Kema Rajandran, esta simpática cidadã australiana de origem indiana, está causando frisson (para usar um termo da indústria) no mundo da moda australiana. Não por ar-ra-sar (para usar outro termo da indústria) na passarela, mas em virtude da uma polêmica.
Após 2 anos trabalhando como modelo no Reino Unido, Kema decidiu tentar a sorte em Perth, capital de Western Australia, um estado muito muito distante de qualquer outro lugar do planeta (incluindo os estados vizinhos).
Pausa para congratulações em Perth: Roberta Toneto, Anderson e, por tabela, dona Elisa e seu Luiz Carlos, parabéns pela ótima notícia. Xixão, a pressão só aumenta no senhor, meu caro, welcome to my world!
Voltando: na segunda-feira passada, Kema enviou uma pequena biografia e fotos para a agência de modelos Chadwick Models, que respondeu dizendo que ela é muito fotogênica e serviria para um dos quadros da agência, porém com a ressalva de que pelo fato dela não ser de origem caucasiana, as oportunidades de trabalho em Perth seriam extremamente limitadas. A morena está possessa!
O mundo da moda, com raríssimas exceções (Naomi Campbell é uma delas), é dominado por loiras, loiras, loiras pintadas de ruivo, modelos com cabelos castanho claro, morenas com olhos verdes ou azuis, morenas exóticas e... mais loiras. Seja em Paris, Milão, São Paulo, Nova York ou Sydney. E Perth, apesar de muito muito distante de qualquer um destes centros, não foge à regra.
A Chadwick Models, claro, já está sendo alvo de uma avalanche de críticas, mas antes de pregá-los na cruz, pergunto: foram eles racistas ou realistas?
Sinceramente, acho que a Chadwick Models é apenas a ponta do iceberg. Eles deixaram de lado a comumente hipocrisia e falaram a verdade - verdade essa que reflete a real face de uma indústria que segue padrões absolutamente específicos de beleza - padrões essses que são, no mínimo, excludentes, e que talvez sejam o reflexo de algo ainda maior: o racismo inerente à sociedade ocidental.
E vocês, o que acham?
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quarta-feira, 16 de março de 2011
segunda-feira, 14 de junho de 2010
Queen’s Birthday - Um viva às rainhas
Texto originalmente publicado no ano passado.
Hoje é o aniversário da rainha, o que não significa que a nossa gloriosa rainha Elizabeth II tenha completado mais uma primavera. Mesmo assim é feriadão nacional. Bem, não 100% nacional, pois o estado de Western Australia só comemora o Queen’s Birthday entre setembro e outubro. Esquisitices à parte, estamos em um final de semana prolongado por conta da Família Real Britânica.
Pra nós, brasileiros republicanos, é um pouco estranho comemorar o aniversário de uma rainha, principalmente estando aqui no hemisfério sul, a milhas de distância do Reino Unido. O mais próximo de rainha que eu tive, enquanto brasileiro, republicano e oitentista, foram a Hortência e a Xuxa.
A primeira, desde que me lembro por gente, sempre foi a rainha do basquete, uma das maiores de todos os tempos que, como boa brasileira, posou pra Playboy. Já a segunda fez o caminho inverso. Começou na Playboy (bem, na verdade um pouco antes, mas isso não é da minha conta), teve um caso com o rei, continuou com pouco roupa e, entre beijinhos, beijinhos e tchaus, tchaus, se tornou a rainha dos baixnhos.
Independentemente do naipe, um viva às rainhas!
Hoje é o aniversário da rainha, o que não significa que a nossa gloriosa rainha Elizabeth II tenha completado mais uma primavera. Mesmo assim é feriadão nacional. Bem, não 100% nacional, pois o estado de Western Australia só comemora o Queen’s Birthday entre setembro e outubro. Esquisitices à parte, estamos em um final de semana prolongado por conta da Família Real Britânica.
Pra nós, brasileiros republicanos, é um pouco estranho comemorar o aniversário de uma rainha, principalmente estando aqui no hemisfério sul, a milhas de distância do Reino Unido. O mais próximo de rainha que eu tive, enquanto brasileiro, republicano e oitentista, foram a Hortência e a Xuxa.
A primeira, desde que me lembro por gente, sempre foi a rainha do basquete, uma das maiores de todos os tempos que, como boa brasileira, posou pra Playboy. Já a segunda fez o caminho inverso. Começou na Playboy (bem, na verdade um pouco antes, mas isso não é da minha conta), teve um caso com o rei, continuou com pouco roupa e, entre beijinhos, beijinhos e tchaus, tchaus, se tornou a rainha dos baixnhos.
