quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Westfield no Brasil

No post sobre o censo desta segunda-feira, falei que a Austrália está começando a ficar de olho no Brasil.

Essa notícia só veio confirmar...

Quem vive na Austrália, já leu ou ouviu o nome Frank Lowy pelo menos 17 vezes. Caso não tenha, algo está errado.


Para os boleiros de plantão, Frank Lowy é o chairman da Federação Australiana de Futebol, um apaixonado pelo esporte que assumiu a FFA em 2003 e simplesmente colocou o país no mapa da bola (leia-se ajudou a criar a A-League, a classificar a seleção para uma Copa do Mundo após 22 anos, repetiu o feito no Mundial seguinte, tirou a Austrália da Oceania e mandou para a Ásia - futebolisticamente falando - entre outros).

Para o restante, Frank Lowy é ninguém menos do que o chairman do Westfield, aquele shopping gigantesco onde 11 entre 10 brasileiros vão ao menos 14 vezes por semana.


Nascido na antiga Tchecoslováquia, em 1930, e criado na Hungria, Frank Lowy chegou a ser deportado pelos britânicos para um campo de detenção no Chipre, no final dos anos 1940, quando tentou entrar na Palestina. No início dos anos 1950, juntou-se à família, que havia mudado para a Austrália, e começou seu império fazendo entrega de produtos.

Pouco tempo depois, ao lado do húngaro John Saunders, que também imigrara para a Austrália, Lowy fundou a Westfield Development Corporation, um pequeno conglomerado de lojas em Blacktown, nos Western Suburbs de Sydney. O resto é história (leia-se mais de 23 mil lojas em 119 shoppings espalhados por Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Reino Unido, num total de 10,5 milhões m² de área bruta locável. Valor estimado de mercado: US$ 58,2 bilhões ).

Pois bem, desde 2000, quando entrou no Reino Unido, o Westfield não investia em um novo mercado. Até que hoje (9 de agosto no Brasil), foi anunciada joint venture no Brasil com a Almeida Junior no valor de R$1,5 bilhão. "Expande nossa franquia global para uma região nova, de grande amplitude e em franco crescimento", disse Lowy segundo a assessoria de imprensa da parceira brasileira.

A Almeida Junior é uma empresa de São Paulo que atua no sul do país, mais precisamente em Santa Catarina. Eles são um dos oito grupos brasileiros que empreendem no setor (é o maior com atuação regional), tendo quatro shoppings em Balneário Camburiú, Joinville e Blumenau, um em construção em Florianópolis e outros três projetos para Chapecó, Lages e Criciúma.

O Brasil sendo descoberto pela Austrália, é bom para o país, que recebe investimentos, e bom para nós, brasileiros que vivemos aqui, uma vez que as relações entre Canberra e Brasília passam a ter maior importância, e a gente, quem sabe, passa a existir no mapa-mundi dos brasileiros no exterior.

Bondi, Manly, Dee Why, St Kild, Surfers Paradise, Brisbane e Perth agradecem!


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Soundwave Revolution cancelado (Van Halen solo?)

Redação/sala aberta (sim, agora estou na sala) com uma notícia boa e outra ruim. Qual vocês querem primeiro?

Okay, começando pela ruim, o Soundwave Revolution, festival que aconteceria em 5 cidades australianas entre setembro e outubro, trazendo bandas como Van Halen, Alice Cooper, Bad Religion, Hole e The Sisters of Mercy foi cancelado. Isso mesmo, não vai mais rolar. Móóór-reu. Findou-se. RIP. Zipt!


Agora a boa: com isso, surge a esperança de um show solo do Van Halen.

É verdade! Desde 1984 (sem trocadilhos com o álbum "numerônimo"), sonho em ver o Van Halen ao vivo. Esta seria a oportunidade perfeito, caso eles não fossem tocar com mais 324 bandas (sim, estou velho).


Porém, com o cancelamento do festival e a confirmação dos produtores de que a maioria das bandas virá ao terceiro continente à sua escolha cumprir outros compromissos, existe a possibilidade de termos Van Halen em show de menor esacala por aqui.

No website da banda não há nenhuma informação a respeito, de fato, ainda está o banner do festival, como se fosse rolar. Ficarei ligado e informo assim que souber.

Enquanto isso, oremos a Eddie Van Halen, o Todo Poderoso...

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Braussieleiro TV e Toca Jorge no Hugo's

Nos últimos, digamos, 6 anos, há uma nova geração de brasileiros que passaram a chamar a Austrália de lar e tentam, cada um na sua praia, mostrar seus trabalhos por aqui.

É um processo natural que começou há pouco mais de 40 anos, quando desembarcaram os primeiros brasileiros, e deve ser visto como continuidade do que vem sendo feito, e não concorrência, afinal, um não substitui o outro, apenas complementa (e no final das contas, todos batem uma bola juntos no Centennial Park, aos domingos).

