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domingo, 21 de agosto de 2011

Comida mexicana com música cubana

Para quem gosta de comida mexicana de verdade e música cubana, hoje à noite tem especial no El Cuervo Cantina, em Enmore (ao lado de Newtown).



"De verdade" porque Julio Cienfuegos, o chef e proprietário, é um mexicano defensor da culinária de seu país que tenta, na medida em que os ingredientes permitem, fazer uma cozinha o mais fiel possível ao que se come no México.

O esquema vai ser paga-se $37.50 e come-se taco à vontade, imagino que também terá o a la carte, que é bem em conta, e para beber, clássicos como:


- Santiago de Cuba Rum Mojitos $7.50

- Cuervo Especial Margaritas $7.50

- El Jimador, 100% agave azul tequila $5.50

- Tecate, Mexican beer, La original de bote $5.50

- Sangria Jug $13.50

O som fica por conta de Armandito & Trovason Trio, cubanos que vivem por aqui, e a fanfarra acontece das 17h às 21h30.


200 Enmore Rd, Enmore
(02) 95 654 535

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Fotos de Guilherme Infante, la merricana!!!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Consumo de cerveja e vinho na Austrália

Amyr Klink, o irmão da Ashraf, observou em seu "100 Dias entre o Céu e o Mar" que o consumo alcoólico em terras insulares é muito maior do que nas continentais.

Para vocês terem uma ideia da situação por aqui, a Austrália é uma ilha tão grande, mas tão grande que é considerada continente, já que num passado não tão distante, um norte-americano determinou que a Groenlândia é a maior ilha do planeta, e com isso, qualquer porção contínua de terra maior do que ela seria considerada continente.


Como a Austrália é maior do que a "Grô", tecnicamente somos uma ilha ao cubo - de gelo, etilicamente falando, uma espécie de nação on the rocks com a Antárctica logo abaixo.

E hoje, ao receber do Australian Bureau of Statistics os últimos dados sobre o consumo alcoólico por aqui, fiquei muito feliz em saber que em 2010 tivemos na Austrália 68 452 000 litros de vinhos disponíveis para o consumo no mercado, sendo que cada pessoa acima de 15 anos bebericou média de 3.81 litros, o que dá cerca de 5 garrafas por ano.


Numa projeção absolutamente amigável com o meu fígado, vamos chutar que em 2010 tomei somente uma boteja por semana, o que nos dá 52 garrafas no ano ou 39 litros. Tendo em vista a média de 3.81 litros do bureau australiano, só me resta vir a público e pedir desculpas por ter enxugado a cota anual de boa parte da população. I´M SORRY!

PS: no Brasil, o consumo de vinho é de cerca de 2 litros por pessoa, o que significa que o Paulinho e o Fafau deveriam fazer o mesmo.

Mudando da água para o vinho, no caso, do vinho para a cerveja, na mesma pesquisa o ABS divulgou que em 2010 tivemos 79 734 000 litros de cerveja disponíveis no mercado, números que certamente garantiram o bom funcionamento dos pubs, bottle shops e da sociedade australiana, este primor de capitalismo-democrático que teima brincar de monarquia.


Dessa quantia, 4.44 litros foram consumidos por cada pessoa acima dos 15, o que me faria morrer de rir no caso de uma projeção de quanto tomei em 2010. Neste caso, nem pedido de desculpas adiantaria - ser jogado aos cangurus em praça pública talvez fosse o mais justo.

O que mais gostei da pesquisa foi o gráfico de "long term trend", que mostra que nos últimos 50 anos a quantidade de cerveja disponível para consumo caiu drasticamente, ao mesmo tempo em que a de vinho subiu substancialmente (só para usar termos técnicos).

Hoje, 43% do que tem disponível para tomar é cerveja e 37% vinho (em 1960 era 76% contra 12%, respectivamente). Sinal que os ilhéus estão refinando o gosto (ou tomando mais vinhos de caixinha, não sabemos).

Por tudo isso e sendo sexta-feira, preciso admitir que:

1. Estou escrevendo este post no Palace, pub ao lado de casa, já que está rolando inspection por lá (adoro inspections às sextas).


2. Mais tarde, no Cock n´ Bull (Bondi Junction), o pub que mais consumi cerveja no primeiro ano de Austrália, tem reggae ao vivo e de graça com Ziggy and Wild Drums. Imperdível!


