No esporte, com o cancelamento do GP de Fórmula 1 que aconteceria em 13 de março, no Bahrein, em virtude da instabilidade política vivida pelo país, a abertura da temporada 2011 passa a ser na Austrália, com o GP em Melbourne no dia 27 de março.



A partir de hoje à noite, a Tropical Heat, reggae que a Fibra Entertainment e a Ozzy Study Brazil faziam no Cock n' Bull, toda terça-feira, passa a ser na The Eastern, também ali em Bondi Junction. A entrada continua grátis, no palco Ziggy and Wild Drums e Caribbean Soul mantêm-se revezando e cerveja custará $4 a noite inteira, a diferença é que agora a regueira vai até de madrugada.



Já que o assunto é carnaval, na sexta-feira, em Melbourne, a amiga Juliana Frantz junta o útil ao agradável começando a temporada 2011 do Samba Cine Club com a festa de carnaval mais cool de Melba. Entre as atrações, dj's, bandas ao vivo tocando marchinhas e sambas, entre outros, comes e bebes, concurso de fantasia que vai premiar o vencedor com um par de ingressos para o show dos Mutantes, além, é claro, exibição de curtas-metragem sobre carnaval. Entrada $5 para quem for fantasiado e $10 para quem for sem fantasia. Infos>>>



Também na sexta, o Costa Rae se apresenta no 505 (280 Cleveland St), em Surry Hills. Para quem não sabe, o Costa Rae, ex-Dubbly, é a banda do Fernando Aragones, também conhecido pelos trabalhos solo e com o Toca Jorge. Com uma pegada bem setentista, o Costa Rae traz uma sonoridade californiana juntando com a cultura de praia da Austrália atual. Som de primeira! Ouvir>>>



Sábado e domingo, o Hyde Park South vai receber cerca de 90 vinícolas de 14 diferentes regiões de New South Wales, em uma espécie de Walt Disney para adultos fanfarrões. Trata-se do NWS Wine Festival, o maior festival de vinho de Sydney. Entrada grátis! Infos>>>



Já o segundo ensaio do BlóCoogeeLoko, que seria na quinta, no Coogee Bay Hotel, foi transferido para o domingo, no mesmo lugar, só que a partir das 18h. A bateria ainda está sendo formada para o CarnaCoogee 2011, portanto, se você quer fazer parte, é só colar lá. A entrada é grátis! Para conhecer o samba enredo que compus juntamente com o Andrezinho, especialmente para o bloco, clique aqui! E de lá, a caravana do reggae segue para a Home, em Darling Harbour, onde acontece o primeiro show do Planta & Raiz na Austrália (vide abaixo).



Fechando esta semana e abrindo a próxima, a banda paulistana de reggae Planta & Raiz faz duas apresentações na Austrália. Domingo, dia 27, na Home Nightclub, em Sydney, e na segunda, dia 28, no Coolangatta Hotel, na Gold Coast (este com show de abertura do Ziggy and Wild Drums). Ingressos à venda na Ozzy Study Brazil.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Adéu, Barcelona!

Em meio a tanta desgraça acontecendo em diferentes níveis e escalas, segue um dos vídeos mais bacanas que vi nos últimos tempos, feito por um brasileiro que acaba de desembarcar na Austrália após três anos vivendo em Barcelona. Foi justamente a gratidão à cidade que levou o diretor de arte Lucas Jatobá, irmão do nosso glorioso Fernando Jatobá, da Fibra, a fazer este emocionante filme. A seguir, entrevista com ele e, claro, link pra película.



Como e quando surgiu a ideia dos balões?
Depois que saí da agência de publicidade que eu trabalhava em Barcelona, eu queria um tempo para descansar e pensar na vida, antes de vir morar em Sydney. E pensei: como criativo, sempre tive que pensar ideias para os outros. Mas por que não pensar uma ideia criativa pra mim, pra agradecer os 3 anos que fui feliz em Barcelona?

Fale sobre o filme.
Primeiro fiz só com 7 balões, distribuindo 7 entradas de teatro. Isso foi em dezembro e paguei tudo do meu bolso. Só que usei uma música do Eddie Vedder que eu não tinha os direitos e me fizeram tirar o vídeo do ar no terceiro dia, quando já tinha conseguido 50 mil views. Daí, um website espanhol, atrapalo.com, que tinha visto e adorado, me ligou pra falar que queriam me doar 250 entradas para o teatro pra eu fazer tudo de novo. E então eu fiz esse novo vídeo, igual ao primeiro, mas com muito mais balões.

Como tem sido a repercussão do vídeo?
Só no primeiro dia tive 25.000 views e mais de 1.000 comentários super bonitos e emocionantes no Facebook! Muita gente se emocionou, chorou ao ver o vídeo e até uma menina me pediu em casamento (risos)!

