terça-feira, 12 de julho de 2011

Hanami, O Florescer da Vida

Felipe Guedes, carioca que vive em Sydney, é o designer que fez a arte deste blog.

Priscila Guedes, irmã dele, formou-se na Escola de Belas Artes, no Rio, já fez alguns documentários e atualmente vive em Marseille, França.

Foto de Mariana Maffeis

Nos últimos dois anos e meio, desde que os meus fanfarrões sobrinhos nasceram em Sydney, tenho acompanhado com mais atenção a gravidez e o nascimento dos filhos das minhas amigas brasileiras.

E o que mais me impressiona é o brutal choque cultural que elas, em sua grande maioria ferrenhas defensoras da cesariana, sofrem quando se deparam com o estilo australiano, totalmente favorável ao parto natural.

Pois bem, após viver a experiência de receber o filho num parto domiciliar planejado, Priscila decidiu compartilhar as informações sobre esta prática pouco divulgada que revolucionou a vida dela, através do documentário Hanami, o Florescer da Vida.



Sinopse
É um documentário que retrata a atuação de um grupo de enfermeiras obstetras que dedicam suas vidas a apoiar gestantes no nascimento de seus filhos em um ambiente humano e acolhedor.

Atuantes na região de florianópolis desde 2005, essas PARTEIRAS URBANAS deram forma à equipe que atende principalmente a partos domiciliares planejados, propagando a profunda filosofia de humanização da gestação, parto e pós-parto como um novo paradigma de humanização do mundo, embasado pelo conceito do famoso obstetra francês MICHEL ODENT, que diz “para mudar o mundo é preciso antes, mudar a forma de nascer”.

Neste exato momento, o projeto luta contra o relógio para conseguir financiamento. Explico. Existe um site maravilhoso chamado Catarse, que serve como plataforma para financiamento de projetos culturais. É realmente fantástico e vale a pena ser visitado.

Até o momento em que escrevo este post, o documentário já conseguiu R$9.595 dos R$12.000 que precisa para ser financiado. Ou seja, falta pouco. Mas pouco também é o tempo, já que eles têm somente mais 8 dias para arrecadar o montante.

Assim, sugiro que você assista ao trailer e, se gostar, entre nos links que estão abaixo, conheça mais sobre o projeto e faça a sua doação. Tudo é extremamento bacana, o filme, o modo como pode ser financiado e o conceito de gestação e parto por trás desta história.

Link para colaborar
Blog do filme
Facebook do filme


Foto de Mariana Maffeis

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Aproveitando que a redação/sala da mamãe está aberta, apesar do jet wine leg (hoje foi de Tannat), vamos a algumas rápidas.

Há três posts, comentei sobre o wombat gigante descoberto em Queensland, que provavelmente era "pareeeennnte" dos crocodilos também gigantes de água salgada de Northern Territory.

Pois bem, aqui no Brasil, alguns amigos não acreditaram nos referidos répteis. Mas eu, sempre preocupado com a comprovação empírica dos fatos - praticamente um São Tomé Down Under -, trago chapa da fotógrafa Katrina Bridgeford, tirada recentemente.


Detalhe: Brutus, como é conhecido o croc, é desprovido da perna frontal direita. Motivo? Uma briga com um tubarão.

No mesmo post, escrevi sobre a nossa primeira-ministra Dilma Rous... ops, Julia Gillard, que fixaria a taxa sobre emissão de carbono em $23 por tonelada. Não deu outra!


Não tenho a menor simpatia por ela, ao contrário de seu antecessor, Kevin Rudd, mas que o esquema para a implementação do imposto conduzido pela primeira-ministra - que tem o mesmo carisma de um mop - foi muito bem feito, foi. Well done!

Falando em mop, sempre reclamei da internet na Austrália. Comparada a do Brasil, é uma grande piada. E agora a pouco, fiquei sabendo que num relatório sobre internet divulgado no ano passado pela empresa Akamai, a Austrália ocupava a posição 58 no ranking, atrás, inclusive, da Tailândia.

Ou seja, após o carbon tax, agora é hora de tirar o projeto da National Broadband Network da gaveta e dar um gás na internê. Não tem coisa mais chata do que, no meio do trabalho, ter de andar pela casa com o computador erguido, implorando por algum sinal do oh, Grande Vodafone.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Sambasonics no Grazie a Dio

Começando a temporada em São Paulo com a missa dominical do Sambasonics no Grazie a Dio, Vila Madalena.


