sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Top five 2010

Aproveitando que ninguém quer trabalhar e todo mundo só faz retrospectiva, também fiz a minha. O critério foi simples: os 5 grandes momentos do blog em 2010, seja em termos de audiência, de satisfação pelo trabalho, ou ambos. Para ser justo, separei cronologicamente.

No iníico de 2010, fui pela primeira vez à Melbourne. E amei aquela cidade. Fui com três amigos e quebramos absolutamente tudo. O ponto alto, claro, foi o jantar que o Alex Atala fez no restaurante do Jacques Raymon, durante o Melbourne Food and Wine Festival. Além disso, meses antes tive a oportunidade de entrevistá-lo para a Radar Magazine. A conclusão foi uma só: Alex Atala é o cara! Leiam aqui a entrevista e sobre o jantar.

Em maio, fui convidado pela Beatriz Wagner, produtora executiva da Rádio SBS em português, para ser comentarista dos jogos do Brasil durante a Copa da África do Sul. Esse foi o meu primeiro Mundial e simplesmente amei. Não só trabalhar na transmissão da Copa, mas fazer rádio. Bia, Raphas, Miltão, Lloyd e toda equipe, muito obrigado! Leiam aqui entrevista que fiz com um produtor de vinho português na véspera de Brasil x Portugal. Eno-vuvuzela em estado bruto!

Falando em vinho, em junho, eu e a minha eno-parceira Izabella Rodrigues lançamos o I Guia de Vinho para o brasileiro tomar no inverno australiano. A ideia era simples: vinhos de até $25 encontrados facilmente na Austrália. O Guia foi sucesso total e ano que vem tem mais!

Em julho, realizamos uma exposição de fotos no blog com o tema Inverno em Sydney que foi muito bacana. Convidei 4 fotógrafos e publicamos 25 chapas, 5 cada (eu também particpei), e o resultado pode ser visto aqui. Desta exposição surgiu a Primavera na Austrália, ideia mais abrangente que resultou em cerca de 60 trabalhos entre fotos, vídeos, quadros, música, escultura etc etc etc. A coisa ficou tão grande que adiamos para o final do ano, depois para janeiro e agora mais uma vez para abril ou maio. Difícil, mas sairá. E o evento já tomou forma e agora atende pelo nome de Octopus Garden (saiba mais aqui). A todos vocês que enviaram trabalho, muito obrigado. Em 2011 trago mais informações.

Agora em novembro, recebi a grande notícia de que Os Mutantes, a maior banda de rock da história do Brasil, vem para a Austrália. E com isso terei a oportunidade de rever o amigo Dinho Leme, baterista da formação clássica que vem com Sergio Dias e companhia. Obviamente irei não apenas em Sydney, como também em Melbourne, a minha Melba, onde eles também tocarão. Para saber tudo sobre a vinda dos Mutantes e a minha passagem com eles, clique aqui.

Não posso deixar de fazer uma menção honrosa ao nosso saudoso Geleia e ao fotógrafo Guilherme Infante. Fizemos um trabalho que gerou certa polêmica por aqui, mas no meu ponto de vista - sem falsa modéstia - ficou sensacional. Segue aqui a entrevista com o Geleia e o ensaio fotográfico.

A todos você que acompanharam o blog, apareceram no blog, divulgaram o blog, comentaram no blog, seguem o blog, se informaram no blog, riram no blog e choraram no blog (esse é pra minha mãe), muito obrigado. Ano que vem tem muito mais!

Tenham uma excelente noite hoje e que em 2011 vocês realizem tudo o que desejam.

Feliz 2011!!!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Lentilha de final de ano (receita)



Quem, em 31 de dezembro, nunca foi obrigado por uma tia a comer um prato de lentilha (ou ao menos dar uma colherada), que estoure a primeira Champagne!

Lentilha está para o reveillon assim como o perú está para o Natal. Ou seja, estão lá, todo mundo tem uma ideia do porquê, mas no fundo ninguém sabe o real motivo.

A única certeza é o fato de que a nossa gloriosa leguminosa da subfamília Faboideae atrai dinheiro, o que, independentemente do gosto, já é garantia de popularidade.

Algo absolutamente questionável é a geografia da crendice. Numa rápida pesquisa, descobri que o hábito de comer pratos à base da Lens culinaris restringe-se a alguns poucos países sulamericanos como Brasil, Venezuela e Chile. Pensando na renda per capita dessas três simpáticas nações, é para duvidar se realmente lentilha atrai dinheiro. De fato, se ainda der tempo, perguntarei à minha flatmate chocólatra da Finlândia o que se come no dia 31 na Escandinávia. Faz muito mais sentido!

Agora, a pergunta que não quer virar o ano: mas por que cargas d'água lentilha atrai dinheiro (se é que atrai)?

Os mais simplistas dizem que é em função do formato dela, muito semelhante a uma moeda. Os norte-americanizados afirmam veementemente que é por causa da cor - verde dólar em estado bruto. Já os sacanas, sabendo que esta erva de origem asiática é uma trepadeira, fazem a inevitável alusão ao triunvirato que move o mundo: sexo, dinheiro e poder (não necessariamente nesta ordem).

Independentemente do real motivo e sempre pensando na prosperidade geral dos leitores, convoquei o amigo e chef Tercio Raddatz, grande parceiro etílico-gastronômico, para prepararmos uma receita especial com lentilha que fosse fácil para qualquer pessoa fazer em casa e, acima de tudo, deliciosa.



Igualmente empenhado na prosperidade geral dos leitores, Chef, não contente em fazer uma, preparou duas receitas, uma vegetariana e outra bem brasileira, com porco à vontade como ele chamou.

A seguir, as duas receitas. Aproveitem!



Lentilha de final de ano
Para 8 a 10 pessoas

Ingredientes
1kg de lentilha
3 folhas de louro

Preparo
Em uma panela, coloque a lentilha de molho por uma hora. Troque a água, acrescente as folhas de louro e cozinhe. Deixe levantar fervura, baixe o fogo e deixe cozinhar por uma hora ou até a lentilha ficar ao dente.

A partir daí, dividiremos a lentilha em dois pratos, um vegetariano e outro ao mais puro estilo brasileiro com “porco à vontade”.

Vegetariana
1 cebolinha francesa bem picadinha (com a parte branca cortada em rodelas e a verde na diagonal para apresentação)
100ml de azeite de oliva
1 cenoura picada em cubos
1 talo de salsão picado em cubo
100ml vinagre balsâmico
20g salsa picadinha
Sal e pimenta
2 cenouras baby para decorar



Salteie uma cebolinha francesa em azeite de oliva (use uma boa quantidade, aproximadamente 3 colheres), adicione a cenoura, o salsão, a parte branca da cebolinha e deixe cozinhar até os aromas começarem a aparecer. Levante o fogo e acrescente o vinagre balsâmico - quanto melhor o aceto balsâmico melhor ficará o prato - e reduza por um minuto. Escorra uma concha de lentilha cozida anteriormente e acrescente à frigideira. Misture bem e reserve.