3. Para quem está em Manly, Fernando Aragones se apresenta com o Costa Rae no The Old Manly Boatshed (Corso), a partir das 20h.


4. Amanhã tem dica de vinho no blog.

Bom final de semana a todos e saúde!


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domingo, 22 de maio de 2011

1, 2 3... testando!

Finalmente, acabou o meu plano de celular, o que significa que aderi ao iPhone. Para ver se ele de fato agiliza a minha vida - e a do blog -, hoje farei um teste.

Como está um belo domingo de sol e irei ao meu bairro preferido de Sydney (na verdade, ao meu pub número um na Austrália), passarei o dia tirando chapas e publicando neste post para ver se realmente funcionam, se a qualidade é boa etc.

Espero que gostem!

Em tempo: não consegui fazer o upload do celular para o blog como planejara. Precisei baixar as chapas no computador após a jornada e atualizar o blog de uma vez. Mas aprenderei para a próxima vez.

















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quinta-feira, 31 de março de 2011

MPB na Brazilian Box

Alguém já foi na Brazilian Box, pizzaria recém-inaugurada em Darlinghurst, perto da Taylor's Square (24 Flinders Street)?

Eu ainda não e os comentários que ouvi inicialmente não foram bons. Porém, parece que eles mudaram algumas coisas no cardápio, no próprio atendimento e nas últimas duas semanas ouvi elogios.


Pelo o que entendi, a proposta da casa é fazer pizza ao estilo que temos no Brasil, ou seja, usando ingredientes como catupiry, palmito, gorgonzola, provolone e outros que não são usuais nas pizzas daqui. E a melhor maneira para descobrir se é boa ou não, é indo lá.

Minha dica é para irem às quintas-feiras, noite em que o Mestre Jeronimo, um dos caras que mais toca violão por essas bandas, desfila um repertório de MPB bem ao estilo dos bares brasileiros. Hoje ele se apresenta das 19h45 às 22h15.

Outra opção é ir neste sábado, quando a cantora Rafaela Nardi soltará seu vozeirão - o número um do Hero of Waterloo - a partir das 20h, também com muita MPB. No sábado, sei que eles cobram $10 de couvert, mas com direito a uma cerveja Skol ou refrigerante. Às quintas, imagino que não cobram nada, mas não tenho certeza (na dúvida, liguem lá: 1300 771 663). Segundo o site, as pizzas variam de $17.95 a $23.95, enquanto o calzone tem preço único de $12.

De qualquer maneira, vale a pena dar uma olhada para conhecer e fiquem à vontade para comentar aqui no blog. Assim que der, também darei um pulo para ver e escrever.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Cintia Pannebecker - Despedida e Homenagem

Desde que comecei a conhecer as Marisas, grupo de corneteiras de Sydney que, uma a uma, fui ficando amigo, sempre ouvi falar de uma tal de Cintia.



Demorou mais de um ano, até que numa sexta-feira, no 505, a Vivi nos apresentou. Gente finíssima e chef de cozinha formada no Le Cordon Bleu, a conversa logo engrenou e já marcamos para a segunda-feira seguinte (ou terça, não lembro) de fazer uma receita para a Radar Magazine.

Como o tema era cerveja artesanal, partimos do princípio de que a bebida deveria entrar no preparo, e ela logo sugeriu Galinha cozida na cerveja preta. Gosto dos galináceos, mas não sou nenhum entusiasta, tanto que ainda não havia dado nenhuma receita com frango, galinha ou o que mais tivesse asas e não voasse. Justamente por isso, e por confiar 100% no pouco que conheci dela, embarquei sem o menor receio.

Resultado: foi o melhor prato à base de galinha que comi na vida!

Em dezembro do ano passado, recebemos a notícia de que a Cintia voltaria para o Brasil. Fiquei triste por perder uma nova amiga, triste por saber que Sydney está perdendo uma excelente chef e o que mais me impressionou foi a tristeza das amigas, que só aumentou nesses últimos dois meses.