A gravação tá ruim porque estou "jet beer leg", mas o ponto é simples: precisamos levá-los para fazer turnê na Austrália/NZ/JPN.


Acompanho a banda desde o início dos 2000 (o Grazie tem 11 anos e eles acabam de completar 10 anos de estrada) e, depois de 3 anos sem vê-los, só tenho a dizer que estão melhores do que nunca!

Para ouvir mais e conhecer a banda, clique aqui!


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Ah, toca O Doca!!!

domingo, 10 de julho de 2011

Vatapá com Shiraz - Fondue

Vatapá com Shiraz, para quem não conhece, é a coluna que escrevo junto com o amigo Paulinho Martins, chef paulistano radicado na Bahia (aquela mesma, de todos os santos).

Paulinho,

Querendo ou não, inverno é época de fondue. Principalmente em países quentes como o Brasil e a Austrália que, quando dá qualquer esfriada, as pessoas já tiram correndo do armário o cachecol, as luvas e se fantasiam de boneco de neve para comer foundue.

Sexta passada fizemos uma sessão na casa do Tercio Raddatz, chef gaúcho que mora na Austrália há uns 8 anos e volta para o Brasil em definitivo em agosto. Vou colocá-los em contato pois o homem é craque, perceiraço por estas bandas e vai para SP.

De queijo, fomos nos tradicionais gruyere, emmental e blue cheese, o nosso gorgonzola. Perfeitos! O que talvez faça a diferença por aqui sejam os pães, pois as bakeries são simplesmente fantásticas. Se por um lado não temos as maravilhosas padarias dos portugueses que temos no Brasil, por outro somos felizes com as bakeries.

O pão que o Tercio usou é de uma famosa loja chamada Sonoma, que produz um sourdough e-t-u-p-e-n-d-o, como diria aquele nosso amigo uruguayo. Crocante e caramelizado por fora, macio por dentro, pelo formato até parece uma nave espacial. Ele praticamente abduziu os queijos, fazendo toda a diferença. E para quebrar absolutamente tudo, o chef ainda serviu com lascas de trufas de South Australia, que podem não ser como as piemontesas, mas deram um sabor especial.



Acompanhando, começamos com um Chardonnazaço da Penfolds, o Bin 311, time grande que tinha estrutura de sobra para segurar os queijos. Na sequência passamos para o Merlotzão que sugeri no Guia de Vinho do blog, o Grant Burge Hillcot 2009, redondíssimo que não passa de $20 por aqui. Casamento perfeito!

E na Bahia, que não tem inverno, vocês comem fondue? Algum baiano já comeu fondue na Bahia? Com algumas adaptações, é possível fazer um fondue baiano? Tem clima e demanda pra isso? O que você recomenda de vinho?

Acabo de chegar no Brasil, nos vemos em poucas semanas!

**

Nacer,

O inverno aqui está frio e doloroso. Ontem estava 31 graus, mas já teve dias de fazer 16. Clima polar para nós.

Frio aqui é impossível, e na verdade, esse é um dos motivos de eu estar aqui. Mas em dia de chuva, nos meses de junho e dentro do ar-condicionado, conseguimos fazer uma simulação de inverno.

Mas a verdade é que: terra que não faz frio, quando dá uma esfriadinha, todos já usam os velhos clichês de inverno. E o Fondue é o mais emblemático (e saboroso) deles. O que beber com eles, é um dilema complexo e tema para debate, ao menos na Bahia. Não que tenha algum segredo, mas na minha opinião o fondue combina mais com vinho branco do que com tinto. A sensação do salgado do queijo e sua acidez casam muito bem com os brancos cheios e mais potentes.



Me lembrei de uma vez que fizemos fondue com um vinho chamado Show Reserve Chardonnay. Um australiano que vendíamos no Manacá há uns anos. Brancão! A madeira e a maloláctica estava na cara do gol. Casou muito bem com o clichê-mor. Alias, esse Bin 311 que você citou é demais. Já provei e é a minha cara! Realmente deve ter ficado interessante.

O problema é que aqui na Bahia o povo não toma vinho branco nem no verão. Todo mundo é tinto. Na minha opinião, o importante é ser pouco tânico e, de preferência, que os taninos sejam macios. Merlot e Pinot Noir acho que vão bem.



