segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Censo 2011 - Quantos brasileiros vivem na Austrália?

Está na hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. No caso, sua quantidade. Afinal, somos 10 mil brasileiros vivendo (ou de passagem) na Austrália, 20 mil ou 30 mil?

Segundo e censo de 2001, éramos 2,776, em 2006 somávamos 7,489, e em 2011 somos... Bem, agora é com a gente.

O Australian Bureau of Statistics já entregou os formulários. Todo brasileiro que estiver na Austrália amanhã, 9 de agosto de 2011, deverá responder. Mesmo que seja o Caetano Veloso ou o Gilberto Gil de passagem de um dia pelo país (citei Caê e Gil devido às performances do último sábado).


Preencher o formulário é muito simples. Acabei de fazer e levei menos de 20 minutos. Respondi no impresso mesmo, achei mais fácil, mas se preferir, você pode ir direto no site da ABS, digitar o Census Number que foi entregue e preencher.

Entre os motivos para participar, selecionei três enviados pela antropóloga brasileira Cristina Rocha, professora da UWS/Universidade de Western Sydney, que encabeça a campanha "Apareça na Austrália!":

1. A contagem mais aproximada possível do número real de brasileiros mostrará ao governo australiano que a comunidade brasileira está crescendo e assim poderá haver mais políticas, serviços e programas para brasileiros (de tradução, saúde, festivais, etc) e mais fundos para tais programas.

2. Por outro lado, os resultados apurados pelo censo australiano certamente terão impacto na política brasileira direcionada para o atendimento dos brasileiros na Austrália.

3. A adesão de cada um pode contribuir, de forma decisiva, para tornar ainda mais relevante a nossa comunidade tanto para a Austrália quanto para o Brasil.


Aos trancos e barrancos, o Brasil está virando moda no mundo. Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas pela frente, cada vez mais, vão olhar pra gente. A própria Austrália, que de boba só tem os coalas, já está de olho no crescimento do país. Basta ver esta nova revista lançada pela Câmera de Comércio com total apoio do ministério do Kevin Rudd. Ou seja, se aparecermos também por aqui e ficarmos fortes, será bom pra gente.

Só para dar um exemplo, o tal do Brazilian Day da Rede Globo, que acontece em diversos países levando um time de artistas da pesada para se apresentar, por ora está longe da Austrália. Motivos? Distância e falta de interesse, já que o número de brasileiros é pequeno. Será? Comparado aos outros países, sim, mas será que somos tão poucos mesmo? E será que estamos tão mais distantes do que o Japão? Sei que a quantidade lá é infinitamente maior, mas respondendo o censo, aparecendo, talvez descobriremos que temos mais potencial.


Por tudo isso e para ajudar a passar a mensagem pra frente, lanço aqui o Bolão do Censo (ou Bolão do Censão - para abrasileirarmos a coisa). A ideia é simples: Quantos brasileiros você acha que vivem na Austrália? Escreva o seu palpite nos "Comentários" deste post e aguardemos. Quando sair o resultado oficial, pagarei um jantar no Braza no valor do rodízio (as bebidas são por conta do vencedor, claro) para quem chegar mais perto.

Meu chute é 18.432 brasileiros. Ops, acabou de pousar um ônibus da Aerolineas Argentinas. Minha aposta é 18.527. Mande o seu palpite e, mais importante, participe do Census 2011!


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domingo, 7 de agosto de 2011

Domingo em Sydney

Retrato do dia em Sydney: nem chuva nem sol, nem quente nem frio, nem inverno nem primavera, nem mesmo uma ressaquinha pra rebater. Simplesmente domingo!


E preparem-se, pois a temperatura vai cair...

sábado, 6 de agosto de 2011

Alex Atala em Sydney

Quando ele veio para o Melbourne International Food Festival, em março de 2010, seu restaurante figurava na posição 18 da lista dos 50 melhores do mundo da S.Pellegrino.


Daqui a dois meses, em outubro, o homem volta à Austrália para participar do Crave Sydney Food Festival, agora com o restaurante ranqueado na posição 7 da mesma lista.

