Paladar, para quem não sabe, é o caderno de gastronomia do jornal O Estado de São Paulo - disparado, o melhor suplemento do gênero no país, batendo inclusive o de terça do Sidney Morning Herald, da Austrália.
Em 2008, eles realizaram o
Paladar - Cozinha do Brasil, evento que contou com os chefs Alex Atala, Mara Salles e Edinho Engel, e tinha como intuito começar a dar uma cara para a gastronomia brasileira. Foi praticamente um laboratório, que deu certo, cresceu e agora está na quarta edição, reunindo mais de 60 especialistas entre chefs, jornalistas, fotógrafos, escritores, sommeliers e entusiastas.
Hoje pela manhã, fui na aula inaugural do Edinho Engel, chef por quem tenho, além de uma profunda admiração profissional e pessoal, um carinho muito grande, pois foi numa tarde de junho de 2005, no restaurante dele do Litoral Norte de São Paulo, o Manacá, que após tomar um vinho do Porto com o próprio e o amigo e chef
Paulinho Martins, decidi que precisava aprender sobre vinho e comecei a fazer cursos, participar de degustações e, obviamente, beber mais e mais botejas.
Coincidentemente, hoje também é o meu último dia no Brasil, já que amanhã volto para a Austrália. Mais do que isso, como a viagem teve um mesopotâmico foco gastronômico e etílico, foi um fechamento de ouro, uma vez que a aula do mestre foi sobre... feijão.
Sim, meus amigos, este grão tão comum por aqui e muitas vezes desprezado, como bem disse o chef, na Austrália é motivo de reverência, já que não faz parte da dieta local. Mais! Quando algum amigo faz um panelaço de feijão, sempre chama os outros para comer. Sonia, minha sogra, foi em março pra lá e até hoje comemos o feijão preto que ela deixou no freezer. Uma exxxplosão de sabores - como ela diria. Ou seja, feijão na Austrália é quase commodity.
Esta pesquisa do Edinho sobre feijões começou em 2007, na Bahia, com o Paulinho, e o resultado foi apresentado hoje. Edinho mostrou 11 tipos e criou um prato para cada.
Ele começou a aula falando de cada tipo, enquanto experimentávamos (o feijão mangalô que já vem com gosto de peixe foi a grande surpresa pra mim). Depois, serviu, um a um, as onze criações, transformando o nosso prato em um verdadeiro mapa do feijão no Brasil. Fantástico.
Para terem uma ideia, tivemos, entre outros, Bacalhau com feijão mangalô, Creme de feijão branco e frutos do mar, Moqueca de ovo e feijão mulatinho, Bolo e renda de feijão com calda de figo seco, Salada de feijão verde, polvo e maxixe e Cozido de feijão fradinho com paleta de queixada - queixada, por sinal, fornecida pelo amigo de aldeia xavante Gonzalo Barqueiro, que eu não via há 8 anos.
O evento está apenas começando e é um programaço para quem estiver em São Paulo neste final de semana. Comprando ingresso, é possível participar de aulas e palestras de nomes como
Alex Atala, Eduardo Maya, Helena Rizzo, Maurizio Remmert, Paulinho Martins, Roberta Sudbrack, Salvatore Loi, Manoel Beato, Ignácio de Loyola Brandão, Pedro Martinelli e Luiz Fernando Veríssimo (que por sinal, estava na aula do Edinho).
Aproveitando, quero agradecer a todos os amigos e familiares pelas três semanas e-p-e-t-a-c-u-l-a-r-e-s que tive em São Paulo, e, como de praxe às sextas, disponibilizar o botão de emergência (abaixo), que leva direto ao pdf do Guia de Vinho do blog. Afinal, o final de semana está aí!
.................Patrocinadores do Guia.................
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