Para servir
Acrescente a salsa picadinha, acerte o sal e a pimenta, coloque um pouco mais de azeite de oliva e decore com as cenouras baby e a cebolinha cortada na diagonal.



À brasileira
2 cebolinhas francesas bem picadinhas (com a parte branca cortada em rodelas e a verde na diagonal para apresentação)
1/2kg de toucinho defumado
1/2kg de costelinha de porco defumada

Em uma frigideira, salteie a cebolinha francesa, o toucinho e as costelinhas até seu ponto aromático. Acrescente esse salteado à panela da lentilha, deixe levantar fervura, baixe o fogo e deixe cozinhar por mais ou menos meia hora ou até as costelinhas ficarem macias.DicaPara engrossar o caldo, retire uma concha da lentilha e bata no liquidificador. Acrescente o batido à panela da lentilha e deixe cozinhar por mais alguns minutos.

Sirva como parte da ceia de final de ano.

Vinho
Para acompanhar, depois de conversar com Jana Rodrigues, mulher do Chef que recentemente terminou seu primeiro curso de vinho, fechamos em torno de um espumante feito com a uva Shiraz. Espumante porque é reveillon, Shiraz porque é a cara da Austrália e, claro, combina perfeitamente com as duas receitas.

Se estiver sobrando um pouco de dinheiro, vai no Seppelt Original Sparkling Shiraz 2006 ($27), à venda na Vintage Cellars. Caso não esteja, escolha qualquer outro sparkling Shiraz e coma uns três pratos de lentilha para poder comprá-lo no ano que vem.


Happy New Year do Chef e do Pablito!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A notícia da virada 2010/11

Essa é a continuação da rua de casa, o que significa que logo ali está o Mar da Tasmânia, no trecho conhecido como Bondi Beach.



Viver pertinho da praia foi um dos objetivos que me trouxe à Austrália, mas desde que voltei a morar em North Bondi, em junho deste ano, algo estava faltando.

Quando morava aqui, no mesmo chatêau, entre 2008/09, tínhamos a pouquíssimos metros de casa o que chamamos de local bottle shop, estabelecimento vital para qualquer vizinhança.

Porém, em uma das medidas mais egoístas, anti-democráticas e injustas que se tem notícia, ele veio abaixo juntamente com boa parte do quarteirão, já que o proprietário do terreno subiria um prédio novinho para valorizar seu patrimônio.



Ben Buckler, um simpático senhor que, juntamente com a família, alugava uma das lojas para oferecer o serviço vital para qualquer vizinhança, recebeu uma compensação e foi cuidar dos passarinhos por intermináveis meses.

Mas é com mesopotâmica alegria que informo que... Ben está de volta.



É verdade! Ben Buckler voltou ao antigo endereço - agora em prédio novo - e com isso a alegria está de volta à North Bondi. Sim, meus amigos, brasileiros, artistas, locais e artistas locais voltaram a sorrir.



O prédio, como podemos ver, ainda não está pronto, mas tratando-se de um serviço vital para qualquer vizinhança, já funciona improvisadamente.

E, claro, continuemos a prestigiar o Nirvana do nosso Luis, a Vintage Cellars que vinha nos salvando, mas para aquela cervejinha local ou vinhozinho de última hora, é andar alguns passos, falar com um dos Buckler's e abrir o sorriso.



Sem dúvida, a grande notícia da virada. Feliz 2011!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Conto de Natal - O melhor chocolate da Finlândia

Elvira, a filandesa que mora em casa, é chocólatra assumida. Ela simplesmente ama chocolate!

Esses dias, um sujeito bateu à porta. Ele carregava um presente embrulhado em papel vermelho, mas não era o Papai Noel.

Na parte da frente, o nome da minha flatmate. Como estamos em 2010, ou seja, pós-2001, conferi o remetente para ter certeza de que não se tratava de anthrax. Quem assinava era a senhora mãe dela, o que fez o meu coração ser inundado pelo o espírito natalino... NOT! Deixei no quarto dela e fui para o meu trabalhar.

Uma hora depois, Elvira chegou em casa, toda serelepe, e avisei que chegara um presente. Ela ficou ainda mais serelepe. Ao abrir, escutei: Oh my Gosh! Oh my Gosh! Contei na cabeça: 5, 4, 3, 2, 1... e nesse exato momento ela apareceu na porta do meu quarto. Conheço minha flatmate.

Pablo, Pablo, você não vai acreditar, a minha mãe me mandou o melhor presente do mundo, adivinha o que é?

Importante: essa é uma tradução livre, uma vez que ela falou em finlandês e não em português.

Pensei em tudo, menos chocolate. Chutei umas 14 coisas, até que ela falou é uma caixa do melhor chocolate da Finlândia, você vai ter que experimentar. Claro que irei, respondi, quando você abrir eu experimento. Não, não, você não está entendendo, é o melhor da Finlândia, vou abrir agora e você vai experimentar agora. Mas são 11 horas da amanhã, acabei de tomar café e ainda nem almocei. Não interessa, pega alguns e guarda para mais tarde.

C
onforme ela abria, o meu lado Grinch veio à tona e perguntei se tinha realmente vindo da Finlândia. Por que? Elvira, olha pra janela, veja o calor que está. A chance do chocolate ter derretido em algum momento é grande. Mais, a chance dos cães farejadores de cocaína da Imigração terem comido metade da caixa do melhor chocolate da Finlândia é igualmente grande. Ela nem se abalou com as minhas investidas de Grinch e continuou abrindo com uma velocidade e sorriso assustadores. Mas o pior, de fato, acontecera.

Com cara de quem viu fantasma ou mesmo o Grinch em pessoa, ela arregalou os olhos, fechou o sorriso, olhou pra mim e não disse nada, apenas mostrou o presente (no caso, o que restou do presente).

A caixa deveria ter umas 30 unidades do melhor chocolate da Finlândia. Mas após deixar o país, atravessar o Mar Báltico, o leste da Europa, o Oriente Médio, o Oceano Índico e adentrar no terceiro continente à sua escolha, tudo o que restou foram 4 unidades intactas e uma imensa massa de chocolate derretido.

Apesar de Grinch, fui tomado pelo espírito natalino, vooei até a cozinha, peguei duas colheres e, no melhor estilo brigadeiro caseiro, sentamos no chão às 11 e pouco da manhã de Natal e comemos com furiosas colheradas o melhor chocolate (derretido) da Finlândia.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Mensagem de Natal

Viver na Austrália é fantástico, mas quando chega o Natal é complicado. Exceto para os brasileiros que conseguem dar um pulo no Brasil, para todos os outros sempre tem um fundo de tristeza.

Não interessa que vivemos num dos melhores lugares do mundo, que os Eastern Suburbs e as Northern Beaches, onde concentram a grande maioria dos brasileiros de Sydney, se não são o paraíso, na relação beleza/qualidade de vida provavelmente estão mais próximos do que qualquer outro lugar do planeta.