Hoje à noite, teremos a festa de despedida e amanhã ela embarca de volta para Porto Alegre. Em homenagem, não só publiquei no final deste post a receita que fizemos (a matéria completa pode ser lida aqui), como também pedi para as amigas escreverem mensagens de despedida, que as publico a seguir:



Gatona, fico triste que você se vai, mas acredito que nada na vida é por acaso e tenho certeza de que você terá muitas oportunidades no Brasil para mostrar o seu talento gastronômico. Obrigada pelos momentos que passamos juntas, pelos rangos, pelas nights, pelos conselhos e por ter acrescentado coisas boas na minha vida. Vai com Deus e te vejo em breve. Beijão bem grandão!
Lili

Apesar de estar prestes a deixar as Marisas desfalcadas, tenho certeza de que o Brasil está te aguardando de braços abertos, pois a experiência que você adquiriu aqui vai abrir muitas portas. Que você continue sempre com planos em mente e batalhando pelo que quer. Vou sentir muita saudade das prosas. Vai com tudo que tem muitas conquistas pela frente.
Belinha

Cintia, te desejo muita sorte e sucesso no teu retorno... Sei que você encontra (e leva) felicidade aonde quer que você vá... E sei que você vai se dar muito bem no Brasil. O Brasil precisa de pessoas como você... Você vai fazer muita falta aqui com seu jeitão único, de ser muitas em uma: minha mãe, minha irmã, minha amiga, minha consultora, minha flatmate, minha cozinheira favorita, minha diversão, meu silêncio, meu suporte.... Vejo você ir com o coração mais tranquilo porque sei aonde te achar...Te cuida e não esqueça que te amo! Te vejo no final do ano...Você segue sendo meu exemplo...
Su (e Bambamzinho)



Afinidade - por Arthur da Tavola

"...afinidade - existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas......afinidade é ficar longe pensando parecido, é ficar conversando sem trocar palavras... Afinidade - é nao lamentar o tempo de separação - porque tempo e separação nunca existiram: foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar..." Cintia Maria, não vá:) love you amiga!
Vivi Biesemeyer

Se eu fosse escrever uma frase agora sem pensar muito... seria que a Cintia tem um humor requintado, por ser muito inteligente, ela sabe usar isso muito bem com frases certas na hora certa, conteúdo total, energia mais do que boa, vai fazer falta!!! Besos!
Rafa Nardi

Querida Cintia, estrelas como a sua brilham em qualquer lugar e iluminam por onde passam. Foi um imenso prazer encontrar uma alma como a sua na minha vida. Que você tenha muito sucesso na sua volta ao Brasil. Sei que vai arrasar por lá. Obrigada pelas conversas, pela amizade, pelas risadas, pelo carinho e pelos maravilhosos quitutes. E saiba que aquele bobó de camarão ficará na história, na minha história, na da minha filhinha e com certeza na sua. Vai com fé! Vai que é sua!Sei que nos reencontraremos um dia. E você, aqui em terra australis, será sempre lembrada e viverá para sempre na nossa história. Agradecemos todas por termos tido a oportunidade de ter você por aqui. Que a Sagrada Mãe Natureza te abencoe e te ilumine em todos os seus dias! Abraco apertado!
Paola e Macaquinha



Galinha na cerveja preta

Ingredientes para 4 pessoas
1 fio de azeite
1 colher (sopa) rasa de manteiga
4 coxas e 4 sobrecoxas
2 cebolas grandes picadinhas
6 dentes de alho picadinhos
1 pacote de creme de cebola em pó
2 latas de cerveja Guinness (ou outra cerveja preta seca)
1 ramo de alecrim
Sal, pimenta preta e molho de soja (shoyo) a gosto

Preparo
Em uma frigideira, aqueça o azeite de oliva, a manteiga e sele as coxas e sobrecoxas - até ficarem levemente douradas. Retire a galinha e, na mesma frigideira, coloque a cebola para dourar (3 minutos), seguida pelo alho. Deixe dourar por uns dois minutos. Em uma panela grande, coloque a galinha, a cebola, o alho, o creme de cebola, a cerveja e o ramo de alecrim. Tampe e deixe em fogo alto. Assim que começar a ferver, baixe o fogo e deixe a panela tampada, cozinhando, de 45 minutos a uma hora. Quando a carne começar a descolar do osso da coxa, é sinal que está pronta. Retire o frango da panela e reserve-o em um prato. Coe o molho e coloque-o na frigideira em fogo alto para reduzir e encorpá-lo (uns 10 minutos). Com uma colher, retire da superfície o excesso de gordura liberado pelo frango. Coloque o frango de volta na frigideira para reaquecer e ajuste o sabor (sal, pimenta preta e molho de soja). Sirva acompanhado de aipim cozido temperado com sal e manteiga, e uma farofa simples por cima do aipim.