Raphael Pires é um deles. Jornalista com formação em televisão, o cara tem batalhado muito para colocar no ar o seu RPTV, site onde disponibiliza o Braussieleiro TV, programa que estreou ano passado, teve alguns episódios, deu uma parada e agora volta com tudo através de uma proposta bem mais abrangente.


Sim, desde que começou a fazê-lo com a produtora executiva Jess Wood, o programa recebeu um banho de Austrália, um verniz de modernidade e passou a viajar por todo o país, trazendo muito mais conteúdo tanto para brasileiros quanto para australianos.

O Braussieleiro TV estreia oficialmente em 8 de setembro e terá episódios a cada duas semanas. Abaixo você confere o que está por vir.



O gaúcho Fernando Aragones é outro que faz parte desta leva de brasileiros. Baterista do Costa Rae, vocal e violão/guitarra do Toca Jorge e com uma carreira solo cada vez mais consolidade, ele é um dos principais nomes da cena musical das Northern Beaches e Sydney.


Raphael Brasil, da Vibez/SBS Radio, já ouviu parte do álbum que o Fernando está preparando e falou que é um absurdo de bom. Não duvido!

E nesta quinta-feira, 11 de agosto, a partir das 20h, ele se apresenta no Hugo's Lounge (33 Bayswater Rd, Kings Cross) com o Toca Jorge, seu projeto samba-rock-ben-jor, em mais uma Brazilian Party da casa. Um oferecimento: Jaaaaaaaar-bas!


A entrada é grátis, bebidas e pizza custarão $5 e, como está frio, não vou perder tempo lembrando que o Hugo's exige o mínimo de bom senso no figurino, o que elimina toda e qualquer chance de entrar com bermuda, boné, regata, tênis imundo, entre outros.

Não percam!

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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Censo 2011 - Quantos brasileiros vivem na Austrália?

Está na hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. No caso, sua quantidade. Afinal, somos 10 mil brasileiros vivendo (ou de passagem) na Austrália, 20 mil ou 30 mil?

Segundo e censo de 2001, éramos 2,776, em 2006 somávamos 7,489, e em 2011 somos... Bem, agora é com a gente.

O Australian Bureau of Statistics já entregou os formulários. Todo brasileiro que estiver na Austrália amanhã, 9 de agosto de 2011, deverá responder. Mesmo que seja o Caetano Veloso ou o Gilberto Gil de passagem de um dia pelo país (citei Caê e Gil devido às performances do último sábado).


Preencher o formulário é muito simples. Acabei de fazer e levei menos de 20 minutos. Respondi no impresso mesmo, achei mais fácil, mas se preferir, você pode ir direto no site da ABS, digitar o Census Number que foi entregue e preencher.

Entre os motivos para participar, selecionei três enviados pela antropóloga brasileira Cristina Rocha, professora da UWS/Universidade de Western Sydney, que encabeça a campanha "Apareça na Austrália!":

1. A contagem mais aproximada possível do número real de brasileiros mostrará ao governo australiano que a comunidade brasileira está crescendo e assim poderá haver mais políticas, serviços e programas para brasileiros (de tradução, saúde, festivais, etc) e mais fundos para tais programas.

2. Por outro lado, os resultados apurados pelo censo australiano certamente terão impacto na política brasileira direcionada para o atendimento dos brasileiros na Austrália.

3. A adesão de cada um pode contribuir, de forma decisiva, para tornar ainda mais relevante a nossa comunidade tanto para a Austrália quanto para o Brasil.


Aos trancos e barrancos, o Brasil está virando moda no mundo. Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas pela frente, cada vez mais, vão olhar pra gente. A própria Austrália, que de boba só tem os coalas, já está de olho no crescimento do país. Basta ver esta nova revista lançada pela Câmera de Comércio com total apoio do ministério do Kevin Rudd. Ou seja, se aparecermos também por aqui e ficarmos fortes, será bom pra gente.

Só para dar um exemplo, o tal do Brazilian Day da Rede Globo, que acontece em diversos países levando um time de artistas da pesada para se apresentar, por ora está longe da Austrália. Motivos? Distância e falta de interesse, já que o número de brasileiros é pequeno. Será? Comparado aos outros países, sim, mas será que somos tão poucos mesmo? E será que estamos tão mais distantes do que o Japão? Sei que a quantidade lá é infinitamente maior, mas respondendo o censo, aparecendo, talvez descobriremos que temos mais potencial.


Por tudo isso e para ajudar a passar a mensagem pra frente, lanço aqui o Bolão do Censo (ou Bolão do Censão - para abrasileirarmos a coisa). A ideia é simples: Quantos brasileiros você acha que vivem na Austrália? Escreva o seu palpite nos "Comentários" deste post e aguardemos. Quando sair o resultado oficial, pagarei um jantar no Braza no valor do rodízio (as bebidas são por conta do vencedor, claro) para quem chegar mais perto.