Eu mesmo nem posso reclamar, pois tradicionalmente, na véspera do Natal, passo numa bela casa com dois amigos que conheço há quase 20 anos, e outros que se tornaram grandes amigos, e no dia 25 passo com a minha irmã, Paloma, meu cunhado, meus sobrinhos e a família croata do cunhado, o que significa old-fashioned Christmas em estado bruto aliado com um pouco do aussie style. Ou seja, é um pouco do sabor das antigas com a troca cultural que vivemos aqui.

De verdade, não posso reclamar, mas isso não significa que não sinto tristeza por não estar com o meu pai, minha mãe, minha avó, meus irmãos, primos, primas, tios, tias, sobrinhos e sobrinha que acabou de chegar, cunhados, cunhadas e mais amigos. Mas, claro, a Austrália não é mais uma colônia penal, e eu escolhi estar aqui, ninguém me mandou.

Importante: se a minha mãe está lendo esse post, estamos falando de lágrimas. Portanto, frase que postei ontem no Facebook para dar uma descontraída:

E ainda me cobram para ser pai! Minha ex-flatmate esqueceu um simpático cacto em casa e pediu para eu cuidar. Resultado: perdemos o cacto. Sim, a planta que sobrevive no deserto morreu. Ass: Uncle Pablo

Voltando ao Natal. Ontem fiquei sabendo que os pais do Leandro chegaram em Sydney. E também ontem vimos que se o dinheiro não compra o sistema, compra um bom advogado para se aproveitar das falhas do sistema. Estou falando do caso da Suellen (post anterior).

Sinto tristeza sim por não estar com toda a família, mas não tenho nenhum direito de ficar triste. Desde 2001, quando conheci a música do compositor Vince Guaraldi, essa tem sido a trilha do meu Natal. O cara é um jazzista que compôs vários temas para o desenho do Snoopy. Esqueçam as imagens abaixo, mas ouçam a música. Este é o meu Feliz Natal a todos os brasileiros que acompanharam o blog ao longo deste ano, e uma homenagem à Dona Solange, ao Leandro e suas respectivas famílias.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Caso Suellen - Culpado (pero no mucho)

Agora a pouco, no Downing Centre Local Court, em Sydney, o neurocirurgião Suresh Surendranath Nair, acusado de assassinar a brasileira Suellen Domingues Zaupa, em novembro do ano passado, e de ter matado involuntariamente Victoria McIntyre, em fevereiro de 2009, declarou-se culpado. Porém, não dessas acusações.

Suresh Surendranath se declarou culpado de homicídio involuntário no caso da Suellen (livrando-se da acusação de assassinato) e de fornecer cocaína para Victoria McIntyre (livrando-se da acusação de homicídio involuntário). Além disso, também admitiu ter fornecido cocaína para duas garotas de programa em janeiro deste ano, quando estava solto mediante pagamento de fiança.

A côrte aceitou todas as declarações, rejeitou pedido de fiança e marcou nova sessão para 4 de fevereiro de 2011, na NSW District Court, quando anunciará a sentença.

Ou seja: vendo que o cliente seria condenado de qualquer maneira, os advogados seguiram pelo caminho que resultará na pena mais leve.

Nova Radar, Galinha na Cerveja e Samba Mundi



A nova Radar Magazine já está nas bancas (ops, nas ruas - veja os pontos de distribuição). Nessa edição, recrutei a amiga Cintia Pannebecker, gaúcha formada no Le Cordon Bleu e chef do Speakeasy, aqui de Bondi, e fizemos uma Galinha na cerveja preta. Simplesmente e-p-e-t-a-c-u-l-a-r!

Não sou um grande entusiasta do frango e da galinha, apenas gosto. Porém, essa receita quebrou absolutamente tudo. Simples de fazer, baixo custo e deliciosa. Claro, qualquer coisa no planeta que recebe cerveja Guinness fica boa, mas essa galinha passou dos limites.

Eduardo Castro, o chef/fotógrafo que refaz as receitas e fotografa para a revista, me confidenciou guri, foi a melhor galinha que já comi na vida. Acreditei! Principalmente servida com aipim cozido e temperado com sal e manteiga, e farofa por cima do aipim, como a Cintia fez.

Priscilla Souza


E por que cozinhamos a galinha na Guinness? Porque a matéria dessa edição foi sobre cerveja artesanal, ou seja, os pubs que produzem cerveja no próprio estabelecimento. Visitei quatro, sendo que dois deles acompanhado da amiga fotógrafa Priscilla Souza.

Priscilla Souza


O que posso adiantar é que as cervejas são bem acima da média e, propositalmente, escolhi pubs com características bem diferentes, um especializado em harmonização com comida, outro com tradição de 150 anos e um que traz uma das melhores programações musicais da cidade, o nosso glorioso Macquarie Hotel (Mac para os íntimos).

É lá que hoje, à meia-noite da quinta para a sexta, o Samba Mundi se apresenta. Sandro Bueno e companhia vêm com tudo para mostrar o melhor do latin-jazz-samba-whatever. É sempre showzaço, a entrada é grátis e as cervejas... Leia a Radar e, antes de pedir a primeira, saiba qual é qual e a melhor sequência para tomar.

Priscilla Souza


Cheers!

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Dee and Us - Lançamento



Desde que me conheço por gente, amo música. Primeiro porque está no sangue. O irmão do meu bisavô, por exemplo, era o grande Joubert de Carvalho, autor de, entre outras, "Taí" (aquela mesma, Taí / Eu fiz tudo pra você gostar de mim / Ó, meu bem / Não faz assim comigo, não / Você tem / Você tem / Que me dar seu coração).

Do meu bisavô, Leônidas de Carvalho, herdei um piano. Tive aulas, mas disciplina para terminar algo não fazia parte do meu dicionário na infância, o que fez dos meus dois irmãos mais velhos donos do instrumento por uso capião.

Fabian, o primogênito, tinha talento nato, tirava tudo de ouvido, mas como andou durante anos no, digamos, dark side of the moon, não continuou (hoje está no white side). Já Christian, o irmão do meio, também muito talentoso e com as raras qualidades da dedicação, paciência e do foco, tornou-se um estudioso do assunto e, consequentemente, um grande tecladista. Ambos, com suas incríveis coleções de vinis, k7s e fitas vhs, não só foram responsáveis por 80% da minha iniciação musical, como também me expuseram diretamente à música.

Durante o colegial, no final dos anos 80, Christian estudava na mesma classe de Tom Saboia, guitarrista com exímio talento e um ouvido monstruoso. Os dois montaram uma banda nos corredores da Escola Nossa Senhora das Graças, em São Paulo, e eu tinha o privilégio de ouvi-los tocar petardos do Van Halen, Rush e Marillion em casa e de ver alguns ensaios no estúdio que pertencia à mãe do Tom. Estar num estúdio de verdade com doze anos era o máximo! Os dois chegaram a ir para os Estados Unidos, tiveram uma banda que fez relativo sucesso, lançaram dois álbuns e cada um seguiu o seu caminho.

