quinta-feira, 28 de abril de 2011

Dione Schaaf - Vamos Ajudar!


A exemplo do que tem acontecido com o Leandro Barata, que desde o acidente em Bondi Beach, em dezembro passado, gerou uma onda de comoção e, principalmente, de solidariedade, mais uma vez é hora da gente se mobilizar por um brasileiro, pois, longe de casa, se um não olhar pelo outro, ninguém vai olhar por nós.

A questão é com a paulistana Dione Schaaf, 30 anos, que vive em Sydney e está com câncer no reto.

O problema começou no final de agosto do ano passado, quando a Dione sentiu fortes dores na lombar. Como na época ela estava trabalhando longos shifts numa fábrica onde carregava peso, pensou ser conseqüência disso. Após três semanas de tratamento com um quiroprata, sem melhoras, resolveu usar a passagem de volta para o Brasil e iniciar tratamento lá, já que estava sem condições para trabalhar na Austrália.

No Brasil, foi a um ortopedista, que fez alguns exames de raio-x e receitou anti-inflamatórios. Passou um mês e a dor não cessou. Foi em um segundo ortopedista, que solicitou uma ressonância. O resultado acusou desgaste nas últimas vértebras da coluna, justificando as dores. Como durava dois meses, a crise se tornara crônica, sendo necessário anti-inflamatorios mais fortes e fisioterapia diariamente. As dores diminuíram, mas não desapareceram.

De volta à Austrália, ela seguiu o tratamento fazendo sessões de fisioterapia e RPG. Mesmo assim, as dores continuaram e inchaços muito grandes apareceram na barriga, seguidos de dores mais fortes. Ela foi em um primeiro hospital, que diagnosticou erroneamente “crise de prisão de ventre”. Uma semana depois, em 14 de fevereiro, com as dores cada vez piores e febre alta, ela deu entrada no Royal Prince Alfred Hospital. O câncer foi diagnosticado oito dias depois, em 22 de fevereiro. A internação durou 26 dias e durante esse tempo ela passou por dois procedimentos cirúrgicos iniciais.

Por conta das dores e, posteriormente, do diagnóstico, Dione não trabalha desde o ano passado. Quem está ajudando é a irmã, Roxane, que vivia no Brasil e, assim que soube, deixou o trabalho e tudo para trás para acompanhar a irmã. Ela desembarcou em Sydney em 5 de março, porém, com visto de turista, o que significa que não pode trabalhar. Os pais, do Brasil, ajudam como podem enviando dinheiro da aposentadoria.

Após seis semanas de sessões de quimio e radioterapia, que terminarão em 3 de maio, a dúvida era se voltaria para o Brasil ou se faria a cirurgia para retirada do tumor na Austrália. Em razão da logística e da urgência, os médicos aconselharam fazer por aqui. Está marcada para 22 de junho, com previsão de oito semanas para recuperação e quatro meses e meio de quimioterapia.

Como estava no bridging visa quando retornou do Brasil, Dione não tinha plano de saúde. Para terem uma ideia, a diária no Royal Prince Alfred Hospital para pacientes nesta situação é de mil dólares. Mas, felizmente, após ler carta escrita pela própria Dione sobre a situação financeira, o hospital resolveu bancar todo o tratamento, incluindo as cirurgias. Fantástico!

Mas a questão financeira ainda é complicada, pois nenhuma das duas pode trabalhar e, por mais que o hospital cubra as despesas, elas ainda precisam pagar aluguel, comprar remédios, comida, usar transporte etc.

O objetivo deste post é dividir a história com vocês para que possamos de alguma maneira ajudar a Dione.

Se vocês tiverem ideias, quiserem realizar eventos em prol ou seja lá o que for, vamos em frente. Se alguém quiser traduzir este texto para o inglês, fique à vontade. O importante é espalhar a mensagem para a maior quantidade possível de pessoas.

Já falei com o Sydney Brazilian Social Club (Canarinhos), que na semana passada depositou AU$ 1.927.00 na conta do Leandro Barata referente à Sunshine Cup ($1.590) e ao Futebol das Piranhas ($337), e eles vão se mobilizar. Empresas, associações e o que mais tivermos por aqui, vamos fazer o mesmo!

Em breve será construída página no Facebook com o número da conta, vai ser uma maneira ágil para trocar ideias, atualizar informações, criar eventos e manter contato com a irmã. Passo o link assim que fizerem.

PS: a página no Facebook já está criada. Clique aqui!

Toda a sorte para a Dione e a família!

terça-feira, 26 de abril de 2011

O Barão e o Príncipe

Sim, meus amigos, o barão está de volta!



Quando um xavante-paulistano prepara o primeiro chimarrão do ano, significa que o calor se foi, o frio chegou e, a partir de agora, para esquentar é tomar vinho com a baroa e chimarrão quando estiver sem (sei que os amigos gaúchos vão ficar bravos, mas pra mim - já falei que sou paulistano e xavante - chimarrão é um esporte individual).

