domingo, 15 de maio de 2011

Um brinde à Luiza!



Fafau, conforme prometido, Lecão e eu, direto da Austrália, brindando à chegada da Luiza!

Viva a Família Booker!!!

sábado, 14 de maio de 2011

Sexta-feira 13, os 4 Planetas e os 2 Princesos de Jé-dai

Que dia! Ontem, sexta-feira 13 com 4 planetas alinhados (para não dizer em rota de colisão) e há apenas alguns meses de 2012, tinha tudo para ser astrologicamente caótica, mentalmente pertubadora, fisicamente massacrante e emocionalmente avassaladora. Se alguém passou por algo parecido, seja bem-vindo ao clube.

Por sorte, descobri cedo que o dia seria assim, o que me permitiu apertar o muitas vezes necessário botão do fod$-%& e continuar a jornada igual a cavalo em desfile de 7 de setembro (literalmente, cagan*# e andando).

Com Mercúrio, Vênus, Júpiter e Marte alinhados pela primeira vez desde 1910 (exatamente o tempo que o Corinthians não conquista uma Libertadores) e perfeitamente visível aqui na Austrália, fui tirado da cama por volta das 5 e pouco da manhã. Não pela curiosidade jornalística ou pela paixão galiléica, mas pela própria força da conjunção, já que a cabeça estava um turbilhão.

Ao ligar o rádio e lembrar que o fenômeno estava acontecendo, peguei a câmera fotográfica e corri para o campo de golfe em frente a minha casa. Quando cheguei no topo, com o oceano de um lado, a Harbour Bridge do outro e o céu mais parecendo o planetário, em SP, não consegui fotografar nada, pois acabara a bateria.

Irritado e morrendo de frio, corri para casa, peguei a outra câmera e, ao retornar ao campo, o sol já dava o ar gélido de sua graça, o que significa que as estrelas e o fenômeno já haviam se retirado. Frustração total e nariz escorrendo!

Chegando em casa, ouvi que a referida Harbour Bridge estava fechada em função do protesto de um cara, um único cara, e o tráfego começara a ficar insuportável. Ainda mais sendo sexta-feira. E 13!

Sem sono, corri para o computador (após passar um cafezinho, claro) e tentei acessar o Blogger, a plataforma que uso para atualizar este blog. A ideia era avisar os amigos e leitores de Sydney para evitarem as imediações da ponte e fornecer algumas rotas alternativas (afinal, àquela altura o quarto/redação já funcionava a pleno vapor). Porém, durante o dia inteiro – não esqueçam, estamos falando de sexta-feira 13 –, o Blogger ficou em manutenção e o máximo que consegui foi colocar um recado no Facebook.

Tudo isso na semana em que veio a notícia de que dois brasileiros, na Austrália, foram presos por um dos motivos mais cretinos que li na vida. Sem absolutamente nada para fazer, e munidos de um laser verde, os dois “princesos de Jedi” (pronuncia-se Jé-dai), 21 e 27 anos, foram denunciados por um piloto de aviação comercial que teve a visão atrapalhada durante decolagem no aeroporto de Sydney, quando a dupla apontou o laser na cara dele. Sério!

Segundo uma amiga virtual, eles foram entrevistados na TV, na terça-feira, e disseram não saber que tratava-se de uma ofensa penal (obviamente sem usar estes termos), pois no Brasil isso é normal. Re-pe-tin-do: "no Brasil isso é normal"! É de brasileiros assim que precisamos. Os dois continuam presos e vão à julgamento em duas semanas.

Se foi realmente isso, que a força esteja com a lei!

quinta-feira, 12 de maio de 2011

De Dione Schaaf a Arnaldo Baptista

Redação aberta, informações para quem está na Austrália e uma dica imperdível para quem está no Brasil!

As pessoas já estão se mexendo para ajudar a brasileira Dione Schaaf e, aos poucos, vão surgindo os eventos em prol. O primeiro confirmado é a garage sale que a amiga Mariana Purchio está organizando, a Charity Garage Sale Let's Help Dione, que acontece em 4 de junho, em Bondi (50, Glasgow Av), com toda a verba destinada para a Dione. Para mais informações, clique aqui.



Aliás, para não sobrecarregar a Mari e concentrar tudo em Bondi, uma boa ideia é fazer o mesmo em outros lugares e, de preferência, na mesma data. Já imaginaram? No mesmo sabadão, "Charity Garage Sale Let's Help Dione" nas Northern Beaches, em Melbourne, Gold Coast... Quem fizer, me avisa que ajudo a divulgar o arrastão da solidariedade! Todas as informações sobre a Dione estão aqui.


Falando em Northern Beaches, hoje, às 19h, tem Ziggy and Wild Drums no Deck 23, em Dee Why. Regueira acústica da melhor qualidade.