Tom continuou tocando guitarra e compondo, se tornou produtor, engenheiro de gravação e mixagem, professor e escritor, lançando dois livros relacionados à música. O ponto alto da carreira aconteceu entre 2008 e 2009, quando produziu 7 Vezes do O Rappa, álbum que vendeu mais de 100 mil cópias e lhe rendeu um disco de ouro.



Semana passada, Tom lançou o álbum Gold, fruto de seu mais recente trabalho, Dee and Us, parceria com a cantora Mariana Dias. E hoje à noite, no programa Vibez Brazil, que vai ao ar das 21h30 às 23h, na 89.7 Eastside FM, a dupla Mau e Rapha tocará uma das faixas com total exclusividade (a partir das 8 horas da manhã da terça no Brasil). O que é a tecnologia!

Ouvir a Eastside



Eu tenho ouvido no site do Dee and Us, que disponibilizou todas as faixas para serem escutadas gratuitamente e compradas, e gosto cada vez mais. Claro, sou suspeito, pois há duas décadas Tom é uma espécie de guitar-hero pra mim. Mas que é um som muito prazeroso, musicalmente rico ao mesmo tempo em que é simples, e com uma sonoridade absolutamente universal que poderia ter sido criada tanto em North Bondi quanto em São Paulo, não tenho dúvida. E a voz da Mariana, sem comentários...

Site oficial

Myspace

Well done Tom!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Planta e Raiz em Sydney e na Gold

Agora é oficial!



Depois de Natiruts, Marcelo D2 e Jorge Ben Jor, a Fibra Entertainment acaba de anunciar o próximo nome brasileiro que trará para a Austrália.

É a Planta & Raiz, banda paulistana surgida na e-p-e-t-a-c-u-l-a-r Praça Benedito Calixto, na Vila Madalena. O sexteto, que já lançou sete álbuns em pouco mais de dez anos de carreira, desembarca em fevereiro para duas únicas apresentações.

A primeira acontece dia 27 de fevereiro, em Sydney, na Home Nightclub (Darling Harbour), e a segunda no dia seguinte, 28 de fevereiro, no Coolangatta Hotel (Coolangatta), Gold Coast.

A pré-venda já começou e os ingressos estão custando somente $45. Isso mesmo! Barato e um excelente presente de Natal (praticamente um jingle bell regueiro). Aproveitem!

Tickets

Site oficial

Myspace

Facebook

IELTS - Faltou a dica 11

Semana passada, fiz uma espécie de statement sobre o IELTS, com 10 dicas para se preparar e fazer a prova. Porém, eu ainda não conhecia a dica 11, o que custou caro pra mim (no mínimo $317, o preço de uma nova prova).

A dica 11 atende pelo nome de "jamais subestime o que você tem mais facilidade". Explico!

A prova vale 9, eu precsisava tirar média 6, mas com mínimo de 6 em cada banda. Tirei 7.5 no listening, 6.5 no speaking, 6 no writing e... 5.5 no reading. Isso mesmo, 5.5 no fucking reading!

Não passar na primeira tentativa é normal, mas o que doeu foi ter bombado justamente no fu%$ng reading, a porcaria dos quatro que mais faço desde que cheguei na Austrália.

Desde cedo, aprendi com meu pai que quando viajamos, a primeira coisa que se faz ao chegar no lugar - caso você não seja o Papa João Paulo II, claro, e tenha de beijar o solo - é comprar o jornal da cidade.

Na Austrália, comecei com a Eastern Courier, o semanário que recebia toda quarta-feira em Coogee. Nos favoritos na internet, SMH e Telegraph estão desde o início. O Telegraph, por sinal, depois que conheci pessoalmente o colunista de vinho John Fordham, que lá escreve todo domingo, foi decretado o diário titular da minha domingueira. Sem contar nas incursões à bliblioteca de Waverley, em Bondi Junction, onde pego gratuitamente não somente livros e revistas, como cd's e dvd's, e o trabalho para a Ozzy Study Brazil, que é baseado em leitura etc etc.

Esse próprio blog nasceu do reading, do fu%#$ng reading, pois no início grande parte do conteúdo era extraído das páginas de jornal e contextualizado para o público brasileiro.

Durante os preparativos para a prova, cheguei a acertar 38 questões de 40, o que foi determinante para o meu fracasso.

No dia do teste, eu estava bem mais preocupado com o listening e o writing. Após um surpreendente listening, que foi bem mais tranquilo do que imaginava, dei uma natural relaxada para fazer o fu$#%ng reading, que vinha na sequência. Afinal, não teria nenhum problema. Ledo engano!

Subestimei de maneira retumbante o que tinha maior facilidade e agora precisarei passar por tudo de novo, pagar novamente e seguir as 10 dicas novamente (ops, 11), se quiser continuar na Austrália. Mas faz parte. Só espero não aparecer em breve com a dica 12!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Domingão e Fundraiser

Hoje a agenda está cheia! Enquanto a Austrália derrota a Inglaterra em Perth salvando a secular série The Ashes no cricket, os Canários estão no Centennial Park fazendo o anual futebol das piranhas. Ainda dá tempo de passar lá, comer um churrasco, tomar uma cerveja e ajudar o Leandro Barata, já que todo o lucro será revertido para a Fundraiser for Leandro.



Mais tarde, das 18h à 22h, no Coogee Bay Hotel, Balu fecha sua série de eventos em 2010 com o Beach Samba - Xmas Special, que trará samba de roda. Isso mesmo! Samba de roda em Coogee. A entrada é grátis até às 19h e após é $10.

Depois, das 22h às 3h, no Favela (Kellet Street - Potts Point), acontece a Fundraiser for Leandro, festa com toda a verba revertida para custear a vinda dos pais do Leandro e os gastos hospitalares. Entrada $20. Caso não possa ir, eis os dados para ajudar:

Account Name: Leandro Santos Fundraising
Account Number: 491928339
BSB: 112-879

sábado, 18 de dezembro de 2010

Centro Cultural Brasileiro

Como já leram em posts anteriores, sou o primeiro a criticar o fato de não termos o que podemos chamar de comunidade brasileira por aqui.

Não temos nenhuma instituição que de fato reúna os brasileiros, os diferentes tipos de brasileiros - que vai do caboclo que acabou de chegar ao ex-boleiro que desembarcou por aqui em 1971 -, dando apoio, assistência e oferecendo atividades culturais e assistência.

O mais próximo é o Canarinhos, que há década se reúne todo domingo no Centennial Park em torno do futebol e da amizade, faz alguns eventos, mas atua até certo limite.

Porém, nessa difícil semana, ficou claro que se por um lado não temos uma comunidade organizada, por outro temos algumas milhares de pessoas com o coração e o espírito solidário do tamanho da distância entre o Brasil e a Austrália.