Independentemente do naipe, um viva às rainhas!
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quarta-feira, 14 de abril de 2010
Nas águas da Austrália fechando a circunavegação
Enquanto o navio chinês Shen Neng 1 continua seu rastro de destruição na Grande Barreira de Corais, iniciado em 3 de abril; e a Austrália suspende por tempo determinado os pedidos de asilo do Afeganistão e Sri Lanka, após a marinha ter interceptado mais um barco tentando entrar ilegalmente por essas bandas; Jessica Watson, a versão adolescente e de saia do Amyr Klink, já navega em águas australianas. É verdade!
Canal de óleo de 3 km. Well done Shen Neng 1!
Ela, que está prestes a se tornar a pessoa mais jovem do mundo a circunavegar o planeta sozinha e sem assistência, na segunda-feira completou 20 mil milhas náuticas, o dobro que havia navegado em toda vida.
Jessica, 16 anos, partiu da Sydney Harbour em 18 de outubro de 2009 a bordo do Ella's Pink Lady, em 13 de janeiro deixou para traz o Cabo Horn, na América do Sul, em 24 de fevereiro foi a vez do Cabo da Boa Esperança, na África, e na última segunda o Cabo Leewuin, no extremo oeste da Austrália (clique aqui para ver onde ela está).
Em meio a tanto enlatado, uma lulinha fresca que pulou no deck.
Agora, conforme informou em seu blog, em vez de seguir pela Great Australian Bight, entre os estados de Western Australia e South Australia, e depois atravessar o Bass Strait entre Victoria e Tasmania, Jessica deverá se afastar da costa e passar ao sul da Tasmania para evitar o Bass Strait, que é cheio de barcos e ilhas (o que significa poucas horas de sono) e também porque a previsão de vento não é das melhores.
Restam aproximadamente 2500 milhas náuticas e pelo que tudo indica o desembarque histórico em Sydney deverá acontecer nos primeiros dias de maio. Como já disse anteriormente, sou um entusiasta dela e se puder, irei.
Canal de óleo de 3 km. Well done Shen Neng 1!
Ela, que está prestes a se tornar a pessoa mais jovem do mundo a circunavegar o planeta sozinha e sem assistência, na segunda-feira completou 20 mil milhas náuticas, o dobro que havia navegado em toda vida.
Jessica, 16 anos, partiu da Sydney Harbour em 18 de outubro de 2009 a bordo do Ella's Pink Lady, em 13 de janeiro deixou para traz o Cabo Horn, na América do Sul, em 24 de fevereiro foi a vez do Cabo da Boa Esperança, na África, e na última segunda o Cabo Leewuin, no extremo oeste da Austrália (clique aqui para ver onde ela está).
Em meio a tanto enlatado, uma lulinha fresca que pulou no deck.
Agora, conforme informou em seu blog, em vez de seguir pela Great Australian Bight, entre os estados de Western Australia e South Australia, e depois atravessar o Bass Strait entre Victoria e Tasmania, Jessica deverá se afastar da costa e passar ao sul da Tasmania para evitar o Bass Strait, que é cheio de barcos e ilhas (o que significa poucas horas de sono) e também porque a previsão de vento não é das melhores.
Restam aproximadamente 2500 milhas náuticas e pelo que tudo indica o desembarque histórico em Sydney deverá acontecer nos primeiros dias de maio. Como já disse anteriormente, sou um entusiasta dela e se puder, irei.
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Horário de verão (daylight saving), de primavera, de outono...
Às duas horas da madrugada do próximo sábado pra domingo, 4 de outubro, começa o horário de verão na Austrália. Bem, em quase toda a Austrália...
Se você mora em Canberra (ACT), New South Wales, South Australia, Victoria ou Tasmania, adiante o seu relógio uma hora e aproveite os próximos 6 meses, pois o daylight saving vai até 4 de abril de 2010.
Isso mesmo! Nesses estados e no Distrito Federal (ops, no Australian Capital Territory), o horário começa na primavera, atravessa o verão e termina no outuno. Parece coisa do Brasil!
Caso você viva em Western Australia, o horário de verão começa somente em 25 de outubro (não me pergunte porquê), também às duas da manhã, e termina em 28 de março de 2010.
Se você vive em Queensland, não se preocupe, pois aí não tem horário de verão.
E se você vive em Northern Territory, onde também não há daylight saving, pergunto: o que você está fazendo aí, no meio de tanto crocodilo gigante de água salgada?
