sexta-feira, 27 de maio de 2011
Vivid Sydney de volta
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Quinta musical para esquentar
Sandro Bueno, Tiago De Lucca e Marcello Maio adorariam tocar por várias horas, mas precisarão colocar um ponto final na apresentação às 23h, pois seguirão para o meu pub de música ao vivo número um da Austrália, o Macquarie Hotel (42 Wentworth Ave Surry Hills), onde vão se juntar ao Samba Mundi para a tradicional Late Night Latin Funk, fanfarra generalizada que começa à meia-noite e vai até às 3 da manhã.
terça-feira, 24 de maio de 2011
Júlio Araújo lança álbum na Vibez Brazil
"O álbum é basicamente uma mistura das minhas influências musicais. E o mais interessante é o fato dele ter sido gravado com os músicos que eu cresci junto musicalmente e intelectualmente, o que o torna uma expressão muito grande dos meus pensamentos musicais."
domingo, 22 de maio de 2011
1, 2 3... testando!
sexta-feira, 6 de maio de 2011
Ceviche e o chef nômade
Matéria publicada na edição 15 da Radar Magazine com fotos de Guilherme Infante.
Para a primeira receita desta nova fase da Radar, queríamos um prato que representasse bem a América do Sul, tivesse características marcantes e pudesse ser feito ou encontrado na Austrália. Não foi difícil optar pelo ceviche, o carro-chefe da culinária peruana, que une tradição e modernidade.
Por aqui, ninguém melhor do que o chef peruano Alejandro Saravia, formado na única Le Cordon Bleu da América do Sul, em Lima, para falar sobre o ceviche. Alejandro vive na Austrália desde dezembro de 2006 e já trabalhou em restaurantes em Nova York e na Europa, incluindo o londrino The Fat Duck, que ostenta três estrelas Michelin. Em Sydney, passou pelo El Bulli e atualmente é sous-chef do Sails Restaurant, em Lavender Bay (North Sydney), além de proprietário do Taste of Peru, empresa que realiza eventos em diferentes localidades da Austrália, sempre levando a gastronomia peruana e sulamericana.
Simplificando ao máximo, o ceviche é um prato à base de peixe cru marinado no limão e acompanhado de ají amarelo (pimenta peruana) e cebola. Além disso, também é um método de cozimento, conforme o chef explica: “Até o século XVI, os nativos que viviam na costa do Perú tinham o hábito de comer peixe cru, pois desconheciam qualquer maneira de prepará-lo. Com a chegada dos espanhois, eles passaram a usar o suco do limão e de outros cítricos como laranja para cozinhar o peixe.”
Popular também em países como Chile, Colômbia e Equador, não é possível apontar um povoado específico ou data exata de quando o ceviche surgiu. Porém, não há dúvida sobre qual é o mais tradicional: “Podemos dizer que o ceviche peruano é o pai de todos os ceviches, pois usa o método mais autêntico, tendo sabor perfeitamente equilibrado entre todos os ingredientes, sem que nenhum se sobreponha a outro. As variações nos demais países são em função dos ingredientes encontrados em cada um”, explica.
Um dos segredos do ceviche é a qualidade dos produtos, que devem ser frescos. “Você não pode esquecer que são peixes crus”, alerta o chef. “Na Austrália, os melhores disponíveis no mercado são o snapper e o blue eye trevalla, que não têm gosto forte de peixe e também não são muito duros, o que facilita para cortar em cubos”.
De dentro para fora
A cozinha peruana esteve adormecida durante séculos, até que despertou nos últimos dez anos. No início, em função da globalização e o acesso que ela proporciona, depois pela redescoberta do próprio país. “Os chefs passaram a ficar mais curiosos, a ousar mais e também a olhar menos para fora e mais para dentro, tentando descobrir novos ingredientes. No Perú, por exemplo, temos mais de 5 mil tipos de batata. A quinoa fazia parte da alimentação diária dos incas e ninguém nunca viu seu potencial. Hoje, na Austrália, faz um grande sucesso.”
Essas novas gerações de chefs peruanos uniram o conhecimento técnico aos ingredientes locais, preservando a alma da culinária peruana e transformando-a em uma cozinha moderna ao mesmo tempo em que é tradicional. “Tivemos uma primeira leva de bons chefs indo trabalhar ou abrir seus restaurantes nos países vizinhos como Chile, Argentina e Colômbia, depois indo para os Estados Unidos em cidades como Chicago, São Francisco, Nova York e Miami, e nos últimos anos para a Europa em capitais gastronômicas como Madri, Londres e Paris. Agora, chegou a vez da Austrália e é isso o que temos feito através do Taste of Peru,” conta o chef.