E ontem, enquanto abria solenemente a temporada assistindo ao filme The Queen, que passava no Channel 7, travei o seguinte diálogo com a minha flatmate finlandesa.


(O diálogo ocorreu em finlandês, claro, esta é apenas uma tradução livre para o português).

- Pablo, o que você está assistindo?
- The Queen, filme sobre a morte da princesa Diana e a rainha Elizabeth II.
- Sério? Quero ver! Estou tão empolgada com o casamento.
- Você? Finlandesa? Por que?
- Como assim? É um casamento real! Vai dizer que você não está, Pablo?
- Claro que não, Elvira, eu não ligo a mínima para casamento real, família real, nada disso.
- Não acredito, que decepção... Um príncipe vai se casar e você não está nem aí!

Pausa para tomar um fôlego e um mate, pois aí vem a pergunta:

- Mas me diz uma coisa, Pablo, qual é o seu príncipe preferido?

ENTER
ENTER
ENTER

3 ENTER'S para representar o tempo que permaneci engasgado com a erva atravessada na garganta.

- O que? Você só pode estar brincando!
- Brincando? Todo mundo deve ter um príncipe preferido: o William ou o Harry. O meu é o William!


Eu, que já estava preocupado com o rumo que a semana tem seguido com o casamento da sexta, desanimei de vez. Principalmente por estar na Austrália, país cuja maioria simplesmente ainda ama a monarquia britânica e não quer se ver livre da coroa tão cedo.

Parece mentira, mas é verdade! Mesmo não tendo mais poderes jurídicos sobre a Austrália desde 1986, a Grã-Bretanha ainda é a grande mãe da Austrália - enquanto a rainha Elizabeth II a avó.

Em 1999, ou seja, 13 anos após a rainha ter assinado o ato, foi realizado referendo na Austrália para decidir se o país deixaria de ser monarquia para se transformar em república, e o resultado foi um retumbante 55% a 45% para o "Não".

O casamento da sexta, claro, reacendeu os ânimos dos plebeus down under, como mostra pesquisa encomendada pelo The Australian. Segundo o jornal, em abril deste ano, o apoio à república, com 41%, atingiu o índice mais baixo dos últimos 17 anos, quando em março de 1994 estava em 39%. Pior! O índice de quem é fortemente a favor da república não passa de 25%.


A pesquisa só dá uma aliviada pró-república quando a pergunta refere-se ao apoio no caso do Príncipe Charles assumir o trono ao lado da gloriosa Camilla Parker. Neste cenário, 48% responderam que iriam com a república. No caso do William, o príncipe da minha flatmate finlandesa, o apoio à república ficaria em 45%. Mostrando que, por ora, Elizabeth II ainda é a rainha da popularidade por aqui.

Independentemente do que vem pela frente - e sei que será um bombardeio real com as emissoras locais se matando durante toda a semana e, principalmente, na sexta - vou tomando o meu chimarrão com muita pompa e circunstância, enquanto me preparo para o jogaço da NRL desta sexta-feira entre os Broncos e os Bulldogs. Vai pegar fogo! E na sequência tem Rabbithos contra Sharks. Dose dupla na TV!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Bondi Jam e Fernando Aragones no Opera Bar

Você já jogou 2-UP hoje? Se ainda não, corra que ainda dá tempo e aproveite, pois é o único dia do ano em que é permitido jogar cara ou coroa na Austrália, apostando dinheiro, sem ir para a cadeia. Afinal, é Anzac Day, feriado em homenagem a uma das maiores geladas bélicas da história.

Importante: caso não faça ideia do que estou falando, clique aqui.

Bem, mas se você não está nem aí para o Anzac Day e, em vez de se matar de beber em um pub, prefere ouvir música de qualidade, tenho duas ótimas opções.


A primeira, a partir das 18h, é o Fernando Aragones, que se apresenta em trio no Opera Bar tocando um pouco de heavy dub, amorous grunge and samba funky, segundo o próprio definiu.

O Opera Bar, para quem não sabe, é aquele e-p-e-t-a-c-u-l-o-s-o (essa é nova) bar ao lado da Opera House, que oferece uma das melhores vistas da cidade. Entrada grátis!


Já no BB's (78 Campbell Parade), em Bondi Beach, a partir das 20h rola a terceira edição do Bondi Jam, session de blues e rock n' roll organizada pelo Red Slin que tem quebrado absolutamente tudo.

Como diria o Arnaldo, a regra é clara: é proibido ensaiar. De resto, é só aparecer com instrumento e tocar. Caso não tenha, peça emprestado e toque. A sonzeira tem sido violenta e hoje, feriadão pátrio, tenho certeza de que não será diferente.



Grátis para entrar! Grátis para tocar! Guinness a $5!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Checked out @... Noosa (QLD)



Falando em paraíso, de Byron Bay voltei para o estado de Queensland e segui para outro paraíso, Noosa, o coração turístico da Sunshine Coast, ao norte de Gold Coast e Brisbane. Para quem nunca ouviu falar, Noosa é mais ou menos assim.