Amigos enogastronômicos do Brasil, fiquem atentos a este nome: Cintia Pannebecker.

Cintia, você é craque e vai se dar muito bem. Beijos!

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Elvis e o gênio de Northern Territory

Tem coisas que só acontecem na Austrália. Outras, ainda mais específicas, ocorrem somente num território distante e setentrional chamado Northern Territory (NT).



Em termos de tamanho, Northern Territory é a terceira maior divisão federal do país, porém, em termos populacionais, possui apenas uma cidade ranqueada entre as vinte mais populosas da Austrália. Esta é justamente Darwin, a capital, que ocupa a décima sexta colocação com seus 124 mil habitantes (detalhe: NT tem aproximadamente 230 mil que vivem distribuídos numa área de 1,420,970 km2).

Morar em Northern Territory não é pra qualquer um, basicamente por dois motivos: primeiro porque boa parte do território é deserto, o chamado Outback; segundo porque na faixa litorânea, o único lugar onde é possível se refrescar, há crocodilos de água salgada que chegam a seis metros de comprimento.



O resultado dessa equação é simples: quem mora lá, está cagando e andando (literalmente)!

O último caso aconteceu na noite do ano novo, aquela mesma em que boa parte da população vestia roupas íntimas novas, comia lentilha, estourava Champagne, pulava sete ondas e fazia oferendas para Iemanjá.

No Humpty Doo Hotel, em Darwin, Trevor Yeend, um típico aussie aussie aussie oi oi oi, vestindo apenas bermuda e chinelo e montado em Elvis, seu cavalo de estimação, meio de transporte e fiel companheiro, adentrou no estabelecimento e pediu uma cerveja.

Sim, foi isso mesmo o que vocês leram!

O homem entrou no pub montado no cavalo, em pleno reveillon e pediu uma cerveja, a saideira da década. Um verdadeiro gênio!!!

O funcionário se assustou, os diplomatas e embaixadores que estavam no bar caíram na gargalhada e Elvis, à imagem e semelhança da atitude do dono, cagou e andou no Humpty Doo Hotel.

Para não falarem que estou mentindo, a vã tecnologia está aí para me ajudar.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Fanfarra Day

Gilberto Gil, em música de Stevie Wonder, escreveu:

Não é Natal / Nem ano bom / Nem um sinal no céu / Nenhum armagedom / Nenhuma data especial / Nenhum ET brincando aqui / No meu quintal

Depois o ex-ministro continua:

Nem carnaval / Nem São João / Nenhum balão no céu / Nem luar no sertão / Nenhuma foto no jornal / Nenhuma nota na coluna social / Nenhuma múmia se mexeu / Nenhum milagre da ciência / Aconteceu / Nenhum motivo nem razão

Uso as palavras de Gil (pegaram o sotaque?) para perguntar: por que cargas d'água hoje é feriado na Austrália?

Não que eu esteja reclamando, longe disso, mas não faz o menor sentido, principalmente pelo fato de chamarem o feriado de New Years Day.

Que eu saiba, New Years Day é o primeiro dia de janeiro, o dia mundial da ressaca. Mas os australianos aproveitam o dia primeiro para curar a ressaca da véspera, depois tomam tudo novamente no dia dois, usam o dia três - hoje, plena segunda-feira - para curar a ressaca de ontem, e somente iniciam o ano de labuta na terça-feira, dia quatro. Pra mim, só há uma explicação: fanfarrice total!

Viva o Fanfarra Day!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A notícia da virada 2010/11

Essa é a continuação da rua de casa, o que significa que logo ali está o Mar da Tasmânia, no trecho conhecido como Bondi Beach.



Viver pertinho da praia foi um dos objetivos que me trouxe à Austrália, mas desde que voltei a morar em North Bondi, em junho deste ano, algo estava faltando.

Quando morava aqui, no mesmo chatêau, entre 2008/09, tínhamos a pouquíssimos metros de casa o que chamamos de local bottle shop, estabelecimento vital para qualquer vizinhança.

Porém, em uma das medidas mais egoístas, anti-democráticas e injustas que se tem notícia, ele veio abaixo juntamente com boa parte do quarteirão, já que o proprietário do terreno subiria um prédio novinho para valorizar seu patrimônio.



Ben Buckler, um simpático senhor que, juntamente com a família, alugava uma das lojas para oferecer o serviço vital para qualquer vizinhança, recebeu uma compensação e foi cuidar dos passarinhos por intermináveis meses.