O conceito do Taste of Peru é justamente apresentar diferentes estilos da cozinha peruana e sulamericana para o público da Austrália. Por não ter restaurante fixo, Alejandro é chamado de chef nômade, pois realiza cada evento em um lugar diferente, sempre trocando o menu e oferecendo uma nova experiência. Para a Radar Magazine, Alejandro preparou o ceviche da maneira tradicional, diferente da versão contemporânea que costuma fazer. Para acompanhar, fez ostras à chica de jora (bebida inca também usada como molho) e tiradito, uma espécie de irmão mais novo do ceviche, mas de pai japonês e mãe peruana, aos molhos de salsão, ají amarelo e rocoto (pimenta vermelha forte). Os produtos peruanos podem ser encontrados na loja Tierras Latinas, em Fairfield. Para quem deseja comer um bom ceviche sem precisar preparar, Alejandro recomenda os restaurantes The Sardine Room, em Potts Point, e Bentley Restaurant & Bar, em Surry Hills (ambos em Sydney).
Nikkei
Do mesmo modo que a culinária australiana é muito influenciada pela asiática, a peruana também recebeu a sua cota. Pratos tradicionais como o tiradito, que passa basicamente pelo mesmo processo do ceviche, mas é cortado em tiras, pode ser facilmente confundido com sashimi. “No início dos anos 1950, o Perú recebeu sua primeira onda migratória de japoneses, que foram trabalhar na construção de estradas, ferrovias e nas fazendas de algodão e açúcar. Sem conseguirem se adaptar aos Andes, eles ficaram na costa. Acostumados com o Oceano Pacífico, não tardou para assimilarem a cultura local e misturarem com a deles, resultando na hoje mundialmente famosa cozinha nikkei. Eles viram como se fazia o ceviche, o tiradito e o chupe de camarão, trouxeram seus ingredientes, como o molho de soja, e criaram o próprio estilo, que é essa fusão”, explica.
Tirando o chef do sério
Para tirar Alejandro do sério, basta dizer que vai comer tapas de comida peruana: “Vamos chamar as coisas pelo nome correto. Não são tapas, são piqueos. Tapas são pratos da Espanha para serem compartilhados. Não é o conceito. A Itália tem o antepasto, o Brasil as porções e o Perú os piqueos. Por que falar tapas japoneses, só porque a palavra tapas se vende? Vamos começar a apreciar mais o que a gente tem, da meneira como a gente chama.”
Ceviche de snapper
Ingredientes para 4 pessoas
800g de filé de snapper
1 xícara de limão/lima espremido (50% cada)
Ají amarela
1/2 cebola espanhola cortada fina
Caldo de peixe
Sal
Coentro
Acompanhamento:
1 batata doce
1 xícara de suco de laranja
1 pitada de canela
100g de açúcar (raw sugar)
Preparo
Limpe os filés de snapper, corte em pequenos cubos e reserve.
Para a marinada (também conhecida como leite de tigre)
Misture a cebola e o ají amarelo com o caldo de peixe, adicione o sal, o coentro, a mistura do limão/ lima, mexa e reserve na geladeira.
Acompanhamento
Corte a batata doce em pedaços e corte novamente com um molde redondo. Coloque em uma tigela e misture com o suco de laranja, a canela e o açúcar até ficar macio.
Para finalizar
Coloque o peixe em uma tigela redonda de vidro, adicione o leite de tigre e mexa por inteiro, de modo que tanto a batata doce quanto a cebola sejam envolvidas.
Onde comer em Sydney
The Sardine Room
2/31-35 Challis Avenue
Potts Point
(02) 9357 7444
www.thesardineroom.com.au
Bentley Restaurant & Bar
320 Crown St
Surry Hills
(02) 9332 2344
www.thebentley.com.au
Onde comprar os produtos
Tierras Latinas
57 Smart Street
Fairfield
(02) 9723 4446
www.tierraslatinasenaustralia.com
quinta-feira, 5 de maio de 2011
Convocação Pró-Ovo no Justin Bieber
Neste dia e local será julgado o adolescente de 17 anos que atacou os ovos no Justin Bieber, na última sexta-feira, em Sydney.
2. Foi só uma ovada, crianças e adolescentes fazem isso.
3. Justin Biba merece!
4. O acusado fez isso em legítima defesa da boa música.
5. Justin Biba merece!
sábado, 30 de abril de 2011
Noite brasileira no Hugos
Se você não sabe dançar, não esquenta, pois a partir das 19h tem aula grátis. Falando em grátis, a entrada também é faixa, enquanto que vinho, cerveja e pizza custam somente $5 (noite mais brasileira impossível).
