quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Neandertown, Abuka e Samba Australia

Final de semana chegando, vamos com alguns shows que rolarão neste lado do Pacífico.


Nesta sexta-feira, o Abuka Duo se apresenta no The Berkelouw Wine Bar (Berkelouw Books L1 70 Norton Street), em Leichhardt, das 20h às 23h.

Tiago e Sandro, por sinal, em breve vêm com petardo na praça. Sugestão: tirem as crianças da sala e aguardem...


Também na sexta, mas do outro lado da harbour, em Manly, Marcelo d'Avila e Tiago Passos, da Neandertown, recrutaram um timaço de músicos que inclui Fernando Aragones, Eddie Brasil e Shannon Stitt para jam session das 21h às 23h no Sugar Lounge (42 N Steyne).

Importante: se você está em Sydney, vale a pena pegar o simpático barquinho que os locais chamam de ferry, atravessar a harbour e assistir. Caso esteja do outro lado, é obrigação aparecer. Sério!


Já no sábado, o Samba Australia volta ao Seven 8 (antigo BB's - 78 Campbell Parade), em Bondi Beach, para colocar todo mundo pra sambar (ou pagodear, se preferir).

Imagino que o show comece entre 20h e 21h, mas das 19h às 21h rolará preço especial de happy hour com Carlton a $4, Daiquiri a $5 e Corona a $6.

Ou seja, aproveite que você não terá absolutamente nada para fazer e chegue cedo. O Banana eu sei que vai. A entrada é grátis e já deixo o parabéns pro Thiagão, que fez aniversário ontem e vai comemorar lá.

Dica: se você quer que o seu filho seja músico, batize ele de T(h)iago.


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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Questionário CRBE - Comunidade Brasileira na Austrália?

Mantendo a linha cívica do último post, voltemos para duas semanas antes de eu embarcar para o Brasil, quando participei de uma happy hour com a Eliane da Silva, da Brazil WA (Brazilian Association of Western Australia ), a Lucia, da ABCD (Associação Brasileira para o Desenvolvimento da Criança Bilíngüe), e a Beatriz Wagner, da SBS Radio.

O tema principal foi o Conselho dos Reprentantes dos Brasileiros no Exterior, aquele mesmo que escrevi algumas vezes no blog, primeiro informando sobre a eleição, e depois criticando o fato de não termos nos organizado e, consequentemente, eleito nenhum representante.

A Eliane, que representou a Austrália no evento a convite dos organizadores e fechava o relatório para enviar ao Itamaraty, colocou a gente a par e, mais importante, tentou entender porque não elegemos ninguém.

Desta conversa, ficou claro que mais do que nunca, é hora de todas as pessoas e associações envolvidas com brasileiros na Austrália esquecerem as diferenças e juntarem-se em torno de um interesse maior para, quem sabe, termos uma comunidade forte e organizada, e um representante eleito na próxima eleição.

Também ficou claro a necessidade de termos um meio de comunicação voltado especificamente para isso, para que todos possam, abertamente, trocar informações, atualizar sobre o que está acontecendo, expor problemas e dar sugestões referentes à vida comunitária.

Mas é imprescindível que seja um canal neutro, horizontal e aberto a todos, não pertecente à associação A ou instituição B. E o Facebook, com as facilidades de se criar uma página, administrá-la e, mais importante, permitir a participação de quem se interessar, é o primeiro passo. Lá na frente, quem sabe, passaríamos para um blog ou site.

A página no Facebook (provavelmente "CRBE-Austrália") ainda será aberta, mas antes, pela urgência do prazo, uma vez que a IV Conferência acontecerá nos dias 5, 6 e 7 de outubro, as associações ABCD, ABRISA, BraCCA e BrazilWA, com o apoio do SBSC Canarinhos, entre outros, estão coletando as reivindicações dos brasileiros através de um questionário disponibilizado na internet para serem apresentadas no encontro. O questionário fica no ar até 31 de agosto e você pode dar a sua contribuição clicando aqui.

Esta é uma ótima iniciativa para agilizar o processo, porém, é preciso que, passada a conferência, a página no Facebook seja criada para ampliar a participação. Por aqui, vou ajudar no que for preciso para fazer a coisa acontecer, seja através de sugestões, disponibilizando o blog para divulgar e, claro, acompanhando o que está sendo feito.