Mas é com mesopotâmica alegria que informo que... Ben está de volta.



É verdade! Ben Buckler voltou ao antigo endereço - agora em prédio novo - e com isso a alegria está de volta à North Bondi. Sim, meus amigos, brasileiros, artistas, locais e artistas locais voltaram a sorrir.



O prédio, como podemos ver, ainda não está pronto, mas tratando-se de um serviço vital para qualquer vizinhança, já funciona improvisadamente.

E, claro, continuemos a prestigiar o Nirvana do nosso Luis, a Vintage Cellars que vinha nos salvando, mas para aquela cervejinha local ou vinhozinho de última hora, é andar alguns passos, falar com um dos Buckler's e abrir o sorriso.



Sem dúvida, a grande notícia da virada. Feliz 2011!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Studio Art, cerveja artesanal, jazz e Céu



Se tem alguém que desde o início me ajudou com o projeto de viabilizar a versão em inglês do meu livro na Austrália, essa pessoa é a Marcia Monje. Chegamos perto de trazer um grupo de xavantes pra cá, mas por questões burocráticas não rolou. O projeto, por ora, está parado, mas no dia em que as limitações do visto de estudante se tornarem coisas do passado, ele volta com tudo.

Citei a Marcia porque neste final de semana ela concretizará um projeto maravilhoso que desenvolveu com o australiano Chris Lamaro, o Start Studio Arts Fest.



A ideia é simples: levar o público para dentro dos estúdios e ateliers dos artistas.

Pra isso, ela reuniu 92 artistas de renome, que estão espalhados por 16 estúdios em 10 subúrbios. Levemente megalomaníaco, mas sensacional.

O Start Studio Arts Fest acontece neste sábado e domingo, das 10h às 17h, em Annandale, East Sydney, Leichhardt, Lilyfield, Mosman, Newtown, Redfern, Rozelle, St Peters, Surry Hills e Alexandria.

A entrada é grátis e quem não for não vai para o Céu. É sério!

Dica: tentem passar no de Mosman (Headland Park 1100A Middle Head Road), que segundo ela é fantástico.

Site



Neste sábado e domingo, também tem festival de cerveja.

The Australian Heritage Hotel, um dos pubs mais emblemáticos de The Rocks, promove a sexta edição do seu tradicionalíssimo The Australian Beer & Wine Festival, das 12h às 20h.

Dica: esqueçam o vinho, foquem na cerveja.

Estará participando a nata das cervejarias artesanais (ou de boutique, se preferirem) do terceiro continente à sua escolha, incluindo: 4 Pines, Little Creatures, McLaren Vale, Scharers, Matilda Bay, Blue Tongue, Stone & Wood, Fusion, Endeavour, James Squire e Balmain.

A entrada é grátis, 10 tickets de degustação custam $10 e a caneca $5. Quem não for, claro, não vai para o Céu. Quem for, o espírito subirá e o corpo ficará muito bem servido aqui em baixo.

Site



Também no sábado e domingo, em Balmain e Rozelle, fechando a semana gastronômica que rolou na nobre área, vai ter jazz ao vivo com trio de sax, piano e contra-baixo, das 11h às 14h. Para saber o local exato, clique aqui.



Arte, cerveja artesanal, jazz e, com certeza, muita mulher bonita. Deve ser isso o que chamam de paraíso. Quem não for, já sabe...

Aliás, no domingo, Mary MacKillop será canonizada no Vaticano, tornando-se a primeira santa australiana. Não preciso dizer mais nada.



Amém!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Dia dos Pais no Brazilian Fields Centennial Park

Seguindo a linha do post anterior, não é apenas a primavera que segue o estilo micareta por aqui, ou seja, fora de época. Mas o Dia dos Pais também.



É verdade! A maioria dos países que celebram o Father’s Day, o faz no terceiro domingo de junho, incluindo aí Argentina, Chile, África do Sul, França, Holanda, Estados Unidos, Irlanda, Japão e Malásia.

Outros países como Portugal, Espanha, Itália, Andorra, Bolívia, Honduras e a minha saudosa Liechtenstein comemoram em 19 de Março, dia de St Joseph, o popular São José de Nazaré.



No Brasil, como sabemos, a data é celebrada sempre no segundo domingo de agosto. Já na Austrália...