Casa Lapostolle Merlot é uma boa. Para que quiser ousar tente o Gammay da Miolo. Excelente para beber na praia, um pouco mais fresco. Ele tem uma acidez bem legal, talvez case bem com o queijo.

O fondue original (que vem de fundido, ou derretido) é de queijo. Tradicionalmente com gruyere e emmental ralado. Esfrega-se um dente de alho no fundo da panela e derrete-se o queijo no vinho branco. Depois, um pouco de nós-moscada e um pouco de kirch.

As variações já são antigas. De carne é a mais pedida. A de chocolate (que para mim não faz muito sentido) já é consagrada como o fondue doce. Mas é claro que nessa vida você vê de tudo. Camarão, frango, carne seca.... Tem uma hora que é igual pizzaria. Eu sou mais tradicional. Gosto de queijo.

O diferencial da sua noite foram as lasquinhas de trufas. Excelente ideia. Vou usar por aqui.

Nos encontramos em Sampa. Chego dia 20. Minha aula no Paladar é dia 31. Tomaremos uns copos juntos.

Ler coluna anterior
Visite o blog do Paulinho



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sexta-feira, 8 de julho de 2011

São Paulo, Brasil, Sydney, Pizza & Vinho

Poucas datas são mais paulistas do que 9 de julho, assim como poucas coisas são mais paulistanas do que a pizza.

Dito isso, e tendo em vista que embarco para o Brasil em 9 de julho, desembarco (se tudo der certo, vulcanicamente falando) em 9 de julho, e que 10 de julho é o Dia da Pizza, em São Paulo, já estou no clima.


Para quem estiver em Sydney no final de semana e quiser comer uma pizza feita por um paulistano da gema, num dos restaurantes mais agradáveis da cidade (além de ser, disparado, o que oferece a melhor relação preço/qualidade), vá até o Bar Reggio, na 135 Crown Street, Darlinghurst.


O chef é o Rodrigo Holtz, craque, que infelizmente (para nós) estará off no domingo, mas faz uma pizza sensacional (se der, vá no sábado). Essa foto, ao lado do maior particular do mundo, foi tirada na semana passada, enquanto fazia uma meia Reggio meia Nick's (peça, é simplesmente e-p-e-t-a-c-u-l-a-r!).

E como lá é BYO e realmente muito barato, minha dica é: leve o vinho italiano que recomendei no Guia deste ano, o Ruffino Aziano Chianti Classico 2008, ou o Romitorio Morellino Di Scansano, do Guia do ano passado, ambos encontrados na Vintage Cellars por $25.


Se quiser uma opção um pouco mais em conta, vá de Seaview Italian Varietals Sangiovese 2008, à venda também na Vintage.


Aos que estiverem em São Paulo, já aviso que domingão à noite, se o vulcão permitir, estarei no Grazie a Dio para a missa dominical do Sambasonics, dos mestres Rubinho Lima, Marcelo Munhoz e Chulapa. Quem estiver de bobeira, apareça (Rua Girassol, 67 - Vila Madalena)!

E na hipótese geral de, em algum momento deste final de semana frio e ensolarado da Austrália, você decidir tomar uma boteja de vinho, aperte o botão de emergência abaixo, imprima o Guia e divirta-se no bottle shop mais próximo!



...........................Patrocínio..........................

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Foo Fighters na Austrália, Wombat Gigante e mais...

Redação aberta e bombando para esquecer a sova de ontem. Parabéns aos amigos de Queensland, que pelo jeito continuarão ganhando o State of Origin até 2054.

Esta é quentíssima, foi anunciada agora a pouco!


Foo Fighters fará turnê pela Oceania este ano, passando por cinco cidades australianas e uma neozelandesa. A pré-venda começa na próxima quinta-feira, 14 de julho, aqui. Vejam as datas e locais:

Segunda, 28 de novembro – NIB Stadium, Perth
Sexta, 2 de dezembro – AAMI Stadium, Melbourne
Segunda, 5 de dezembro – Adelaide Oval, Adelaide
Quinta, 8 de dezembro – Sydney Football Stadium, Sydney
Sábado, 10 de dezembro – Metricon Stadium, Gold Coast
Terça, 13 de dezembro - Western Springs Stadium, Auckland


Seguindo para o futebol, pelo Grupo D da Copa do Mundo Feminino, a Austrália venceu a forte equipe da Noruega, campeã em 1995, e avançou para a próxima fase. O adversário será a Suécia (bela foto acima). Pelo mesmo grupo, o Brasil sapecou 3 a 0 na fraca Guiné Equatorial e terminou em primeiro. No domingo enfrenta os Estados Unidos.

