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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Baleias e Sculptures by the Sea

Os aluguéis podem estar caros, o trânsito aumentando nos horários de pico, os ônibus mais cheios por conta da proximidade do verão, blá, blá, blá, mas qual cidade no planeta proporciona imagens como essa?



Detalhe: mãe e filha não estão em alto-mar, mas dentro da Sydney Harbour, entre a City e Manly, e puderam ser vistas pelas pessoas que iam para o trabalho de ferry essa manhã.

E a partir de hoje até 14 de novembro, entre Bondi Beach e Tamarama (ou seria entre Tamarama e Bondi Beach?), quem andar pelo caminho da costa vai se deparar com mais de 100 esculturas, que fazem parte Sculptures by the Sea, exibição ao ar livre que acontece desde 1997. É pegar uma garrafinha d'água, uma câmera e correr pra lá (clique aqui para ver fotos da Sculptures by the Sea 2008).



Pergunto: qual cidade possui uma costa com praias como Bondi e Tamarama, estendendo-se para Coogee e Maroubra ao sul, passando por Bronte, Clovelly e Gordons Bay?

Como diria o grande Tim Maia:

De Maroubra a Bondi, não há nada igual!
Pa ra papaaaaa para

domingo, 3 de outubro de 2010

Redemption Post - Go Roosters!

Ao contrário do Brasil, que a gente nasce e praticamente já é escolhido por um time de futebol, aqui, por chegarmos com mais de 20, 30 anos, é a gente que escolhe, seja de rugby, cricket ou mesmo futebol.



Quando cheguei na Austrália, em agosto de 2007, fui morar na casa da minha irmã, em Coogee. As finais da National Rugby League começariam em breve e, quando me dei conta, estava no Aussie Stadium acompanhando North Queensland Cowboys x Manly Sea Eagles. Torci para os Cowboys sem entender muito, pois era o time dela. Deu Manly, que depois perdeu a final para o Melbourne Storm.

Terminada a temporada, eu precisava escolher um time para a próxima, já que se ficasse com os Cowboys seria como viver em São Paulo e torcer para o Ceará (com todo respeito ao alvi-negro cearense). A opção imediata seria o South Sydney Rabbitohs, clube mais perto de Coogee.

Além disso, era lá que eu jogava squash com o meu cunhado e, à época, o nosso gladiador Russel Crowe estava comprando a parte de rugby do clube. Porém, é impossível torcer para um time cujo uniforme é igual ao da Portuguesa de Desportos. Continuei clubless.



Em 2008, mudei para North Bondi, mas com a vida começando de verdade por aqui (o início na escola de inglês é só fanfarra), eu estava mais preocupado em entregar chimichanga para pagar a escola e o aluguel do que escolher um clube. Principalmente porque o Sydney Roosters, a escolha natural para quem mora em Bondi, não passava a menor confiança.

Em 2009, vivendo em Bronte, ainda mais perto da sede dos Roosters, era simplesmente impossível torcer para os caras. Eles faziam lambanças atrás de lambanças, dentro de campo, fora de campo, dentro de quarto de hotel, fora de quarto de hotel (literalmente no corredor), em qualquer lugar. Não por acaso passaram grande parte da temporada na lanterna e terminaram o campeonato na... lanterna. Vergonha total como podem ver nesses dois posts:

http://www.pablitoaustralia.com/2009/07/o-primeiro-dia-do-resto-da-vida-do.html
http://www.pablitoaustralia.com/2009/07/e-continuam-afundando.html

Obviamente, como não queria entregar chimichanga para sempre na Austrália, trabalhei muito para que pudesse viver só de escrever, o que me proporcionaria muito mais tempo para aproveitar as coisas do terceiro continente à sua escolha, tentar entender algumas e, claro, finalmente escolher um time.

A temporada 2010 começou e eu continuava clubless. Porém, acompanhando toda semana os jogos, comecei a me identificar com alguns jogadores. Assim, quando os Bulldogs jogavam, torcia para eles por causa de Jamal Idris, "the biggest man on earth". O cara parecia um trator (foto abaixo). Quando os Dragons jogavam, eu ia com eles por conta do James Soward. Eeels em campo? Go Jarryd Hayne, o mais veloz e habilidoso da liga. Mas ainda faltava identificação com algum clube.



