Sei que é cedo, pois ainda restam dois meses e meio para a acabar o ano e muita coisa ainda pode acontecer. Mas como seria bom se a década de 2000, que começou com dois aviões, duas torres e um cretino, terminasse com este incrível exemplo de 33 homens, uma cápsula e um líder de verdade.
Chi Chi Chi Le Le Le!!!
Aliás, ouvindo a pouco o discurso do presidente Sebastian Piñera, ele se referiu ao acidente com o avião da Força Aérea Uruguaia ocorrido nos Andes, em 12 de outubro de 1972, episódio que ficou marcado pelo fato dos sobreviventes terem comido carne humana.
Treze pessoas morreram no momento do desastre, outros morreram nos dias e semanas seguintes e, após 8 dias, sem sucesso, o governo chileno encerrou as buscas.
Porém, Carlos Paéz Villaró, um dos artistas uruguaios mais conhecidos no mundo, arquiteto e à época trabalhando em grandes agências de publicidade, sabendo que o filho estava no vôo, juntou-se imediatamente às buscas. Após o governo chileno desistir, o coração de pai falou mais alto e ele decidiu ficar nos Andes para encontrar o filho.
Durante meses, bancando tudo por conta própria, Villaró, com a ajuda de voluntários e amigos, mergulhou na Cordilheira. Foi chamado de louco, claro, mas após 3 meses, não apenas encontrou o filho Carlos Miguel, como também outros 15 sobreviventes.
Sei que são contextos e épocas completamente diferentes, mas imaginem se o atual presidente chileno tivesse desistido no oitavo dia após a explosão na mina.
E com muita honra, no meio desta década que fomos de Bush a Pinero, passando por Obama, na virada de 2005 para 2006 tive o privilégio de conhecer Villaró pessoalmente, em sua Casapueblo, no Uruguai, e até trocarmos livros. Toda a saga dele nos Andes está em Entre mi Hijo y Yo, la Luna.
Um comentário:
Ó Chile deu um exemplo fantástico para o mundo!
Tão bom que todos aprendessem, não é? Esperança, sempre teremos.
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