Também hoje, a partir da meia-noite, tem Samba Mundi no Macquarie Hotel animando a fanfarra com Tiago de Lucca no comando e Sandrão Bueno quebrando tudo na percussão. O Mac fica na 42 Wentworth Ave, Surry Hills. Entrada grátis e cervejas artesanais e-p-e-t-a-c-u-l-a-r-e-s feitas no próprio pub. Com esse frio, peça a Schwartz Poter, a Schwartz Dark Bier e seja feliz!


Já estão à venda os ingressos para o Sydney Film Festival, que acontece entre 8 e 19 de junho em... Sydney. O festival, que começou em 1954 com apenas 1.200 ingressos disponíveis, em 2011 exibirá a bagatela de 161 filmes de 42 países, incluindo lançamentos, documentários, curtas, retrospectivas, animações e filmes para a família.


O Brasil está representado pelos filmes Elite Squad: The Enemy Within (o popular Tropa de Elite 2), e The Wind (Vento), escrito e dirigido por Marcio Salem. Se você ainda não viu Tropa de Elite 2, clique no link do festival acima e compre o quanto antes, pois é simplesmente fantástico e vai esgotar logo!

Por último, mas não menos importante, hoje (quinta-feira), às 22h (horário de Brasília), o Canal Brasil, no... Brasil, vai mostrar Loki, maravilhoso e emocionante documentário sobre o gênio Arnaldo Baptista, dos Mutantes.



O filme conta a história do músico, desde a infância, passando pela formação da banda, ápice, casamento com Rita Lee, mergulho nas drogas, depressão e a volta triunfante de 2006.

A direção é de Paulo Henrique Fontenelle, que traz depoimentos de Sérgio Dias, Dinho Leme, Tom Zé, Gilberto Gil, Rogério Duprat, entre tantos outros.

Mãe, pai, lembram que falei deste filme? Não percam! Se perderem, será exibido novamente neste sábado, às 16h. É a Balada do Louco em seu estado mais bruto. Porém, como bem diz a música: "Mas louco é quem me diz / E não é feliz, eu sou feliz".

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mau, Tripp, Pin e Tripppin

Dos brasileiros que vivem na Austrália, 83.4% estão de passagem, assim como 68.4% das pessoas que a gente convive por aqui.

Isso significa que temos média de 26 despedidas por ano (uma a cada 15 dias), sendo que, anualmente, ao menos duas perdas são irreparáveis.

Há uns 3 meses, vivemos esse processo intensamente, e o único remédio tem sido aquele engarrafado, vendido sem prescrição em bottle shop, que tomamos em doses industriais toda vez que o Mau está junto.


Sim, meus amigos, Maurício Buchler, o homem, a lenda, vai deixar a Austrália depois de praticamente uma década morando no país e conduzindo, bravamente ao lado do Rapha, a Vibez Brazil e outros esforços culturais.

Essa é das perdas irreparáveis, pela figura única e pelas festas na casa dele, em Bondi Beach, que sempre terminavam em intermináveis jam sessions.


Poucas vezes vi alguém ter tanto orgulho de ser professor e tanta paixão por ensinar. E o Mau, brasileiro que passou anos nos Estados Unidos quando ainda era muito novo - ou seja, tem o melhor inglês destas bandas -, simplesmente ama lecionar o idioma.

Com isso, ele vai. Mas graças a um distúrbio tripolar de personalidade e de vocação, continuaremos acompanhando as aventuras dele pelo mundo, pois a viagem está apenas começando.

É verdade! Internético, "aiphônico" e nem aí com a hora do Brasil, Mau se desmembrou nos personagens Tripp e Pin, e criou o Tripppin (com três p's, por favor), série de vídeos que vem produzindo e continuará fazendo. A ideia é ensinar inglês e mostrar um pouco de cada lugar, como podem ver abaixo.

Estarei acompanhando e disponibilizando novos vídeos e links no blog. Por ora, só me resta desejar toda a boa sorte do mundo, certificar de que alguém o leve pessoalmente ao aeroporto na quina-feira para ter certeza de que não perderá o vôo e também deixo abaixo o mais recente episódio, que tem tudo a ver com os próximos capítulos.

E hoje, a partir das 21h30, não percam a última Vibez Brazil com o Mau, saideira totalmente especial na 89.7 Eastside FM, Sydney. Quem viver, ouvirá (link)!

Good bye for now Mau!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Spanish Film Festival na Austrália e NZ

Esta semana, o Spanish Film Festival chega a sua 14a edição mais forte do que nunca, trazendo filmes da Espanha, Argentina, Chile, Colômbia, México, Panamá, Perú, Bolivía e Venezuela.



O festival passa por seis cidades australianas e se estende pela primeira vez para a Nova Zelândia, mostrando a força do terceiro idioma mais falado no planeta.