No meio da temporada, voltei a morar em North Bondi, e desta vez em uma situação totalmente diferente da anterior, já que passei a ter muito mais tempo e condições para aproveitar Bondi. E, confesso, eu amo esse lugar.

A coisa mais fácil de ouvir é "Bondi é uma porcaria, só tem brasileiro". Bes-tei-ra! Claro, tem muito brasileiro, assim como tem muito australiano, italiana, francesa, chilena e gente do mundo inteiro, o que torna esse lugar tão especial.

A cada dia, a cada nova pessoa que conheço e a cada novo lugar que vou, amo mais Bondi. E com os Roosters - que demitiu o técinco do ano passado e fez uma faxina no elenco - classificando-se para as finais, tentei finalmente torcer para eles.



Tudo ia bem, comecei a me identificar com alguns jogadores, principalmente Todd Carney, Sam Perrett, Braith Anasta e Anthony Minichiello, que mora na rua de baixo. Sem contar no amigo Todd Olivier, que jogava no clube quando eles foram campeões pela última vez, em 2002. Porém, o próprio Todd fez eu adiar a minha decisão, conforme podem ver abaixo.

http://www.pablitoaustralia.com/2010/09/sexta-em-melbourne-sydney-e-gold-coast.html

Pois bem, semana passada os Roosters simplesmente destruíram os Titans da Gold Coast, em Brisbane, vencendo por 32 a 6 e classificando-se para a Grand Final. No dia seguinte, Bondi já estava em azul, branco e vermelho. Durante toda essa semana, a coisa só aumentou e só se respira Roosters por aqui.

O jogo começa em duas horas e vinte minutos, os Dragons, que fizeram a melhor campanha durante toda a temporada, são favoritos. Porém, têm a fama de chokers, que num português-esportivo pode ser traduzido como amarelões. Se vão afinar, não sei, é muito mais provável que vençam. Mas oficialmente hoje, exatos 3 anos, 1 mês e 26 dias desde que cheguei na Austrália, finalmente consegui escolher o meu time. Go Bondi! Go Sydney Roosters!

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Abuka Trio and Duo

Acabaram as desculpas. Se você ainda não viu o Abuka, o que a gente tem de melhor em termos de música brasileira em Sydney, destas duas semanas não passa.

Guilherme "Salve" Jorge


A primeira oportunidade é hoje, a partir das 20h, no Robin Hood Hotel, pub que fica no ponto equidistante entre Bondi Junction, Bronte e Waverley (203 Bronte Rd). O Abuka estará com a formação de trio, que tem Tiago de Lucca (violão e voz), Sandro Bueno (percussão) e Marcelo Maio. Entrada grátis!

Amanhã, quinta, eles estarão em duo - Tiago de Lucca (violão e voz) e Sandro Bueno (percussão) - no Hugo's Lounge, em Kings Cross (Level 1/ 33 Bayswater), também a partir das 20h. Pizza e taça de vinho a $5 cada. Sensacional! Eles tocarão na segunda quinta-feira de todo mês.

E na próxima quarta, o Abuka será a atração principal do The Pitanga Project, em Bondi Beach. Isso mesmo! Um novo Pitanga vem aí e em brevíssimo trarei mais informações. Reserve a data na agenda!

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Geléia geral: Abuka Trio hoje, Brasussieleiro Web TV e Jorge Ben Jor



Em clima de geléia de pitanga, que acontece amanhã em Bondi em prol do câncer (post abaixo), aviso que hoje à noite tem Abuka Trio no Robin Hood. Isso mesmo! O melhor trio samba/bossa nova/mpb de todos os tempos das últimas 6 semans de Sydney vai se apresentar no meu local pub a partir das 20h. Não perca, pois Thiago, Sandro e Marcello - o australiano com descendência italiana mais brasileiro do terceiro continente à sua escolha - estão quebrando absolutamente tudo! O Robin Hood fica na 203 Bronte Rd, entre Bondi Junction e Bronte (ou seja: Waverley).

Mais! Ontem, o jornalista Raphael Pires lançou o Episódio 2 do Brasussieleiro Web TV, desta vez mostrando alguns dos principais pontos turísticos de Sydney, incluindo o meu favorito: The Rocks, onde reside a história do período colonial australiano em seu estado mais bruto. Dêem uma olhada, pois além de boas imagens da cidade e dados interessantes, tem ótimas dicas para o final de semana.