Imaginem quilômetros e mais quilômetros de praias fantásticas...


... cercadas por quilômetros e mais quilômetros de florestas tropicais.


É tanta floresta tropical e tanto coala que as "otoridades" resolveram criar um gigantesco parque nacional, o Noosa National Park.


Noosa Heads é a cidade em meio a esse paraíso. Num raio de pouquíssimos quilômetros, ela tem as praias de Sunrise e Sunshine Beach a sudeste e leste, respectivamente, o referido parque nacional fazendo divisa com a própria cidade (seguindo a estrada da foto acima), a praia principal (3 primeiras fotos) na cara do gol, uma imensa baía ao norte (Laguna Bay) e, como se não bastasse, o Noosa River, rio que nasce em alguma montanha igualmente paradisíaca e desagua no Oceano Pacífico através de... Noosa, o que significa que boa parte das casas tem entrada para carro de um lado e barco de outro (fotos abaixo).



Porém, como há tempos - parafraseando os Titãs - o homem deixou de ser primata e optou pelo capitalismo selvagem, além do centrinho comercial para suprir as necessidades básicas dos moradores e turistas, ele também resolveu colocar uma Oscar Freire no meio da cidade. Isso mesmo (se você não é de São Paulo ou nunca ouviu falar nessa rua, pergunte para aquela amiga paulistana da sua tia-avó)!


Uma Oscar Freire com toque praiano, é verdade...


... mas Oscar Freire (pronuncia-se Óscar Frêir).


Falando em São Paulo, voltando à Gold Coast para embarcar para Sydney, parei em Brisbane. A cidade, que havia sido inundada no início do ano, parecia São Paulo em época de eleição quando o Maluf era prefeito (ou seja, um canteiro de obras). Mas diferentemente, era por uma ótima causa: reconstruir o estrago causado pela natureza.

E, coincidentemente, no mesmo dia (quarta-feira, 20 de abril), o governo local lançou a campanha Come Together Brisbane - Brisbane is Better Than Ever, aproveitando o embalo do Queensland is open for business. E de fato está, como podem ver abaixo...


... e no jantar e-p-e-t-a-c-u-l-a-r que o David preparou na última noite da viagem. Queenslander, marido da amiga Mirella, ex-chef e hoje trabalhando na polícia marinha, na Gold Coast, David fez um mackerel, peixe pescado pelo próprio, acompanhado de pimentão vermelho, batata, abóbora, salada e um molho de ervas frescas que quebrou absolutamente tudo!



Thanks a lot David, Mirella, Mari Cardoso, Ozzy Study Brazil and Global Village!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Checked in @... Paraíso


Após mais um check-in (de verdade), cheguei no paraíso. Não estou falando de Surfers Paradise, onde estava, pois sou avesso a trocadilhos, mas de Byron Bay, mais precisamente do Arts Factory, o hostel em que estou hospedado - um oferecimento Ozzy Study Brazil com dica de Suzane Pippi.

O lugar, além de ser cercado por floresta, ter um lago no meio coberto com folhas que parece um gramado e vários animais, também produz a própria cerveja.


É verdade! Estou hospedado no albergue que fabrica artesanalmente a Byron Bay Premium Brewery e, obviamente, possui pub para test-drive. Como o tempo está chuvoso, eu cansado e daqui a pouco vai ter banda ao vivo (sim, a cidade já respira o Blues Fest), passarei as próximas horas imerso no local.

Aliás, acabo de pedir a badejinha de degustação. Preciso ir mas deixo vocês com algumas chapas.








domingo, 17 de abril de 2011

Checked in @... Gold Coast

Após um check-in (de verdade) no aeroporto, estou finalmente na Gold Coast, misto de Balneário Camburiú com Guarujá, Punta del Este e Miami. Não é o tipo de lugar que eu moraria, pois estou cada vez mais xavante aqui na Austrália, mas adoro.

Principalmente pela hospitalidade da Mirella (Mel, Sabrina, Renata e amigas da Anhembi Morumbi, fiquem à vontade para sentir inveja) e do David; e dos churras sempre gigantecos na casa da Adriana Ikeda, Montezano "Verde-Branco-Grená" e Jay Pee (João Pedro).

Mas sei que a Gold é o perfil de muitos brasileiros, principalmente dos que estão na faixa dos 20 anos, são recém-formados (ou pensam em trancar a faculdade para estudar no exterior) e, principalmente, gostam de surfe.

Por ora (já que o Alê me espera para umas Guinness's), seguem algumas fotos deste domingo nublado que explicam porque adoro aqui, mas não é o meu perfil para morar.









I know it's only rock n' roll but I like it!!!

Luto

Antes de mais nada, minha solidariedade ao Rei, que perdeu a filha mais velha, Ana Paula Rossi Braga, 44 anos.



Usando as palavras da minha avó, nunca vi alguém ter tantos revés fúnebres com a figura feminina.