O pontapé inicial acontece nesta quarta-feira, 11 de maio, em Sydney, e continua no seguinte esquema:

11-22/maio Sydney
12-22/maio Melbourne
18-29/maio Brisbane
25-29/maio Perth
26-29/maio Adelaide
26-29/maio Canberra
18-29/maio Auckland

Filho de uruguaio e sabendo que o brasileiro, em geral, não dá a mínima para o que é feito em espanhol, pedi ao amigo peruano Jorge Echevarria, um dos caras mais ligados à cultura latino-americana e de língua hispânica na Austrália, dica de 3 filmes que não podemos perder de maneira alguma. São eles:


The Last Circus / Balada Triste de Trompeta - que será exibido nas noites de abertura das cidades australianas, sendo que em Sydney, Melbourne e Brisbane será seguido por drinks e música ao vivo com Los Monos e participação do Oscar Jimenez. As atrações variam nas outras cidades (info).

Chico y Rita - animação sobre o lendário músico cubano Bebo Valdez, que será exibida em Melbourne na quinta, 19 de maio, às 18h45, no Palace Cinema; e em Sydney, no sábado, 21 de maio, às 13h15, no Chauvel Cinema, em Paddington (info).


Brother / Hermano - filme venezuelano que tem o sonho de se tornar jogador de futebol como pano de fundo, e será exibido em Melbourne no sábado, 14 de maio, às 18h30, no Kino Cinemas; em Sydney na terça, 17 de maio, às 18h30, no Palace Norton St; e em Brisbane no domingo, 29 de maio, às 14h15, no Palace Centro Cinemas (info).

Para ver a programação completa e comprar ingressos, clique aqui.

domingo, 8 de maio de 2011

Happy Mother's Day

A todas as mães que acompanham o blog, seja mães com filhos na Austrália, amigas que em brevíssimo serão mães...


... e mães que levam ao extremo o papel: Happy Mother's Day

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Ceviche e o chef nômade

Matéria publicada na edição 15 da Radar Magazine com fotos de Guilherme Infante.

Para a primeira receita desta nova fase da Radar, queríamos um prato que representasse bem a América do Sul, tivesse características marcantes e pudesse ser feito ou encontrado na Austrália. Não foi difícil optar pelo ceviche, o carro-chefe da culinária peruana, que une tradição e modernidade.

Por aqui, ninguém melhor do que o chef peruano Alejandro Saravia, formado na única Le Cordon Bleu da América do Sul, em Lima, para falar sobre o ceviche. Alejandro vive na Austrália desde dezembro de 2006 e já trabalhou em restaurantes em Nova York e na Europa, incluindo o londrino The Fat Duck, que ostenta três estrelas Michelin. Em Sydney, passou pelo El Bulli e atualmente é sous-chef do Sails Restaurant, em Lavender Bay (North Sydney), além de proprietário do Taste of Peru, empresa que realiza eventos em diferentes localidades da Austrália, sempre levando a gastronomia peruana e sulamericana.

Simplificando ao máximo, o ceviche é um prato à base de peixe cru marinado no limão e acompanhado de ají amarelo (pimenta peruana) e cebola. Além disso, também é um método de cozimento, conforme o chef explica: “Até o século XVI, os nativos que viviam na costa do Perú tinham o hábito de comer peixe cru, pois desconheciam qualquer maneira de prepará-lo. Com a chegada dos espanhois, eles passaram a usar o suco do limão e de outros cítricos como laranja para cozinhar o peixe.”

Popular também em países como Chile, Colômbia e Equador, não é possível apontar um povoado específico ou data exata de quando o ceviche surgiu. Porém, não há dúvida sobre qual é o mais tradicional: “Podemos dizer que o ceviche peruano é o pai de todos os ceviches, pois usa o método mais autêntico, tendo sabor perfeitamente equilibrado entre todos os ingredientes, sem que nenhum se sobreponha a outro. As variações nos demais países são em função dos ingredientes encontrados em cada um”, explica.

Um dos segredos do ceviche é a qualidade dos produtos, que devem ser frescos. “Você não pode esquecer que são peixes crus”, alerta o chef. “Na Austrália, os melhores disponíveis no mercado são o snapper e o blue eye trevalla, que não têm gosto forte de peixe e também não são muito duros, o que facilita para cortar em cubos”.

De dentro para fora
A cozinha peruana esteve adormecida durante séculos, até que despertou nos últimos dez anos. No início, em função da globalização e o acesso que ela proporciona, depois pela redescoberta do próprio país. “Os chefs passaram a ficar mais curiosos, a ousar mais e também a olhar menos para fora e mais para dentro, tentando descobrir novos ingredientes. No Perú, por exemplo, temos mais de 5 mil tipos de batata. A quinoa fazia parte da alimentação diária dos incas e ninguém nunca viu seu potencial. Hoje, na Austrália, faz um grande sucesso.”