Entre elas, como não poderia ser diferente, o show do grande Jorge Ben Jor que rolará no domingo, no e-p-e-t-a-c-u-l-a-r Enmore Theatre, em Newtown. Babulina já avisou que vai tocar o que o público pedir (exceto se o Flamengo confirmar a desclassificação na Libertadores, o que é bem provável, aí ele não tocará as que citam o clube). Brincadeira, Nelinho Borges, vai ter "nêga chamada Teresa" sim! Ingressos à venda na Ticketek.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Novidade - Braussieleiro Web TV

Cornetar brasileiro pelas presepadas é fácil. O blog poderia ficar só contando causos que jamais faltaria assunto. Mas como também tem muito cara talentoso lutando para conquistar seu espaço, nada melhor do que divulgar e ajudar a valorizá-los.

Raphael Pires é um deles. Carioca da Zona Norte e jornalista especializado em TV, o homem viveu alguns anos nos Estados Unidos, está há um ano e sete meses na Austrália e é desses que ralam muito não só para sobreviver aqui mas, principalmente, para viver fazendo o que ama.

Um dos resultados foi lançado semana passada e atende pelo nome de Braussieleiro Web TV. Traduzindo: BR-AUSSIE-LEIRO, programa que vai ao ar a cada duas semanas mostrando lugares, histórias e curiosidades sobre a Austrália e o modo de vida de aussies e brasileiros.

Ou seja, é uma ótima oportunidade para quem está no Brasil e nas outras filiais tupiniquins pelo mundo de ter uma ideia de como as coisas funcionam no terceiro continente à sua escolha; e também para o brasileiro que vive na Austrália, o braussieleiro, de saber um pouco mais sobre o país que escolheu para amarrar o burro (no caso, o canguru).

No programa, Raphael apresenta, escreve, produz, dirige, bate escanteio, corre pra área, cabeceia, enfim, faz praticamente tudo. Os episódios serão lançados no blog http://www.raphaelpires.blogspot.com/ e o primeiro você pode ver abaixo. Aproveitem!



Parabéns, Rapha!

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Nada demais se não fosse por um detalhe...

É a lua!!!










sábado, 24 de abril de 2010

Santa bizarrice, Batman!

Tem coisas que só acontecem na Austrália (e em Gotham City)!



Aqui em Sydney é assim. Todo final de tarde, os morcegos atravessam a cidade para se divertirem não sei aonde. Os parques perto de casa recebem vários, e não só os vemos passando e dando belos rasantes, como ouvimos as góticas criaturas.

Mas, claro, nem todos se dão bem.



Vejam que situação desagradável desse nosso amigo, absolutamente estático nos fios de alta tensão da Macpherson com a Arden Street, em Bronte.







A pergunta que jamais se calará, é:

Que passa?

1. Excessos na noitada e ainda dormindo
2. Parou para tomar um sol e torrou (literalmente)
3. Quis se exibir para os colegas e se deu mal (o chamado fanfarrão)
4. Uma ação conjunta entre Coringa, Charada, Pinguim e Mulher-Gato





quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sunset at Château

Penúltimo pôr-do-sol de 2009 aqui no Château Elle Macpherson (onde moro).



Para um ano que começou "um passo pra trás para dar dois pra frente"...



... e seguiu "if you build it they will come" (e de fato, eles estão vindo)...


... só tenho a agradecer.

Thank God and Happy New Year to everyone!!!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Orange Taste e a Primavera


Bronte Beach, 15/ago

Ainda vai esfriar? Sim, vai! Teremos intermináveis dias gelados com chuviscos? Teremos. O inverno acabou? Definitivamente, não. Podemos com Obama? Yes we can. Mas o fato é que o pior já passou e a primavera está batendo na porta.

Isso significa que em breve começa a temporada oficial de feiras e eventos ao ar livre em Sydney e toda Austrália.

Aliás, na próxima semana, entre os dias 24 e 30 de agosto, teremos o Taste Orange Bondi, que traz vasta programação com comida, bebida, música e arte, fechando no domingão, 30, com ótima feira de vinho no pavilhão de Bondi Beach.



