sábado, 18 de setembro de 2010

Soul Brazil

Há cerca de um mês e meio, no Beach Rd, Geléia fazia seu show de despedida. No intervalo, enquanto o cantor foi tomar mais dois shots de whisky, Rogério e Fernando, que o acompanhavam com a Tropical Jam, permaneceram no palco. A eles juntaram-se Thyago e Luiz, e o quarteto fez alguns sons. Surgia ali, oficialmente para o público, o Soul Brazil.



Amanhã à tarde a banda se apresenta no Ritmo Festival, em Darling Harbour, por volta das 14h30, e à noite na Home, por volta das 19h. Somando o público das duas apresentações, serão cerca de 20 mil pessoas. Nada mal para quem estará fazendo apenas o segundo e o terceiro shows da carreira.



Ontem estive no ensaio para ouvir o som e tirar umas chapas. Gostei muito! Dos 8 pés da banda, 5 estão na igreja, o que traz uma base de soul e gospel muito forte.



Thyago Macedo, 25 anos, toca violão desde os 8, sendo que durante 5 anos tocou dentro da igreja. Não por acaso suas principais influências vão de Fred Hammond a Stevie Wonder.



Luís Henrique, 27, toca teclado desde os 10 e sempre acompanhando a banda e o coro da igreja. Paulista de Sorocaba, as principais influências são gospel, black music, soul e r&b.



Não dá pra falar que Rogério Pulga, 28, tem os dois pés na igreja, uma vez que quando desembarcou na Austrália, há 4 anos, existia a máxima que dizia: "Perto do Pulga, longe de Deus". Mas ele, quando começou há tocar aos 10 anos, aprendeu os primeiros acordes do violão também na casa de Deus. Portanto, ao contrário dos outros dois integrantes que têm os dois pés lá dentro, Pulga tem somente um.

Baixista de mão cheia que parece o Steve Vai e toca "For the love of God" para tentar aliviar a dele lá em Cima, Pulga dita o ritmo da banda com seu groove totalmente influenciado por funk e James Brown.



O herege da banda atende pelo nome de Fernando. Filho de um baterista/guitarrista com uma vocalista, o homem é um multi-banda. Entre outras, toca no Samba Groove, Samba Mundo, Samba Australia e na Performing Brazil, um septeto de chorinho que quebra absolutamente tudo. Apesar de tanto samba, o mineiro de 26 anos (13 tocando profissionalmente) vem do bom e velho rock n' roll setentista, percorrendo os caminhos do jazz nos últimos anos. Coisa de blasfemo com extremo bom gosto musical.



Para quem gosta de uma boa MPB tocada com suingue, groove e, claro, muito soul, sugiro estar próximo do palco por volta das 14h30. Até porquê, vão tocar alguns papas e cardeais da música brasileira como Tim Maia, Djavan e Paralamas e, quem não estiver por ali, não vai para o Céu. É sério!

Nenhum comentário: