sexta-feira, 15 de abril de 2011

Record Store Day e Global Rhythms

Este sábado, 16 de abril, será extremamente musical. Na verdade, mundialmente musical. Explico em breve...

... pois antes vale a dica para hoje à noite, sexta-feira, já que Fernando Aragones, Sandro Bueno & Shannon Stitt se apresentam a partir das 22h no Sticky Bar, em Surry Hills.


Eu os assisti semana passada e foi sensacional. Além da qualidade musical dos caras que nem preciso dizer, o repertório é de primeira, indo do reggae ao funk, passando por dub, soul e até samba-rock. Detalhe: é grátis! Basta sorrir para o genérico do Lenny Kravitz que cuida da porta e subir, subir, subir... (182 Campbell St).


Já o sábado mundialmente musical começa com o Global Rhythms, festival de world music (detesto esta definição) organizado pela melhor rádio comunitária do terceiro continente à sua escolha, a 89.7 Eastside FM (a mesma da Vibez Brazil), que acontece a partir do meio-dia no Robertson Park, em Watsons Bay (Sydney).

Se der, chegue cedo, pois às 12h40 tem show da The Tango Saloon, banda e-p-e-t-a-c-u-l-a-r (com sotaque) que se auto-define como o encontro entre Astor Piazzolla e Ennio Morricone com um toque macarrônico de música ocidental. E é mesmo!

Para ter uma ideia, entre os integrantes está o multi-banda e multi-instrumentista Marcello Maio (Samba Mundi, Abuka...), arrebentando no acordeon. Mais! Os dois álbuns que lançaram foram gravados pela Ipecac Recordings, pertencente a ninguém menos do que Mike Patton, ex-vocalista do Faith No More que, inclusive, fez participação no segundo álbum.

Astor Piazzolla e Ennio Morricone com um toque macarrônico? Ouça Kiss of Death e você vai entender!



Outra ótima atração é a Mucho Mambo, big band latina com 15 peças (põe metais aí, meu amigo) que a partir das 16h vai incendiar o parque com mambo, jazz, salsa, bolero, cha cha cha e outros ritmos. Sonzeira que tenho certeza agradará a leitora Ana Carolina, que essa semana pediu no post da segunda-feira umas dicas de música e dança latina. Ana, clique aqui para ouvi-los!

Durante a tarde também vai ter show do cantor etíope Dereb The Ambassador (14h20) acompanhado de sua excelente banda, além de alguns dj's da Eastside. Quem não puder ir, pode acompanhar ao vivo sintonizando 89.7 FM em Sydney ou através do site.

Importante: entada grátis e BYO. Portanto, leve a sua cesta de picnic e divirta-se!


E se você é daqueles que tinha (ou ainda tem) o prazer de entrar numa loja de vinil ou cd e ficar horas fuçando, procurando, ouvindo, conversando, pechinchando e, no final das contas, comprando e correndo pra casa para ouvir, não perca neste sábado o Record Store Day, evento que surgiu nos Estados Unidos, em 2007, envolvendo mais de 700 lojas independentes e se espalhou por todo o mundo.


Por aqui, o Record Store Day Australia chega à terceira edição também com o objetivo de dar apoio às lojas locais, àquelas de bairro e escondidas em bibocas que guardam grandes tesouros e novidades recém-saídas da garagem.

Durante todo o dia, centenas de lojas em toda a Austrália receberão bandas, farão promoções, disponibilizarão raridades, distribuirão brindes, enfim, se você gosta de música, clique aqui e procure a mais perto de você.

E caso more nos Estados Unidos, clique no embaixador e ache a sua loja!

Ozzy banner


quinta-feira, 14 de abril de 2011

Fabiana Skate Week on TV

Já que o assunto é televisão, lembram do Vans Bowl-A-Rama, a competição que rolou em Bondi Beach no início do ano e era mais conhecida como Fabiana Skate Week?

Então, no último domingo, o Bondi Rescue, reality show com os salva-vidas da praia de Bondi, mostrou, entre outros salvamentos, os primeiros-socorros que prestaram ao skatista Steven Yancy Pineiro, norte-americano de 14 anos que veio disputar o campeonato e quebrou o braço na véspera da competição.

No fundo, de vermelho, fazendo check-in e salvando o moleque.

Mais do que isso, como trata-se do Fabiana Skate Week, disputado no Almeidão, quem rouba a cena no episódio é justamente a amiga brasileira Fabiana Almeida, a dona do evento, dona do bowl e espécie de tutora da vítima.