Essas novas gerações de chefs peruanos uniram o conhecimento técnico aos ingredientes locais, preservando a alma da culinária peruana e transformando-a em uma cozinha moderna ao mesmo tempo em que é tradicional. “Tivemos uma primeira leva de bons chefs indo trabalhar ou abrir seus restaurantes nos países vizinhos como Chile, Argentina e Colômbia, depois indo para os Estados Unidos em cidades como Chicago, São Francisco, Nova York e Miami, e nos últimos anos para a Europa em capitais gastronômicas como Madri, Londres e Paris. Agora, chegou a vez da Austrália e é isso o que temos feito através do Taste of Peru,” conta o chef.

O conceito do Taste of Peru é justamente apresentar diferentes estilos da cozinha peruana e sulamericana para o público da Austrália. Por não ter restaurante fixo, Alejandro é chamado de chef nômade, pois realiza cada evento em um lugar diferente, sempre trocando o menu e oferecendo uma nova experiência. Para a Radar Magazine, Alejandro preparou o ceviche da maneira tradicional, diferente da versão contemporânea que costuma fazer. Para acompanhar, fez ostras à chica de jora (bebida inca também usada como molho) e tiradito, uma espécie de irmão mais novo do ceviche, mas de pai japonês e mãe peruana, aos molhos de salsão, ají amarelo e rocoto (pimenta vermelha forte). Os produtos peruanos podem ser encontrados na loja Tierras Latinas, em Fairfield. Para quem deseja comer um bom ceviche sem precisar preparar, Alejandro recomenda os restaurantes The Sardine Room, em Potts Point, e Bentley Restaurant & Bar, em Surry Hills (ambos em Sydney).

Nikkei
Do mesmo modo que a culinária australiana é muito influenciada pela asiática, a peruana também recebeu a sua cota. Pratos tradicionais como o tiradito, que passa basicamente pelo mesmo processo do ceviche, mas é cortado em tiras, pode ser facilmente confundido com sashimi. “No início dos anos 1950, o Perú recebeu sua primeira onda migratória de japoneses, que foram trabalhar na construção de estradas, ferrovias e nas fazendas de algodão e açúcar. Sem conseguirem se adaptar aos Andes, eles ficaram na costa. Acostumados com o Oceano Pacífico, não tardou para assimilarem a cultura local e misturarem com a deles, resultando na hoje mundialmente famosa cozinha nikkei. Eles viram como se fazia o ceviche, o tiradito e o chupe de camarão, trouxeram seus ingredientes, como o molho de soja, e criaram o próprio estilo, que é essa fusão”, explica.

Tirando o chef do sério
Para tirar Alejandro do sério, basta dizer que vai comer tapas de comida peruana: “Vamos chamar as coisas pelo nome correto. Não são tapas, são piqueos. Tapas são pratos da Espanha para serem compartilhados. Não é o conceito. A Itália tem o antepasto, o Brasil as porções e o Perú os piqueos. Por que falar tapas japoneses, só porque a palavra tapas se vende? Vamos começar a apreciar mais o que a gente tem, da meneira como a gente chama.”

Ceviche de snapper
Ingredientes para 4 pessoas
800g de filé de snapper
1 xícara de limão/lima espremido (50% cada)
Ají amarela
1/2 cebola espanhola cortada fina
Caldo de peixe
Sal
Coentro

Acompanhamento:
1 batata doce
1 xícara de suco de laranja
1 pitada de canela
100g de açúcar (raw sugar)

Preparo
Limpe os filés de snapper, corte em pequenos cubos e reserve.

Para a marinada (também conhecida como leite de tigre)
Misture a cebola e o ají amarelo com o caldo de peixe, adicione o sal, o coentro, a mistura do limão/ lima, mexa e reserve na geladeira.

Acompanhamento
Corte a batata doce em pedaços e corte novamente com um molde redondo. Coloque em uma tigela e misture com o suco de laranja, a canela e o açúcar até ficar macio.

Para finalizar
Coloque o peixe em uma tigela redonda de vidro, adicione o leite de tigre e mexa por inteiro, de modo que tanto a batata doce quanto a cebola sejam envolvidas.

Onde comer em Sydney

The Sardine Room
2/31-35 Challis Avenue
Potts Point
(02) 9357 7444
www.thesardineroom.com.au

Bentley Restaurant & Bar
320 Crown St
Surry Hills
(02) 9332 2344
www.thebentley.com.au

Onde comprar os produtos

Tierras Latinas
57 Smart Street
Fairfield
(02) 9723 4446
www.tierraslatinasenaustralia.com