Com isso, e a tal da progressão geométrica em mente (ou seria a aritmética?), pergunto: se vier em 2012, o homem estará no topo a lista? Tratando-se do talento e do comprometimento que tem com a gastronomia e a cozinha brasileira, não duvido!


Estou falando do chef Alex Atala, proprietário do D.O.M., o melhor restaurante do Hemisfério Sul, e do Dalva e Dito, ambos em São Paulo.

Atala é uma das atrações do Crave, que acontece nos dias 1 e 2 de outubro, no Hilton Hotel, e se apresenta na sessão matinal de sábado, ao lado de craques como Martin Benn, do Sepia (Sydney), Tony Bilson, do lendário Bilson's (Sydney), e Andrea Petrini, do Cook it Raw (França). Na boa, quem gosta de gastronomia e não for, não vai para o Céu. Sério!

Ano passado, entrevistei o chef antes dele vir para a Austrália, e o texto está aqui. Se quiser saber como foi o jantar que fez no festival de Melbourne, clique aqui.

Aproveitando que o assunto é gastronomia, que o final de semana está aí e estamos vivendo dias atípicos de primavera em pleno inverno, segue uma dica de vinho direto do Guia de Vinho do blog deste ano.


É o Mornington Estate Pinot Noir 2008 ($19), que reúne uma combinação rara de atributos para um Pinot como ser bom, ter preço razoável e estar pronto para beber. Isso mesmo! Redondo e delicado, o Mornington Estate traz as frutas e o caramelo de sempre e é perfeito para esses dias que não estão nem quentes, nem frios, nem invernais, nem primaverais, enfim... experimente!

Para ver mais vinhos do Guia 2011, clique aqui.

.................Patrocinadores do Guia........................

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Double Decker Days - A cara da Austrália

Hoje faz quatro anos que deixei o Brasil para viver na Austrália. Por conta disso, vale uma reflexão.

Talvez o que mais me atrai no país, principalmente em Sydney, seja o estilo de vida. Esta combinação entre a ordem anglo-saxã com a despretensão dos trópicos e a ligação intrínseca com o mar e a natureza fazem daqui um lugar único.


Na Austrália, tem-se a liberdade de ser o que quer, e não o que os outros esperam. O encanador, por exemplo, tem o mesmo valor da primeira-ministra, com a diferença de que ele é muito mais feliz do que ela. Aliás, tenho dois bons amigos encanadores, um deles grande comprador de vinhos.

Aqui, nunca é tarde para começar, recomeçar ou mudar de vida, pois experiência é algo valorizado e não sinônimo de idade. É fácil? Claro que não, mas extremamente viável. Depende de cada um.

Dito isso, quero apresentar aos leitores do blog a australiana Crystal Thomas, uma mulher excentricamente apaixonada por interiores, que cresceu em Bacchus Marsh, Victoria, e recentemente comprou um Layland Double Decker, ônibus de dois andares da década de 1970.


O objetivo? Dar um tapa e transformá-lo no meio de transporte/casa para os finais de semana. Nada mais australiano! A missão já está no dia 47 e, com a ajuda dos filhos, do namorado, demais familiares e amigos, segue de vento e popa.


E aproveitado as facilidades da era digital, podemos acompanhar o dia-a-dia da empreitada através do Double Decker Days, site que ela mantém atualizado com um diário de bordo e ótimas fotos.


Quando terminar, Thomas pode voltar a trabalhar em uma empresa de design de interiores, passar um ano viajando no ônibus com o namorado, vendê-lo e abrir um café, não importa. O fato de ter parado para se dedicar a algo tão peculiar é maravilhoso, e como todas as coisas boas da Austrália, já virou fanfarra.






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quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Neandertown, Abuka e Samba Australia

Final de semana chegando, vamos com alguns shows que rolarão neste lado do Pacífico.


Nesta sexta-feira, o Abuka Duo se apresenta no The Berkelouw Wine Bar (Berkelouw Books L1 70 Norton Street), em Leichhardt, das 20h às 23h.

Tiago e Sandro, por sinal, em breve vêm com petardo na praça. Sugestão: tirem as crianças da sala e aguardem...


Também na sexta, mas do outro lado da harbour, em Manly, Marcelo d'Avila e Tiago Passos, da Neandertown, recrutaram um timaço de músicos que inclui Fernando Aragones, Eddie Brasil e Shannon Stitt para jam session das 21h às 23h no Sugar Lounge (42 N Steyne).

Importante: se você está em Sydney, vale a pena pegar o simpático barquinho que os locais chamam de ferry, atravessar a harbour e assistir. Caso esteja do outro lado, é obrigação aparecer. Sério!


Já no sábado, o Samba Australia volta ao Seven 8 (antigo BB's - 78 Campbell Parade), em Bondi Beach, para colocar todo mundo pra sambar (ou pagodear, se preferir).

Imagino que o show comece entre 20h e 21h, mas das 19h às 21h rolará preço especial de happy hour com Carlton a $4, Daiquiri a $5 e Corona a $6.

Ou seja, aproveite que você não terá absolutamente nada para fazer e chegue cedo. O Banana eu sei que vai. A entrada é grátis e já deixo o parabéns pro Thiagão, que fez aniversário ontem e vai comemorar lá.

Dica: se você quer que o seu filho seja músico, batize ele de T(h)iago.


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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Questionário CRBE - Comunidade Brasileira na Austrália?

Mantendo a linha cívica do último post, voltemos para duas semanas antes de eu embarcar para o Brasil, quando participei de uma happy hour com a Eliane da Silva, da Brazil WA (Brazilian Association of Western Australia ), a Lucia, da ABCD (Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Criança Bilíngüe), e a Beatriz Wagner, da SBS Radio.

O tema principal foi o Conselho dos Reprentantes dos Brasileiros no Exterior, aquele mesmo que escrevi algumas vezes no blog, primeiro informando sobre a eleição, e depois criticando o fato de não termos nos organizado e, consequentemente, eleito nenhum representante.

A Eliane, que representou a Austrália no evento a convite dos organizadores e fechava o relatório para enviar ao Itamaraty, colocou a gente a par e, mais importante, tentou entender porque não elegemos ninguém.

Desta conversa, ficou claro que mais do que nunca, é hora de todas as pessoas e associações envolvidas com brasileiros na Austrália esquecerem as diferenças e juntarem-se em torno de um interesse maior para, quem sabe, termos uma comunidade forte e organizada, e um representante eleito na próxima eleição.

Também ficou claro a necessidade de termos um meio de comunicação voltado especificamente para isso, para que todos possam, abertamente, trocar informações, atualizar sobre o que está acontecendo, expor problemas e dar sugestões referentes à vida comunitária.

Mas é imprescindível que seja um canal neutro, horizontal e aberto a todos, não pertecente à associação A ou instituição B. E o Facebook, com as facilidades de se criar uma página, administrá-la e, mais importante, permitir a participação de quem se interessar, é o primeiro passo. Lá na frente, quem sabe, passaríamos para um blog ou site.

A página no Facebook (provavelmente "CRBE-Austrália") ainda será aberta, mas antes, pela urgência do prazo, uma vez que a IV Conferência acontecerá nos dias 5, 6 e 7 de outubro, as associações ABCD, ABRISA, BraCCA e BrazilWA, com o apoio do SBSC Canarinhos, entre outros, estão coletando as reivindicações dos brasileiros através de um questionário disponibilizado na internet para serem apresentadas no encontro. O questionário fica no ar até 31 de agosto e você pode dar a sua contribuição clicando aqui.

Esta é uma ótima iniciativa para agilizar o processo, porém, é preciso que, passada a conferência, a página no Facebook seja criada para ampliar a participação. Por aqui, vou ajudar no que for preciso para fazer a coisa acontecer, seja através de sugestões, disponibilizando o blog para divulgar e, claro, acompanhando o que está sendo feito.


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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Brasil (após 3 anos)

Antes de mais nada, como é bom ir para o Brasil, e como é bom voltar para a Austrália.

