segunda-feira, 18 de julho de 2011

Luto - Alex Silva

Acordo hoje em São Paulo com a triste e inacreditável notícia de que o Alexandre Magno Guerreiro da Silva, o Alex Silva, ou simplesmente Xã, faleceu ontem em acidente de carro no trecho entre Minas Gerais e São Paulo.

Apaixonado por futebol e trabalhando com futebol, o conheci num campo de futebol, o Brazilian Fields, em Sydney, onde aos domingos se juntava aos Canarinhos para exercer duas paixões: jogar futebol e falar sobre futebol.

De sorriso fácil e coração imenso, ele fez incontáveis amigos durante os quatro anos em que viveu na Austrália, antes de retornar ao Brasil, em março deste ano, para iniciar vida nova ao lado da Mariana.

O velório foi realizado ontem e o enterro acontece neste momento no Cemitério Parque da Cantareira, SP. Em Sydney, haverá missa nesta quinta-feira, às 17h30, na St Mary's Cathedral (2 St Marys Rd - Hide Park).

Que Deus abençoe o Alex e dê muita força e conforto para os familiares, a namorada Mariana e os amigos no Brasil e na Austrália.

sábado, 16 de julho de 2011

The Footbolt - Shiraz

Lendo a boa e velha Gula, edição 220, "Especial - 100 Rótulos que valem a pena beber", dei uma olhada nas botejas disponíveis no mercado brasileiro que estão em alta (pelo menos para os degustadores da revista), com foco, é claro, nos australianos, para saber o que chega aqui e por quanto.

Dos cem, encontrei seis aussies, o que para um país distante como a Austrália (leia-se alto custo com transporte e impostos), está bom.


Dos seis, dois produtores entraram no Guia 2011 deste blog, entre eles o d'Arenberg, ícone do McLaren Vale, região no estado de South Australia.

Eles têm uma linha chamada The Musketeers Red, referência aos três mosqueteiros, cujo rótulo, praticamente uma eno-leitura do uniforme do River Plate, é extremamente popular na Austrália.

Originalmente, os três mosqueteiros respondiam pelo d'Arry's Original, corte de Shiraz com Grenache, The High Trellis, Cabernet Sauvignon, e The Footbolt, Shiraz (hoje, a linha ganhou mais dois rótulos).

E foi justamente o The Footbolt 2007 que entrou no ranking da Gula (leiam descrição abaixo).


No Brasil, ele custa R$80, enquanto que na Austrália não passa de AU$20. Numa rápida conversão com o câmbio de hoje, seria R$33.74. Mas, claro, é preciso calcular taxas, transporte, luz, água, cafezinho, staff, impostos, lucro... o que eleva o preço duas vezes e meia.

Independentemente, recomendo que experimentem por aqui, pois é um vinho absolutamente fiel à sua região, e na Austrália idem, pois a AU$20 é fantástico.

Principalmente o mosqueteiro Cabernet The High Trellis, que indiquei no Guia para ser combinado com canguru. Aliás, aproveitando este final de semana gelado aí na Austrália, é uma excelente pedida, já que combina com várias outras carnes.

No Brasil, à venda na Zahil.
Na Austrália, em quase todo bottle shop.


.........Patrocinadores do Guia 2011.............

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Da dura poesia concreta de tuas esquinas

Durante dez anos, entre os 1970 e 1980, meu pai, Alberto Nacer, trabalhou como fotógrafo profissional em São Paulo, fazendo fotos publicitárias.

Quando montou, no início dos 80, a Diálogo Propaganda, deixou a câmera de lado - pelo menos profissionalmente - para se dedicar à agência, onde era sócio, diretor de arte e de criação.

A agência não existe mais, virou Talent Biz no início dos 90, mas a paixão pela fotografia jamais apagou e, felizmente, teve o cuidado de passar pra mim.

Sábado passado, cheguei em São Paulo após três anos sem visitar o Brasil e, aos poucos, tenho visto o que ele vem fotografando desde que se aposentou, há cerca de dois meses.

Nessa sequência fotografada em duas horas num espaço de aproximadamente quatro querteirões próximos de onde mora, o que mais me chamou a atenção foi o fato de ter encontrado formas e até certa beleza em algo que é um dos principais responsáveis por toda a dureza que São Paulo se tornou, os enormes edifícios que transformaram a cidade numa gigantesca e mirabolante selva de pedra.

Mais! Ainda descolou um ângulo fantástico na quarta chapa que fez o estado de São Paulo saltar à vista, no melhor estilo "Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaços".

Muy bueno!

















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terça-feira, 12 de julho de 2011

Hanami, O Florescer da Vida

Felipe Guedes, carioca que vive em Sydney, é o designer que fez a arte deste blog.