Crocodilo de 5.5 m capturado em 18/set, em Darwin
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quinta-feira, 10 de setembro de 2009
O maior campo de golf do mundo
Logo mais, em 22 de outubro, vai ser inaugurado na Austrália o maior campo de golf do mundo, o Nullarbor Links. Com 1365 km, o campo cruza dois estados, entre as cidades de Kalgoorie, em Western Australia, e Ceduna, em South Australia. Cada um dos 18 buracos está em uma cidade diferente, e a distância média entre um buraco e outro são 66 km.
Com tamanha grandiosidade e se tratando de Austrália, não preciso dizer que a idéia surgiu com uma botejinha. É verdade! Alf Caputo e Bob Bongiorno, de saco cheio de viverem no meio de uma estrada imensa sem nada pra fazer, idealizaram o projeto enquanto tomavam um vinhozinho tinto. Nada mal!
É óbvio que ninguém fará os 18 buracos em um dia. A idéia é viajar até lá, se hospedar pela região e ir jogando aos poucos. Em 4 dias é possível completar tudo. Alguns buracos estão em campos de golf já existentes que acabaram sendo incorporados ao Nullarbor Links. Outros foram construídos especialmente para o projeto.
Ocupando áreas que vão do Outback ao litoral, ao longo do percurso pela Eyre Highway é possível ver animais típicos como cangurus, wombats, camelos e, acreditem, até baleias, as grandes estrelas do buraco 5.
Com tamanha grandiosidade e se tratando de Austrália, não preciso dizer que a idéia surgiu com uma botejinha. É verdade! Alf Caputo e Bob Bongiorno, de saco cheio de viverem no meio de uma estrada imensa sem nada pra fazer, idealizaram o projeto enquanto tomavam um vinhozinho tinto. Nada mal!
É óbvio que ninguém fará os 18 buracos em um dia. A idéia é viajar até lá, se hospedar pela região e ir jogando aos poucos. Em 4 dias é possível completar tudo. Alguns buracos estão em campos de golf já existentes que acabaram sendo incorporados ao Nullarbor Links. Outros foram construídos especialmente para o projeto.
Ocupando áreas que vão do Outback ao litoral, ao longo do percurso pela Eyre Highway é possível ver animais típicos como cangurus, wombats, camelos e, acreditem, até baleias, as grandes estrelas do buraco 5.
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segunda-feira, 20 de abril de 2009
Comprando vinho (australiano) na Austrália
Matéria minha publicada na edição 4 da Radar Magazine, disponível aqui em Sydney, na Gold Coast e em Brisbane.
Se você, toda vez que vai comprar um vinho, fica horas olhando para aquela infinidade de garrafas e acaba levando o mesmo de sempre por receio de escolher um desconhecido que não agrade, aqui vai um mini-roteiro para facilitar a sua próxima ida a um bottleshop ou loja especializada.
A Austrália conquistou o seu espaço no cenário mundial produzindo vinhos de qualidade com preços acessíveis. Claro, tem os “canhões” que custam $100, $200, $1000, e são espetaculares, assim como as “bombas”, que são baratíssimas e proporcionam grandes dores de cabeça. Mas a partir de $8, $10, é possível achar vinhos honestos, que são bons e fáceis de serem bebidos; desembolsando $15, $19, há vinhos muito bons; entre $20 e $25, há ótimos vinhos; e, acima disso, você corre o risco de encontrar a felicidade engarrafada.
Branco ou tinto?
Se entrar na loja sem a menor idéia do que quer, o primeiro passo é definir entre branco e tinto. Existem outros tipos como rosé, espumante, fortificado e de sobremesa, mas não vamos complicar. O branco é ideal para dias quentes, enquanto o tinto é perfeito para épocas mais amenas ou frias (tintos leves na primavera e outono, e tintos mais encorpados no inverno). Uma vez difinido o tipo, é hora de escolher a uva. Entre as que se deram melhor nos solos australianos, destaquemos 3 brancas e 3 tintas.
UVAS BRANCAS
Chardonnay
Branca mais popular do mundo, ela varia bastante de acordo com o clima. Nas regiões mais frias da Austrália produz vinhos leves e frescos, nas quentes vinhos complexos e untosos. Os aromas e sabores variam de frutas cítricas e tropicais como pêssego, melão, pêra e abacaxi, a toques amadeiradas e amanteigadas. Melhores regiões: Adelaide Hills, Yarra Valley e Mornington Peninsula (frias), Hunter Valley e Margaret River (quentes). Experimente: Brookland Verse 1 Margareth River 2006.