Só fique ligado no figurino, pois se você não deixar bermuda, regata, boné, chinelo e corrente de prata no armário, o guarda-roupas que cuida da porta vai barrá-lo.
Nos vemos lá (tipo fanfarrão)!
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Record Store Day e Global Rhythms
... pois antes vale a dica para hoje à noite, sexta-feira, já que Fernando Aragones, Sandro Bueno & Shannon Stitt se apresentam a partir das 22h no Sticky Bar, em Surry Hills.
sábado, 9 de abril de 2011
Surry Hills Festival e Brazilian Funk Affair
quinta-feira, 31 de março de 2011
MPB na Brazilian Box
Eu ainda não e os comentários que ouvi inicialmente não foram bons. Porém, parece que eles mudaram algumas coisas no cardápio, no próprio atendimento e nas últimas duas semanas ouvi elogios.
quarta-feira, 30 de março de 2011
Tongue n Cheek - 1 ano
Ao mesmo tempo em que vi personagens e humor bem australianos, em outros os temas eram mais universais e o tipo de piada um pouco mais familiar, o que me levou diretamente ao expediente.
Não demorou para eu conhecer o Marcelo Aveline, o gaúcho que teve a ideia de combinar cartuns com publicidade em uma revista mensal distribuída em bares, cafés, pubs, cinemas, farmácias, newsagencies e diversos outros lugares dos Eastern Suburbs de Sydney.
E agora, em março, a Tongue n' Cheek acaba de completar um ano de vida e circulação de 15 mil exemplares, trazendo cartuns especiais de aniversário e cornetando as eleições de New South Wales (que sova, Labour Party/Cristina Keneally!), política nacional e carbon tax, entre outros assuntos. Vale a pena dar uma olhada e acompanhá-la!
sexta-feira, 11 de março de 2011
Sydney Tatoo & Body Art Expo
Dizem que quem mora um tempo na Austrália, dificilmente deixa o país sem uma tatuagem, piercing ou outro tipo de arte no corpo. Verdade ou lenda, o fato é que a forte presença dos maoris e de outros nativos do Pacífico têm muita influência na proliferação desta cultura, além de outros fatores.
Entre hoje e domingo, no Sydney Showgrounds Halls 3 & 4 (Sydney Olympic Park), acontece o III Sydney Tatoo & Body Art Expo, festival que reúne artistas nacionais e internacionais, freaks, pin girls, bursleque shows, competições, hot rods, bikes customizadas e muito mais.
Entre os tatuadores presentes, estará Luciano Lima, da Kaleidoscope Tatoo (255 Bondi Road), estúdio que já tatuou atrizes mundialmente famosas e, mais recentemente, a cantora Ke$ha. O time da Kaleidoscope, que inclui mais dois brasileiros, estará no booth 119.
Para o evento, Luciano também está pintando um skate deck que será leiloado, com verba revertida para uma organização que cuida de crianças com câncer.
Ingressos a $25. Para ver a localização do booth da Kaleidoscope e a programação completa do festival, clique aqui.
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Coluna Vatapá com Shiraz - Bares e Igrejas
Pablo, tem muitas igrejas na Austrália? Existem bares de frente a elas? Sempre frequentei bares de frente a igrejas. Não é culpa minha! As igrejas insistem em surgir na frente dos bares. Talvez seja ao contrário, mas o fato é que eu não sou o culpado. A culpa é do bar ou da igreja.
Catedral em Ilhéus
Não que eu tenha algum problema religioso com isso. Eu não! Jesus tomou vinho na Santa Ceia. Na verdade, acredito que bebedeiras em frente a igreja me deixam com mais fé. Ou pelo menos em estado ébrio, um pouco mais aguçado.
Em Cananéia, a balada era em frente a igreja. Em São Paulo, mais especificamente em Pinheiros, tem um tradicional bar chamado Cú do Padre. Clássico atrás da igreja. Isso é brasileiro ou mundial?
Enfim, com a consciência totalmente tranquila, sou frequentador do Vesúvio, emblemático bar de Ilhéus que teve seu nome escrito na história de Jorge Amado. Isso mesmo, o Bar do Sr. Nacib e que tinha ninguém menos do que Gabriela cravo e canela como cozinheira. O bar existe até hoje. E tem duas coisas que eu realmente adoro nele: a vista da catedral e o pastel árabe.
A catedral é linda, cheia de histórias, bem cuidada. Nem parece Ilhéus. Digo isso porque Ilhéus está realmente mal cuidada, mas a igreja merece uma visita. E, ao sair de lá, passe no Vesúvio e peça um pastel árabe (R$ 4,00).
