segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Sorry Day e a maldição da múmia (ou seria do múmio?)



Quarta-feira passada, 13 de fevereiro, Kevin Rudd, nosso primeiro-ministro, pediu desculpas ao povo aborígene pelos abusos cometidos desde a chegada do intrépido Captain Cook, em 1770, principalmente em relação à chamada “geração roubada” (veja filme homônimo do diretor Phillip Noyce – Rabbit-Proof Fence, em inglês), ocorrida nas primeiras décadas do século XX.



O australiano médio, que torce o nariz para os aborígenes, não gostou muito do pedido de desculpas, que entrou para a história como Sorry Day. Mas ele também não morre de amores pelos japoneses, coreanos, chineses, indianos, libaneses, enfim, parte da população é de fato preconceituosa, assim como acontece em praticamente todos os cantos do planeta.


Eu assisti à cerimônia e me emocionei. Num mundo sem muita esperança como o nosso, cuja figura mais poderosa atende pelo nome de Georg W. Busha, ver um homem branco, comandante de uma economia que movimenta cerca de US$ 700 bilhões por ano, tomar uma atitude como esta, é, no mínimo, confortante.



Claro, sou suspeito pra falar. Na contra-capa do meu livro é citado o povo aborígene (“nativos da Oceania” – http://www.livropablonacer.blogspot.com/), viajei 3 vezes para uma aldeia indígena xavante no Mato Grosso, fui adotado por um clã, batizado e devo muito a eles. Mas acredito que tantas outras milhões de pessoas que não necessariamente tenham alguma ligação com os povos nativos, também se emocionaram com o Sorry Day.



E falando nos primeiros a chegarem, terminou esta semana no National Maritime Museum (em Darling Harbour – Sydney), a exposição Iceman – the story of Ötzi, sobre o nosso irmão mais velho. Encontrado nos Alpes, entre a Itália e a Áustria, em 1991, o finado, delgado e congelado Ötzi é a múmia mais antiga do mundo (por que não múmio?). Ele estava no gelo há 5.300 anos e foi descoberto acidentalmente por turistas.



Além de fotos impressionantes da múmia, a exposição também trazia uma réplica em tamanho real do corpo e de como ele devia ser (barba, cor do cabelo etc), peças e objetos que reproduziam a vida do glorioso Ötzi e as possíveis causas de sua morte (em off: mataram o homem). Muito interessante! Se a exposição for para a sua cidade, não perca. Afinal, o cara não ficou 5.300 anos pelado no gelo para ser ignorado (não é à toa que existe a tal da maldição da múmia - ou seria do múmio?).

2 comentários:

Anônimo disse...

Publa,

Na foto no museu quem é o cara de bigode ao seu lado ?

Abs, Din Diãs !!!

Pablo Nacer disse...

E que bigodeira, meu chapa!!!
That`s Publa!!!