Chegou a passar na sua cabeça que alguém poderia reclamar por estar, digamos, "sujando" a cidade?
Sim, poderia acontecer, mas acho que a atitude, a mensagem que os balões levam são mais importantes. Além disso, nenhum balão vai ficar no chão, porque sempre tem alguém querendo um balão pra levar pra casa. Quando a gente soltou os balões na Sagrada Família, as pessoas corriam e competiam pra ver quem ia pegar. Com certeza nenhum balão ficou perdido pela cidade.

O que você fazia na Espanha?
Eu trabalhava como criativo e diretor de arte numa agência de publicidade.

Quais são seus planos para a Austrália?
Conseguir trabalho em alguma boa agência de publicidade em Sydney.

Link pro vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=zEpo4gExLT8

Mais informações em www.lucasjatoba.com

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Planta e Raiz em Sydney e na Gold

Agora é oficial!



Depois de Natiruts, Marcelo D2 e Jorge Ben Jor, a Fibra Entertainment acaba de anunciar o próximo nome brasileiro que trará para a Austrália.

É a Planta & Raiz, banda paulistana surgida na e-p-e-t-a-c-u-l-a-r Praça Benedito Calixto, na Vila Madalena. O sexteto, que já lançou sete álbuns em pouco mais de dez anos de carreira, desembarca em fevereiro para duas únicas apresentações.

A primeira acontece dia 27 de fevereiro, em Sydney, na Home Nightclub (Darling Harbour), e a segunda no dia seguinte, 28 de fevereiro, no Coolangatta Hotel (Coolangatta), Gold Coast.

A pré-venda já começou e os ingressos estão custando somente $45. Isso mesmo! Barato e um excelente presente de Natal (praticamente um jingle bell regueiro). Aproveitem!

Tickets

Site oficial

Myspace

Facebook

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

DJ Cia

Lembrando que hoje à noite, na The Eastern, em Bondi Junction, começa a turnê do DJ Cia pela Austrália. Eleito o melhor DJ de hiphop da década, o brasileiro, que entre outros trabalhos faz o projeto RZO e atualmente produz o novo álbum dos Racionais Mc's, passará por quatro cidades.



Terça, 7 de dezembro - THE EASTERN HOTEL (SYDNEY)
Quarta, 8 de dezembro - MONA VALE HOTEL (SYDNEY)
Quinta, 9 de dezembro - ROXANNE PARLOUR (MELBOURNE)
Domingo, 12 de dezembro - SIN CITY NIGHT CLUB (GOLD COAST)

Pré-venda na Ozzy Study Brazil a $15 e na porta $20.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Semana musical - Redemption "Paulst"

A semana musical começa basicamente assim:

Hoje à noite tem Caribbean Soul no Paddy's, lá na George St. Uma passadinha é obrigatória já que Sandro Bueno, percussionista do Samba Mundi e Abuka, vai comemorar aniversário.

Quem não puder curtir o reggae hoje, afinal, estamos falando de uma segunda-feira após um final de semana gigante, a opção é ir ao Cock n' Bull amanhã, em Bondi Junction, onde o mesmo Caribbean Soul se apresenta no projeto Tropical Heat, da Fibra Entertainment com a Ozzy Study Brazil. Detalhe: Toohey's New a $3 - não preciso dizer mais nada!

A mesma Fibra traz para a Austrália o DJ Cia, uma espécie de monstro do Hip Hop brasileiro eleito o melhor do gênero da década. Ele se apresenta em Sydney e na Gold Coast dentro do Gheto Sounds, que também terá a participação do DJ VHS. Ingressos à venda na... Ozzy Study Brazil.

Lembram do Sandro, do segundo parágrafo? Então, na quinta, ele se apresenta com o Samba Mundi no Macquarie Hotel, o meu pub preferido para ver bandas ao vivo. Além da entrada ser grátis e do Samba Mundi quebrar absolutamente tudo, o Mac, como nós, os mais íntimos, chamamos, produz a própria cerveja e no próprio pub, o que torna o lugar praticamente espacial.

Enquanto isso, é bom também agilizar para garantir ingressos para os shows dos Mutantes, que chegam em março trazidos pela Popfrenzy Records com a Radar Magazine. Nomes como Bob Dylan, B.B. King, Joe Cocker, Elvis Cotello também estão a caminho.

Voltando ao reggae, Jimmy Cliff vem para o verão. Ele canta ao lado de nomes como Maxi Priest, Mary J. Blige e The Original Wailers no Ragga Muffin. Reggae night e Jamaica em estado bruto!

E o que pouca gente sabe é que ainda há ingressos para o show do U2 do dia 14 de dezembro, e eles estão a partir de incríveis $39.90. Barganha!

Estou escrevendo tudo isso porque neste exato momento sinto uma mesopotâmica inveja (a inveja boa, claro) dos meus conterrâneos paulistanos, que foram abençoados por Sir Paul McCartney tocando no maior particular do mundo. Tenho uma tese de que todo ser humano ocidental precisa, obrigatoriamente, ter um Beatle preferido. O meu é o George e sou um beatlemaníaco (mas sem aquelas coisas chatas, claro). Portanto, este é um paulst para aliviar a minha dor!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

150th Melbourne Cup - Fantastique!

O cavalo nasceu nos Estados Unidos de mãe norte-americana e pai irlandês (ou seja, é torcedor do Boston Celtics), atende pelo nome de Americain, vive na França, é treinado por um francês e acaba de atingir a maior glória de seus 6 anos de vida sendo montado por um jóquei francês, o que proporcionou napoleônica alegria para os donos australianos, que o adquiriram por $400 mil e embolsaram 6 milhões de dólares pela conquista da Melbourne Cup, a corrida que há 150 anos pára a Austrália.



O recém-laureado equino junta-se aos irlandeses Vintage Crop e Media Puzzle, além do japonês Delta Blues no seleto grupo dos cavalos treinados fora da Austrália e da Nova Zeândia a vencerem a Melbourne Cup, o que o coloca num lugar especial entre os grandes galardos que desfilaram em Flemington desde 1861. Tremendo feito! Não por acaso, o jóquei Gerald Mosse, provavelmente 50kg, não parou de proferir fantastique, fantastique durante a entrevista coletiva após a vitória.

Somente com este páreo, o TAB, a bolsa de apostas oficial da Austrália, arrecadou a bagatela recorde de $98.1 milhões em Victoria e New South Wales. Eu apostei singelos $30 e ganhei míseros $18, num simbólico prejuízo de $12 + 14 Guinness. Já Mari Garotinha, esta abaixo, acertou uma tremenda flexi-trifecta e levou pra casa algo em torno de 450 dólares. Digo algo em torno porque, para não fugir à regra, Mari pagou uma simpática rodada para todos.



Ano que vem tem mais Melbourne Cup, às 15h, na primeira terça-feira de novembro. Aliás, impressão minha ou está com cara de quinta? Se a resposta for sim, daqui a pouco tem reggae ao vivo e grátis com Ziggy and Wild Drums no Cock n' Bull, o pub em Bondi Junction onde assistimos à corrida. Detalhe: cerveja a $3. Resumindo: vai ficar com cara de sexta!

Congrats Mari!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Três recados "musiculturais"

1. O prazo para enviar os trabalhos para a Mostra da Primavera termina neste domingo, 31 de outubro. Portanto, corra! Se você não faz ideia do que estou falando, clique na imagem abaixo.



2. Daqui a pouco, a partir das 19h, tem reggae em Bondi Junction, na faixa, com a banda Caribbean Soul (aqueles tiozões que tocam na City). A festa faz parte do projeto Tropical Heat, da Ozzy Study Brazil com a Fibra Entertainment, e estreou com tudo na semana passada. Hoje, com esse final de tarde com cara de verão, promete!



3. Se você não for no reggae, entre às 21h30 e 23h, sintonize na Eastside FM (89.7 em Sydney) ou neste link para ouvir a Vibez Brazil, programa que, cada vez mais, é o refúgio da boa música brasileira. Mau and Rapha rules!!!


segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Reggae night!

Play I some music: (dis a) reggae music!
Play I some music: (dis a) reggae music!
Roots, rock, reggae: dis a reggae music!
Roots, rock, reggae: dis a reggae music!



Se estes versos fazem algum sentido pra você, não perca nesta terça a Tropical Heat, a noite de reggae armada pela Ozzy Study Brazil com a Fibra Entertainment que vai rolar todas as terças, das 19h à meia-noite, em Bondi Junction.

A festa acontece no Cock n' Bull, um dos irish pubs mais tradicionais de Sydney, a entrada é grátis, cerveja custará somente $3 e vodka $4. Ou seja, com $21 sai todo mundo feliz!

No palco, haverá rotação de bandas como Ziggy and Wild Drums e Caribbean Soul, além do forró da Faiscada. E nas pick-ups, ninguém menos do que o DJ Leo Chaibún , o uruguaio que mais entende de música brasileira no terceiro continente à sua escolha.

E o verão ainda nem começou...

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sexta-feira para o alto e avante

Daqui a pouco, o final de semana começa com tudo no terceiro continente à sua escolha.

Às 20h30, quem mora nos Eastern Suburbs de Sydney (caro amigo recém-chegado, se vives em Bondi, estais incluído) tem uma ótima oportunidade para ver ao vivo um dos melhores músicos que temos por aqui.