Bem, certamente por razões que só os nativos do terceiro continente à sua escolha conhecem, por aqui e na vizinha Nova Zelândia o Dia dos Pais é comemorado no primeiro domingo de setembro, dia 6 este ano.



E já que se trata do próximo, nós, do Sydney Brazilian Social Club, mais conhecido como Canarinhos, faremos uma grande festa no nosso campo, o Brazilian Fields Centennial Park (veja mapa no link abaixo).

Se você estiver em Sydney, apareça! A festa será das 10 da manhã às 4 da tarde, e além da tradicional pelada (futebolisticamente falando), teremos muita cerveja, refrigerante, churrasco e, claro, um especialíssimo e delicioso feijão tropeiro preparado pela Mana.



Isso mesmo! Feijãozinho da tropa 100% tupiniquim. Traga a família, os amigos, os flatmates gringos e venha passar um domingão ensolarado no melhor endereço brasileiro de Sydney: o Brazilian Fields Centennial Park.

Who: Father's Day 2009
When: 6th September - 10am to 4pm
Where: Brazilian Fields (field number 7) - Centennial Park - Sydney
Entry: Free

QUEM ESTIVER NA CIDADE E NÃO FOR, NÃO VAI PARA O CÉU!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Bandeirando



Quando o Sydney Brazilians Social Club, o popular Canarinhos, parecia que iria engrenar, a coisa novamente desandou e saímos de campo com mais uma derrota, além de um futuro incerto na competição. O time começou jogando bem, Celê voava na ala esquerda, mas os jogadores não conseguiram empurrar a bola pra dentro. Na segunda etapa (ops, segundo round), nosso goleiro falhou, o ataque não marcou e a vaca foi para o brejo: 1 a 0 Phoenix.



Mas o destaque mesmo foi a minha estréia como linesman. Isso mesmo! Ban-dei-ri-nha! A Austrália nos proporciona coisas fantásticas, entre elas iniciar atividades jamais pensadas anteriormente.



Desde que cheguei, trabalhei um ano como garçom, 2 dias numa obra, 1 dia em uma bakery, virei cartola de futebol e ontem bandeirinha. Cada um, claro, tem as suas manhas e segredos.

Na bakery, por exemplo, o segredo é ficar sempre atento, pois padeiro distraído acaba queimando a rosca. E essa, definitivamente, não é a idéia. Já os segredos de um bom bandeira são 3: ele não pode ficar parado, deve manter um olho no peixe e outro no gato e ter uma cerveja gelada sempre à mão. Explico!



Acompanhar os lances correndo transmite maior credibilidade. Toda vez que o La Cicciolina ou o 4 in Hand atacavam, eu ia junto com a bandeira abaixada. Quando marcava ou deixava de marcar alguma coisa, os jogadores, vendo que eu estava em cima, respeitavam a decisão. Apenas em um lance polêmico, que resultou em gol, tive problemas. Dois zagueiros reclamaram bastante, mas eu mandei um sonoro “Same line! Same line!”, “Keep playing or I’ll report you to the referee”, e os caras ficaram quietos. Fácil!

Foto tirada pelo Tira-Teima

Lance dificílimo, mas não para um bandeira que voa.

O ideal seria que todo bandeira fosse vesgo. Mas aquele vesgo com um olho para cada lado, não os dois para o centro. Só assim ele teria 100% de precisão para marcar os impedimentos decorrentes de lançamentos de longa distância. Fico imaginando que craques como Gérson e Pita eram os terrores dos bandeiras. Eu, que não sou vesgo, tive certa dificuldade, pois os australianos jogam muito na base do chutão. E aí, era sempre um olho no zagueiro que chutava lá de trás e outro nos atacantes lá na frente.

E, claro, uma cervejinha gelada do lado ajuda. Sabem como é, sol forte, aquela solidão danada, pois só o lateral é seu amigo, e o restante do seu time bebendo no campo ao lado (além de cornetar, claro). O jeito era aproveitar os escanteios do lado do Marcone, o bandeira número dois (ou seria o número um?), e dar uma refrescada.



Ao término da partida, nada de dedo em riste, escolta da polícia, copos com xixi ou referências à dona Ana Maria (minha mãe). Fui ao centro do gramado, parabenizei o árbitro pelo bom trabalho – ele fez o mesmo – e embolsei 25 doletas (tchu-tchín!), que horas depois, no ótimo Australia and Brazil Music Festival, viraram Tooheys New. Aliás, texto sobre o festival nos próximos dias.