"Posso adiantar que tocarei pelo menos dois sambas para aqueles que estão morando aqui e estão com saudades do nosso país."
O recital é de música erudita, mas vai ter até samba. Quem avisa é o pianista brasileiro Artur Camirro, que amanhã se apresenta no The Independent, em North Sydney, às 20h. Para saber um pouco sobre a turnê na Oceania e tentar entender os dois pianos bem atípicos que ele tocará por aqui, segue entrevista que fiz com o músico.
Você vem para a Oceania para tocar em dois modelos bem diferentes de piano. Fale um pouco sobre eles.
Na Austrália, estarei em turnê com o piano da empresa Stuart & Sons, responsável pelo convite inicial para a minha vinda à Oceania. Na Nova Zelândia, farei recitais no maior piano do mundo, o "Alexander Piano", feito por um jovem de 22 anos chamado Adrian Mann, além de mais quatro recitais em diferentes lugares e com diferentes pianos.
Na minha opinião, o ponto mais interessante dos pianos da Stuart & Sons é a capacidade que estes instrumentos tem de alcancar expressões antagônicas que vão de um fortíssimo brutal a um pianíssimo inigualável graças ao seu quarto pedal. Além disso, os pianos Stuart & Sons possuem 102 teclas, ou seja, 14 teclas a mais que o piano padrão. Estamos fazendo gravações para um CD no momento, e ao que tudo indica, haverá outras vindas minhas à Austrália para fazermos mais CDs e recitais, so, let`s wait and see!
Tenho muitas expectaivas em relação aos pianos que usarei na Nova Zelândia, mas ainda não os conheço, de modo que só poderei comentar após conhecê-los bem. De qualquer forma, o Alexander Piano parece ser muito interessante em relação ao timbre, pois possui cordas maiores devido ao seu tamanho (5,7 metros de comprimento).
Onde mais tocará por aqui?
Na minha opinião, o ponto mais interessante dos pianos da Stuart & Sons é a capacidade que estes instrumentos tem de alcancar expressões antagônicas que vão de um fortíssimo brutal a um pianíssimo inigualável graças ao seu quarto pedal. Além disso, os pianos Stuart & Sons possuem 102 teclas, ou seja, 14 teclas a mais que o piano padrão. Estamos fazendo gravações para um CD no momento, e ao que tudo indica, haverá outras vindas minhas à Austrália para fazermos mais CDs e recitais, so, let`s wait and see!
Tenho muitas expectaivas em relação aos pianos que usarei na Nova Zelândia, mas ainda não os conheço, de modo que só poderei comentar após conhecê-los bem. De qualquer forma, o Alexander Piano parece ser muito interessante em relação ao timbre, pois possui cordas maiores devido ao seu tamanho (5,7 metros de comprimento).
Onde mais tocará por aqui?
Em Sydney, no The Independent, dia 19, agora, e no PianoTime Showroom, em Melbourne, dia 22, depois haverá 5 concertos na Nova Zelândia.
Li que o repertório vai variar em cada recital. Você poderia nos adiantar o que ouviremos em North Sydney, nesta quinta?
Minha intenção é mostrar um pouco de tudo, desde Bach, Beethoven, até minhas próprias composições e parafrases. Posso adiantar que tocarei pelo menos dois sambas para aqueles que estão morando aqui e estão com saudades do nosso país.
Fale um pouco sobre a sua formação musical.
Passei por universidade no Brasil e por diversos professores particulares, e um deles foi quem me ensinou boa parte do que sei sobre interpretação, seu nome é Leandro Faber, e trata-se de um grande amigo com quem mantenho contato até hoje. Em relação à composição, sou autodidata, estudei contraponto, harmonia e análise musical sozinho e não me arrependo nem um pouco! (risos)
Viver como músico no Brasil é complicado, como músico erudito, então, imagino que seja muito mais. É isso mesmo? Você mora no Brasil ou no exterior?
Viver como músico no Brasil é complicado, como músico erudito, então, imagino que seja muito mais. É isso mesmo? Você mora no Brasil ou no exterior?
Moro no Brasil, é muito difícil trabalhar como músico erudito no nosso país, então tenho direcionado minha carreira somente para o exterior, e acabo fazendo poucas apresentacões no Brasil. A procura pelo meu trabalho é grande na Europa e está crescendo mais e mais de modo que o meu nome ja chegou aqui na Oceania, depois de pouco mais de 3 anos de contatos no exterior. Mantenho-me no Brasil porque tenho família, mas se surgir um bom convite... quem sabe! (risos)
Fale um pouco sobre o seu website.
Tive que aprender a lidar com html para fazer meu website e, aos poucos, ele esta ficando como eu quero. Após esta turnê na oceania, terei bastante material novo no site, e da mesma forma, voltarei a atualizar a Opus Dissonus, minha revista digital onde entrevisto compositores de vários lugares do mundo.
No exterior, as pessoas se surpreendem com o fato de você ser um pianista virtuose nascido no Brasil?
As pessoas surpreendem-se mais com as diferenças culturais do nosso povo do que com o fato de ter alguém como eu trabalhando nesta área. Penso que ter nascido no Brasil, apesar das dificuldades e da falta de apoio, foi muito bom pois me afastou do academicismo europeu e americano e, ao mesmo tempo, me deu liberdade para achar meu próprio caminho. Estou tendo um retorno maravilhoso do público na Austrália, mas a curiosidade deles é mais voltada para a música do que para a minha nacionalidade. Ponto realmente curioso este que você mencionou!
Mande um recado para os brasileiros que estão na Austrália e Nova Zelândia e ainda não compraram ingressos para os seus recitais.
Os recitais são bem variados, para quem conhece o repertório, esta é a oportunidade de ouvir uma seleção bem interessante de obras de diferentes períodos, e para quem não conhece ainda, esta é uma oportunidade de conhecer um mundo à parte, místico, fantástico e gigante chamado música erudita!
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