Meu chute é 18.432 brasileiros. Ops, acabou de pousar um ônibus da Aerolineas Argentinas. Minha aposta é 18.527. Mande o seu palpite e, mais importante, participe do Census 2011!


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domingo, 7 de agosto de 2011

Domingo em Sydney

Retrato do dia em Sydney: nem chuva nem sol, nem quente nem frio, nem inverno nem primavera, nem mesmo uma ressaquinha pra rebater. Simplesmente domingo!


E preparem-se, pois a temperatura vai cair...

sábado, 6 de agosto de 2011

Alex Atala em Sydney

Quando ele veio para o Melbourne International Food Festival, em março de 2010, seu restaurante figurava na posição 18 da lista dos 50 melhores do mundo da S.Pellegrino.


Daqui a dois meses, em outubro, o homem volta à Austrália para participar do Crave Sydney Food Festival, agora com o restaurante ranqueado na posição 7 da mesma lista.

Com isso, e a tal da progressão geométrica em mente (ou seria a aritmética?), pergunto: se vier em 2012, o homem estará no topo a lista? Tratando-se do talento e do comprometimento que tem com a gastronomia e a cozinha brasileira, não duvido!


Estou falando do chef Alex Atala, proprietário do D.O.M., o melhor restaurante do Hemisfério Sul, e do Dalva e Dito, ambos em São Paulo.

Atala é uma das atrações do Crave, que acontece nos dias 1 e 2 de outubro, no Hilton Hotel, e se apresenta na sessão matinal de sábado, ao lado de craques como Martin Benn, do Sepia (Sydney), Tony Bilson, do lendário Bilson's (Sydney), e Andrea Petrini, do Cook it Raw (França). Na boa, quem gosta de gastronomia e não for, não vai para o Céu. Sério!

Ano passado, entrevistei o chef antes dele vir para a Austrália, e o texto está aqui. Se quiser saber como foi o jantar que fez no festival de Melbourne, clique aqui.

Aproveitando que o assunto é gastronomia, que o final de semana está aí e estamos vivendo dias atípicos de primavera em pleno inverno, segue uma dica de vinho direto do Guia de Vinho do blog deste ano.


É o Mornington Estate Pinot Noir 2008 ($19), que reúne uma combinação rara de atributos para um Pinot como ser bom, ter preço razoável e estar pronto para beber. Isso mesmo! Redondo e delicado, o Mornington Estate traz as frutas e o caramelo de sempre e é perfeito para esses dias que não estão nem quentes, nem frios, nem invernais, nem primaverais, enfim... experimente!

Para ver mais vinhos do Guia 2011, clique aqui.

.................Patrocinadores do Guia........................

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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Double Decker Days - A cara da Austrália

Hoje faz quatro anos que deixei o Brasil para viver na Austrália. Por conta disso, vale uma reflexão.

Talvez o que mais me atrai no país, principalmente em Sydney, seja o estilo de vida. Esta combinação entre a ordem anglo-saxã com a despretensão dos trópicos e a ligação intrínseca com o mar e a natureza fazem daqui um lugar único.


Na Austrália, tem-se a liberdade de ser o que quer, e não o que os outros esperam. O encanador, por exemplo, tem o mesmo valor da primeira-ministra, com a diferença de que ele é muito mais feliz do que ela. Aliás, tenho dois bons amigos encanadores, um deles grande comprador de vinhos.

Aqui, nunca é tarde para começar, recomeçar ou mudar de vida, pois experiência é algo valorizado e não sinônimo de idade. É fácil? Claro que não, mas extremamente viável. Depende de cada um.

Dito isso, quero apresentar aos leitores do blog a australiana Crystal Thomas, uma mulher excentricamente apaixonada por interiores, que cresceu em Bacchus Marsh, Victoria, e recentemente comprou um Layland Double Decker, ônibus de dois andares da década de 1970.


O objetivo? Dar um tapa e transformá-lo no meio de transporte/casa para os finais de semana. Nada mais australiano! A missão já está no dia 47 e, com a ajuda dos filhos, do namorado, demais familiares e amigos, segue de vento e popa.


E aproveitado as facilidades da era digital, podemos acompanhar o dia-a-dia da empreitada através do Double Decker Days, site que ela mantém atualizado com um diário de bordo e ótimas fotos.


Quando terminar, Thomas pode voltar a trabalhar em uma empresa de design de interiores, passar um ano viajando no ônibus com o namorado, vendê-lo e abrir um café, não importa. O fato de ter parado para se dedicar a algo tão peculiar é maravilhoso, e como todas as coisas boas da Austrália, já virou fanfarra.






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