Desde o primeiro post sobre o acidente do Leandro, o meu telefone e a caixa de email não pararam de tocar e receber mensagens. Primeiro, queriam saber o que havia acontecido. Depois, queriam saber como ajudar. E, mais impressionante, ligavam para oferecer ajuda do tipo "minha banda está à disposição para tocar", dar sugestões como "entra em contato com a Qantas e explica a situação que eles provavelmente darão desconto para os pais do Leandro virem", ou simplesmente ligando para contar que doou $20, $50, e um amigo australiano doou $200.

A Austrália é provavelmente o último lugar do planeta adotado pelos brasileiros, descoberto muito depois de áreas como Estados Unidos, Europa e Japão. Talvez por isso e pela distância temos essa sensação de abondono, já que com apoio praticamente zero e nenhuma instituição organizada para dar apoio em momentos como esse, não sabemos muito o que fazer.

Claro, imagino que o Consulado e a Embaixada, os órgãos oficiais, estejam dando todo apoio à família, acompanhando o caso etc, mas a questão é aqui em baixo, onde temos grandes cabeças, enormes corações e pessoas fantásticas, mas com pouca condição de se articular para tentar ajudar e fazer o bem.

Sei que não é simples, mas está mais do que na hora de criarmos um Centro Cultural Brasileiro, um espaço físico que ofereça não somente uma programação cultural anual, mas também que seja reconhecida por algum órgão oficial brasileiro e possa dar apoio e suporte aos brasileiros em casos como o do Leandro e da Suellen, auxiliando familiares, concentrando informações, recolhendo sugestões, criando eventos e ações em prol da causa e por aí vai.

Acabamos de ter o maior exemplo de que quando a coisa aperta, somos incríveis. E precisamos aproveitar isso. Como faremos e por onde comecemos, não sei. Mas a ideia está lançada e sugestões são mais do que bem-vindas.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Boas-vindas e agradecimentos

Estão vendo aqui do lado direito essa simpática chapa da nossa bela cidade com os dizeres "Estamos aqui!"? Então, é a AcademiesAustralasia, que não está apenas em Sydney, como também no blog, já que a partir de hoje é o mais novo patrocinador do Pablito Australia (tchu-tchín!).

3 Enter's de boas-vindas!

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A Academies é uma escola de inglês e cursos vocacionais como Business, Turismo, Marketing e IT localizada no coração da City, que através de Erick Paixão, seu marketing manager, vem apoiando diversos eventos e instituições ligados aos brasileiros na Austrália.

Sim, meus amigos, Erick Paixão, uma espécie de vereador por essas bandas e há anos trabalhando com educação na Austrália, é um brasileiro que trabalha na escola e fala a nossa língua. Ou seja, qualquer problema, é só falar com ele. Valeu, Erick!



Com isso, a Academies junta-se à All Tax e ao Braza, os dois patrocinadores deste blog (tchu-tchín!) que tornaram possível a criação do Guia de Vinho para o Inverno, lançado em junho deste ano por mim e pela somellier Izabella Rodrigues. A All Tax e o Braza acabam de renovar mais uma vez e continuam firmes e fortes por aqui.

Antonio, Viviane, Luiz, Birão, Athos e todo o time das duas empresas, muitíssimo obrigado!

Seguem 6 Enter's de agradecimento - 3 para cada!

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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Mais informações sobre o Leandro

O acidente envolvendo o capoeirista e percussionista Leandro dos Santos, o Barata, aconteceu no último sábado, na praia de Bondi, quando ele, juntamente com outros amigos, mergulharam no mar. Leandro bateu a cabeça num banco de areia, não conseguiu se mexer e precisou ser retirado. Ele está consciente no hospital, mas sem movimento do pescoço para baixo.

Seguindo as informações do post anterior, além da festa no Favela no domingo para arrecadar fundos para trazer a família e ajudá-lo, com entrada a $20, e da conta aberta para receber doações, também foi criado o website Beleza Barata com informações e acesso para doar.

Ainda no domingo, às 11 da manhã, no Centennial Park (Brazilian Fields No. 7, Dickens Drive), os Canarinhos farão o seu anual "Futebol das Piranhas" com lucro revertido para a Fundraiser for Leandro Santos. Trarei mais detalhes nos próximos posts, mas no Facebook dos Canários já tem todas as informações. Deem uma olhada!

E daqui a pouco, às 11 horas dessa quinta-feira, no programa nacional da rádio SBS em português, tem entrevista com um dos amigos e companheiros de grupo do Leandro, que estava com ele no momento do acidente. A entrevista pode ser ouvida na internet ou sintonizando em 97.7fm (Sydney), 93.1fm (Melbourne) 93.3fm (Brisbane), Adelaide (106.3fm) e (96.9fm) Perth.

O blog está à disposição para o que precisarem.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fundraiser for Leandro Barata

Assunto seríssimo!



No último sábado, Leandro Santos "Barata", que pertence ao grupo Rhythm Brazil daqui de Sydney, sofreu acidente em Bondi. O estado dele é muito grave, os médicos diagnosticaram tetraplegia e Leandro está respirando por aparelhos.

Domingo, das 20h às 3h, no Favela (Potts Point, Sydney), acontece evento para arrecadar fundos com entrada a $20. Quem não puder ir, tem a opção de transferir para a conta que foi aberta em nome dele.

Account Name: Leandro Santos Fundraising Account
Account Number: 491928339
BSB: 112-879

Vamos ajudar!

Abaixo, texto retirado da página do Rhythm Brazil no Facebook, que está rolando na internet.

Our beloved brother Leandro Santos (Barata) was in a tragic accident at Bondi Beach on Saturday and is in a critical condition in hospital. Leandro came to Australia in September with two of his best friends, Daniel and Joao to study English. He met Timbalada the day he arrived, connected with his passion for capoeira and his culture and immediately became part of the Rhythm Brazil family.

From the bottom of our hearts, we can say that Leandro is truly one of the most special souls placed on this earth. His gigantic smile, infectious energy and frequent outburts of “porra!” and “beleza!” have infiltrated the hearts of so many.

At this stage, the doctors have diagnosed that Leandro is quadriplegic as a result of the accident and at present he is fighting to regain breathing of his own accord without the support of machines. They have said that only a miracle could see his recovery… And it’s a good thing that we all believe in miracles! If ever there was a soul who deserves a miracle, it’s our darling Leandro.

His recovery will be a long process and in order for him to stay positive and have every chance of that miraculous recovery, it is vital for him to have his family here to support him. We are holding a fundraiser and accepting donations to assist his family to come to Australia from Brazil, as well as for the on-going treatment that he will need.

$20 at the door. Please come and show your support! With love and gratitude.

For those who can't make it and would like to make a donation, please do so to the following account:

Account Name: Leandro Santos Fundraising Account
Account Number: 491928339
BSB: 112-879

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Hugh Jackman - O show não pode parar



Como tudo tem sido mesopotâmico na passagem da Oprah pela Austrália, alguém comentou na produção do programa: precisamos de uma entrada triunfal para o ator Hugh Jackman.