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segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Brasil (após 3 anos)

Antes de mais nada, como é bom ir para o Brasil, e como é bom voltar para a Austrália.

Poderia ser um pouco mais perto, é verdade, ou não tão demorado, mas a tecnologia está aí para resolver isso (ou o bom senso, uma vez que argentino não vem em grande número para a Austrália, ao contrário do brasileiro, o que faz o itinerário São Paulo-Sydney ter muito mais sentido do que Buenos Aires-Sydney).

Continuando o que escrevi no Facebook, quando estava no Brasil, vamos a uma geral sobre o país.

Em primeiro lugar, impressionante a quantidade de dinheiro que está rolando (e o custo de vida). É investimento vindo de tudo quanto é lado, seja público, privado, nacional, estrangeiro, intergaláctico, enfim, estão todos investindo no Brasil - assim como os intermediários, facilitadores, atravessadores e aproveitadores de sempre.

Quando decidi viver na Austrália, em 2007, um dos motivos que mais me motivou a sair foi a corrupção institucionalizada e a impotência em relação à ela. Infelizmente, neste quesito só pioramos. Outro motivo foi a violência (e o medo dela). Também piorou.

A impunidade, sem dúvida, está entre os principais fatores, e o grande exemplo quando estive lá foi o acidente envolvendo a Porsche voadora. Violência no trânsito que resultou em uma morte e não colocará o assassino atrás das grades. Se for, será por pouquíssimo tempo, pois o cara é milionário.

Após o acidente, em vez de se preocupar com a vítima, ele só quis saber do carro, o que nos leva a outro ponto na questão da violência: a total falta de valor à vida e a banalizacão da morte. O exemplo maior foi um assalto na Bahia. A cena, filmada pela câmera do banco e exibida na íntegra no Jornal Nacional, foi assim:

Depois de fazer a limpa, o ladrão deixa a agência pela porta da frente com uma arma na mão. Ele anda rápido, mas sem correr. Uma mulher atravessa seu caminho. Em vez de seguir em frente, na maior naturalidade, o assaltante vira, acerta um tiro pelas costas e continua. Ela cai ali mesmo e se torna estatística.

Mas não pensem que voltei pessimista não. A impressão, após três anos sem ir ao Brasil, é de melhora. O pobre, que já não é tão pobre, de fato passou a ter acesso ao consumo e, mais do que isso, adquiriu auto-estima. Especialmente no nordeste, e aí, eu, que sempre detestei o Lula, admito que ele foi fundamental para isso.

Fernando Collor, por mais desastroso que tenha sido, fez a tão necessária ruptura com o caos econômico que vivíamos nos anos 80. Alguém precisava fazer o trabalho sujo, e ele fez - pena que de maneira generalizada.

Na sequência, Fernando Henrique construiu os alicerces econômicos e colocou o país no caminho, interna e externamente. Luiz Inácio manteve o rumo, virou santo nacional, pop star internacional e, através de sua política de assistencialismo, tirou 30 milhões de miseráveis do limbo social, deu condições para que uma gigantesca classe c passasse a existir economicamente e deixou para o povo a mensagem de que tudo é possível (seja lá o que isso significa).

Dilma Roussef, que eu via com desconfiança desde os tempos em que chefiava a Casa-Civil, me pareceu uma mulher bastante determinada, séria e, graças ao bom Deus, sem a demagogia populista do antecessor. Mas, claro, a desconfiança continua, pois há poucos meses ela passou um cheque em branco para quem quiser faturar indevidamente com a Copa.

Independentemente, hoje a presidenta tem a faca e o queijo. Para os próximos anos, bilhões ou trilhões de dólares, além de uma Copa do Mundo e, possivelmente, uma Olimpíada (no caso de reeleição). O passo natural é substituir o assistencialismo por políticas mais consistentes, investindo principalmente em infra-estrutura e educação. Ou seja, em vez de dar o peixe, ensinar a pescar. Espero que ela faça isso.

Jamais tivemos uma década tão promissora (e ao mesmo tempo tão perigosa). Vicente Matheus diria que a Copa do Mundo é uma faca de dois legumes. Concordo plenamente! A linha que separa o sucesso e o fracasso neste caso é incrivelmente tênue. A grande questão que provavelmente será respondida em cinco anos é se o país do carnaval e do futebol vai se transformar no país do presente, ou se seremos eternamente o país do futuro.