Ele mesmo! Fernando Aragones toca hoje no 505 (280, Cleveland St), em Surry Hills, acompanhado do baixista Simon King e do multi-instrumentista Scotty Sax. Esta é uma oportunidade rara, já que o Fernando, quando toca solo ou com projetos mais intismistas, geralmente se apresenta nas Northern Beaches. Para esses lados, ele vem mais com a sua ótima Toca Jorge.

No ranking Aragones de apresentações "banquinho e violão" de 2010, temos:

- Northern Beaches 64%
- Nova Zelândia 15%
- Restante da Austrália 11%
- Sydney CBD 6%
- Eastern Suburbs 3%
- Brancos e nulos 1%

Portanto, não percam! Entrada $15.

Pedido: toca "Navega"!

MySpace Fernando Aragones



Às 21, o Vote For Mary, banda do produtor e empresário Tiger Gontijo, uma espécie de George Martin do reino animal, se apresenta no The Imagine Festival, ali pertinho do 505, no
ACTT Cleveland Street Theatre (199 Cleveland St), em Redfern.

A banda, formada pela Laura, Manduka, Mark e pelo símbolo-mor do Movember verde-amarelo, Júlio Araújo, está com músicas novas e quebrando absolutamente tudo. Entrada grátis!


Júlio, o maior Rivelino de todos os tempos das próximas semanas.

MySpace Vote For Mary



Além de dois excelentes shows, hoje também tem aniversário de um cara que justamente promove shows, Igor Andrade, o homem que ao lado do Fernando Costa vem trazendo nomes para a Austrália como Jorge Benjor, Marcelo D2 e Natiruts, além de criar e promover eventos ligados à música e à cultura brasileira.

Diz o convite que o Igor está fazendo 30 anos. Truco! Em todo caso, a partir das 21h, ele estará no Bar Pacifica (The Eastern - Bondi Junction) com a sua tradicional Circus. Das 21h às 22h a pizza é grátis, o primeiro drink é por conta da casa e a entrada é free a noite inteira. É sair de um dos shows e cair para a The Eastern!

Parabéns, Champ. Para o alto e avante!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sexta em Melbourne, Sydney e Gold Coast Titans

Se este blog fosse em inglês, os assuntos deste post seriam Final, Finals and Grand Final. Como é em português...

O final de semana começa oficialmente daqui a pouco, em Melbourne, com a Super Juliana Frantz e o Samba Cine Club, que hoje exibe “Corisco & Dadá” (1996). História real de um, digamos, genérico do Lampião que causou um bocado no sertão nordestino e entrou para a história como Diabo Loiro. O Samba Cine acontece no 1000€ Bend (361 Little Lonsdale St), o filme começa às 19h30, depois rola forró, xaxado e baião e a entrada é quanto você puder doar. Para mais informações, clique aqui.


Plena segunda em Melba. Em breve tem mais!

Ainda em Melba, a partir das 21h, DJ Hasin comanda a sua tradicional Tupinikings, balada na NUMBER FIVE (6 Queensbridge Square - Southbank) que hoje traz a cantora baiana Dany Maia acompanhada de seu quinteto. Depois, a festa continua até às 3 da matina com muito samba-rock, funk carioca, nova mpb, forró e house music. Ingresso a $15 na porta, $10 antecipado.



Por aqui, tudo começa às 19h45, com o jogo que na verdade acontece em Brisbane. Valendo vaga na Grand Final da Rugby League, os Roosters vão até a Gold enfrentar os Titans. Vai ser um jo-ga-ço! Desde que voltei a morar em North Bondi, tenho tentado torcer para os Roosters, que é daqui, mas não é fácil.

Semana passada, apoiei o time contra os Panthers, o five-eighth Todd Carney é um dos meus ídolos da temporada, pensei em continuar seguindo em homenagem ao amigo Todd Olivier, que já jogou pela agremiação, porém, depois de vê-lo com a camisa do Corinthians no último domingo, abortei temporariamente o projeto.

Sendo assim e sabendo que ele está aprendendo português para passar três semanas no Brasil pescando e secando o Timão, segue uma rápida aula.

Aula de Brasil para Todd Olivier
Mate there is a band in Brazil called Titãs (which means Titans). They are very popular, they've been playing for almost 30 years and their fans always yell Titans! Titans! Titans! on the concert. You should practice it tonight.




Fisicamente em Sydney, partir das 21h, Fernando, Igor e Careca Daresi, o maior torcedor do Gold Coast Titans de NSW, farão a festa semanal que mais bomba na cidade: a Circus, que rola toda sexta na The Eastern (500 Oxford Street) até às 5 da matina.

Lá a fórmula é a seguinte: entrada grátis a noite inteira + drinks acessíveis = estudantes de escola de inglês e backpackers. Com os europeus desembarcando por aqui por conta da alta temporada (leia-se as europeias), isso significa balada cada vez mais florida!