Priscila Guedes, irmã dele, formou-se na Escola de Belas Artes, no Rio, já fez alguns documentários e atualmente vive em Marseille, França.

Foto de Mariana Maffeis

Nos últimos dois anos e meio, desde que os meus fanfarrões sobrinhos nasceram em Sydney, tenho acompanhado com mais atenção a gravidez e o nascimento dos filhos das minhas amigas brasileiras.

E o que mais me impressiona é o brutal choque cultural que elas, em sua grande maioria ferrenhas defensoras da cesariana, sofrem quando se deparam com o estilo australiano, totalmente favorável ao parto natural.

Pois bem, após viver a experiência de receber o filho num parto domiciliar planejado, Priscila decidiu compartilhar as informações sobre esta prática pouco divulgada que revolucionou a vida dela, através do documentário Hanami, o Florescer da Vida.



Sinopse
É um documentário que retrata a atuação de um grupo de enfermeiras obstetras que dedicam suas vidas a apoiar gestantes no nascimento de seus filhos em um ambiente humano e acolhedor.

Atuantes na região de florianópolis desde 2005, essas PARTEIRAS URBANAS deram forma à equipe que atende principalmente a partos domiciliares planejados, propagando a profunda filosofia de humanização da gestação, parto e pós-parto como um novo paradigma de humanização do mundo, embasado pelo conceito do famoso obstetra francês MICHEL ODENT, que diz “para mudar o mundo é preciso antes, mudar a forma de nascer”.

Neste exato momento, o projeto luta contra o relógio para conseguir financiamento. Explico. Existe um site maravilhoso chamado Catarse, que serve como plataforma para financiamento de projetos culturais. É realmente fantástico e vale a pena ser visitado.

Até o momento em que escrevo este post, o documentário já conseguiu R$9.595 dos R$12.000 que precisa para ser financiado. Ou seja, falta pouco. Mas pouco também é o tempo, já que eles têm somente mais 8 dias para arrecadar o montante.

Assim, sugiro que você assista ao trailer e, se gostar, entre nos links que estão abaixo, conheça mais sobre o projeto e faça a sua doação. Tudo é extremamento bacana, o filme, o modo como pode ser financiado e o conceito de gestação e parto por trás desta história.

Link para colaborar
Blog do filme
Facebook do filme


Foto de Mariana Maffeis

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Aproveitando que a redação/sala da mamãe está aberta, apesar do jet wine leg (hoje foi de Tannat), vamos a algumas rápidas.

Há três posts, comentei sobre o wombat gigante descoberto em Queensland, que provavelmente era "pareeeennnte" dos crocodilos também gigantes de água salgada de Northern Territory.

Pois bem, aqui no Brasil, alguns amigos não acreditaram nos referidos répteis. Mas eu, sempre preocupado com a comprovação empírica dos fatos - praticamente um São Tomé Down Under -, trago chapa da fotógrafa Katrina Bridgeford, tirada recentemente.


Detalhe: Brutus, como é conhecido o croc, é desprovido da perna frontal direita. Motivo? Uma briga com um tubarão.

No mesmo post, escrevi sobre a nossa primeira-ministra Dilma Rous... ops, Julia Gillard, que fixaria a taxa sobre emissão de carbono em $23 por tonelada. Não deu outra!


Não tenho a menor simpatia por ela, ao contrário de seu antecessor, Kevin Rudd, mas que o esquema para a implementação do imposto conduzido pela primeira-ministra - que tem o mesmo carisma de um mop - foi muito bem feito, foi. Well done!

Falando em mop, sempre reclamei da internet na Austrália. Comparada a do Brasil, é uma grande piada. E agora a pouco, fiquei sabendo que num relatório sobre internet divulgado no ano passado pela empresa Akamai, a Austrália ocupava a posição 58 no ranking, atrás, inclusive, da Tailândia.

Ou seja, após o carbon tax, agora é hora de tirar o projeto da National Broadband Network da gaveta e dar um gás na internê. Não tem coisa mais chata do que, no meio do trabalho, ter de andar pela casa com o computador erguido, implorando por algum sinal do oh, Grande Vodafone.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sambasonics no Grazie a Dio

Começando a temporada em São Paulo com a missa dominical do Sambasonics no Grazie a Dio, Vila Madalena.


A gravação tá ruim porque estou "jet beer leg", mas o ponto é simples: precisamos levá-los para fazer turnê na Austrália/NZ/JPN.


Acompanho a banda desde o início dos 2000 (o Grazie tem 11 anos e eles acabam de completar 10 anos de estrada) e, depois de 3 anos sem vê-los, só tenho a dizer que estão melhores do que nunca!

Para ouvir mais e conhecer a banda, clique aqui!


