quinta-feira, 16 de junho de 2011

Redação aberta - Canarinhos, Dione, Censo e Tripppin

Redação escancarada, vamos lá!

Os Canarinhos, brasileiros que jogam futebol todo domingo há quase 40 anos, em Sydney, anunciaram que vão doar $2.50 de cada steak vendido durante a festa junina do Bracca, que acontece em 26 de junho, em Marrickville, para a "Let's Help Dione".


Isso mesmo! O prato vai custar $7.50 e 33.333333333333% (a chamada dízima periódica) será revertido para ajudar a batalha da brasileira Dione Schaaf contra o câncer.

Batalha essa que está indo muito bem. A cirurgia realizada na quarta-feira passada foi um grande sucesso e agora ela se prepara para as sessões de quimio.

Sensibilizados, os brasileiros daqui do baixo clero têm se mobilizado e levantado fundos.


O garage sales, por exemplo, ocorrido há dois sábados, arrecadou cerca de $2.500. Doze amigos da Dione estão fazendo uma corrente na qual, toda semana, alguém deposita uma grana. Uma igreja fez um jantar beneficente e também arrecadou. Em primeiro de julho, o grande Nicolas, head chef do RSL de Coogee, fará no Diggers evento com samba ao vivo e outras atrações com lucro em prol da Dione (trago mais informações em breve). E assim vai...

Aliás, aproveitando que na festa junina haverá grande concentração de brasileiros e empresas brasileiras, outras ações poderiam ser feitas para ajudá-la (com a permissão do Bracca, claro). Quem sabe uma arrecadação de golden coins ou algo do tipo.


Já que o assunto é brasileiro, seguem dados fresquinhos divulgados hoje pelo Australian Bureau of Statistics sobre a origem da população que vive na Austrália.

Meus destaques:

- 25% das pessoas que vivem no país nasceram no exterior.
- O Brasil não aparece nem no top 25. Como sempre falo, não fazemos cócegas, mas quem sabe, após o Censo desse ano, teremos uma noção melhor do que representamos.

Austrália 15.607.815
Reino Unido 1.141.041
Nova Zelândia 445.097
China (não inclui SARs e Taiwan) 259.177
Itália 227.334
Vietnã 185.455
Índia 180.133
Filipinas 140.016
Grécia 133.388
Alemanha 124.436
África do Sul 120.251
Malásia 107.144
Holanda 91.541
Líbano 86.477
Hong Kong (SAR da China) 83.150
Estados Unidos 72.890
Sri Lanka 71.725
Croácia 71.328
Polônia 62.023
Coreia do Sul 60.309
Irlanda 59.482
Indonésia 59.381
Fiji 56.150
Malta 51.214
Antiga República Iugoslava da Macedônia 49.867

Total nascido fora da Austrália 5.090.065
Total nascido na Austrália20.697.880

Outro dado interessante divulgado pela ABS:

- Entre 2008 e 2009, o total líquido de estudantes (a conta é: estudantes que chegaram menos estudantes que deixaram o país) foi de 122.400, recorde absoluto que contribuiu para aumento de 27% na taxa de crescimento da população total da Austrália (e tem muita gente que desdenha de estudante e do impacto que ele tem na economia daqui). Os três países que mais mandaram estudantes foram:

1. Índia 43.000
2. China 24.700
3. Nepal 10,500

O Brasil, certamente, vem logo atrás!

Por último, mas obviamente não menos importante, segue o mais recente Tripppin do Mau Buchler, o professor brasileiro que viaja o mundo ensinando inglês enquanto surfa (não necessariamente nesta ordem).


Boa, Mau!!!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

State of Origin - Tudo azul!

A Mirella e o Dave que me perdoem, mas está na hora dessa gente azulada mostrar o seu valor. E acho que é hoje!


Sim, meu amigos, desde que pisei na Austrália pela primeira vez, em agosto de 2007, não vi New South Wales ganhar o State of Origin. O máximo foram algumas vitórias isoladas, mas jamais a série, uma vez que Queensland tem dominado desde 2006.


Mas algo me diz que hoje à noite vai mudar!


O State of Origin, para quem não sabe, é o evento esportivo de maior rivalidade na Austrália. Esqueçam Wallabies x All Blacks no Rugby Union, Austrália x Inglaterra no The Ashes de cricket ou Liberal x Labour na..., nenhuma rivalidade é maior no país do que New South Wales x Queensland (ou Blues x Marrons, como preferirem).

