segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Boa notícia (free tv)

É sempre bom começar a semana com boas novas. Portanto, vamos lá!

No início dos anos 1990, foi introduzido na Austrália o sistema de tv a cabo. À época, foi assinado documento assegurando que a transmissão dos principais eventos esportivos australianos como Melbourne Cup, Rugby League, AFL, Tests de cricket, Australian Open de tênis, entre tantos outros, ficariam com a tv aberta.

Pois bem, quase 20 anos se passaram e a expectativa e o receio do que poderia acontecer no início do próximo ano vinha aumentando. Principalmente por conta de um bicho-papão chamado Fox Sports, que quer comprar absolutamente tudo e revender via Foxtel.

Não sei se vocês repararam, mas aquelas propagandas com celebridades esportivas em prol da free tv que vinham sendo veiculadas nos últimos meses eram parte disso, pressionavam o governo, que controla o setor, a manter os direitos dos principais eventos com as tvs abertas.

A nova regulamentação será apresentada nos próximos dias, mas pelo que antecipou na semana passada o ministro das comunicações, Stephen Conroy, os principais eventos e torneios continuarão sendo exibidos na tv aberta, o que é um grande alívio, pois a exemplo do Brasil, aqui a programação das emissoras também é uma porcaria e, sem os esportes, não sobraria absolutamente nada!

domingo, 28 de novembro de 2010

Beach Samba 2010


Domingão com Beach Samba e Bigode

Depois de alguns dias paradisíacos, hoje não vai ter jeito: praia zero. O que não significa que será aquele famoso domingão frango/Silvio Santos. Pelo contrário!



Um dia como esse pede certo descanso físico e mental, algum esporte de leve, abertura de bar mais cedo, seja em casa ou num pub, e, claro, samba.

E é aí que entra Mr Balu, Coogee e o Beach Samba, que rola hoje das 17h às 22h, no Selina's, lá no Coogee Bay Hotel, com apresentação do Samba Groove e batucada nos intervalos.

Mulher entra grátis até às 19h, depois é $10, assim como homem, que paga $10 a qualquer hora. Porém, como estamos às vésperas de encerrar o Movember 2010, Balu já avisou que homem com bigode não precisa pagar os $10, basta apenas fazer uma simbólica doação para os Rivelinos, nosso time nesse grande e bigodudo evento em prol da conscientização e tratamento do câncer de próstata e da depressão masculina. Uma urna para doação estará na entrada.

Aliás, Ricardo Nogueiro, o Cadinho, amigo que conheço desde mil novecentos e Guaraná com rolha (para usar uma expressão da época), amigo de Booker Pitman, amigo de Colégio Objetivo, amigo de Libertadores e Mundiais, amigo de viagens etilicamente intermináveis pelas Cananéias e Ubatubas da vida, e que felizmente mora na Austrália, acaba de doar $30 para os Rivas, o que nos coloca em 7654 na colocação geral (praticamente o Corinthians no ano do Centenário) com um total de $250.

Como faltam apenas dois dias para encerrar o Movember e $50 para atingirmos nossa meta de $300 para esse ano, peço que o senhor, meu amigo, e a senhora, minha amiga, cliquem aqui e doem alguns poucos doletas por algumas ótimas causas.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Comentando Gérson e a ilusão

Não sou de ficar em fóruns debatendo temas na internet, muito menos de entrar em polêmicas e discutir os comentários que rolam aqui no blog. Porém, essa semana publiquei o post Blitz e a Lei de Gérson, tive um retorno muito bom - principalmente no Facebook -, mas duas críticas me chamaram a atenção pois, coincidentemente, ambas são de pessoas que estão há bastante tempo na Austrália.

Importante: tenho muitos amigos que estão há bem mais do que 10, 20, 3o anos por essas bandas.

O ponto do referido texto foi justamente o colocado pela CCC (a amiga Cacá) na página dos comentários. Escrevo para uma revista de brasileiro na Austrália (Radar) e para uma agência de intercâmbio que traz estudante brasileiro (Ozzy Study); em janeiro realizaremos uma Mostra Coletiva de foto, vídeo, música ao vivo e muito mais envolvendo artistas brasileiros ou simplesmente brasileiros que estão procurando espaço para mostar seus trabalhos aqui na Austrália; há mais de dois anos tenho divulgado no blog tudo quanto é banda, pessoas, evento e o que mais rola ligado aos brasileiros por essas bandas; tenho também participado de programas de rádio sobre música brasileira (Vibez Brazil) e na transmissão da própria Copa do Mundo de futebol em português (SBS). Enfim, esse é o universo que trabalho e o público que acompanha.

