domingo, 9 de maio de 2010

Happy Mother's Day

Eu, do bloco do Dia das Mães - Sem Mãe (no bom sentido, é claro), como bem disse Tia Elisa Toneto, deixo um breve post com o início do prefácio do meu livro, escrito pelo mestre Paulo Bomfim, em homenagem não só à minha mãe, Ana Maria Guimarães, como também à melhor avó do mundo, Maria Manucha de Carvalho, a intérprete oficial do presidente Dwight Eisenhower no Brasil, e à saudosa Bivó Maria, que fez o prato mais delicioso que já comi na vida, um singelo e inigualável macarrão com ovo!

Há vinte e sete anos, fui até a Maternidade São Paulo para conhecer meu novo amigo Pablo que acabara de nascer.

Veio ao mundo sob a fascinante constelação das Três Marias que norteariam sua existência: a mãe, Ana Maria, a avó Maria, “Manucha”, e a suave bisavó Maria.

Trazia na genealogia a marca de muitos caminhos, de várias indagações...

sábado, 8 de maio de 2010

Brazilian Triple "J" em Sydney

É verdade!

Não estou falando da rádio que cobre a Austrália inteira, mas da trinca de atrações brasileiras que teremos nos próximos 3 domingos, em Sydney. Um oferecimento da dupla que mais secou o Corinthians na última quinta (aqui foi quinta), Igor e Fernando, os caras da Fibra Entertainment.



Começando neste domingo, dia 9, no Beach Road, num dos projetos de música brasileira que mais tem atraído público por aqui, o Cultura Bondi. No palco, o primeiro dos "J", Tropical Jam, banda do glorioso Geleia (ou Jam Leia, se preferirem), que mais uma vez estará acompanhado de Marcello Maio (ele mesmo, Abuka Trio e Samba Mundi) no acordeon, Rogério Pulga no violão elétrico, Stan no baixo, Fernando na bateria e Edgee no cavaquinho. A porta abre às 18h e o show é de graça.

Foto de Guilherme... Jorge


No domingo seguinte, 16, esquentando para o show do Jorge Ben Jor, vai ter o segundo "J", Toca Jorge, a ótima banda do Fernando Aragones que faz o melhor samba-rock da cidade. O show também faz parte do Cultura Bondi, também é na faixa e aquele segurança norte-americano gigante do Beach Road também abrirá a porta às 18h.



E no domingo 23 (tinha que ser 23), Jorge Ben Jor fecha a trinca de "J's" da Fibra Entertainment com o grande show do primeiro semestre. Em entrevista para a Radar, Babulina já avisou que vai tocar o que o público quiser ouvir. Ou seja, vai ser festa! A apresentação será numa das melhores casas de Sydney, o Enmore Theatre, lá em Newtown. E os ingressos estão à venda na Ticketek.



Na boa, é difícil ter uma sequência assim. Vai ser um mix de bossa nova e mpb, passando por samba e fechando com samba-rock em seu estado bruto, afinal, é o próprio criador em pessoa que estará presente.

Não preciso dizer o que acontecerá com quem não for!


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sexta-feira, 7 de maio de 2010

Risoto com redução de... (preço)

Aqui na Austrália é assim. Em certos horários, você sempre encontra produtos com preços reduzidos (e ainda frescos, claro). Isso ocorre principalmente à noite, mas é possível achar a qualquer hora.



Após uma degustação monstra de Pinot Noir na terça (pra eu falar monstra, podem ter certeza, foi), e uma excelente noite na quarta ao som do Abuka Trio, ontem, a única coisa que eu queria era ficar em casa. E, já terminado todos os textos do dia por volta das 17h47, por que não preparar um jantar um pouco mais, digamos, princeso?

Abri o armário da cozinha (o meu) para ver o que tinha. A cena não era das mais animadoras: café Pilão, pão de fôrma no final, arroz, chás, Vegemite (si, me gusta), Weet-Bix (o cereal matinal oficial dos Socceroos) e meio pacote de arroz arbório, o que foi uma luz no fim do túnel. Peguei.



Tendo um potencial risoto em mãos, a grande questão era: do quê?

Abri a geladeira e a situação também não estava nada animadora. Sendo hoje o dia de receber, ela não apresentava muita opção além do trivial do dia-a-dia. Abri o freezer. Ops, outra luz. Cinco duplas de chorizo do meu supplier oficial, a Barbiecrew. Passei a ter um potencial risoto de chorizo. Mais! Como havia feito a outra metade do arbório há uns dias, sobraram dois containers com o stock, o famoso caldo. Ou seja, praticamente o goleiro, a zaga e o centroavante. Faltava apenas o meio-cancha para dar a liga. E é aí que entra em campo o supermercado com preços reduzidos.