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Ah, toca O Doca!!!

domingo, 10 de julho de 2011

Vatapá com Shiraz - Fondue

Vatapá com Shiraz, para quem não conhece, é a coluna que escrevo junto com o amigo Paulinho Martins, chef paulistano radicado na Bahia (aquela mesma, de todos os santos).

Paulinho,

Querendo ou não, inverno é época de fondue. Principalmente em países quentes como o Brasil e a Austrália que, quando dá qualquer esfriada, as pessoas já tiram correndo do armário o cachecol, as luvas e se fantasiam de boneco de neve para comer foundue.

Sexta passada fizemos uma sessão na casa do Tercio Raddatz, chef gaúcho que mora na Austrália há uns 8 anos e volta para o Brasil em definitivo em agosto. Vou colocá-los em contato pois o homem é craque, perceiraço por estas bandas e vai para SP.

De queijo, fomos nos tradicionais gruyere, emmental e blue cheese, o nosso gorgonzola. Perfeitos! O que talvez faça a diferença por aqui sejam os pães, pois as bakeries são simplesmente fantásticas. Se por um lado não temos as maravilhosas padarias dos portugueses que temos no Brasil, por outro somos felizes com as bakeries.

O pão que o Tercio usou é de uma famosa loja chamada Sonoma, que produz um sourdough e-t-u-p-e-n-d-o, como diria aquele nosso amigo uruguayo. Crocante e caramelizado por fora, macio por dentro, pelo formato até parece uma nave espacial. Ele praticamente abduziu os queijos, fazendo toda a diferença. E para quebrar absolutamente tudo, o chef ainda serviu com lascas de trufas de South Australia, que podem não ser como as piemontesas, mas deram um sabor especial.



Acompanhando, começamos com um Chardonnazaço da Penfolds, o Bin 311, time grande que tinha estrutura de sobra para segurar os queijos. Na sequência passamos para o Merlotzão que sugeri no Guia de Vinho do blog, o Grant Burge Hillcot 2009, redondíssimo que não passa de $20 por aqui. Casamento perfeito!

E na Bahia, que não tem inverno, vocês comem fondue? Algum baiano já comeu fondue na Bahia? Com algumas adaptações, é possível fazer um fondue baiano? Tem clima e demanda pra isso? O que você recomenda de vinho?

Acabo de chegar no Brasil, nos vemos em poucas semanas!

**

Nacer,

O inverno aqui está frio e doloroso. Ontem estava 31 graus, mas já teve dias de fazer 16. Clima polar para nós.

Frio aqui é impossível, e na verdade, esse é um dos motivos de eu estar aqui. Mas em dia de chuva, nos meses de junho e dentro do ar-condicionado, conseguimos fazer uma simulação de inverno.

Mas a verdade é que: terra que não faz frio, quando dá uma esfriadinha, todos já usam os velhos clichês de inverno. E o Fondue é o mais emblemático (e saboroso) deles. O que beber com eles, é um dilema complexo e tema para debate, ao menos na Bahia. Não que tenha algum segredo, mas na minha opinião o fondue combina mais com vinho branco do que com tinto. A sensação do salgado do queijo e sua acidez casam muito bem com os brancos cheios e mais potentes.



Me lembrei de uma vez que fizemos fondue com um vinho chamado Show Reserve Chardonnay. Um australiano que vendíamos no Manacá há uns anos. Brancão! A madeira e a maloláctica estava na cara do gol. Casou muito bem com o clichê-mor. Alias, esse Bin 311 que você citou é demais. Já provei e é a minha cara! Realmente deve ter ficado interessante.

O problema é que aqui na Bahia o povo não toma vinho branco nem no verão. Todo mundo é tinto. Na minha opinião, o importante é ser pouco tânico e, de preferência, que os taninos sejam macios. Merlot e Pinot Noir acho que vão bem.



Casa Lapostolle Merlot é uma boa. Para que quiser ousar tente o Gammay da Miolo. Excelente para beber na praia, um pouco mais fresco. Ele tem uma acidez bem legal, talvez case bem com o queijo.

O fondue original (que vem de fundido, ou derretido) é de queijo. Tradicionalmente com gruyere e emmental ralado. Esfrega-se um dente de alho no fundo da panela e derrete-se o queijo no vinho branco. Depois, um pouco de nós-moscada e um pouco de kirch.

As variações já são antigas. De carne é a mais pedida. A de chocolate (que para mim não faz muito sentido) já é consagrada como o fondue doce. Mas é claro que nessa vida você vê de tudo. Camarão, frango, carne seca.... Tem uma hora que é igual pizzaria. Eu sou mais tradicional. Gosto de queijo.

O diferencial da sua noite foram as lasquinhas de trufas. Excelente ideia. Vou usar por aqui.

Nos encontramos em Sampa. Chego dia 20. Minha aula no Paladar é dia 31. Tomaremos uns copos juntos.

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