Importante: quando se fala em Orange, não estamos falando da fruta, e sim, da região vinícola (até porque, se fosse da fruta, não estaria no meu blog), aqui mesmo em New Sotuh Wales, na encosta do Mount Canobolas, um vulcão extinto (espero que realmente esteja), a oeste de Sydney.

Alta e fria, Orange produz alguns exemplares muito bons dos vinhos Shiraz, Cabernet, Merlot, Pinot Noir e Chardonnay. Nada de grandes canhões, mas botejinhas bem honestas. Caso a Printhie Wines esteja por lá, cole no stand deles e peça o Swift Family Heritage Cabernet Sauvignon 2005 e o Orange Cabernet Merlot 2006.



Outro sinal de que dias melhores chegaram foi o calor que rolou na semana passada, marcando oficialmente o primeiro final de semana de praia. Basta ver as chapas que tirei aqui em Bronte.

Conforme disse acima, vai ser assim até o verão? Não! Teremos finais de semana irritantemente frios e chuvosos? Com certeza! Podemos com Barack? Yes we can. Mas que volta e meia vai dar praia, isso vai! E praia na primavera com um vinhozinho esfriado de Orange (a região, não a fruta), é perfeita!

Que venha a primavera!


Bronte Beach, 15/ago

segunda-feira, 18 de maio de 2009

O melhor vinho barato da Austrália

Ontem à noite, tomei o melhor vinho barato da Austrália. Se alguém descobrir um superior a este pelo mesmo preço (ou mais em conta, claro), me avise, mas por ora este é o número um.

Estou falando do McWilliams Inheritance Shiraz/Merlot 2008, um vinho de AUD 7.50 (isso mesmo, sete dólares australianos e cinquenta centavos) que bate tranquilamente muitas botejas de 12, 15 doletas. Não sei porque ele é tão barato, não quero saber e provavelmente tenho raiva de quem sabe.


Foto ilustrativa, este é 2004, estou escrevendo sobre o 2008, mas fiquei com preguiça de tirar uma chapa da boteja.

O máximo que espero de um vinho de $7.50 é um corpo fraco e total desequlibrio. Mas não é o que acontece com o Inheritance. Ele tem corpo médio, traz aquela pimenta característica da Shiraz, amaciada pelo corte com a Merlot. Perfeito! Tanto no nariz quanto na boca tem alguma fruta vermelha, escura e um toque de madeira.

A esse preço e com o outono cada vez mais frio, vale comprar uma caixa e deixar em casa. É o típico vinho despretencioso para ser tomado nos dias de semana à noite, enquanto faz ou espera o jantar.

E o que é melhor, comprei no bottle shop do Robin Hood, aquele pub aqui no Eastern Suburb entre a Carrington e a Bronte Rd. Ou seja, pertinho da metade dos brasileiros que vivem em Sydney (a outra metade está em Manly), e ele só fecha à meia-noite, o que na Austrália pode ser considerado "altas horas" quando se trata de comprar bebida alcoólica. Barganha total!

sábado, 9 de maio de 2009

Full moon


Vista do Château, right here right now: I love this place!

sábado, 2 de maio de 2009

Será que vai chover?


Sábado, 15h08, da famosa sacada do Château Elle Macpherson (o popular Zagalão)

terça-feira, 7 de abril de 2009

Schindler, Droverine, Wolverine e um desempregado



E não é que a Lista de Schindler (aquela mesmo, que o Spielberg filmou em 1993) apareceu em uma bilioteca de Sydney esta semana. Com 13 páginas amareladas e 801 nomes e nacionalidades de judeus datilografadas, ela estava no meio de várias notas de pesquisas e recortes de jornais alemães pertencentes ao escritor australiano Thomas Keneally, o autor do livro A Arca de Schindler, que deu origem ao filme. A biblioteca comprou o material em 1996 e não fazia a menor idéia que a lista estava lá.

Falando em cinema e Austrália, parece que eu fui uma das poucas pessoas no planeta que gostou do filme Australia. Não sei se pelo fato de eu ser um entusiasta (leia-se entusiaaaasta) do país e da cultura aborígene, ou por ter assistido sem muita expectativa, mas o fato é que pra mim, um romance filmado num lugar espetacular, cheio de bêbados locais e com pitadas mágicas do Oz, no caso, da Ozzyland, através dos silvícolas locais, funcionou.