John, o promissor estagiário fanático por HQ, logo soltou: tratando-se do Wolverine, por que não um rasante?

Ideia aceita na hora.

Hugh Jackman, herói nas telas, não tinha como usar os serviços de Bruce, seu dublê, já que a audiência estava lá. Assim, visivelmente desconfortável, deixou o senhor do coque prepará-lo para a entrada triunfal sugerida pelo promissor estagiário.



Apenas 100 metros o separava do palco montado na frente da Opera House, no caso, Oprah House. Porém, não é preciso ser um mestre da arte da vida para saber que nem tudo sai como planejamos. Ainda mais quando a ideia parte de um promissor estagiário.



Infelizmente, não achei a foto do momento da colisão, mas a física está aqui para nos ajudar.

Wolverine partiu do ponto "a" em direção ao ponto "b", localizado na parte de cima do palco. Na chapa abaixo, notamos claramente que o corpo do ator está contorcido e parcialmente virado para o ponto "a", o que significa, num português bem claro, que deu merda!



Sim, shit happens, como diria a camiseta, e o ator se chocou com algo que não deveria estar no caminho, evitando que chegasse ao ponto "b".

Resultado: show interrompido, um dos salários mais altos de Hollywood balançando a 10 metros de altura na frente de mais de 6 mil pessoas, olho ferido e paramédicos no palco.



Depois, claro, a tal da magia da televisão: um retoque aqui, uma piadinha ali e tudo volta ao normal.



Afinal, é televisão e o show não pode parar!



Mas, claro, eu não poderia deixar de dividir o vídeo do The 7pm Project com vocês, um dos poucos programas de tv bacanas por aqui (os caras juntam jornalismo diário e humor com muita inteligência).

Gabi, Oprah e Bono

Ela não poderia ter escolhido dia mais concorrido para chegar em Sydney. Na verdade, no planeta. Com o típico céu azul de verão, não tomou conhecimento de que Oprah Winfrey estava velejando com Russel Crowe na Sydney Harbour, nem mesmo que o U2 fazia seu show de abertura da turnê 360 na cidade.



Mas ontem, Gabriella Gilani Gimenez, 3,86kg / 50 cm, estreou com tudo. Gabi é filha do Balu, praticamente dono desse blog, com a Carol, que deu à luz através de parto "super natural e tranquilo", segundo a própria. Para dar as boas-vindas, vou explicar para a Gabi exatamente o que acontecia em Sydney no dia em que ela nasceu.



Gabi, quando você veio ao mundo, a cidade estava uma loucura. Tia Oprah, a mulher mais poderosa do planeta (depois da mamãe, é claro), veio lá do outro lado do mundo para vender a Austrália. Parece estranho, mas você vai entender quando crescer. Tudo o que ela toca ou fala vira ouro ou presidente dos Estados Unidos, e foi com essa ideia que a trouxeram para gravar alguns episódios da última temporada do programa na Austrália.

Em poucos anos, quando papai levar você pra passear no zoológico, você vai ver canguru, coala e outros bichinhos que só têm por aqui. Esse país que você nasceu é uma imensa ilha com bichos diferentes, pouca gente, forte herança colonial e longe pra chuchu, o que talvez explique esse louvor provinciano em torno da Tia Oprah. Não me entenda mal, a tia é legal, ajuda as pessoas, salva os bichinhos, mas uma apresentadora de tv causar a Oprahmania que estamos vivendo, é de mais.



Já o Tio Gladiador, que também é muito famoso em todo mundo, deve ter pago um dinheirão ou usado toda a influência, poder ou seja lá o que foi, para conseguir vender o peixe dele, na verdade, o coelhinho dele, que é o South Sydney Rabbitohs, time de Rugby League. É praticamente impossível calcular o preço para que Tia Oprah use um boné com um logotipo. Se, por exemplo, papai quisesse colocar o logo da Barbiecrew ou da Baluart no chapéu da Tia, ele precisaria estar vendendo quantidades industriais de picanha e trazendo shows para a Austrália do tamanho do U2, o que não é fácil.



Sim, Gabizinha, Tio Bono é outro cara legal que ajuda as pessoas, salva os bichinhos e tem livre acesso ao presidente dos Estados Unidos. Ele também estava ontem na cidade. Uncle Bono veio com seus amigos de longa data do U2 para se apresentar para 60 mil pessoas. Ter amiguinhos é muito importante. Hoje à noite ele se apresenta novamente, mas você ainda é muito pequititita para ir ao concerto. Quem sabe em alguns anos.



Todos eles são grandes estrelas, o que dá para falar que você nasceu em Sydney, 13 de dezembro de 2010, sob a luz das constelações de Oprah Winfrey, U2 e Bono Vox. Acredite, não é pouco! E no horóscopo chinês das celebridades, no ano do coelhinho (ou rabbithos, como dizemos aqui).

Bem-vinda, Babi, e parabéns Carol e Balu!

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Thank you! Obrigado! Gracias! Dzieki!

Pelas mensagens enviadas nos últimos dias e pela presença no Hero of Waterloo.
Agora chega!

Lembrete



domingo, 12 de dezembro de 2010

Bday with jazz

Ontem foi o meu aniversário e a todos que mandaram felicitações, o meu muito obrigado! Sim, fiz 34 e não ligo. Galera da Ozzy, obrigado pelo presente. Será consumido ao som de Ruben Gonzalez.



Aos que estiverem hoje na cidade, comemorarei no Hero of the Waterloo, meu pub preferido em Sydney, onde das 14h às 18h ouviremos jazz da melhor qualidade.

São todos bem-vindos.

What: Hero of Waterloo
Where: 81 Lower Fort St (The Rocks)
When: Sunday from 2pm to 6pm

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Red no BB's

O Red já avisou: quem não for, não vai ganhar presente quando ele voltar do Brasil.

Red, pra quem não conhece, é o popular Red Slim, também conhecido como Vermelho.

Vermelho é um fanático por rock n' roll, guitarra e Jimi Hendrix (não necessariamente nesta ordem).

Neste final de semana, Red Slim segue de férias para o Brasil, o que significa que hoje à noite vai ter sonzeira de saideira.

A festa começa às 20 horas, no BB's, em Bondi Beach (78 Campbell Pd), aquele local repleto de backpackers da... Europa.

Não preciso dizer mais nada.

Ops, preciso sim: a entrada é grátis!

"Gone forever" - Costa Rae

Pra quem ainda não conhece o novo trabalho do Fernando Aragones, o Costa Rae - outrora chamado de Dubbly -, segue o recém-lançado clipe da música "Gone forever", filmado em 16mm.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Suellen Domingues - Revoltante

Há pouco mais de um ano, publiquei post no blog sobre a Sullen Domingues, brasileira que conheci na escola cerca de um mês antes de morrer no apartamento do neurocirurgião Suresh Surendranath Nair.