Pausa para ilustrar a afirmação.









Detalhe: muitos dos que saem na mão defendem o mesmo clube na liga. Pausa desfeita.

O State of Origin acontece desde o início dos anos 1980 e é disputado, anualmente, no meio da temporada da Rugby League, em melhor de três jogos.

Ao contrário do que aparenta, o critério de seleção não é o estado de origem dos jogadores, mas o estado a que pertence o último time que defenderam antes de entrarem para a liga principal.

Ou seja, mesmo que o jogador tenha nascido em Queensland, caso o último time seja de New South Wales, o cara vai defender as cores de NSW. Outro requisito: é preciso estar apto a defender a seleção australiana, os Kangooroos, o que elimina grandes jogadores como os neozelandeses Benji Marshall e Jason Nightngale, por exemplo.


Na primeira partida deste ano, há três semanas, os cane toads, como também são conhecidos os jogadores de QLD, venceram os cockroaches (outro apelido dos Blues) por 16 a 12, placar apertado definido no finalzinho (imagem abaixo) que deu muita esperança a NSW, já que vem de uma série horrorosa de derrotas, incluindo 3 jogos a 0 em 2010.


O bom desempenho na primeira partida, apesar da derrota, trouxe de volta o respeito perdido e elevou o moral dos jogadores, que têm tudo para vencerem essa noite, em Sydney, e conquistarem a série no próximo jogo, em três semanas.

E um dos responsáveis, caso isso ocorra, será o novo técnico, Ricky Stuart, que fez algumas alterações, deu novo ânimo aos jogadores e até chorou durante discurso inflamado na apresentação do novo uniforme.


Abaixo, treino/ensaio dos Blues na última sexta, no oval de Coogee. Vai ser difícil, pois o time deles tem com craques como Billy Slater, Johnathan Thurston, Darren Lockyer, Cameron Smith, Petero Civoniceva, Greg Inglis e ainda é melhor, porém, já não é tão superior como nos últimos anos.


Hoje, às 20h, no Channel 9

GO BLUES!!!

terça-feira, 14 de junho de 2011

Redação aberta - Post/Poste

Sabem aqueles postes de rua que têm 34 cartazes colados anunciando de festivais e eventos a pais de santo que tiram mal olhado e unha encravada?

Então, este post é uma versão digital deles (mas sem o pai de santo, claro)!


Nesta semana, tem mini turnê do Ziggy. Na quarta, o Brazilian reggaeman faz show acústico no 4 Pines, excelente bar de Manly que fabrica a própria cerveja, na quinta ele toca acompanhado de sua Wild Drums no Shore Club, também no lado de lá da harbour, e na sexta Ziggy é a atração do Tropical Heat, o reggae que acontece toda semana no Cock n' Bull, em Bondi Junction. Os três são grátis!

Ziggy and Wild Drums
Quarta, 15/6, às19h - 4 Pines (Manly)
Quinta, 16/6 às 21h30 - Shore Club (Manly)
Sexta, 17/6, às 21h - Cock'n'Bull Hotel (Bondi Junction)


Também nesta quinta, o forró mais fancy do terceiro continente à sua escolha volta ao Hugos com a noite brasileira trazendo forró e samba ao vivo, entrada grátis e pizza e drinks a $5. Mais Brasil impossível!

Só fique ligado no figurino, pois se você for Brasil demais, não entra, já que o dress code da casa não tem nada de brasileiro (boné e tênis sujo devem ficar em casa, assim como a regata e a bermuda).

E tudo na conta do Jarbas, o dono da festa que faz aniversário (ops, brincadeira!).

Forró + Samba ao vivo no Hugos (Kings Cross)
Quinta, 16/6, às 20h



Na sexta, a banda de origem sulamericana de maior sucesso da Austrália, o Watussi, se apresenta no The Basement, a melhor casa de shows da cidade.

A noite marca o lançamento do single Cuando Sera e terá as participações especiais de Samba Frog e Nativo Soul. Parte da renda irá para a SERES, organização australiana que ajuda comunidades da América Latina.

Watussi no The Basement (29 Reiby Place)
Sexta, 17/6, às 20h
Ingressos: pré-venda a $20 + taxa (www.moshtix.com.au / 1300 438 849) ou $25 na porta (se ainda restarem)


No sábado, 18 de junho, o Samba Australia se apresenta no Seven-8 (ali no BB's), em Bondi Beach. O evento está marcado para às 18h, mas a banda deve começar a tocar lá pelas 20h30. Entrada grátis e fanfarra garantida!