Semillon
Semillon na Austrália é sinônimo de Hunter Valley. Ou seria o contrário? Quando jovem, ele é um vinho fresco e vibrante, com sabores e aromas herbáceos e de frutas como lima, manga e pêssego. Com o tempo, envelhece muito bem e adquire características mais complexas de tostado e mel. Tem Semillon que só chega ao seu auge após 10 anos na garrafa, o que não é comum entre os brancos do dia-a-dia. As regiões de Margareth River e Barossa também produzem ótimos exemplares. Experimente: Brokenwood Hunter Valley 2007.
Riesling
Uva que encontrou o seu lar perfeito nas regiões frias da Alemanha e no norte da França (Alsácia), por aqui a Riesling se deu bem em South Australia, nas regiões do Eden Valley e, principalmente, Clare Valley. Vinho para ser tomado jovem, quando é bastante fresco, cítrico e elegante, trazendo lima, maracujá e maça-verde na cara do gol, além de aromas florais. Ele não envelhece tão bem e por tanto tempo quanto a Semillon, mas segura alguns anos na garrafa ganhando complexidade e evocando notas de tostado e mineral. Experimente: Leo Buring Eden Valley 2007.
Outras brancas de destaque: Sauvignon Blanc e Viognier.
UVAS TINTAS
Shyraz
Em poucos lugares do mundo a Shiraz encontrou um lar tão perfeito quanto na Austrália. Conhecida como Syrah no resto do planeta, ela é a tinta mais plantada e facilmente encontrada no país. Penfolds Grange e Henschke Hill of Grace são os dois melhores vinhos já produzidos em terras australianas. Ambos são feitos com a Shiraz e em Barossa (SA), onde os vinhos são ricos e encorpados, com textura aveludada e forte presença de frutas vermelhas maduras e frutas negras. Também apresentam toques herbáceos, de chocolate e menta. Outra espetacular região é o McLaren Valley. Experimente: Grant Burge Miamba 2006.
Cabernet Sauvignon
Se a Chardonnay é a branca mais popular do mundo, a Cabernet Sauvignon é a tinta. Uva que se adapta fácil a diferentes lugares, ela proporciona vinhos encorpados e elegantes que trazem frutas maduras, toques de chocolate, tabaco e madeira, algo herbáceo e uma pimentinha característica ou hortelã. As duas melhores regiões são Coonawara (SA) e Margareth River. Os Cabernets são vinhos que podem ser bebidos jovens, mas tem estrutura de sobra para envelhecer por muitos anos, tornando-se mais macios e complexos. Experimente: Flint’s of Coonawara Gammon’s Crossing 2005.
Pinot Noir
Uva clássica da região da Borgonha (França), é responsável por alguns dos melhores e mais caros vinhos do planeta como o mítico Romanée-Conti. A Pinot Noir é uma uva difícil, não se adapta a qualquer solo ou clima, mas quando isso acontece, faz vinhos delicados, elegantes, ricos, com forte presença de frutas vermelhas, muitas vezes negras, notas florais (violeta) e amadeiradas, algo de baunilha, caramelo, eucalipto e até uma pimentinha. Tão difícil quanto plantá-la, é comprar um Pinot com bom preço e pronto para ser tomado. Isso porque ele precisa envelhecer alguns anos para que seus aromas e sabores se revelem. Tente um do Yarra Valley ou de Mornington Peninsula da ótima safra 2004, ou da Tasmania 2005, as melhores regiões. Experimente: De Bortoli Gulf Station Yarra Valley 2007.
Outras tintas de destaque: Grenache e Merlot.
Se você, toda vez que vai comprar um vinho, fica horas olhando para aquela infinidade de garrafas e acaba levando o mesmo de sempre por receio de escolher um desconhecido que não agrade, aqui vai um mini-roteiro para facilitar a sua próxima ida a um bottleshop ou loja especializada.
A Austrália conquistou o seu espaço no cenário mundial produzindo vinhos de qualidade com preços acessíveis. Claro, tem os “canhões” que custam $100, $200, $1000, e são espetaculares, assim como as “bombas”, que são baratíssimas e proporcionam grandes dores de cabeça. Mas a partir de $8, $10, é possível achar vinhos honestos, que são bons e fáceis de serem bebidos; desembolsando $15, $19, há vinhos muito bons; entre $20 e $25, há ótimos vinhos; e, acima disso, você corre o risco de encontrar a felicidade engarrafada.
Branco ou tinto?
