sábado, 4 de abril de 2009

O melhor esporte do mundo



Esportes como futebol, basquete e golf são bacanas, populares, mas nenhum se compara ao bowling, a popular bocha, o melhor esporte do mundo.

Desde que mudamos para Bronte – tremendo bairro praiano de Sydney – o nobre esporte bochão se tornou a granda mania no Château Elle Macpherson (o nome do nosso apê). Motivo? Nossa varanda não só é de frente para os dois belos gramados do glorioso Bronte Bowling Club, como está tecnicamente dentro da cancha número 1.



Com tamanha proximidade, domingo passado quebramos a barreira invisível entre o château e o clube, e fomos jogar. Que domingo!

Pergunto: qual esporte no planeta você pratica tomando cerveja, fumando charuto, de óculos escuros, usando chapéu Panamá e descalço? Respondo: only bowling (o inglês foi só pela rima).



E não é fácil jogar! O esporte requer muita concentração, um perfeito movimento para lançar a bola e precisão cirúrgica para conciliar curva e força. Mas o mais difícil é fazer tudo isso segurando a bola, o copo e o charuto ao mesmo tempo. Arte pura! Não por acaso a idade média dos frequentadores do Bronte Bowling Club é 63 anos. Precisa ter muita manha e décadas de bagagem para equilibrar tudo isso e ainda fazer a bola se aproximar da branca, que é o objetivo do jogo.



Coincidentemente, eu e o Alê, meu amigo de fé – irmão camarada (e flatmate de château), temos bowling correndo nas veias. Ele é neto do grande Badego, o melhor “bochero” que já passou pelo Piqueri. E eu sou filho do Nacer e neto do Vovô Pedro, dois grandes campeões no Uruguai (devem ter ganho um torneiozinho cada). Talvez por isso, na nossa estréia, jogamos como nunca e bebemos como sempre. Ficamos até amigo de toda a velha guarda do clube, incluindo o Moustache, Bald Head, Teethless, Boxer's Uncle e o Irish da guitarra, entre outros “máits”.



Aqui na Austrália, todo bairro tem um clube de bocha, onde os velhos corneteiros locais se juntam para tomar cerveja mais barata, almoçar com desconto, acompanhar rugby pela TV, deixar os dólares economizados na cerveja e no almoço nas máquinas de poker, participar de bingos, ouvir boa música e fazer um churrasquinho de vez em quando.

É ou não é o melhor esporte do mundo? (Ou será que estou ficando velho?)

Um comentário:

Eduardo de Paula disse...

Gênio. Pablito. Gênio.