Subi para Bondi Junction como um franco atirador. A ideia era simples: achar alguma delicinha que desse liga gastando o menos possível. Afinal, na volta para casa teria uma parada estratégica em um bottle shop.

Tendo o chorizo como atacante, arisco, nervoso, precisava de um meio-cancha mais técnico, classudo, que cadencie o jogo, desses jaquetas 10 que não se têm mais atualmente. Bem, o Corinthians tem, o Danilo, mas o Mano não sabe usá-lo. Enfim, fui direto para os queijos, pois estava com a sensação de que era ali que eu acharia a peça que faltava. E não deu outra!

Na Austrália, temos o gorgonzola, mas é muito mais comum encontrarmos o blue cheese. É ele que usamos para subtituir o gorgô. Já o brie é o brie. Eu não misturaria um gorgonzola com um chorizo, principalmente tratando-se de um risoto, mas quando vi um blue brie, achei interessante. O brie por si só seria perfeito, daria aquela liga para o chorizo, bem ao estilo Danilo, mas o brie puxado para o blue, que eu nunca tinha visto, me pareceu uma espécie de Zidane, que além de distribuir o jogo, chega com tudo no ataque e ainda faz golaços. Levei!



No caminho, comprei o Shiraz/Grenache Art Series 2008 do nosso amigo Peter Lehmann, ícone do vinho australiano, especialmente na região do Barossa. O Shiraz pensando no chorizo e a Granache pra harmonizar com o queijo. Essa linha, a $11.60, é uma das mais em conta, mas sabia que era boa pois, sendo um ótimo produtor, a chance de errar é bem pequena.



O risoto não teve mistério. Apesar da foto horrorosa, fiz do jeito de sempre, a combinação do chorizo com o blue brie ficou perfeita, o vinho estava redondo enquanto eu cozinhava, mas depois ficou um pouco abaixo, pois faltou estrutura para segurar o chorizo e, principalmente, o cayenne pepper.



Sim, meus amigos, o meu armário estava vazio, porém, o armário coletivo aqui do Château Elle Macpherson mais parecia a Ilha das Molucas, de tanta especiaria. A princípio eu queria usar um açafrão-da-terra, mas na falta, sapequei o tal do cayanne, que nem sei o equivalente em português, mas levantou ainda mais o sabor da comida, sobrecarregando o vinho.

Sem problema! A botella já estava quase no fim, pois também havia usado para redução do arbório. Porém, a grande redução da noite foi mesmo a do blue brie, no caso, redução de 33% do valor, custando apenas $2.94 (e ainda bem fresco).



E tudo ao som da minha amiga Carlotta Centanni, gata italiana de voz potente e entusiasta da música brasileira que me presenteou com seu belo CD, Respiro. Salute!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Aos amigos corintianos da Austrália

A primeira torcida oficial de um time de futebol nos Eastern Suburbs - exclusiva para jogos da Libertadores da América - nasceu em 22 de maio de 2008, no Coogee Bay Hotel. Nome? Setanta Tricolor. Na ocasião, fomos eliminados pelo Fluminense com um gol do Washington no último lance do jogo. Nossa esperança de gol naquela partida? Adriano.



Hoje de manhã, houve uma tentativa semelhante. Alguns corintianos tentaram formar a Gaviões da Fiel Eastern Suburbs. Fizeram um estardalhaço na véspera, falaram que invadiriam os principais local pubs da área, mas não foi o que aconteceu. Como um entusiasta da Libertadores, juntei-me aos 4 corintianos para acompanhar a partida. Isso mesmo, invasão de 4! A maior esperança de gols contra o Corinthians? Adriano, mais uma vez.

Obviamente não ficarei aqui fazendo chacota e pilherices com a desgraça alheia, mas vendo o sofrimento dos amigos, imaginando a dor de tantos outros corintianos que vivem na Austrália como, por exemplo, o ícone maior Roberto Banana, figuras como Alexandre Rubial, Balu e Gustavo Durasi, entre tantos outros bravos torcedores, fica aqui o meu apoio e uma dica.

Não percam amanhã o tradicional VB Test Match de Rugby League, envolvendo Austrália x Nova Zelândia, ao vivo, a partir das 20h, no Channel 9. Vai ser um jogaço! O escrete aussie entrará com craques como Billy Slater, Brett Morris, Greg Inglis, Jarryd Hayne Winger, Darren Lockyer e Cameron Smith. Já os kiwis vêm com niguém menos do que Benji Marshall, Adam Blair, Kieran Foran, Issac Luke, Sika Manu e Steve Matai. Imperdível!


quarta-feira, 5 de maio de 2010

Duas boas novas e uma má



Começando pelas boas, hoje, a partir das 20h, tem Abuka Trio, o melhor trio de bossa nova/mpb de Sydney, no Robin Hood, o melhor local pub de Bronte. Para quem não os conhece, vale muito a pena. O Robin Hood está na 203 Bronte Rd, pertinho de Bondi Junction.

