segunda-feira, 5 de julho de 2010

Axé boludo wagneriano que nem Freud explica!


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Eu achava que só eu e a minha amiga Angela, de São Paulo, tínhamos pai uruguaio, mas pelo visto praticamente todos os meus amigos e conhecidos também. O que tenho ouvido de "nosso Uruguai" desde sábado não é brincadeira.

Uruguai x Holanda, na manhã de quarta, é um jogo imprevisível. Absolutamente tudo pode acontecer: a Holanda fazer uma grande partida e despachar a Celeste. O Uruguai jogar muito e eliminar a Laranja. Ambos jogarem como nunca e perderem como sempre (no caso, um dos dois após disputa de pênalti). E por aí vai.

A minha única certeza é de que não será um jogo chato. O Uruguai aprendeu a jogar buscando o gol e passou a gostar disso, enquanto a Holanda, por vocação, não sabe ficar parada na defesa. Meu medo é o Uruguai fazer um gol logo no começo e o instinto defensivo-retranqueiro voltar, o que pode resultar em uma virada doída.

Já a outra semi...

A Alemanha, não apenas merece passar pela Espaha, como ser campeã. Mais! Por ter humilhado Inglaterra e Argentina com 4 a 1 e 4 a 0, respectivamente, em fases decisivas de Copa do Mundo, já deveria receber o troféu antecipadamente. A semi e a final seriam apenas figurativas, para cumprir tabela e honrar os compromissos publicitários.

Em tese, a Alemanha só perde para ela mesma. E mesmo assim, precisará fazer muito esforço, pois além de ter uma força descomunal coletivamente, possui vários talentos individuais que estão desequilibrando. Entre eles, Klose, um predestinado em Copa do Mundo, Ozil, que por obra do acaso (e de uma entrada criminosa) herdou a vaga de Ballack e é a liga dos contra-ataques mortais, sem citar Lahm, Podolski, Schweinsteiger, Mueller e o próprio Joachim Low, o técnico mais flamboyant deste Mundial, que é tudo o que o Oswaldinho de Oliveira quer ser quando crescer. Ah, não esquecendo do atacante Cacau, o alemão de Santo André!

Mas, claro, estamos falando da Copa mais sem lógica de todos os tempos, do Mundial que rebaixaria Freud para a segunda divisão da psicanálise. Ou seja, um alemão pode muito bem ser expulso no começo do jogo e a Espanha fazer 1 a 0, uma zebra pode invadir o gramado e acertar o bandeirinha, que anulará incorretamente um gol alemão (no caso, a zebra não é necessária para esse tipo de erro), enfim...

Como estamos falando dos Tambores da África, de países como Espanha e Holanda, que por séculos exploraram o continente, acredito que Alemanha e Uruguai passam para a final. Mais! Veremos (agora em tom profético), no último ato, os Deuses do Futebol assumirem os tambores africanos, laureando a Alemanha com o tetra e ressucitando o Uruguai para o futebol. Afinal, Klose e Podolski, os dois principais craques alemães, são poloneses, e o Uruguai é o país do candombe (a versão boluda do candomblé). É quase um axé wagneriano que nem Freud explica!

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