Samba Australia no Seven-8
Sábado, 18/6, às 20h30


No mesmo sábado, às 15h, acontece a abertura oficial do Australian Refugee Film Festival, um dos eventos que marca o início da Semana Mundial dos Refugiados na Austrália, com exibição de 9 curtas-metragens.

A questão dos refugiados é uma das mais polêmicas por aqui. A Austrália possui programa para receber e conceder asilo para os refugiados, mas tem mostrado falhas graves no sistema e sofrido diversas críticas internas e externas.

O problema se agrava na forma deturpada e tendenciosa que a informação chega à população, já que os refugiados são todos colocados num mesmo pacote com rótulos de "bandidos", "inimigos", "invasores" e "imigrantes ilegais", entre outros, e vendidos assim.

O debate precisa ser mais abrangente, mais profundo, mas é justamente o que grande parte da imprensa evita. É por isso que um festival como esse é fundamental.

Australian Refugee Film Festival
De 18 a 24 de junho, na Uniting Church (264 Pitt Street), Sydney
Website


Também marcando a Semana Mundial dos Refugiados, a SBS apresenta o documentário Go Back To Where You Came From, que será exibido em três episodódios nos dias 21, 22 e 23 de junho, às 20h30, mostrando seis australianos comuns vivendo entre (e como) refugiados. Promete ser um tapa na cara. Imperdível!

Go Back To Where You Came From
De 21 a 23 de junho, às 20h30, na SBS One



No outro sábado, 25 de junho, acontece a Black Magic - Brazilian Costume Party, festa à fantasia do Balu no Coogee Bay Hotel que reunirá os melhores DJ's brasileiros de música eletrônica que tem por aqui, incluindo o Fabeta e uma DJ mais do que especial. Ingressos a $10 a partir desta quarta, na Ozzy Study Brazil e outros lugares.

Black Magic - Brazilian Costume Party
Sábado, 25/6, às 21h, no Coogee Bay Hotel



Já no domingo, 26 de junho, acontece a Festa Junina do BraCCA, no Sydney Portuguese Community Club Fraser Park (100 Marrickville Road, Marrickville), com participação do Sydney Brazilian Social Club, o popular Canarinhos. Entrada $5.

Festa Junina do Bracca
Domingo, 26/6, às 11h

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Ops, faltou que na segunda-feira, 20 de junho, o Bondi Jam, jam session de rock n' roll que rola segunda sim segunda não, no BB's, será em homenagem ao Júlio Araújo, grande batera, percussionista e músico que completa mais uma primavera. Entrada grátis e sonzeira da pesada!

Bondi Jam - Special Julio's Birthday
Segunda, 20/6, às 20h, no BB's (Bondi Beach)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

Queen's Birthday e a Micareta Real

Hoje, segunda-feira, 13 de junho, a Austrália comemora o Queen's Official Birthday, o aniversário da rainha. Bem, não toda a Austrália, já que o estado de Western Australia tradicionalmente celebra em alguma segunda-feira entre setembro e outubro. Estranho? Vocês ainda não viram nada.

Em um feriado chamado Queen's Birthday, presume-se que na referida data o Palácio de Buckingham, em Londres, seja enfeitado com bexigas e faixas de “happy birthday”, enquanto o príncipe Charles, os filhos William e Henry, Kate e outros mais chegados reúnem-se em torno da rainha Elizabeth II para o sopro de 85 velinhas reais. Certo? Errado!

A rainha Elizabeth II não nasceu em 13 de junho, muito menos em alguma segunda-feira entre setembro e outubro. Ela veio ao mundo em 26 de abril de 1926, o que nos faz perguntar por que cargas d’águas comemora-se o aniversário dela fora da época, uma espécie de micareta real.

A resposta nos leva à Austrália colonial e ao mesmo personagem que deu origem ao Australia Day, o governador Arthur Phillip, que em 1788 aportou com a primeira leva de prisioneiros/colonizadores na Austrália. Para fazer um agrado real, naquele mesmo ano Phillip inventou um feriadão em homenagem ao rei da Grã Bretanha, à época, George III, comemorado no dia do aniversário do monarca.

O festejo continuou com os reis seguintes, alternando a data de acordo com o dia do nascimento de cada um. Até que em 1936, com a morte de George V (o do King's Speech), o feriado foi fixado na segunda segunda-feira de junho e batizado com o nome de Queen's Official Birthday. Tremenda fanfarra real!