O pastel árabe é um salgado em forma de esfiha feito com uma massa folhada e recheada com uma espécie de pasta de ricota com temperos sírios. Quando perfeito, é sequinho por fora e seu recheio é cremoso e quente. E eles servem com um molhinho de cebola bem apimentado, a "pimenta da casa". Como mais de um por semana!
Infelizmente, a carta de vinho é ruim e não tem nada que mereça. Mas eu sou cara de pau, levo o meu e pago a rolha. Sem problema.
Para o Pastel, recomendo um Casa Valduga – Dueto Chardonnay/Riesling (à venda no Bataclan por R$ 45,00) bem gelado. Você não sabe o calor que faz em Ilhéus, Pablito, vinho branco a 10 graus aqui é chá. Precisa ser gelado. Ou prove com o chope escuro Xingu na Tulipa (R$ 3,90) bem tirado da casa.
Nacer, algum bar eclesiástico que mereça destaque nas terras do terceiro continente à sua escolha?
Dica
Bar Vesúvio
Praça Don Eduardo, 190
Bataclan
Praça José Marcelino S/N
***
by Pablo Nacer
Paulinho, respondendo a pergunta lá de cima, acredito que o fenômeno bar/igreja seja brasileiro e não mundial. Vejamos!
Quem viaja o Brasil sabe que em toda cidade, por menor ou mais longínqua que seja, tem sempre uma praça principal com a igreja matriz, o coreto, o bar e o Bradesco. Levando em conta que, historicamente, as cidades são fundadas em torno da igreja, e tendo conhecimento de que o sistema bancário é uma necessidade muita mais recente do que a de tomar um porre ou se exibir em praça pública, a questão passa a ser quem veio primeiro, o bar ou o coreto? A Ilhéus de Jorge Amado talvez tenha a resposta.
St Mary's Cathedral, Sydney
Por aqui, apesar de praticamente 65% da população ser cristã, sendo que 1/4 desse total é católico, igreja é muito mais para inglês ver do que para rezar (até porquê foi ele quem construiu). Lembro que nas minhas primeiras semanas de escola de inglês na Austrália, eu saía com uma colombiana que reclamava de não encontrar igreja aberta para ir à missa nas manhãs de domingo. Pobrecita! Em solidariedade, eu engrossava o coro por não encontrar bar aberto enquanto ela procurava igreja, mas isso é outra história.
O ponto é, por aqui temos igrejas maravilhosas, incluindo a e-p-e-t-a-c-u-l-a-r- St Mary's Cathedral, a maior da Austrália, construída no estilo gótico vitoriano do século XVIII, no Hyde Park, centro da cidade. Adoro ela e, coincidentemente, neste final de semana teremos a maior feira de vinho de Sydney, no mesmo parque.
Na Austrália, não temos bares e botecos de calçada como temos em toda esquina do Brasil, o que por um lado é bom e por outros dois é ruim. Em compensação, temos os pubs, que possuem praticamente a mesma finalidade mas são, por lei, vinculados a um hotel. Ou seja, todo pub está localizado dentro ou junto de um hotel, o que não significa que todo hotel tenha um pub (legislação provavelmente criada para a colônia não descambar).
Sendo assim, Paulo, não é tão comum tomar cerveja em bar com vista para igreja (exceto quando o pub tem beer garden), nem mesmo frequentar igreja antes de ir para o bar. Porém, o mesmo não se pode falar de Adelaide, capital de South Australia, conhecida como a cidade da igrejas.
Sim, meu amigo, Adelaide, que nada tem a ver com a anã paraguaia, mas deveria ter sido o destino australiano da minha ex-colombiana, foi erguida por protestantes ingleses e luteranos alemães para, a exemplo de toda South Australia, não ser uma colônia penal, mas uma sociedade mais justa e tolerante, com ideias bastante avançadas para a época. Não por acaso South Australia é conhecido como o estado dos fetivais e igualmente não por acaso foi o segundo lugar do planeta em que mulheres tiveram direito a voto.
E o meu apreço por este meridional estado aumenta ainda mais com o fato de ser mundialmente conhecido por abrigar algumas das melhores regiões vinícolas do país, como o Barossa Valley e o Eden Valley, de onde saem, respectivamente, os ícones Penfolds Grange e Henschke Hill of Grace, dois dos melhores Shiraz já produzidos no mundo.
Viva as igrejas, os bares e o vinho (não necessariamente nessa ordem). E vamos bebendo, Paulinho!
Dica
Sydney Cellar Door
Sábado, 26 e domingo 27 de março, das 11h às 18h
Hyde Park, Sydney
Mais de 100 vinícolas de New South Wales
Entrada grátis
http://www.nswwinefestival.com.au/
Coluna Shiraz com Vatapá anterior>>>
Essa coluna também está no blog do Paulinho Martins