Segundo o médico que fez a autópsia no corpo, foi encontrado nível letal de cocaína no organismo da estudante. Porém, no período entre os primeiros sinais que estava perdendo a consciência e a deterioração, o neurocirurgião teve, pelo menos, 20 minutos para tentar salvá-la.

Não o fez porque, segundo as informações que estão surgindo da Downing Centre Local Court, em Sydney, onde o caso está em andamento, o homem consumia e oferecia quantidades cavalares de cocaína, não somente para Suellen, mas para algumas garotas de programa que foram chamadas após a morte.

Sim, Suellen morreu em 19 de novembro. Na madrugada do dia 20, pelo menos três prostitutas foram chamadas ao apartamento, e de lá eles foram para um hotel. O corpo foi achado no dia 21.

Em fevereiro do ano passado, Victoria McIntyre também morreu no mesmo apartamento e pela mesma causa: overdose de cocaína. Neste caso, três ou quatro garotas de programa foram enviadas por uma agência.

Desde que o caso voltou a mídia no início desta semana, tenho recebido emails de amigos brasileiros indignados com a imprensa australiana. E eles têm toda razão, uma vez que, desde o ano passado, quando foi achada morta, os textos referem-se a ela como prostituta.

Apesar de evidências, em nenhum momento foi compravado que a gaúcha era garota de programa. Porém, a grande imprensa, essa dos veículos "oficiais" de comunicação que felizmente estão perdendo cada vez mais força e espaço com a revolução tecnológica que estamos vivendo, presumiram que ela era prostituta e ponto. O que é um total desrespeito não só com a memória dela, mas com Dona Solange, a mãe, toda a família, amigos e até mesmo com a mulher brasileira.

Se o mesmo tivesse acontecido com uma australiana e não com uma estrangeira cuja família está do outro lado do mundo, será que também a chamariam de prostituta sem antes procurar saber se de fato era?

De coração, espero que os órgãos oficiais do Brasil estejam dando todo suporte à família, ou pelo menos acompanhando o caso, já que os familiares têm todo o direito de saber o que está acontecendo através de fontes oficiais e não somente de jornais escritos em inglês e via internet.

E, indo um pouco além, será que o governo brasileiro não poderia entrar com uma ação contra esses veículos que a estão difamando? Se fosse a filha de um distinto deputado, senador ou ministro, permitiriam que a chamassem de prostituta ou o Itamaraty já teria sido acionado?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Arsehole e 10 dicas para o IELTS

Sorte minha que o vizinho do bilhete do automóvel não trabalha para o British Council como preparador da prova do IELTS, caso contrário, eu teria perdido ao menos um ponto no listening ou no reading no último sábado.

Sim, sábado finalmente fiz o famoso teste do IELTS e o resultado receberei em alguns dias. Mas conforme disse acima, já teria perdido um pontinho se o cara tivesse colocado em uma das questões a palavra arsehole, que eu, de maneira errônea no post anterior, achei que ele quisesse dizer asshole. Os amigos Gel e Paul me corrigiram.

E essa é uma das vantagens de viver num país de língua inglesa quando pretende-se aprender inglês e um dia fazer o IELTS, o Cambridge ou qualquer outro teste de proficiência da língua.

Lembro que um dia, quando falei Thanks God, o mesmo Paul me corrigiu, dizendo não me pergunte o motivo, mas é Thank God e não Thanks God. Ou seja, nunca mais vou esquecer e, se tivesse caído no teste, teria garantido um pontinho.

O IELTS, conforme falei, não passa de um teste de proficiência para medir o nível do inglês. Ponto. O que não significa que qualquer nativo da língua vai fazer a prova sem saber do que se trata e passar de primeira. Claro, isso pode acontecer, mas é mais provável que não, o que nos leva a derrubar dois mitos sobre a prova.

Derrubando 2 mitos
Brasileiro quando falha na segunda tentativa começa a culpar o governo, dizendo que o IELTS não passa de uma maneira de fazer dinheiro. De fato, o teste é uma excelente fonte de renda, assim como todo o sistema educacional, mas isso não quer dizer que eles fazem todos repetirem inúmeras vezes propositalmente para engordar os cofres públicos.

A amiga Ana Paula, por exmplo, passou de primeira com nota 8 ou 8.5 em cada seção da prova. O máximo é 9. Minha irmã, na primeira vez que fez, estava numa ressaca monstra. Falhou por meio ponto, mesmo tendo um excelente inglês desde mil novecentos e nada. Na segunda tentativa, ficou em casa na sexta à noite e acordou normal. Passou tranquila. Pergunto: a culpa foi do governo na primeira tentativa?

Outro mito é dizer que os critérios para avaliação do speaking e no writing são subjetivos. Balela! Poucas coisas são tão matemáticas como essas duas seções da prova. O writing, dividido em uma cartinha de 150 palavras e um ensaio de 250, tem um esqueleto a ser seguido e critérios absolutamente claros de avaliação como "cobrir os pontos do enunciado", "gramática correta", "vocabulário", "bom uso dos connectors" etc. O candidato só precisa mostrar que entendeu o que foi pedido e que sabe fazer bom uso da língua para discorrer sobre. Obviamente, não é simples, mas essa é a razão de um teste de proficiência.

Eu também preferiria que o teste fosse dividido em "Mímica avançada em Inglês", "Recorte e colagem de newspapers e magazines", "Pintura e gravura com giz-de-cera blue, red and yellow" e "Ligue a figura ao nome do animal". Mas como é uma prova para medir o nível de inglês e, para tal, foi estabelecido um padrão para justamente ser possível chegar a uma conclusão objetiva, é fundamental que o candidato aprenda a fazer a prova, saiba o que eles querem ler e ouvir, quanto tempo tem e daí em diante.

Ainda não sei se passei, a probabilidade de precisar fazer um novo teste é sempre maior do que de passar de primeira, mas tudo é possível. E como sei que são muitos os brasileiros que também estão na fase australiana do IELTS, resolvi escrever essas 10 dicar para a prova, com base no que achei fundamental. Vamos lá:

Antes de pensar em marcar a prova
#1. Sei que é irado ir para o trabalho ou para a escola ouvindo Lady Gaga, Rhianna e Só Pra Contrariar no seu iPod ou iPhone, mas considere, desde o momento em que pisar na Austrália, ouvir rádios locais, especialmente AMs como 2GB e ABC, entre outras. Acostumar-se com esse tipo de locução fará grande diferença no listening. Sem contar que você também ficará bem informado.

#2. Sei o quão importante são os livros de auto-ajuda em português para quem vive do outro lado do mundo e as revistas australianas que trazem as últimas sobre Jolie & Pitt, mas considere, desde o início, ler os jornais locais, outros tipos de revistas e também livros. Lugares com grande concentração de brasileiros como Bondi Junction têm bibliotecas públicas onde você fica membro sem pagar absolutamente nada e pega diversos livros igualmente sem custo algum. Fará diferença nas quatro seções da prova.