Mas se a ideia é assitir a uma das melhores bandas de Sydney, sem pagar um centavo por isso e ainda tomar as deliciosas Schwartz Dark Bier, Schwartz Wheat, Schwartz Stout, Schwartz Bavarian Red Lager, entre ouras que eles produzem no próprio pub, a dica é seguir até a 42 Wentworth Av, entre o Hyde Park e a Central Station, entrar no Macquarie Hotel e curtir o Samba Mundi, que se apresenta a partir da meia-noite.

A banda, que já é e-p-e-t-a-c-u-l-a-r, hoje terá participação especial de Tiago de Lucca, que se juntará aos colegas de Abuka Trio - Sandro Bueno e Marcello Maio -, além de Giorgio Rojas, Junichi Shiomi e Rafael Hora, entre outros. Diez puntos (pronuncia-se dié púnto). O Samba Mundi toca até às 3h.




Bem, amanhã falo dos dois jogos que faltaram - Dragons x Tigers e a Grand Final do AFL entre Colingwood x St. Kilda -, já que o post ficou grande, o sol está forte e vou descer para a praia.

sábado, 14 de agosto de 2010

Walk Against Warming + Cultura Bondi (saideira)

Se a sua ideia para este domingo é passar a manhã lavando o carro com esguicho, ir para o Coles com o possante distribuindo monóxido de carbono pelo caminho, fazer as compras do mês usando 54 sacolas plásticas, ligar o chuveiro quente, ir conversar com a família no Skype e, depois de meia-hora, entrar no banho - para mais 46 minutos debaixo do chuveiro, fechando a jornada com uma boa noite de sono dormida no quarto infernalmente aquecido pelo aquecedor que foi ligado às 19h e só será desligado às 7h do dia seguinte, tenho uma sugestão melhor.



Que tal mover a bunda, tomar algumas ruas de Sydney e participar do Walk Against Warming 2010? A ideia é simples! Partindo do Belmore Park (perto da Central Station), ao meio-dia, dezenas de milhares de pessoas vão seguir pela Elizabeth Street até a Bathurst St, voltando para o Belmore Park pela Castlereagh St.



Tudo para mostrar aos digníssimos candidatos a primeiro-ministro e toda a classe política que a população quer ações práticas em relação ao aquecimento global, às mudanças climáticas e outras questões relacionadas ao planeta.

O Walk Against Warming é uma iniciativa do Greenpeace, onde nossa amiga Paola Penina trabalha, e rolará em todos os estados e territórios australianos. Portanto, clique aqui, veja se terá na sua cidade e participe!

Depois, a partir das 18 horas, rola a última edição do Cultura Bondi. Pelo menos por enquanto. A festa, organizada pela Fibra, que tem agitado o Beach Road todo domingo desde junho, vai dar uma parada. E no palco, fazendo a saideira, um dos melhores reggaes de Sydney com Ziggy and Wild Drums. Entrada grátis!

domingo, 8 de agosto de 2010

40th City2Surf e Ziggy



A ideia de 80 mil pessoas estarem passando pela porta da sua casa é esquisita, mas ao mesmo tempo divertida. E é o que acontece neste exato momento aqui na frente do "Château El Capitano", onde moro.



Tudo por conta dos 14km da City2Surf, a maior corrida de rua do mundo, que começou às 8h30 com o pelotão de elite saindo do Hyde Park e ainda tem gente chegando na estrutura armada em Bondi Beach.







Essa é a típica corrida que não importa quem chega em primeiro, muito menos quem não vai bater o recorde do lendário Steve Moneghetti, que cravou 40.03 em 1991, mas sim as 75 mil vitórias individuais de cada corredor (ou andador, depende).



Como em toda corrida de rua, em Sydney também tem os personagens de sempre, além, é claro, das musas.



Lembrando que para fechar uma corrida que começa na City e termina no Surf, nada como uma regueira da melhor qualidade. O Beach Road está bombando desde as primeiras horas da manhã e, a partir das 18h, vai ter o Cultura Bondi com ninguém menos do que Ziggy and Wild Drums. Oferecimento da Fibra com o apoio institucional do Gustavo Daresi, o careca mais gaúcho de Sydney (ou seria o gaúcho mais careca dessas bandas?).


Speed e Gonzales


Speedo e Speedo, depois de pegarem atalho pela Oxford Street.


Peter Parker


Se você conhece esse brasileiro, mande a foto pra ele.


Se você conhece esse brasileiro, mande a foto pra ele.


Se você conhece esse argentino, mande ele pra... Ops, apenas lembre-o dos 4 a 0 da Alemanha.


Elvis is dead!


Santa simpatia, Batman!

