Texto publicado na edição 6 da Radar Magazine.
Pedro de Alcântara Francisco Antônio João Carlos Xavier de Paula Miguel Rafael Joaquim José Gonzaga Pascoal Cipriano Serafim de Bragança e Bourbon. Não, esta não é a escalação do poderoso time do Bangu campeão carioca de 1933, mas o nome completo de ninguém menos do que Dom Pedro I, o primeiro imperador do Brasil (1822-1831) e principal símbolo da proclamação da nossa independência (não por acaso o nosso país é tão enrolado).
A independência do Brasil é comemorada em 7 de setembro, dia em que Dom Pedro I, filho de Dom João VI, então rei de Portugal, e Carlota Joaquina, aquela mesmo do filme da Carla Camurati, proferiu a célebre frase: “Independência ou morte”. O ano era 1822 e ele viajava de Santos para São Paulo quando um mensageiro lhe entregou algumas cartas. Uma delas era de papai, com ordens para que retornasse imediatamente para Portugal, caso contrário, haveria uma ação militar contra o Brasil. Percebendo que a vaca iria para o brejo, em um pití histórico, ele, que estava às margens do rio Ipiranga, ergueu a espada justiceira e soltou o que entrou para a história com o Grito do Ipiranga.
Os problemas entre Brasil e Portugal se agravaram muito a partir de 1808, quando a Corte Portuguesa foi transferida para o Rio de Janeiro, levando cerca de 15 mil pessoas (praticamente uma function além-mar). Com a elevação do Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, e o enfraquecimento de Portugal por conta das ameaças francesas, espanholas e do descaso inglês, em 1820 eclodiu a Revolução Liberal do Porto, que exigia a volta da Família Real à Portugal. No ano seguinte, o rei Dom João VI não aguentou as pressões e retornou, deixando seu filho Dom Pedro I como Príncipe Regente do Brasil.
Os problemas continuaram e Portugal decidiu rebaixar o Brasil para a condição de colônia (algo como ser mandado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro no tapetão). Pra isso, invalidaram o título de Príncipe Regente e exigiram que Dom Pedro I voltasse à metrópole. Ele, porém, não acatou as ordens e, em 9 de janeiro de 1822, teve o seu primeiro chilique oficial, quando bateu o pé e gritou: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”, consagrando a data como o “Dia do Fico”. Se fosse hoje, nosso governo diria que Dom Pedro I é luso-brasileiro e não desiste nunca.
A proclamação da independência foi apenas o desfecho destes e de tantos outros fatos que vinham se desenrolando. O importante é que no episódio de 7 de setembro, ao lado de Dom Pedro I estava o seu amigo, jornalista e poeta Evaristo da Veiga, que esboçou algumas linhas sobre o ocorrido e compôs a letra do Hino da Independência (famoso entre as crianças como Hino do Japonês: “Já podeis da Pátria filhos / Ver contente a mãe gentil / Já raiou a liberdade / No horizonte do Brasil...”). No mesmo dia, o próprio Dom Pedro I, notório tocador de piano, flauta, violão, fagote e trombone, entre outros instrumentos, musicou a letra. Era a nossa história sendo cantada às margens plácidas do Ipiranga, praticamente com um banquinho, um violão e a espada justiceira.
A independência do Brasil é comemorada em 7 de setembro, dia em que Dom Pedro I, filho de Dom João VI, então rei de Portugal, e Carlota Joaquina, aquela mesmo do filme da Carla Camurati, proferiu a célebre frase: “Independência ou morte”. O ano era 1822 e ele viajava de Santos para São Paulo quando um mensageiro lhe entregou algumas cartas. Uma delas era de papai, com ordens para que retornasse imediatamente para Portugal, caso contrário, haveria uma ação militar contra o Brasil. Percebendo que a vaca iria para o brejo, em um pití histórico, ele, que estava às margens do rio Ipiranga, ergueu a espada justiceira e soltou o que entrou para a história com o Grito do Ipiranga.
Os problemas entre Brasil e Portugal se agravaram muito a partir de 1808, quando a Corte Portuguesa foi transferida para o Rio de Janeiro, levando cerca de 15 mil pessoas (praticamente uma function além-mar). Com a elevação do Brasil à condição de Reino Unido a Portugal e Algarves, e o enfraquecimento de Portugal por conta das ameaças francesas, espanholas e do descaso inglês, em 1820 eclodiu a Revolução Liberal do Porto, que exigia a volta da Família Real à Portugal. No ano seguinte, o rei Dom João VI não aguentou as pressões e retornou, deixando seu filho Dom Pedro I como Príncipe Regente do Brasil.
Os problemas continuaram e Portugal decidiu rebaixar o Brasil para a condição de colônia (algo como ser mandado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro no tapetão). Pra isso, invalidaram o título de Príncipe Regente e exigiram que Dom Pedro I voltasse à metrópole. Ele, porém, não acatou as ordens e, em 9 de janeiro de 1822, teve o seu primeiro chilique oficial, quando bateu o pé e gritou: “Se é para o bem de todos e felicidade geral da nação, diga ao povo que fico”, consagrando a data como o “Dia do Fico”. Se fosse hoje, nosso governo diria que Dom Pedro I é luso-brasileiro e não desiste nunca.
A proclamação da independência foi apenas o desfecho destes e de tantos outros fatos que vinham se desenrolando. O importante é que no episódio de 7 de setembro, ao lado de Dom Pedro I estava o seu amigo, jornalista e poeta Evaristo da Veiga, que esboçou algumas linhas sobre o ocorrido e compôs a letra do Hino da Independência (famoso entre as crianças como Hino do Japonês: “Já podeis da Pátria filhos / Ver contente a mãe gentil / Já raiou a liberdade / No horizonte do Brasil...”). No mesmo dia, o próprio Dom Pedro I, notório tocador de piano, flauta, violão, fagote e trombone, entre outros instrumentos, musicou a letra. Era a nossa história sendo cantada às margens plácidas do Ipiranga, praticamente com um banquinho, um violão e a espada justiceira.