Conforme podem ver no episódio no final desse post, é ela quem, durante os primeiros-socorros, agiliza tudo através do iPhone (inclusive fazendo check-in). E eu, claro, num esforço mesopotâmico de jornalismo, consegui rastrear as ligações que a Fabiana fez e descobri como ela salvou o irriquieto Steven.

Primeiramente, Fabi ligou para a ambulância, que não pôde atendê-lo, já que o plano de saúde do garoto não cobre despesas internacionais.



Sem perder tempo, Fabiana telefonou para Julia Gillard, primeira-ministra australiana.


Muito ocupada com o carbon tax, Gillard não deu bola, obrigando Fabi a tentar a Governadora-Geral Quentin Bryce, representante da coroa britânica na Austrália.


Mais uma vez sem sucesso, Fabi tentou falar diretamente com a coroa britânica.


A monarca, que só tem olhos para o casamento do neto, transferiu a ligação para o seu agente secreto número um (na verdade, número 69).


Maxwell, obviamente, não a levou a sério. Vendo que a dor aumentava e o tempo urgia, Fabiana, sem titubear, apelou para o telefone vermelho mais exclusivo do planeta.


Comissário Gordon prontamente atendeu e transferiu a ligação para quem manda na Casa Branca.


Mãe, mulher e afro-americana, a futura presidente dos Estados Unidos, sensivelmente sensibilizada (não foi um jogo de palavras), imediatamente enviou a ambulância contactada na primeira ligação, juntamente com um reforço imprescindível. Afinal, estamos falando de um gurizão de 14 anos.


Eis o espisódio!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Humor australiano

Darryl Brohman, também conhecido como Big Marn, é um ex-jogador de Rugby League que, em 1984 (lembrem-se deste número), venceu seu primeiro e único título na liga quando o Canterbury-Bankstown Bulldogs, time que defendia, bateu o Parramatta Eels por 6 a 4 na Grand Final.


Atualmente, Big Marn é comentarista na rádio 2GB e no Footy Show, programa sobre o esporte que vai ao ar todas às quintas-feiras, às 21h30, no Channel Nine. Darryl Brohman também é uma figura notória pela batalha bem-sucedida que travou em 2010 contra um câncer na próstata.


No último programa, homenagearam Big Marn pela conquista de 1984. Mas em vez de entregarem um trofeu, inaugurarem uma placa, indicá-lo para o hall da fama ou fazerem aqueles quadros pra lá de piegas no estilo "Essa é a sua vida", resolveram anarquizar. E é aí que entra o humor aussie!

Brasileiros e australianos têm algumas similaridades, não muitas, mas algumas, e quase todas decorrentes do fato dos dois países terem latitudes comuns do Trópico de Capricórnio. O humor, certamente, não está entre elas. Não que um seja melhor ou pior do que o outro, longe disso, mas são completamente diferentes. E um exemplo do humor que se faz por aqui é a homenagem ao Darryl Brohman.

Para situar quem está no Brasil, imaginem um programa de esportes como essas mesas-redondas com figuras como Galvão Bueno, Milton Neves ou Roberto Avallone. Pois bem, os caras que apresentam o Footy Show têm a mesma representatividade desses nomes no contexto daqui, com a diferença de que são ex-jogadores.

A ideia da homenagem era uma tatuagem. Até aí, nada de mais. Convidaram um tatuador do Bondi Ink e levaram o cara para o estúdio. O tema não poderia ser mais apropriado: 84, ano em que Big Marn conquistou seu primeiro e único título. O local da tatuagem, porém...

Em vez do braço, do peito ou da batata da perna, ela foi feita naquela parte globular constituída por músculos entre as costas e o joelho - popularmente chamada de bunda. Isso mesmo! Em plena nádega esquerda para uma audiência de centenas de milhares de telespectadores em casa, além de algumas dezenas no estúdio.

Mais do que nunca, algumas imagens valem por milhares de palavras.








terça-feira, 12 de abril de 2011

Checked in @ PQP - So What?

Até domingo passado, eu acreditava ser o único que se irritava ao ver a cada 5 minutos algum amigo, conhecido ou desconhecido fazer check-in no Facebook, Twitter ou qualquer outra gracinha moderna.