Sem contar na atuação do Droverine. Encarnando o típico australiano do interior, o ator Hugh Jackman está bem engraçado no papel do “ogro-cowboy” Drover. Já a minha ex-musa Nicole Kidman decepcionou. Não pelo papel de lady inglesa, mas pela quantidade de botox colocada no lábio. Tratando-se do deserto australiano, a impressão é que ela foi picada pela temível abelha gigante do Outback.



E falando no Droverine, quinta-feira passada o colunista da FoxNews.com Roger Friedman quis dar uma de fanfarão da 25 de março (na verdade, de Chinatown), e escreveu em sua coluna que baixar o filme X-Men Origins: Wolverine foi bem mais fácil do que sair para vê-lo na chuva. O filme, segundo a 20th Century Fox, ainda nem havia sido finalizado (na Austrália só estréia em 29 de abril), e o pirateiro, que escrevia há 10 anos para o site e fez a crítica em cima de uma "cópia" ilegal, foi demitido.



Detalhe: 20th Century Fox e FoxNews.com são propriedades do mesmo dono, o magnata australiano Rupert Murdoch, o dono da News Corp, e sogro da Sarah Murdoch (esta sim, atual musa que volta e meia vem correr aqui em Bronte, onde tem uma mansãozinha de frente para a praia).


É a gata da direita, de cinza.

sábado, 4 de abril de 2009

O melhor esporte do mundo



Esportes como futebol, basquete e golf são bacanas, populares, mas nenhum se compara ao bowling, a popular bocha, o melhor esporte do mundo.

Desde que mudamos para Bronte – tremendo bairro praiano de Sydney – o nobre esporte bochão se tornou a granda mania no Château Elle Macpherson (o nome do nosso apê). Motivo? Nossa varanda não só é de frente para os dois belos gramados do glorioso Bronte Bowling Club, como está tecnicamente dentro da cancha número 1.



Com tamanha proximidade, domingo passado quebramos a barreira invisível entre o château e o clube, e fomos jogar. Que domingo!

Pergunto: qual esporte no planeta você pratica tomando cerveja, fumando charuto, de óculos escuros, usando chapéu Panamá e descalço? Respondo: only bowling (o inglês foi só pela rima).



E não é fácil jogar! O esporte requer muita concentração, um perfeito movimento para lançar a bola e precisão cirúrgica para conciliar curva e força. Mas o mais difícil é fazer tudo isso segurando a bola, o copo e o charuto ao mesmo tempo. Arte pura! Não por acaso a idade média dos frequentadores do Bronte Bowling Club é 63 anos. Precisa ter muita manha e décadas de bagagem para equilibrar tudo isso e ainda fazer a bola se aproximar da branca, que é o objetivo do jogo.



Coincidentemente, eu e o Alê, meu amigo de fé – irmão camarada (e flatmate de château), temos bowling correndo nas veias. Ele é neto do grande Badego, o melhor “bochero” que já passou pelo Piqueri. E eu sou filho do Nacer e neto do Vovô Pedro, dois grandes campeões no Uruguai (devem ter ganho um torneiozinho cada). Talvez por isso, na nossa estréia, jogamos como nunca e bebemos como sempre. Ficamos até amigo de toda a velha guarda do clube, incluindo o Moustache, Bald Head, Teethless, Boxer's Uncle e o Irish da guitarra, entre outros “máits”.



Aqui na Austrália, todo bairro tem um clube de bocha, onde os velhos corneteiros locais se juntam para tomar cerveja mais barata, almoçar com desconto, acompanhar rugby pela TV, deixar os dólares economizados na cerveja e no almoço nas máquinas de poker, participar de bingos, ouvir boa música e fazer um churrasquinho de vez em quando.

É ou não é o melhor esporte do mundo? (Ou será que estou ficando velho?)

domingo, 4 de janeiro de 2009

Swim between the flags (and far away from the australian water)



E não é que as sirenes tocaram aqui nas praias do leste? Parecia filme, mas foi real. Um tubarão martelo de 6 pés e outro de 2 (provavelmente sobrinho) deram o ar da graça na manhã deste domingo em Coogee Beach, seguindo para Maroubra. Resultado: os banhistas e surfistas que estavam nestas duas praias e nas vizinhas Bronte e Tamarama tiveram que deixar a água no melhor estilo Tubarão – O Filme.