Em tempo: não ligo para futebol feminino.


Aos que estão em New South Wales, sentindo e ouvindo o vento gelado que esperneia lá fora, uma notícia: vai piorar! A imagem acima é de uma casa em Blue Mountains.


Já no noroeste de Queensland, foi achado restos de um diprotodonte, um wombat gigante de 3 metros de comprimento por 2 de altura que pesava 3 toneladas. Ou seja, dava trabalho para os "pareeentes" dos crocodilos de 6 metros de água salgada que até hoje habitam Northern Territory. Eles viveram em algum momento entre 25 mil e 2 milhões de anos atrás, mostrando que a única ciência exata é o futebol.


A primeira-ministra da Austrália, Julia Gillard, que tem o mesmo carisma de um mop, anunciará no domingo que fixará em $23 por tonelada o imposto sobre a emissão de carbono. Está mais do que na hora!


Por aqui, hoje tem Abuka Duo no Manly Leagues (563 Pittwater Rd - Brookvale), Ziggy Acoustic no Deck 23, em Dee Why, e Rafaela Nardi com o Neandertown Duo na Brazilian Box, em Darlinghurst, das 19h às 23h.


Um tchau do wombat gigante!

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quarta-feira, 6 de julho de 2011

State of Origin III - A vitória que nunca vi!

Ontem, tivemos terremoto de 4.6 na escala Richter, em Victoria, que pôde ser sentido na minha Melbourne, seguido por outros tremores menores.



Em New South Wales, um trem que viajava de Blackheath para Medlow Bath, região de Blue Mountains, foi atingido ontem à noite por uma árvore, tamanha força do vento, que chegou a 140km/h. Três pessoas ficaram feridas (e uma resfriada).


Hoje cedo, segundo o iPhone9 da Roberta Toneto, fez 2.7 graus em Perth. Aconselhei a amiga a dar um cold sick, a versão julho do call sick, e ficar em casa.

Grandes movimentos mas, com todo o respeito à Mãe Natureza, nada que se compare ao que teremos logo mais, em Brisbane, com o embate entre Queensland x New South Wales, que decidirá o State of Origin deste ano, o jogo de maor rivalidade do esporte australiano.


Os Marrons, de QLD, venceram a primeira partida por 16 a 12, enquanto que os Blues, de NSW, devolveram sapecando eletrizantes 18 a 8 na segunda partida. Às 20h, no Channel 9, começa a grande decisão.

Com o Suncorp Stadium completamente tomado por 52 mil pessoas, o jogo tem tudo para ser o maior dos 31 anos de história do State of Origin. Queensland venceu as últimas 5 edições e tem time para faturar a sexta seguida, fechando com chave de ouro a participação de Darren Lockhart, seu capitão, que despede-se hoje dos Marrons (eles vão jogar por ele).


Porém, os Blues nunca estiveram tão perto de quebrar esta séria de vitórias como este ano. Para usar uma expressão bem brasileira, os caras estão com "sangue nos óio", jogarão a vida hoje à noite e, tenho certeza, sairão campeões, o que pra mim será inédito, já que desde que desembarquei em Sydney, em agosto de 2007, jamais os vi ganhar a série.


No post sobre o jogo anterior, falei quem decidiria para nós. E acertei! Por conta deste momento Pablito-Dinah, e com o poder a mim atribuído pelo editor deste blog (no caso, eu), seguem 5 coisas que veremos esta noite:

- Porrada do início ao fim
- Billy Slater marcar um try
- Ao menos duas cuecas vermelhas
- James Soward decidir com um ou mais lances/assistências/ou mesmo try geniais
- Paul Gallen erguer o troféu


E já que falei no nosso skipper, eis as frases que ele irá proferir no vestiário, segundos antes do esquadrão entrar em campo:

Be proud - work for each other, play for each other... Let's win it for yourself, for your teammates, for NSW... Wear the jumper with pride. Now let's go out there and create history.

O esquadrão: A Minichiello, B Morris, J Hayne, M Gasnier, A Uate, J Soward, M Pearce, G Bird, G Stewart, B Creagh, T Mannah, M Ennis e P Gallen. Banco: K Gidley, K Galloway, L Lewis e A Watmough.

32 a 26 (ops)

Go Blues!!!

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