Não só pelo fato de eu não dar a mínima para onde os outros estão (assim como tenho certeza de que ninguém dá a mínima para onde estou), como também porque é de um exibicionismo sem tamanho.

Qual é a intenção ao dizer que está no restaurante mais badalado de North Bondi, no café mais fancy de Paddington, no cabelereiro mais caro de São Paulo ou na academia que reúne um PIB maior do que o da Nigéria?

Por que ninguém faz check in quando está no banheiro de casa, na estação de trem de Redfern, em alguma biboca do Morro do Piolho ou na PQP, como bem disse o Alê em seu desabafo domenical que resultou nesse post?

Checked in na casa do caralho, so what?
Yesterday at 8:42am via iPhone · ·

Lembro que no começo dos anos 90, no auge dos sequestros no Brasil, mesmo sendo de classe média (na época só sequestravam milionários), éramos instruídos para fazer caminhos diferentes para ir à escola, e nossos pais para ir da casa para o trabalho - e vice-versa.

Na virada dos 90 para os 2000, vivíamos - pelo menos em São Paulo - o auge do sequestro-relâmpago. Diferentemente da modalidade anterior, esse era muito mais abrangente e transformava qualquer pessoa que dirigisse um carro a caminho de casa em uma vítima em potencial. Às vezes, quando havia algum estranho, era necessário dar voltas e mais voltas no quarteirão antes de parar para abrir o portão ou a garagem de casa. Ou seja, em ambos os casos, quanto mais discretos, melhor!

Aqui na Austrália, sei que o risco de avisar aonde está é baixo, e quero muito acreditar que no Brasil também seja. Torço para que a informação de que toda terça-feira, às 10h47, fulano está tomando chá no mesmo lugar, não signifique absolutamente nada para o bandido. E que o tal do check in seja somente para mostrar o quão bacana nós somos.

Mas, independentemente, lanço aqui a Checked in @ PQP - So What?, campanha que atua basicamente em duas frentes: incentivar o check in em toda vez que você estiver em algum lugar não tão, digamos, transado; e proliferar o comentário So what? toda vez que um amigo ou conhecido fizer check in em um lugar bacana, caro ou que esteja infestado de pessoas usando o mesmo aplicativo.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Bondi Jam, Artur Cimirro in Concert e Tributo a Manu Chao

Hoje, a partir das 20h30, no BB's (78 Campbell Pde, Bondi Beach), acontece a segunda edição do Bondi Jam, sonzeira quinzenal organizada pelo Red Slim que está quebrando absolutamente tudo.



Se você gosta de rock n' roll e blues, não perca. Para terem uma ideia, na primeira edição chegou a ter 13 músicos no palco. Isso mesmo! Júlio Araújo fazendo a cozinha na bateria com um baixista, três metais (sax, flauta transversal e gaita), duas cantoras, dois cantores e cerca de 34 guitarras, incluindo os brasileiros Armando Manduka, Jorge Taconelli e o próprio Red. Nada de ensaio, era só chegar com o instrumento e tocar. A dinâmica deu muito certo e hoje não perco. Ainda mais com Guinness a $5. Entrada grátis!


Também imperdível será o concerto do pianista e compositor brasileiro Artur Cimirro, natural de Bagé (RS), que se apresenta em Newcastle, North Sydney e South Melbourne.

Compositor virtuose, em 2008 Cimirro foi o primeiro estrangeiro a ganhar o “V Konkurs na Projekt Nagraniowy Zapomniana Muzyka Polska”, na Polônia, e em 2009 a crítica musical da Espanha o comparou aos maiores nomes da música virtuosística para piano como Liszt, Cziffra e Horowitz.

O programa de cada apresentação vai variar entre Liszt, Bach, Stravinsky, Cziffra e o maestro e compositor brasileiro Heitor Villa Lobos, além de peças do próprio Cimirro. Vejam abaixo esse vídeo impressionante e as datas e locais dos concertos.



Newcastle
Domingo, 15 de maio, às 15h
The White Room - Stuart & Sons Factory (67 – 77 Mc Michael Street)
Ingressos (Newcastle Musica Viva Fundraising): director@stuartandsons.com ou 02 4961 3771

North Sydney
Quinta-feira, 19 de maio, às 20h
The Independent (269 Miller St)
Ingressos a $35 no site www.theindependent.org.au ou pelo telefone 8019 0290

South Melbourne
Domingo, 22 de maio, às 15h
Piano Time Showroom (109 York St)
Ingressos a $35 no site www.pianotime.com.au ou pelo telefone 03 9690 5566


Semana antes, em 5 de maio, a banda Watussi, do colombiano Oscar Jimenez, fará tributo ao Manu Chao e a algumas bandas sulamericanas que 99.4% dos brasileiros não conhecem e por isso mesmo é mais um ótimo motivo para ir. Entre elas, Los Fabulosos Cadillacs, Los Pericos, Cafe Tacuba e Soda Stereo.