Em pouco mais de 3 anos vivendo aqui, descobri que, quanto mais tempo ficamos fora do Brasil, mais o Brasil melhora. Explico: conforme a saudade cresce e a gente se acostuma com o lugar escolhido pra viver, a gente acaba criando ilusões de que tudo lá é bacana, perfeito e colorido, pois em geral só ficamos com as boas lembranças e os momentos bacanas. Ou seja, quando estamos aqui ou vivendo em qualquer outro país, nos esquecemos da sensação de total insegurança que sentimos 24 horas no Brasil, da corrupção desenfreada em todos os níveis, do tráfego insano que consome, no mínimo, duas horas do meu dia (pelo menos eu que sou de São Paulo), da cultura do jeitinho e de levar vantagem em tudo etc. E mesmo quando vamos passar umas semanas aproveitando ao máximo com dólar australiano, vivemos uma rotina de férias e não o dia-a-dia de quem mora lá.

Não acho que a Austrália seja perfeita ou o melhor país do mundo, aqui também tem muita gente ruim, muito picareta, pois estamos falando de seres humanos, animais que se não fôsse pela capacidade de usar 10% do cérebro e do polegar articulado, ainda poderiam ser chamados de macacos. Porém, que há uma diferença do tamanho do Oceano Pacífico entre o modo como as coisas funcionam num país de primeiro mundo e um país de terceiro mundo, ah tem!

Já falei várias vezes que amo a Austrália, e amo mesmo, principalmente o estilo de vida, a maneira como o australiano encara a vida e, enquanto o país me aceitar, vou ficando. Se um dia as portas se fecharem por aqui, pego todos os meus pertences (uma mala com adesivo da Tooheys New escrito For the love of beer) e me mando para outro lugar.

O que não significa que não amo o Brasil e não tenho orgulho de ser brasileiro. Claro que amo a terra onde nasci, sinto muita saudade da minha família, do meus amigos, dos botecos da vida de São Paulo, da música em toda esquina, da minha terapeuta e de tantas outras coisas. Assim como sinto muito orgulho de tantos brasileiros, gente como Tom Jobim e Chico Buarque, e amigos como o poeta Paulo Bonfim e o chef Edinho Engel.

Conforme escrevi num post anterior, a grande diferença entre a Austrália e o Brasil é que a Austrália é um país sério que não se leva a sério, enquanto o Brasil é um país nem um pouco sério que se leva muito a sério. Algo assim. Enquanto a gente não puder rir de nós mesmos e acreditar que nosso país é a perfeição em forma de samba, Carnaval e futebol, vamos ficar nessa.

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Luto

Dia triste no terceiro continente à sua escolha.

Após a segunda explosão na mina de carvão de Pike River, ilha sul da Nova Zelândia, as chances de resgatarem com vida os mineradores que estavam desaparecidos desde a última sexta-feira passaram a zero, o que levou as autoridades locais a declareram os 23 neozeandeses, 2 australianos, 3 britânicos e 1 sulafricano mortos.

Em homenagem aos 29 e às respectivas famílias, 29 ENTER's!

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Movember - Última semana!

Acabo de receber email da nossa gloriosa Movember Foundation dizendo que nós, Os Rivelinos, juntamente com As Rivelinos, acabamos de receber doação do amigo Paul Otani. Valeu, Paul!



Com isso, chegamos a $220, o que nos coloca em 7.455 no ranking da Austrália. Como falta menos de uma semana para acabar o Movember e ainda precisamos de mais $80 para atingir nossa meta de $300, pedimos a sua colaboração, caro Mo Bro, cara Mo Sista.

Para participar é muito simples, você só precisa clicar aqui, juntar-se aos Rivelinos/Rivelinas (Join my team), clicar em "Donate to my team" e doar o quanto puder ($10, $20, $50, não importa).