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sábado, 11 de junho de 2011

Saxophony no Guinness World Records

Continuando a saga "Razões pelas quais amamos Sydney"...

Durante a semana, em toda a oportunidade que teve, o gênio James Morrison convocou não somente a população de Sydney, mas de New South Wales e toda a Austrália para comparecer à Darling Harbour esta manhã.


Ontem à noite, durante a abertura do Darling Harbour Jazz & Blues Festival, não foi diferente. Além de um show e-p-e-t-a-c-u-l-a-r, com direito a Bossa Nova (vídeo no post anterior), ele, mais uma vez, lembrou o público presente.


E hoje cedo, com sol lá em cima e frio aqui em baixo, quase 1.000 saxofonistas (943 para ser exato), com idade a partir de 6 anos, levaram seus instrumentos para executarem dois números, o clássico local "Waltzing Matilda" (até o Cat Stevens, quando veio à Sydney no ano passado, tocou essa música), e o clássico universal "Parabéns pra Você".


Resultado: bateram a marca de 918 participantes registrada no Taizhong Jazz Festival, em 2008, em Taiwan, e entraram para o Guinness World Records.


Well done!!!

O festival continua neste domingo e segunda, quebrando absolutamente tudo neste feriadão. Quem estiver em Sydney e não for, já sabe...

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Sexta à noite em Sydney

Da série "Razões pelas quais amamos Sydney".

Vivid Sydney, Darling Harbour Jazz & Blues Festival e Reggae em Bondi Junction. É só andar pela cidade e fazer parte dela. Tudo grátis!










sexta-feira, 10 de junho de 2011

Darling Harbour Jazz & Blues Festival 2011

Qual é a boa do final de semana?



Darling Harbour Jazz & Blues Festival, evento anual que chega à 21a edição quebrando absolutamente tudo.

A conta é simples: 2 décadas de festival, 3 dias, 4 noites, 4 palcos, 50 bandas e talvez mais de 1.000 saxofonistas.

É verdade! A exemplo do ano passado, quem abre o festival é o grande James Morrison, multi-instrumentista australiano que já tocou, entre outros, com Frank Sinatra. Não preciso dizer mais nada!


Ele sobe ao palco montado sobre a baía de Darling Harbour às 18 e toca até às 19h30 com o seu sexteto. Caso esteja de bobeira, chegue cedo pois das 16h30 à 17h30 tem esquenta com a Sirens Big Band e, às 19h30, fechamento com queima de fogos. Tudo grátis, claro!

Entre sábado e segunda-feira, feriadão da rainha que não é da rainha (explico isso na segunda), a programação será intensa, começando às 11 da manhã e estendendo-se até o início da noite.

Para nos dar um suporte moral, no Tumbalong Park, aquele do festival brasileiro, funcionará o Tumbalong Jazz Bar. Além disso, todos os bares e restaurantes da harbour estarão funcionando normalmente, exceto o McDonalds, que não tem baristas.

Para os amigos músicos, trago dois recados:

Gabi, Rafa e outras cantantes, na segunda-feira, das 12h30 às 13h30, o microfone estará aberto para quem quiser cantar. Mais do que isso, haverá competição e os primeiros colocados ganharão prêmios, incluindo 500 doletas em cash (tchu-tchin!). Saibam mais!


Julio, John e outros sopradores, vocês querem entrar para o Guinness World Record (o livro, não o templo da cerveja)? Então levem seus respectivos sax para a harbour, no sábado de manhã, e juntem-se a centenas de outros saxofonistas para tentarem bater o recorde do Taizhong Jazz Festival, que em 2008 colocou 918 saxofonistas para tocarem ao mesmo tempo, em Taiwan.

O esquema vai ser simples, basta se inscrever no próprio local entre 8 e 10 da manhã, estudar o tema, ensaiar e tocar (por volta das 11 horas). A meta é juntar mais de 1.000 músicos, sendo que todos receberão camiseta comemorativa, descontos nas bebidas, em instrumentos, entre outras coisas. Para mais informações sobre a Saxophony World Record, clique aqui.

Não preciso dizer que, quem estiver em Sydney no feriado e não for, não vai para o Céu. É sério! Para ver a programação completa, clique aqui.

E se dirijir, não beba, pois como todo final de semana prolongado, estaremos em pleno double demerit, o que significa pagamento dobrado em caso de lambança.


God save the Queen, ops, the King James Morisson.



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