Poderia ser um pouco mais perto, é verdade, ou não tão demorado, mas a tecnologia está aí para resolver isso (ou o bom senso, uma vez que argentino não vem em grande número para a Austrália, ao contrário do brasileiro, o que faz o itinerário São Paulo-Sydney ter muito mais sentido do que Buenos Aires-Sydney).

Continuando o que escrevi no Facebook, quando estava no Brasil, vamos a uma geral sobre o país.

Em primeiro lugar, impressionante a quantidade de dinheiro que está rolando (e o custo de vida). É investimento vindo de tudo quanto é lado, seja público, privado, nacional, estrangeiro, intergaláctico, enfim, estão todos investindo no Brasil - assim como os intermediários, facilitadores, atravessadores e aproveitadores de sempre.

Quando decidi viver na Austrália, em 2007, um dos motivos que mais me motivou a sair foi a corrupção institucionalizada e a impotência em relação à ela. Infelizmente, neste quesito só pioramos. Outro motivo foi a violência (e o medo dela). Também piorou.

A impunidade, sem dúvida, está entre os principais fatores, e o grande exemplo quando estive lá foi o acidente envolvendo a Porsche voadora. Violência no trânsito que resultou em uma morte e não colocará o assassino atrás das grades. Se for, será por pouquíssimo tempo, pois o cara é milionário.

Após o acidente, em vez de se preocupar com a vítima, ele só quis saber do carro, o que nos leva a outro ponto na questão da violência: a total falta de valor à vida e a banalizacão da morte. O exemplo maior foi um assalto na Bahia. A cena, filmada pela câmera do banco e exibida na íntegra no Jornal Nacional, foi assim:

Depois de fazer a limpa, o ladrão deixa a agência pela porta da frente com uma arma na mão. Ele anda rápido, mas sem correr. Uma mulher atravessa seu caminho. Em vez de seguir em frente, na maior naturalidade, o assaltante vira, acerta um tiro pelas costas e continua. Ela cai ali mesmo e se torna estatística.

Mas não pensem que voltei pessimista não. A impressão, após três anos sem ir ao Brasil, é de melhora. O pobre, que já não é tão pobre, de fato passou a ter acesso ao consumo e, mais do que isso, adquiriu auto-estima. Especialmente no nordeste, e aí, eu, que sempre detestei o Lula, admito que ele foi fundamental para isso.

Fernando Collor, por mais desastroso que tenha sido, fez a tão necessária ruptura com o caos econômico que vivíamos nos anos 80. Alguém precisava fazer o trabalho sujo, e ele fez - pena que de maneira generalizada.

Na sequência, Fernando Henrique construiu os alicerces econômicos e colocou o país no caminho, interna e externamente. Luiz Inácio manteve o rumo, virou santo nacional, pop star internacional e, através de sua política de assistencialismo, tirou 30 milhões de miseráveis do limbo social, deu condições para que uma gigantesca classe c passasse a existir economicamente e deixou para o povo a mensagem de que tudo é possível (seja lá o que isso significa).

Dilma Roussef, que eu via com desconfiança desde os tempos em que chefiava a Casa-Civil, me pareceu uma mulher bastante determinada, séria e, graças ao bom Deus, sem a demagogia populista do antecessor. Mas, claro, a desconfiança continua, pois há poucos meses ela passou um cheque em branco para quem quiser faturar indevidamente com a Copa.

Independentemente, hoje a presidenta tem a faca e o queijo. Para os próximos anos, bilhões ou trilhões de dólares, além de uma Copa do Mundo e, possivelmente, uma Olimpíada (no caso de reeleição). O passo natural é substituir o assistencialismo por políticas mais consistentes, investindo principalmente em infra-estrutura e educação. Ou seja, em vez de dar o peixe, ensinar a pescar. Espero que ela faça isso.

Jamais tivemos uma década tão promissora (e ao mesmo tempo tão perigosa). Vicente Matheus diria que a Copa do Mundo é uma faca de dois legumes. Concordo plenamente! A linha que separa o sucesso e o fracasso neste caso é incrivelmente tênue. A grande questão que provavelmente será respondida em cinco anos é se o país do carnaval e do futebol vai se transformar no país do presente, ou se seremos eternamente o país do futuro.



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