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Geléia - Como você nunca viu



A fera vai embora. Pouca gente conquistou tantos corações em tão pouco quanto Leonardo Paixão, ou Léo Paixão, ou Geléia, Jam Léia... Carismático, talentoso e, acima de tudo, um ser humano raro, o capixaba-carioca que em 2 anos de Austrália gravou seu nome para sempre na comunidade brasileira, em especial na de Sydney, volta no próximo dia 8 de agosto para o Brasil, onde vai morar em Porto Alegre.

O show de despedida com a Tropical Jam, a banda que o tem acompanhado, acontece nesse domingo, a partir das 18 horas, no Beach Road, e, mais do que nunca, quem não for não vai para o Céu.

Antes, no sábado, Balu, um de seus principais incentivadores, vai fazer um almoço especial com Tutu de feijão, bistequinha e banana à milaneza, do meio-dia às 17h, ao som de chorinho ao vivo tocado por Andrezinho, um dos parceiros musicais do Geléia. A entrada é grátis e o Mocean está na 34a Campbell Parade (Bondi Beach).



A seguir, Geléia fala dos motivos pelos quais está voltando, de sua experiência na Austrália, música, preconceito, homessexualismo e, acrditem, IT.

Por que você vai embora?
Nossa, difícil explicar… Um conjunto de acontecimentos aqui e no Brasil me levaram a tomar esta decisão. Mas basicamente, não conseguia ficar preso às limitações de um visto, preciso de liberdade para realizar os meus projetos e estava cada dia mais difícil sustentar todas estas etapas.

Você está mais feliz por voltar para o Brasil ou mais triste por deixar a Austrália?
Não sei o que me aguarda no Brasil nesta volta, toda uma ansiedade relativa ao novo, mas confesso que não está sendo fácil deixar a Austrália. Tristeza é uma palavra que não entra no meu vocabulário, mas posso dizer que deixo a Austrália ja com muitas saudades.

Em praticamente dois anos, você se tornou uma das pessoas mais populares e conhecidas da comunidade brasileira de Sydney, além de cantor com público cativo. Você esperava isso quando desembarcou na Austrália?
Bom saber que sou conhecido e popular na comunidade brasileira… (risos). Não esperava essa notoriedade toda. Vim pra cá para descobrir e desafiar o meu eu artístico, revolucionário, precisava dessa experiência… E as coisas foram acontecendo naturalmente. Quando vi estava cantando, envolvido em projetos de arte, comunicação, falando com as pessoas e cantando, que é uma das minhas maiores paixões.



Aliás, quando decidiu vir para a Austrália, qual era o seu objetivo?
Foi uma decisão bem rápida, mas sempre sonhada. Sempre tive vontade de ter uma experiência internacional, falar inglês, experimentar outras vivências e nunca tinha tido oportunidade. Em maio conversei com meu irmão (meu guru) e tomei a decisão. No mesmo mês avisei os meus gerentes e em julho eu estava chegando na Austrália. Meu objetivo principal aqui era aprender inglês e viver novas experiências… Realizei ambos.

Nestes dois anos, o que mais você gostou da Austrália e o que menos lhe agradou?
Sucintamente falando, adoro o jeito despojado dos australianos, os vinhos da região, a consciência ecológica e a segurança que temos aqui. De negativo, acho a indústria da comunicação e entretenimento, que tem muito a melhorar, e a distância do Brasil. Poucos, né?

Quando a música surgiu na sua vida?
Cresci com minha mãe cantando Elis Regina, Clara Nunes, Emilinha Borba, Amelinha, entre outras, e o meu pai escutando o rádio às cinco da matina com o melhor do sertanejo. Nelson Goncalves é o seu favorito. Meu primeiro CD foi do 14Bis, presente do meu irmão. Meus irmãos me influenciaram com o movimento dos anos 80, por eles serem praticamente 10 anos mais velhos do que eu, e nasci no interior, né, roda de violão, garrafão de vinho (daqueles Sangue de Boi) e boas músicas nunca faltaram na minha infância e adolescência. Me reencontrei com a música em 2007/2008 quando comecei a frequentar as aulas de cantoterapia da Sonia Joppert ali na Gávea, no Rio de Janeiro.



Quando descobriu que tinha talento para cantar?
Quando comecei a frequentar as aulas de cantoterapia, a Sonia e os colegas de classe ficavam impressionados com as escalas que eu atingia e a potência da minha voz. Fizemos alguns workshops na região serrana do Rio e tínhamos que cantar para um pequeno público do hotel onde estávamos hospedados. Minha perna tremia "quinem vara verde". No final, os aplausos eram bem entusiasmados. Daí comecei a pensar no assunto. Será mesmo? Minha professora Sonia chegou bem pertinho de mim e falou: "Você pode tudo o que voce quiser!". Arrepiei, né.