A segunda boa é que no domingo tem Tropical Jam, a banda do nosso glorioso Jam Leia (ou simplesmente Geleia), no Beach Road. O show é parte do Cultura Bondi, e Geleia (sem acento mesmo, respeitando a última revisão gramatical) estará acompanhado do Marcelo Maio, o tecladista do Abuka Trio, do Rogério Pulga no baixo, entre outros ótimos músicos. Os dois eventos são imperdíveis.



A má notícia fica por conta do World Sailing Speed Record Council, que quer jogar água no chope da Jessica Watson (no caso, na limonada). É verdade! Eles afirmaram que o feito dela será importante, blá, blá, blá, mas que não valerá para efeito de recorde mundial. Os "oceanocratas" levantam alguns pontos como a necessidade de navegar mais de 21.600 milhas naúticas, de ir mais a norte do que ela foi quando cruzou a Linha do Equador, entre outros. Resumindo: querem boicotar a Jess! Desde o começo ela e os pais foram muito criticados, imprensa e "especialistas" viam a jornada com grande desconfiança, enfim, estão com inveja por não ser o filho deles, por não ser um homem e por ela ser menor de idade. #prontofalei

terça-feira, 4 de maio de 2010

Novidade - Braussieleiro Web TV

Cornetar brasileiro pelas presepadas é fácil. O blog poderia ficar só contando causos que jamais faltaria assunto. Mas como também tem muito cara talentoso lutando para conquistar seu espaço, nada melhor do que divulgar e ajudar a valorizá-los.

Raphael Pires é um deles. Carioca da Zona Norte e jornalista especializado em TV, o homem viveu alguns anos nos Estados Unidos, está há um ano e sete meses na Austrália e é desses que ralam muito não só para sobreviver aqui mas, principalmente, para viver fazendo o que ama.

Um dos resultados foi lançado semana passada e atende pelo nome de Braussieleiro Web TV. Traduzindo: BR-AUSSIE-LEIRO, programa que vai ao ar a cada duas semanas mostrando lugares, histórias e curiosidades sobre a Austrália e o modo de vida de aussies e brasileiros.

Ou seja, é uma ótima oportunidade para quem está no Brasil e nas outras filiais tupiniquins pelo mundo de ter uma ideia de como as coisas funcionam no terceiro continente à sua escolha; e também para o brasileiro que vive na Austrália, o braussieleiro, de saber um pouco mais sobre o país que escolheu para amarrar o burro (no caso, o canguru).

No programa, Raphael apresenta, escreve, produz, dirige, bate escanteio, corre pra área, cabeceia, enfim, faz praticamente tudo. Os episódios serão lançados no blog http://www.raphaelpires.blogspot.com/ e o primeiro você pode ver abaixo. Aproveitem!



Parabéns, Rapha!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Jessica Watson - Agora vai!

Continuando o post anterior...

As condições climáticas não estavam tão ruins quanto se esperava, apesar das rajadas de vento de aproximadamente 40 nós. Com isso, Jessica Watson, nossa Amyr Klink de saias, conseguiu contornar o último cabo da jornada, o Cape of Tasmania (ou seja, passou por todos do hemisfério sul), e agora, com ventos de 25 nós e ondas cada vez menores, sobe serelepe a costa da Tasmania rumo a Sydney.

Já são mais de meio ano desde que partiu da Sydney Harbour, em outubro do ano passado, e o feito nunca esteve tão próximo. Principalmente agora que navega em "águas familiares", segundo escreveu no blog.

A mil milhas náuticas de casa, o negócio é manter a concentração, segurar a ansiedade por um banho quente e torcer por condições cada vez melhores de navegação. O resto é história!

Esses dias, visitando o ótimo blog que o amigo Rafael Cury tem com outros 6 escribas, 0 7 Cronistas Crônicos , li o primeiro parágrafo de um texto que não apenas traduz o que tenho como ideal de vida (na verdade, o oposto disso), como também a imensa admiração que sinto pela Jessica Watson.

O parágrafo foi extraído do texto Menos um, de Leandro Afonso Guimarães.

Uma boa parte (ou talvez até a maioria) das pessoas que conheço faz basicamente duas coisas: sair de casa, trabalhar, voltar para casa e dormir. Nos finais de semana e feriados, na maior parte deles, elas descansam, cada uma à sua maneira – e, se sobrar tempo, se entregam a algum tipo de repouso. A desculpa é o cansaço. Investem no sono e na rentável ocupação de oito ou mais horas diárias não para (sobre)viver, mas porque não fariam nada de interessante caso tivessem mais tempo. Não sei se sou privilegiado por conhecer pessoas tão sedutoras em escala industrial, mas acho no mínimo interessante a maneira como elas lidam com a existência.