Se entrar na loja sem a menor idéia do que quer, o primeiro passo é definir entre branco e tinto. Existem outros tipos como rosé, espumante, fortificado e de sobremesa, mas não vamos complicar. O branco é ideal para dias quentes, enquanto o tinto é perfeito para épocas mais amenas ou frias (tintos leves na primavera e outono, e tintos mais encorpados no inverno). Uma vez difinido o tipo, é hora de escolher a uva. Entre as que se deram melhor nos solos australianos, destaquemos 3 brancas e 3 tintas.
UVAS BRANCAS
Chardonnay
Branca mais popular do mundo, ela varia bastante de acordo com o clima. Nas regiões mais frias da Austrália produz vinhos leves e frescos, nas quentes vinhos complexos e untosos. Os aromas e sabores variam de frutas cítricas e tropicais como pêssego, melão, pêra e abacaxi, a toques amadeiradas e amanteigadas. Melhores regiões: Adelaide Hills, Yarra Valley e Mornington Peninsula (frias), Hunter Valley e Margaret River (quentes). Experimente: Brookland Verse 1 Margareth River 2006.
Semillon
Semillon na Austrália é sinônimo de Hunter Valley. Ou seria o contrário? Quando jovem, ele é um vinho fresco e vibrante, com sabores e aromas herbáceos e de frutas como lima, manga e pêssego. Com o tempo, envelhece muito bem e adquire características mais complexas de tostado e mel. Tem Semillon que só chega ao seu auge após 10 anos na garrafa, o que não é comum entre os brancos do dia-a-dia. As regiões de Margareth River e Barossa também produzem ótimos exemplares. Experimente: Brokenwood Hunter Valley 2007.
Riesling
Uva que encontrou o seu lar perfeito nas regiões frias da Alemanha e no norte da França (Alsácia), por aqui a Riesling se deu bem em South Australia, nas regiões do Eden Valley e, principalmente, Clare Valley. Vinho para ser tomado jovem, quando é bastante fresco, cítrico e elegante, trazendo lima, maracujá e maça-verde na cara do gol, além de aromas florais. Ele não envelhece tão bem e por tanto tempo quanto a Semillon, mas segura alguns anos na garrafa ganhando complexidade e evocando notas de tostado e mineral. Experimente: Leo Buring Eden Valley 2007.
Outras brancas de destaque: Sauvignon Blanc e Viognier.
UVAS TINTAS
Shyraz
Em poucos lugares do mundo a Shiraz encontrou um lar tão perfeito quanto na Austrália. Conhecida como Syrah no resto do planeta, ela é a tinta mais plantada e facilmente encontrada no país. Penfolds Grange e Henschke Hill of Grace são os dois melhores vinhos já produzidos em terras australianas. Ambos são feitos com a Shiraz e em Barossa (SA), onde os vinhos são ricos e encorpados, com textura aveludada e forte presença de frutas vermelhas maduras e frutas negras. Também apresentam toques herbáceos, de chocolate e menta. Outra espetacular região é o McLaren Valley. Experimente: Grant Burge Miamba 2006.
Cabernet Sauvignon
Se a Chardonnay é a branca mais popular do mundo, a Cabernet Sauvignon é a tinta. Uva que se adapta fácil a diferentes lugares, ela proporciona vinhos encorpados e elegantes que trazem frutas maduras, toques de chocolate, tabaco e madeira, algo herbáceo e uma pimentinha característica ou hortelã. As duas melhores regiões são Coonawara (SA) e Margareth River. Os Cabernets são vinhos que podem ser bebidos jovens, mas tem estrutura de sobra para envelhecer por muitos anos, tornando-se mais macios e complexos. Experimente: Flint’s of Coonawara Gammon’s Crossing 2005.
Pinot Noir
Uva clássica da região da Borgonha (França), é responsável por alguns dos melhores e mais caros vinhos do planeta como o mítico Romanée-Conti. A Pinot Noir é uma uva difícil, não se adapta a qualquer solo ou clima, mas quando isso acontece, faz vinhos delicados, elegantes, ricos, com forte presença de frutas vermelhas, muitas vezes negras, notas florais (violeta) e amadeiradas, algo de baunilha, caramelo, eucalipto e até uma pimentinha. Tão difícil quanto plantá-la, é comprar um Pinot com bom preço e pronto para ser tomado. Isso porque ele precisa envelhecer alguns anos para que seus aromas e sabores se revelem. Tente um do Yarra Valley ou de Mornington Peninsula da ótima safra 2004, ou da Tasmania 2005, as melhores regiões. Experimente: De Bortoli Gulf Station Yarra Valley 2007.
Outras tintas de destaque: Grenache e Merlot.
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