domingo, 9 de dezembro de 2007

Mucho gusto, my name is Publa

Em 29 de maio de 2003, publiquei um texto no meu outro site (pensamentododia.com) de nome “Sem nome”. Era sobre o grave problema que sempre enfrentei, especialmente quando visitava amigos em prédio, pois nunca, jamais um porteiro proferiu o meu nome corretamente. Pabulo, Plabo, Pabolo, Pablu, Prábis, Frábis e Frábulo eram algumas das graças mais frequentes.

Pois bem, aqui na Austrália a saga continua. Tudo bem eles mudarem a pronúncia de “Pablo” para “Pêiblo” ou "Péblo", afinal, o “a” local é dierente. Mas me chamarem de “Publa” não dá. E é o que tem acontecido em um dos meus trampos.



Pub, no final da jornada (é se trocar e ir pro pub)

Trabalho casualmente num restaurante que é a cara da Austrália. Não que lá só tenha carne de canguru, coalas descansando nas árvores e bumerangues cruzando o espaço aéreo. Mas por ser um restaurante mexicano, de propriedade de duas australianas, tocado por um chef de Bangladesh, que cozinha cercado de ajudantes do Nepal. Já os garçons e garçonetes se dividem entre Nepal, Brasil, Estado Unidos, Alemanha e México (embora o mexicano tenha cara de brasileiro, e eu, brasileño, tenha cara de mexicano – praticamente um graçom temático). Isso é a Austrália, uma das sociedades mais multi-culturais do planeta. E é lógico que o chef, há muitos anos aqui, mas com o característico sotaque indiano, só me chama de Publa. É “Publa, aqui estão os burritos”, “Publa, o chimichanga está pronto” e por aí vai!

O meu consolo é no final da jornada, quando eles preparam o nosso jantar. Para identificar a “bóia” de cada um, eles escrevem nossos nomes. E o meu, para simplificar, só escrevem “Pub”. Encaro como um “sinal” e, no melhor estilo Speedy González (também conhecio como Ligeirinho), vou direto para o pub irlandês que tem perto do restaurante só para justificar o apelido e abrir o apetite. Arriba, arriba, arriba, mate! Ou: Cheers, cabrón!




terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Um domingo qualquer

O que é isso?

a) Instalação ao ar livre na mais recente edição da Bienal de Sydney
b) A última palavra em paisagismo australiano
c) Um telhado de final de primavera com objetos que parecem ser pratos
















Se você respondeu "a" ou "b", errou. Se chutou "c", parabéns. Siga em frente para uma análise mais detalhada.

Imagem 1














Olhando atentamente a imagem 1 (closet recuperado da imagem inicial), vemos que de fato trata-se de um prato. Na verdade, destroços de um ex-prato (sim, perdemos o prato)!

Imagem 2


Já na impressionante imagem 2, vemos não apenas um incrível prato que, ao contrário de seu par, encontra-se absolutamente inteiro (sem dúvida estamos falando de "O Prato"); como também uma solitária sandália, provavelmente de numeração entre 36 e 38.

Em suma, temos um telhado de final de primavera, dois pratos (sendo um quebrado e um inteiro) e uma sandália número 36, 37 ou 38.

Conclusão

















As minhas vizinha de cima são:

a) Gregas que mantém a tradição de quebrar pratos durante as refeições

b) Artistas plásticas que gostam de fazer instalações em telhados de final de primavera

c) Bêbadas que encheram a lata no último domingo, fizeram a zona, colocaram o som no talo, ficaram gritando feito loucas na varanda e, em uma das atitudes mais estúpidas que vi desde que cheguei na Austrália, arremessaram pratos pela janela que poderiam ter causado um grande problema caso acertassem um carro, uma criancinha, a minha irmã Paloma (aí elas estariam encrencadas) ou uma indefesa velhinha que estivesse passando pela Dolphin St.

Resposta correta: "c"

Justiça seja feita: a sandália já estava lá.

Austrália também tem ministro que não canta só no chuveiro




Na próxima convenção da ONU, nosso ministro da cultura Gilberto Gil terá um novo companheiro para fazer um sonzinho durante os intervalos entre um coffee brake e outro. É o glorioso Peter Garrett, aquele careca gigante que durante quase 3 décadas esteve à frente do Midnight Oil – grande banda australiana dos anos 80 e 90. Garrett, que dançando em alguns clipes parece um boneco de Olinda versão Outback, foi empossado ontem à tarde como novo ministro do meio ambiente, patrimônio e artes da Austrália. Na verdade, o ministério chama-se Environment, Heritage and the Arts, mas como estou há apenas 4 meses aqui, essa foi a melhor tradução que consegui fazer. Para o meu inglês, o ideal seria ministério the book is on the table.





Garrett não foi nomeado ministro só porque é um cara bacana e famoso que adora as tartarugas e o mico-leão-dourado. Mas por defender as causas ecológicas desde os tempos do Midnight Oil, pela destacada atuação junto a diversas organizações ambientais e por ter as questões do meio ambiente e das mudanças climáticas como principal bandeira em sua luta no Parlamento, onde desde 2004 é o representante de Kingsford Smith, o “distrito” onde moro. No último dia 24 de novembro ele foi eleito para o seu segundo mandato, e agora, como seu partido conquistou maioria no Parlamento e indicou o novo-primeiro ministro Kevin Rudd, Garrett foi convidado para assumir a pasta.
















Kevin Rudd, do Partido Trabalhista Australiano, venceu o conservador John Howard (também conhecido como vice-xerife de George W. Bush), que estava há 11 anos no poder. Em seu primeiro ato oficial, Rudd ratificou o Protocolo de Kyoto sobre mudanças climáticas, isolando ainda mais os Estados Unidos como o único país desenvolvido a não assinar Kyoto. Mais! Rudd prometeu retirar, gradativamente, os 1500 soldados australianos que estão no Iraque, a começar pelos 500 da linha de frente. E isso certamente reduzirá o risco de sofrermos um ataque terrorista (em breve link relacionado). Bons ventos por aqui!





"How can we dance when our earth is turning
How do we sleep while our beds are burning"

sexta-feira, 30 de novembro de 2007

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