O show será no Notes, em Newtown (75 Enmore Road), contará com participações especiais, incluindo o brasileiro Tiago de Lucca, do Abuka, e também vai comemorar a independência do México, celebrada no mesmo dia. Ingressos antecipados a $15 e na porta a $20. Para comprar, clique aqui.

domingo, 10 de abril de 2011

Rio nos cinemas

Já está nos cinemas da Austrália em 3D e 2D Rio, novo longa-metragem de animação do brasileiro Carlos Saldanha, 46 anos.



Fã de desenhos como "Tom and Jerry" e "Speed Racer", Saldanha formou-se em ciência da computação e, aos 21 anos, mudou-se para Nova York onde fez mestrado de artes na School of Visual Arts, especializando-se em animação digital.

Na escola, Saldanha conheceu Chris Wedge, professor que o convidou para trabalhar na Blue Sky Studios, onde co-dirigiram A Era do Gelo, em 2002. Quatro anos depois, Saldanha dirigiu sozinho A Era do Gelo 2, o 46o filme mais assistido de todos os tempos, e, em 2009, A Era do Gelo 3, o 19o no mesmo ranking, à frente de clássicos como Guerra nas Estrelas e ET.


Nascido no Rio de Janeiro, agora Carlos Saldanha coroa sua carreira dirigindo um filme passado na sua cidade natal e que tem tudo para ser mais um estrondoso sucesso.

Rio conta a história de Blu, arara azul que vive em uma cidade gelada dos Estados Unidos e acredita ser a última de sua espécie no planeta (voz de Jesse Eisenberg - The Social Network). Levado por Tulio (Rodrigo Santoro) para o Rio de Janeiro para um encontro às cegas com Jewel, a única fêmea de sua espécie, Blu, que ainda não sabe voar, precisa se virar para se livrar de contrabandistas e evitar várias confusões. Tudo, claro, com muito humor, mostrando as belezas da cidade, embalado por bossa nova e abordando temas como contrabando de animais silvestres.



Imperdível!

sábado, 9 de abril de 2011

Surry Hills Festival e Brazilian Funk Affair

Se você ainda não sabe o que fazer neste sabadão, seguem duas dicas e-p-e-t-a-c-u-l-a-r-e-s.

A primeira, gratuita, é o Surry Hills Festival, tradicional, descolado e fanfarrônico evento que acontece no Ward Park (Devonshire Street) e na Shannon Reserve (Crown Street), em Surry Hills, Sydney, o bairro que em São Paulo ficaria na divisa entre Vila Madalena com aquele trecho do Jardins próximo à Sampaio Vidal, quase Pinheiros.


Durante toda a tarde, vai rolar o melhor (e o pior também) da cena local com bandas ao vivo e barracas de comida num verdadeiro desfile de moda, mas com aquele toque despretencioso. Sabe como é, cada acessório é milimetricamente planejado para parecer o mais casual possível (tipo acordei assim e vim - o que não é verdade, pois foram passadas horas na frente do espelho).

Importante: não terá barraca de bebida e não será BYO, ou seja, cerveja, vinho e afins só nos local pubs, o que não chega a ser um problema. Pelo contrário!


Mais tarde, a partir das 21h, dentro do projeto Jazz Rooms, no Tone (16 Wentworth Avenue), também em Surry Hills, rola a “I Like it Like That”. Pra quem não conhece, é uma banda da pesada com 11 integrantes (e mais convidados especiais) que traz de volta a Black Rio dos anos 70, movimento que misturava música brasileira com a negra norte-americana. O resultado era uma fusão única entre funk, samba, soul e outros ritmos, que ia de Tim Maia a James Brown. Sonzeira!


Aliás, essa é a mesma banda que recentemente quebrou absolutamente tudo no The Basement e no Sydney Festival Becks Bar. Além deles, também terá Samba Soul Kingdom e DJ Russ Dewbury. Ingressos a $20 na Moshtix!