Bronte esta manhã.

Eu, felizmente, estava em Bondi Beach, a praia seguinte, e parece que a dupla de martelos evitou o local. Provavelmente para não concorrer com Paris Hilton, que esteve por aqui nos últimos dias. Ou então eles vieram, mas os salva-vidas-celebridades não esvaziaram a água pois estavam gravando o reality show Bondi Rescue (no programa, eles são as grandes estrelas ao lado de japonesas indefesas e europeus beberrões que diariamente tentam se afogar).

Mas voltemos aos peixes da super-ordem Selachimorpha. Ontem (sábado), a aproximadamente 1 km do Long Reef de Sydney, um tubarão branco de 4 metros jogou dois australianos para fora de seus caiaques. Durante uns 10 minutos, o peixão circulou em volta dos dois e, graças à intervenção do glorioso Glenn Morgan, o pescador, ambos foram salvos e a história teve um final feliz (um dos sobreviventes prometeu uma caixa de cerveja para o herói - mais Austrália impossível).


O suspeito de Rockingham.

Já na costa oeste do país, em uma praia próxima de Rockingham (30 km ao sul de Perth), Brian Guest, amante do mar e defensor dos tubarões, não teve a mesma sorte. Na última semana de 2008, enquanto mergulhava com o filho, foi atacado e continua desaparecido. Pelo que tudo indica, também trata-se de um grande branco de aproximadamente 4 metros (obviamente não é o mesmo).

O fato é que os tubarões estão e sempre estiveram por aqui (não por acaso a maioria das praias e baías tem redes de proteção) e o conselho que posso dar, é: nade entre as bandeiras, não brinque no fundo, leve casaco e não aceite bala de estranhos.

O suspeito de Perth.

Post em homenagem ao meu amigo Cássio Britto.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Luto - Heath Ledger


A Austrália acordou em choque esta manhã. Heath Ledger (1979-2008), ótimo ator local nascido em Perth e que morou em Bronte Beach - 3 praias de casa - antes de se mudar para os Estados Unidos para tentar fugir do assédio dos paparazzis, foi encontrado morto em seu apartamento de Manhattan, às 15h35 (horário local) desta terça-feira, pela empregada e um massagista. Ao lado do corpo foram encontradas pílulas, o que vai render muita especulação dos “especialistas” da mídia sobre overdose, suicídio...

Ledger, no auge da carreira aos 28 anos, recebeu uma indicação ao Oscar pelo papel no filme Brokeback Mountain, participou de filmes como 10 Coisas Que Eu Odeio Em Você (10 Things I Hate About You - 1999), O Patriota (The Patriot - 2000) e As Quatro Plumas (The Four Feathers - 2002), e mais recentemente interpretou Bob Dylan em I´m Not There, e o vilão Coringa no novo Batman: O Cavaleiro das Trevas.



Em entrevistas, o ator volta e meia reclamava do assédio da mídia. A relação não era das melhores e até resultou em uma esguichada d´água por parte de fotógrafos em pleno tapete vermelho, durante a premier de Brokeback Mountain. Estou acompanhando o noticiário por aqui e os jornalistas estão realmente passados com a notícia (voz embargada e tudo mais). Não só nos noticiários locais como também nos norte-americanos.

Ledger deixa uma filha de 2 anos, Matilda, que teve com a atriz Michelle Williams. Kevin Rudd, primeiro-ministro australiano, já se manifestou e disse que o pensamento de todos está com Matilda; assim como Nicole Kidman, que também acaba de se pronunciar oficialmente dizendo que o coração dela está com a família.

Para relembrar o ator, sugiro que assistam a Coração de Cavaleiro (A Knight's Tale - 2001), comédia- aventura passada na Idade Média com uma trilha sonora que traz David Bowie, Queen, AC/DC, entre outros grandes. Obviamente não é o melhor filme dele, muito menos sua grande interpretação no cinema, mas vale a pena pois é leve, bem engraçado e tem, além de Ledger, o ator inglês Paul Bettany também despontando no cinema.