sábado, 2 de abril de 2011

Fim da fanfarra de verão (ops, horário)

Termina daqui a algumas horas o horário de verão mais fanfarrão do planeta. Sim, meus amigos e minhas amigas, o horário na Austrália dura 6 meses e é, sem sombra de dúvida (ops, sem trocadilho), o mais fanfarrento do mundo.

Importante: você ouviu certo, seis-me-ses!

Mr Daylight Saving termina na madrugada deste sábado para domingo, às 2 da manhã, hora em que você deverá atrasar o seu Rolex da Chinatown em uma hora.

Mas atenção, isso serve somente para New South Wales, Victoria, South Australia, Tasmania e Canberra, cuja diferença em relação ao Brasil volta a ser 13 horas.

Queensland, Northern Territory e Western Australia não participam, portanto, o fuso continua o mesmo, exceto em Western Australia, o estado mais distante de todo o universo, que permanece com 27 horas em relação ao Brasil, 21 da Nova Zelândia, 16 de Sydney e 4 horas de Marte.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Aragones, Sandro e King no Sticky Bar

Por ora, não temos Samba Cine Clube por aqui (vide post anterior), nem mesmo exibição do gênio Cartola programada para breve, mas não é por isso que ficaremos a ver navios em Sydney.


Bem, se quiser ver, é só ir na Circular Quay, pois estamos em plena época de vê-los aportar na harbour - mas não foi isso o que eu quis dizer.

O fato é que hoje, a partir das 22h, Fernando Aragones, Sandro Bueno e Simon King tocarão no Sticky Bar, em Surry Hills (182 Campbell St), de graça.

Isso mesmo! Música e músicos da melhor qualidade se apresentando na faixa em um bar que dispensa apresentações (usei o recurso "dispensa apresentações" pois nunca estive lá).

Mas sei que a comida é muito boa no restaurante do andar de baixo (Table for 20) e o ambiente bem bacana no andar de cima. Portanto, é diversão garantida!

Cartola no Samba Cine Clube

As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti

Disparado, entre os versos mais bonitos da música brasileira. Cortesia de Agenor de Oliveira, mais conhecido como Cartola, um dos maiores sambistas do Brasil (se não for o maior), co-fundador da Estação Primeira de Mangueira, o carioca de origem humilde que só gravou seu primeiro álbum aos 66 anos - sendo que já compunha desde os 20 - e deixou clássicos como "Quem me Vê Sorrindo", "Alvorada", "Tive Sim", "O Mundo é um Moinho", "Peito Vazio", "Cordas de Aço", "Tempos Idos" e, claro, "As Rosas Não Falam".


Hoje, no Samba Cine Club, em Melbourne, será exibido Cartola - Música para os Olhos (2006), documentário dirigido e escrito por Lírio Ferreira e Hilton Lacerda que conta a história do artista e tem participação de nomes como Paulo Autran, Chico Buarque, Carlos Cachaça, Beth Carvalho, Paulinho da Viola e Nelson Cavaquinho, entre tantos outros.

Mais! O Samba Cine Club terá como tema gafieira, com direito à aula a partir das 18h com RJ & Ali, da Casa de Latino. O filme começa às 19h e, após a exibição, a festa continua com as bandas Ozagogo (originária do Trio Agogo) e Chili Samba, fechando depois com os DJ's Vinyl Itchy e Guido Bambaata.

O Samba Cine será na 1000£Bend (361 Lt Lonsdale St – entre a Elizabeth e a Queen). Entrada $10. Para mais informações, visite http://sambacineclub.wordpress.com/.


quinta-feira, 31 de março de 2011

MPB na Brazilian Box

Alguém já foi na Brazilian Box, pizzaria recém-inaugurada em Darlinghurst, perto da Taylor's Square (24 Flinders Street)?

Eu ainda não e os comentários que ouvi inicialmente não foram bons. Porém, parece que eles mudaram algumas coisas no cardápio, no próprio atendimento e nas últimas duas semanas ouvi elogios.


