terça-feira, 26 de abril de 2011

O Barão e o Príncipe

Sim, meus amigos, o barão está de volta!



Quando um xavante-paulistano prepara o primeiro chimarrão do ano, significa que o calor se foi, o frio chegou e, a partir de agora, para esquentar é tomar vinho com a baroa e chimarrão quando estiver sem (sei que os amigos gaúchos vão ficar bravos, mas pra mim - já falei que sou paulistano e xavante - chimarrão é um esporte individual).

E ontem, enquanto abria solenemente a temporada assistindo ao filme The Queen, que passava no Channel 7, travei o seguinte diálogo com a minha flatmate finlandesa.


(O diálogo ocorreu em finlandês, claro, esta é apenas uma tradução livre para o português).

- Pablo, o que você está assistindo?
- The Queen, filme sobre a morte da princesa Diana e a rainha Elizabeth II.
- Sério? Quero ver! Estou tão empolgada com o casamento.
- Você? Finlandesa? Por que?
- Como assim? É um casamento real! Vai dizer que você não está, Pablo?
- Claro que não, Elvira, eu não ligo a mínima para casamento real, família real, nada disso.
- Não acredito, que decepção... Um príncipe vai se casar e você não está nem aí!

Pausa para tomar um fôlego e um mate, pois aí vem a pergunta:

- Mas me diz uma coisa, Pablo, qual é o seu príncipe preferido?

ENTER
ENTER
ENTER

3 ENTER'S para representar o tempo que permaneci engasgado com a erva atravessada na garganta.

- O que? Você só pode estar brincando!
- Brincando? Todo mundo deve ter um príncipe preferido: o William ou o Harry. O meu é o William!


Eu, que já estava preocupado com o rumo que a semana tem seguido com o casamento da sexta, desanimei de vez. Principalmente por estar na Austrália, país cuja maioria simplesmente ainda ama a monarquia britânica e não quer se ver livre da coroa tão cedo.

Parece mentira, mas é verdade! Mesmo não tendo mais poderes jurídicos sobre a Austrália desde 1986, a Grã-Bretanha ainda é a grande mãe da Austrália - enquanto a rainha Elizabeth II a avó.

Em 1999, ou seja, 13 anos após a rainha ter assinado o ato, foi realizado referendo na Austrália para decidir se o país deixaria de ser monarquia para se transformar em república, e o resultado foi um retumbante 55% a 45% para o "Não".

O casamento da sexta, claro, reacendeu os ânimos dos plebeus down under, como mostra pesquisa encomendada pelo The Australian. Segundo o jornal, em abril deste ano, o apoio à república, com 41%, atingiu o índice mais baixo dos últimos 17 anos, quando em março de 1994 estava em 39%. Pior! O índice de quem é fortemente a favor da república não passa de 25%.


A pesquisa só dá uma aliviada pró-república quando a pergunta refere-se ao apoio no caso do Príncipe Charles assumir o trono ao lado da gloriosa Camilla Parker. Neste cenário, 48% responderam que iriam com a república. No caso do William, o príncipe da minha flatmate finlandesa, o apoio à república ficaria em 45%. Mostrando que, por ora, Elizabeth II ainda é a rainha da popularidade por aqui.

Independentemente do que vem pela frente - e sei que será um bombardeio real com as emissoras locais se matando durante toda a semana e, principalmente, na sexta - vou tomando o meu chimarrão com muita pompa e circunstância, enquanto me preparo para o jogaço da NRL desta sexta-feira entre os Broncos e os Bulldogs. Vai pegar fogo! E na sequência tem Rabbithos contra Sharks. Dose dupla na TV!

2 comentários:

Jo Turquezza disse...

Poderia ser feriado também na AU rsrs

Anônimo disse...

Ahahahahahahaha...fico imaginando a sua cara na hora da pergunta.

Vc deveria ter respondido assim:

O Príncipe eu não sei, mas meu Princeso preferido é o Diogo Rodrigues.