Quais são as suas principais influências musicais?
Nao tenho influência musical. Acho que prefiro falar assim. Detesto limitacões. Não posso escolher um estilo de música para me emocionar, eu sou movido pelo som, pela harmonia que toca a minha alma, se vai ser um JAZZ ou um SERTANEJO, só o momento vai me dizer. Existe uma música certa para o momento certo. Toda música e toda musicalidade tem o seu valor, por mais pobre que uma música possa parecer para alguns, a mesma música pode ser trilha sonora de bons momentos para outros.

Como começou o lance de cantar aqui na Austrália?
Há um ano, talvez mais, eu frequentava as festas brasileiras e um dia os meninos do Samba Australia me chamaram pra cantar. Fui! Daí soltei um Tim Maia, bem ao estilo Maia de ser e a galera curtiu. Em Outubro do ano passado, o Andrezinho me convidou pra fazer um domingo todo meu no Coogee Bay Hotel, num projeto da Baluart Productions. Dali em diante não parei mais. Consegui mais duas datas, fiz o CarnaCoogee e o Carnaval na Home, em Darling Harbour, o Cultura Bondi e estava planejando almejar outros voos, mas tive que colocar estes outros projetos on hold.


Qual foi a sensação de saber que independentemente de onde fosse cantar, um grande número de fãs o seguiria?
A sensação foi de muita responsabilidade. Todos nós sabemos o quanto as pessoas trabalham no dia-a-dia e, se saem de casa, é porque elas querem diversão, entreter-se, relaxar. Esse é o meu papel no palco, levar energia, matar a saudade do Brasil, colocar todo mundo pra dançar, interpretar as músicas na vivência das letras, buscar o olhar das pessoas, usar minha voz como instrumento de amor, de amizade, de alegria e também de saudade. Tenho que fazer o meu melhor sempre.

Como foi cantar para algumas pequenas multidões, como o CarnaCoogee, com cerca de 2 mil pessoas, por exemplo? Aliás, qual foi o seu maior público? E qual foi o seu show inesquecível?
Uau! Fazer o CarnaCoogee foi algo mágico e foi o meu maior público, acredito. Não somente pela grandiosidade do evento mas também pela conquista pessoal e o trabalho como produtor artístico, juntamente com o Balu e com o Andrezinho. Levar dois músicos australianos para o palco e eles serem responsáveis pelos sopros nas marchinhas foi algo bem desafiador. Talvez as pessoas não consigam entender a representatividade deste projeto visto que marchinhas de carnaval fazem parte da nossa cultura e da nossa história musical. Um marco pra mim foi minha estreia no Bondi Samba Project, onde a banda foi toda montada por mim e tive que assumir o papel de band leader, gerenciando pessoas, ensaios, repertórios, custos, etc. Todos os meus amigos estavam na plateia para me assistir. Foi confortante tê-los.



Onde você não cantou que gostaria de ter cantado?
Ah, estamos falando de sonho, de goal, de pensar grande? The Basement!

Negro, homessexual e gordo. Tanto no Brasil quanto na Austrália, é uma combinação que foge do padrão de beleza/comportamento socialmente imposto. Mesmo assim você venceu. Por que?
Porque eu não fiquei envolto disso. A primeira atitude é aceitar o seu corpo, o seu jeito de ser e de agir. Uma vez que você se aceita como você é, as coisas ficam bem mais fáceis de serem digeridas. Eu levo amor dentro do meu peito, levo respeito, levo amizade, levo sorriso, levo sinceridade para todas as outras coisas eu, definitivamente, uso MASTERCARD.



Onde você sofre (sofreu) mais preconceito, aqui ou lá? E por quais fatores?
Posso dizer que nunca sofri preconceito, nem por ser gay e nem por ser negro. O que já rolou por exemplo é a pessoa que eu sento no ônibus e a pessoa do lado dar aquela olhadinha pensando “nossa, que gordo me encostando” (risos). Mas falando sério, claro que já rolaram coisinhas do tipo “olha o viadinho”, “o gordo mais gordo” e tal, mas não dava atenção a estas pessoas e como sempre fui muito querido, eu nunca tinha tempo de responder às agressões verbais, primeiro porque eu detesto confusão e segundo porque sempre tinha um amigo que falava antes de mim. Sempre fui rodeado de grandes amigos. Em relação ao fato de ser negro, nunca sofri nada!

Desde que chegou, você emagreceu bastante. Você foi atrás disso ou foi algo que ocorreu naturalmente pelo estilo de vida daqui?
Emagreci 25 kilos pela música. Precisava respirar melhor, melhorar o meu condicionamento físico, ter potência de voz, não dá pra dançar, cantar, interpretar e ainda dar tchauzinho com 140kg, né. Ja vim do Brasil com este pensamento e consegui colocar este projeto em andamento com a ajuda da minha personal trainer Vanessa Lima.