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sábado, 30 de julho de 2011

Paladar - Cozinha do Brasil

Paladar, para quem não sabe, é o caderno de gastronomia do jornal O Estado de São Paulo - disparado, o melhor suplemento do gênero no país, batendo inclusive o de terça do Sidney Morning Herald, da Austrália.


Em 2008, eles realizaram o Paladar - Cozinha do Brasil, evento que contou com os chefs Alex Atala, Mara Salles e Edinho Engel, e tinha como intuito começar a dar uma cara para a gastronomia brasileira. Foi praticamente um laboratório, que deu certo, cresceu e agora está na quarta edição, reunindo mais de 60 especialistas entre chefs, jornalistas, fotógrafos, escritores, sommeliers e entusiastas.


Hoje pela manhã, fui na aula inaugural do Edinho Engel, chef por quem tenho, além de uma profunda admiração profissional e pessoal, um carinho muito grande, pois foi numa tarde de junho de 2005, no restaurante dele do Litoral Norte de São Paulo, o Manacá, que após tomar um vinho do Porto com o próprio e o amigo e chef Paulinho Martins, decidi que precisava aprender sobre vinho e comecei a fazer cursos, participar de degustações e, obviamente, beber mais e mais botejas.

Coincidentemente, hoje também é o meu último dia no Brasil, já que amanhã volto para a Austrália. Mais do que isso, como a viagem teve um mesopotâmico foco gastronômico e etílico, foi um fechamento de ouro, uma vez que a aula do mestre foi sobre... feijão.


Sim, meus amigos, este grão tão comum por aqui e muitas vezes desprezado, como bem disse o chef, na Austrália é motivo de reverência, já que não faz parte da dieta local. Mais! Quando algum amigo faz um panelaço de feijão, sempre chama os outros para comer. Sonia, minha sogra, foi em março pra lá e até hoje comemos o feijão preto que ela deixou no freezer. Uma exxxplosão de sabores - como ela diria. Ou seja, feijão na Austrália é quase commodity.


Esta pesquisa do Edinho sobre feijões começou em 2007, na Bahia, com o Paulinho, e o resultado foi apresentado hoje. Edinho mostrou 11 tipos e criou um prato para cada.


Ele começou a aula falando de cada tipo, enquanto experimentávamos (o feijão mangalô que já vem com gosto de peixe foi a grande surpresa pra mim). Depois, serviu, um a um, as onze criações, transformando o nosso prato em um verdadeiro mapa do feijão no Brasil. Fantástico.



Para terem uma ideia, tivemos, entre outros, Bacalhau com feijão mangalô, Creme de feijão branco e frutos do mar, Moqueca de ovo e feijão mulatinho, Bolo e renda de feijão com calda de figo seco, Salada de feijão verde, polvo e maxixe e Cozido de feijão fradinho com paleta de queixada - queixada, por sinal, fornecida pelo amigo de aldeia xavante Gonzalo Barqueiro, que eu não via há 8 anos.

O evento está apenas começando e é um programaço para quem estiver em São Paulo neste final de semana. Comprando ingresso, é possível participar de aulas e palestras de nomes como Alex Atala, Eduardo Maya, Helena Rizzo, Maurizio Remmert, Paulinho Martins, Roberta Sudbrack, Salvatore Loi, Manoel Beato, Ignácio de Loyola Brandão, Pedro Martinelli e Luiz Fernando Veríssimo (que por sinal, estava na aula do Edinho).


Aproveitando, quero agradecer a todos os amigos e familiares pelas três semanas e-p-e-t-a-c-u-l-a-r-e-s que tive em São Paulo, e, como de praxe às sextas, disponibilizar o botão de emergência (abaixo), que leva direto ao pdf do Guia de Vinho do blog. Afinal, o final de semana está aí!


.................Patrocinadores do Guia.................


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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Atari de ouro (Pac-man e Magda Cotrofe)

Aos oitentistas de plantão, homenagem da Urchin Associates, coletivo de arte de Melbourne ligado à fotografia, surfe, moda e skate, entre outros, que criou esta versão em ouro 24k do saudoso Atari.


Já imaginaram, Magda Cotrofe jogando Pac-man nesta obra-prima com roupa de ombreiras, faixa na testa e new wave no cabelo ouvindo Duran Duran no Walkman Sony? Claro, entre uma partida e outra, mudando o figurino e a pulseira do relógio Champion?