Caso não faz ideia do que estou falando, clique aqui, saiba mais sobre o Movember e veja que o seu dinheiro será muito bem usado para a conscientização e o tratamento do câncer de próstata e da depressão masculina.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Blitz e a Lei de Gérson

Alguém viu a blitz que rolou na estação de Bondi Junction essa manhã? Os policiais estavam espalhados por todos os lados, da saída dos ônibus - bloqueando as duas portas de cada - à todas as catracas dos trens. Esquema grande. Só faltaram os simpáticos cães farejadores, mas como o foco da operação era pegar pessageiros com bilhete, digamos, errado (ou sem bilhete) e não drogas, Totó, Rex e cia ganharam day-off.

O sistema funciona mais ou menos assim. Burlar o transporte público na Austrália é fácil, mas se a pessoa é pega, paga multa de $350. Aqui em New South Wales, a viagem mais barata de ônibus custa por volta de $2, de trem talvez pouco mais, um bilhete que dá direito a dez viagens sai em torno de $26, o semanal, que integra trem, ônibus e ferry em uma zona que vai além das fronteiras de Sydney sai por $41 e o mais caro de todos, a versão deste semanal que permite rodar o estado inteiro sai por $57. Lembrando: a multa é $350.

Acredito que uma das motivações que trazem boa parte dos brasileiros para a Austrália é justamente morar num país civilizado, de primeiro-mundo, onde as coisas funcionam, as leis são respeitadas e o mesmo se espera de cada cidadão. Quem procura fazer a coisa certa por aqui, tem o sistema totalmente a seu favor. Mesmo assim, ainda há muito brasileiro que desembarca com o best-seller favorito do país - Os 10 Mandamentos de Gérson - no bolso.

Só para citar um exempo, há dois anos eu trabalhava com uma brasiliense que se gabava de pagar uma ninharia por semana em transporte público. Um dia, perguntei se ela não se sentia mal ou se não tinha medo, a resposta, com aquele ar de esperteza que só os discípulos de Gérson têm, foi fiz a conta com as minhas amigas e mesmo se a gente for pega, o que economizamos compensa os $350. Felizmente, ela já voltou em definitivo para o Brasil.

Semana passada, dois brasileiros que moram perto de casa, mas que não os conheço, se aproximaram correndo para pegar o mesmo ônibus. Era o 333, que só aceita bilhete, e o esperto número 2 comentou com o esperto número 1 que não poderia embarcar, pois não tinha bilhete e não teria tempo de comprar. O esperto número 1 falou entra junto comigo, vou colocar o meu na máquina e deixar lá, você só passa ele novamente.

Como se tratava do semanal, a operação era absolutamente ilegal. Mas ambos fizeram sem nenhum constrangimento e, com a expressão típica de mais uma vez a esperteza e o jeitinho brasileiros venceram a caretice e a ingenuidade australianas, viajaram felizes para sempre. Bem, não para sempre...

Espaço para filosofia cósmica e acerto de contas Divino
Como todos nós sabemos, os movimentos de rotação e translação são os dois preferidos do planeta, o que significa que não importa o que aconteça, o mundo sempre dá voltas. E hoje cedo, durante a referida blitz, no mesmo cabalístico 333, não é que o esperto número 1 foi agraciado? Mesmo sem conhecê-lo, sei que o campeão estuda em Bondi Junction, onde quase toda manhã ele desce com mochila da Fitness First nas costas, boné de marca, bermuda transada, geralmente regata e meia branca para estudar. Hoje, contudo, ele certamente chegou atrasado.

Ao ver o grande contingente de tiras do lado de fora, o esperto número 1 se assustou, não sabia se descia ou se ficava, se descia ou ficava, até que optou por ficar. Evitou os homens, os $350 e só pôde descer no ponto da Junction próximo do Centennial Park, de onde teve que andar um bocado para retornar à escola, que fica do lado da estação.

Claro, para os amigos ele vai contar o quão esperto foi ao, mais uma vez, burlar não só o sistema de transporte público mas a polícia da cidade, porém, aquela expressão que vi - praticamente em slow motion - de mãe, cadê você? acho que agora eu vou rodar aqui do outro lado do mundo, foi inesquecível!

Como diria a minha mãe: que sirva de lição!