#3. Sei que um churrasco com os mano e as mina todo final de semana em alguma praia com parque é sensacional, mas integrar-se com pessoas de outras nacionalidades é fundamental para desenvolver o inglês. Sei também que às vezes dá preguiça de falar, isso é normal, mas tente não ficar 100% do seu tempo só com brasileiro e falando em português.

Decidi marcar a prova
#4. Inscreva-se em uma escola ou universidade que seja familiar pra você. Não necessariamente a instituição, mas a área, a localização do prédio, para que você possa chegar com tranquilidade, se sentir à vontade e não começar a se estressar assim que sair de casa. Outra coisa, antes de marcar, descubra dois amigos que fizeram no mesmo lugar e pergunte o que acharam, se a acústica é boa, se as mesas não são muito próximas, se os fiscais não são uns trogloditas, essas coisas.

#5. Antes do governo começar a flambar o sistema de imigração australiano, era muito mais concorrido marcar a prova. Ano passado, por exemplo, dependendo da época e do local, era preciso marcar com três meses de antecedência. Agora, é possível achar vaga para a mesma semana. Mas sempre tenha em mente que, por mais elizabético que seja o seu inglês, você precisará de tempo para se preparar.

Prova marcada, hora de estudar
#6. Um bom curso preparatório para o IELTS ou uma boa professora particular são fundamentais. São eles quem vão mostrar o que é a prova e como se faz, além de dar dicas valiosíssimas. A partir daí, meu chapa, é com você. Se prestar atenção, fizer os exercícios e praticar bastante, a chance de êxito é grande.

#7. Muito cuidado com o curso que vai comprar. Tem escola que vende preparatório para o IELTS part-time à noite que não passa de um encaixe no meio de um curso full-time. O que isso signiifca? Você chega para estudar das 18h30 às 20h30, só que descobre que a sua classe de fato começou às 16h. Ou seja, você quer que aquelas duas horas renda o máximo possível, enquanto todo o restante não aguenta mais ficar na escola e só pensa em ir pra casa (incluindo alguns professores). Entrei numa dessas e nunca mais!

#8. Lembra das rádios AM que falei, dos livros etc? Uma vez com a prova marcada, é obrigação ler e ouvir todo dia. Se precisar, vai fazer compra no Coles para praticar inglês com a mulher do caixa, mas é hora de imersão total na língua e intensivão em todas as skills.

Véspera da prova
#9. Se você vem fazendo os oito itens anteriores, na sexta-feira, véspera do teste, faça um favor a você mesmo: esqueça a prova. É verdade! Não estou falando para ir no Beach Road e quebrar tudo, mas tente ter um dia tranquilo, faça um esporte de leve, dê um mergulho, passe no bottleshop e leve uma cerveja para tomar à noite e durma cedo. Claro, ouça o máximo que puder de rádio AM, mas sem stress. Afinal, como bem disse Chainsaw no clássico Férias de Verão da Sessão da Tarde, o cérebro humano precisa de descanso.

Dia da prova
#10. Sei que não é fácil, mas simplesmente relaxe. Como? Chegue cedo. Respire fundo, várias vezes. Alongue braços, pescoço e ombros. Ouça atentamente todas as instruções desde a chegada e, mais importante, siga. No speaking, sorria para a pessoa que vai entrevistá-lo. Seja educado. Leve uma garrafinha d'água para beber durante a prova, mas beba devagar, pouco, pois se der vontade de ir ao banhairo, você estará perdido. Aliás, nove minutos antes de iniciar o teste, dê uma última ida ao banheiro. Mais! Deixe todos os problemas em casa, ou junto com a última ida no banheiro, mas esqueça do mundo. Uma vez lá dentro, evoque Volpone, fecha-se em uma bolha e não deixe que o nervosismo, a malandragem, a petulância e o que mais estiver a sua volta tire a sua concentração. E na hora de fazer a prova, lembre-se que aquela é uma oportunidade para você mostrar o seu nível de inglês dentro daquele formato, e não o governo ou seja lá quem for querendo acabar com você. Portanto, aproveite!

E se acordar no dia, e achar que não sabe nada, fique tranquilo pois você não será o primeiro (ou talvez nem seja isso). Mais uma vez, o mestre Chainsaw (abaixo)...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Um bilhete, uma equação e um asshole

E já que o assunto é Bondi, essa aconteceu na porta de casa. Como não se tratava de integrante de banda, registrei.

Na primeira chapa, temos dois simpáticos veículos estacionados. Normal.



Na segunda chapa, notamos que há algo colado no vidro da frente do Hyundai. O que será perguntariam os mais curiosos.



Numa aproximação do veículo, vemos que de fato foi colocado um bilhete de maneira bem grosseira, uma vez que os quatro pedaços de fita crepe estão mal e porcamente cortados e colados, sem a menor simetria ou senso estético, o que nos leva a concluir que o acabamento da peça certamente não era prioritário na ocasião - nos remetendo, então, ao conteúdo.



Assim, num trabalho de extrema perícia jornalística e correndo riscos, tamanha gravidade da situação, consegui registrar a mensagem do bilhete, esclarecendo de vez o que levou um ser humano em pleno final de tarde de uma ensolarada terça-feira de verão a digitar um bilhete no computador, imprimi-lo às pressas e colá-lo, com ainda mais pressa e doses cavalares de ódio, no vidro de um carro.



A equação é simples: um motorista folgado + um vizinho de saco cheio do motorista folgado que ocupou duas vagas para estacionar a merda de um carro = um dos melhores bilhetes já escritos e colados em um vidro de todos os tempos.

Importante: vamos relevar o erro de digitação, afinal, o gênio estava com pressa e ódio. Ele quis dizer ASSHOLE!!!

Well done!

DJ Cia

Lembrando que hoje à noite, na The Eastern, em Bondi Junction, começa a turnê do DJ Cia pela Austrália. Eleito o melhor DJ de hiphop da década, o brasileiro, que entre outros trabalhos faz o projeto RZO e atualmente produz o novo álbum dos Racionais Mc's, passará por quatro cidades.



Terça, 7 de dezembro - THE EASTERN HOTEL (SYDNEY)
Quarta, 8 de dezembro - MONA VALE HOTEL (SYDNEY)
Quinta, 9 de dezembro - ROXANNE PARLOUR (MELBOURNE)
Domingo, 12 de dezembro - SIN CITY NIGHT CLUB (GOLD COAST)

Pré-venda na Ozzy Study Brazil a $15 e na porta $20.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Aquele abraço!

Por gentileza, não me levem a mal, mas é porque hoje cedo Bondi Beach estava bombando, as ondas sendo disputadas a tapa pelos surfistas, o que me fez lembrar do grande Montezano, o popular Montê, pai do João Pedro, marido da Adriana Ikeda, e aí resolvi usar esse espaço para mandar aquele abraço para os três, que estão na Gold Coast.



SEM mais...