Importante: se você tem menos de 25 anos, Pac-man é um jogo criado pelo grande nerd Toru Iwatani, japonês que trabalhava na Namco e, inspirado por uma pizza com sete pedaços, criou o personagem que o levou a conquistar o Japão, os Estados Unidos, a Europa e todos os outros continentes à sua escolha.


Quanto à Magda Cotrofe, caso não saiba quem é, dê uma vasculhada nas coisas antigas do seu primo mais velho que a chance de encontrá-la na capa de uma Playboy ou da finada revista Manchete é do tamanho da nave do Darth Vader.

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2 dólares

Se você é daqueles que adora carregar dezenas de moedas no bolso, fazendo, quando anda, mais barulho do que molho de chave de zelador, não prossiga neste post.

Mas se você, como eu, detesta, e prefere receber seu troco em notas, colocá-las na carteira e viver feliz para sempre, vem comigo.

Desde que cheguei no Brasil, há quase três semanas, notei que tenho carregado menos moedas. Nem tanto pelo custo de vida em São Paulo, que está elevadíssimo - e com isso a grana mais curta -, mas em função de uma simpática nota levemente azulada que atende pelo nome de 2 reais.


Sim, meus amigos, ela faz a diferença. Na Austrália, quando tomo um café pequeno de $2.50 pagando com uma nota de $5, de troco vem, no mínimo, uma moeda de $2 e uma gigantesca de $0.50. Ao comprar um pãozinho de 0.80 com uma nota de $5, as calças praticamente arriam com uma cascata de moedas.


No Brasil não. Tomo um cafezinho de R$2.50, pago com uma nota de R$5 e, em troca, vem a azuzinha de R$2, além de uma moedinha de R$0.50. Agora a pouco, tomei uma cerveja de garrafa, R$6, paguei com R$10 e recebi duas azuzinhas. Fácil! Na Austrália, se tomar uma Coopers num pub e pagar com $10 voltam pelo menos duas moedas de $2. In-fer-nal.


Por tudo isso e pelo histórico que tenho com moedas e cofrinhos, peço à Casa da Moeda Australiana que olhe para este lado do Pacífico, mire-se no exemplo tupiniquim e adote a nota de 2 dólares. O bolso agradece!


terça-feira, 26 de julho de 2011

Xopotó - Cozinha Mineira

Xopotó é um rio em Minas Gerais que nasce na Serra da Mantiqueira e banha a Zona da Mata do estado.


Em São Paulo, é um restaurante mineiro localizado há doze anos na Vila Olímpia. E dos bons!


Hoje, saindo da terapeuta (sim, após três anos, nada como uma sessãozinha), passei lá. Era pra ser um almoço rápido de segunda-feira. Fiquei horas.


Não só pela ótima comida, bem caseira, muito saborosa e nada pesada, como também por um atrativo da casa apresentado pelo dono: a cachaça.


Com dez anos de São Paulo, o mineiro Ben-Hur, atual dono, simplesmente deu uma aula. Só de cachaças mineiras são 54. Fora as outras. Não dá vontade de ir embora.


O restaurante abre todos os dias, tem especiais de almoço de segunda a sexta, mas recomendo ir no final de semana ou dia de semana à noite, sem pressa para voltar à labuta. Principalmente se estiver um dia quente e a parte externa do restaurante aberta. Sério, é no coração da Vila Olímpia e nem parece São Paulo.


Entre os pratos, o carro-chefe é o Mexido Mineiro, tradicionalíssimo, que traz lombo, carne seca, ovo, arroz, tutu, queijo, couve e torresmo. Logo em seguida vem a feijoada, servida todos os dias. Entre as cachaças, Tabaroa é imbatível! E olha que lá tem a rainha, Havana Anísio Santiago.


Quanto aos causos contados pelo Ben-Hur, teve um sobre o autor do quadro acima, um excêntrico mineiro que só pintava à noite e levou 40 dias para fazê-lo. Ao término, havia num canto do restaurante, junto ao material de trabalho, 40 garrafas vazias de cachaça. O que dá uma média de...

Xopotó
Rua Dr Fadlo Haidar, 136 (próximo à Fiandeiras e Clodomiro Amazonas)
Vila Olímpia - São Paulo
11 3849 1267