Você teve grandes amores na Austrália? Viveu grandes paixões?
Não. Acho que esse é um ponto que eu queria ter vivido e não rolou. Tive uma vida muito corrida aqui, não tinha tempo pra nada, depois com os shows, então, piorou. Mas posso dizer que provei do tempero australiano… e gostei, viu. Acho que eles são mais tranquilos em relacão a relacionamento, às vezes essa “latinidade” que temos é exagerada.

Voltando alguns anos, quando descobriu a sua homessexualidade?
Quando eu estava na faculdade e consegui minha independência financeira. Fiz 2 meses de terapia e fui me jogar pelas nights gay do Rio de Janeiro. Uma vez me aceito como gay, quis contar para o mundo.



Como foi falar para a família? Qual foi a reação deles?
Foi maravilhosa! Meus irmãos, meus melhores amigos só ficaram preocupados com a reação dos meus pais. Minha mãe me veio com a frase: "Quer dizer que eu não vou ter um neto de voce? É temporario?" (risos) Uma fofa! E o meu pai simplesmente falou que queria a minha felicidade e que me amaria da mesma maneira. Com isso, liguei o foda-se para o resto do mundo! Piegas, mas tenho uma família de ouro!

E depois, no seu ciclo de amizades, na vizinhança, o que aconteceu? Fale um pouco onde você vivia naquela época?
As pessoas já sabiam. O problema estava dentro de mim mesmo, e eu consegui me assumir. A partir desse momento, eu conseguia falar de sexo, homossexualismo, bissexualismo com muita naturalidade. Os meus amigos da faculdade (detalhe, todos heteros) me abraçaram e ficaram felizes por mim, por eu ter verbalizado os meus sentimentos. Eu vivia numa prisão emocional e não sabia. Voltei a sorrir com mais entusiasmo quando me aceitei gay.

Aliás, voltemos mais ainda no tempo. Onde você nasceu e por quais cidades passou até desembarcar em Sydney?
Adoro contar essa história. Nasci em Guacuí-ES, uma cidadezinha perto de Cachoeiro do Itapemirim (cidade do rei Roberto Carlos), com 4.5Kg. Praticamente com dois meses de idade, né? (risos). Mudei pra capital Vitória com 14 anos para me preparar para o vestibular e, aos 17 anos, passei no vetibular na UFF, em Niterói, e começou a minha história no Rio de Janeiro, onde vivi 11 anos antes de vir para Sydney.

Você está voltando para reiniciar a carreira em IT. No que se formou?
Me formei na Universidade Federal Fluminense no curso de Bacharel em Ciência da Computação. Sou especialista em Data Warehouse e Business Inteligence. Complexo, né?

Sei que você também adora teatro, sarau e outras formas de manifestações artísticas, além da música. Pretende segui-las? Dar continuidade?
Enquanto eu estiver vivo estarei envolvido com arte. Já era muito envolvido anteriormente assistindo e atrás das câmeras, mas agora eu quero estar em spot light. Me faz bem e alimenta minha alma. Já tenho alguns projetos em vista no Brasil, assim que eles estiverem em fase de conclusão eu mando notícias pra você colocar aqui e a galera ficar sabendo.



Pensando no futuro, quem o fará mais feliz, o cantor/artista Geleia ou o profissional de IT Leornardo Paixão?
Acho que cantar sempre será minha terapia, meu elo, minha vida, mas não posso negar que a parte financeira é importante, e só agora tenho uma consciência melhor sobre isso, talvez porque eu tenha chegado aos 30 anos. Acho que estarei sempre voltado para o público, sempre em contato com pessoas, e é isso que me faz feliz, independentemente da carreira que eu vier a seguir.

Sei que tem uma multidão de gente triste com a sua ida e que certamente entupirá o Beach Road no próximo domingo. Eu, desde que soube da notícia, lá mesmo, sou um deles. Se quiser, use esse espaço para deixar uma mensagem para os que ficam.
Deixo este país com a certeza de que deixarei amigos e pessoas fortes que lutam pelos seus ideais, sonhos e realizações. Agradeço todo carinho, toda atenção, cada sorriso e abraço recebido, levarei comigo as melhores energias, os melhores momentos, mas a certeza de que um dia nos encontraremos novamente, mesmo que seja por recordações de fotos, mensagens ou mesmo inusitadamente pelos caminhos desencontrados da vida.

“Canto que é do canto que eu vou chegar… ” Marcelo Camelo



Modelo - Léo Paixão
Figurino - Léo Paixão / Flavinha Marquez
Assistente de direção artística - Paola Penina
Produção - Vassi Dyulgerova / Guilherme Infante
Assistente de produção - Vassi Dyulgerova
Direção e fotografia: Guilherme Infante