Pelo o que entendi, a proposta da casa é fazer pizza ao estilo que temos no Brasil, ou seja, usando ingredientes como catupiry, palmito, gorgonzola, provolone e outros que não são usuais nas pizzas daqui. E a melhor maneira para descobrir se é boa ou não, é indo lá.

Minha dica é para irem às quintas-feiras, noite em que o Mestre Jeronimo, um dos caras que mais toca violão por essas bandas, desfila um repertório de MPB bem ao estilo dos bares brasileiros. Hoje ele se apresenta das 19h45 às 22h15.

Outra opção é ir neste sábado, quando a cantora Rafaela Nardi soltará seu vozeirão - o número um do Hero of Waterloo - a partir das 20h, também com muita MPB. No sábado, sei que eles cobram $10 de couvert, mas com direito a uma cerveja Skol ou refrigerante. Às quintas, imagino que não cobram nada, mas não tenho certeza (na dúvida, liguem lá: 1300 771 663). Segundo o site, as pizzas variam de $17.95 a $23.95, enquanto o calzone tem preço único de $12.

De qualquer maneira, vale a pena dar uma olhada para conhecer e fiquem à vontade para comentar aqui no blog. Assim que der, também darei um pulo para ver e escrever.

Alemanha 1 x 2 Austrália - Covardia 0

Na edição da Radar Magazine que está nas ruas, entrevistei ninguém menos do que o grande Les Murray, também conhecido como Mr. Football, o homem que é a cara do futebol na Austrália. Trabalhando há 30 anos na SBS Television e com sete Copas do Mundo no currículo, perguntei a ele quais foram os principais erros da seleção australiana na Copa da África do Sul, disputada no ano passado, e ele respondeu:


Más decisões do técnico Pim Verbeeck no primeiro jogo (contra a Alemanha). Pim Verbeeck não entendeu a mentalidade australiana, que é muito diferente da europeia, por exemplo. Você não pode falar para um jogador australiano que ele não é bom o suficiente para vencer a Alemanha, pois ele acredita que pode. Você tira a força mental dele. Gus Hiddink, o técnico anterior, compreendeu isso e foi pra cima do Brasil na Copa de 2006. Tudo bem, a Austrália perdeu por 2 a 0, mas dominou a maior parte do jogo. Eles não eram defensivos. Já Verbeeck armou o time com dez jogadores dentro da área e eles se revoltaram no vestiário, não queriam ir para o jogo, precisou um oficial da FIFA bater na porta e avisar que era hora de ir, senão perderiam a partida. Os jogadores estavam totalmente confusos.

Ontem, Austrália e Alemanha se enfrentaram pela primeira vez desde o chocolate de 4 a 0 em Durban. Antes do plério, Holger Osieck, técnico da Austrália nascido na Alemanha, disse que os Socceroos entrariam em campo para vencer - postura totalmente diferente do covarde Verbeeck.


Jogando na Alemanha, os Socceroos sofreram gol de Mario Gómez (o jogador, não o ator) aos 26 minutos do primeiro tempo, empataram com um belíssimo gol de Carney aos 16 do segundo e viraram 3 minutos depois com um pênalti pessimamente batido pelo lateral Wilkshire, alcançando a primeira vitória australiana na história diante da Alemanha.

Les Murray, claro, matou a charada como poucos, enquanto Holger Osieck mostrou que está conduzindo os Socceroos no caminho certo. Com Brasil 2014 como objetivo principal, tudo o que tenho a dizer é "abaixo a covardia, vamos jogar futebol". E isso serve pra todo mundo!

quarta-feira, 30 de março de 2011

Tongue n Cheek - 1 ano

Há uns meses, em algum café da Bondi Road, vi a revista pela primeira vez. Colorida, gratuita e com ar anárquico, não resisti e devorei em poucos minutos, dando boas risadas ao longo de 16 páginas de cartuns. Eram todos em inglês e algo me intrigou.



Ao mesmo tempo em que vi personagens e humor bem australianos, em outros os temas eram mais universais e o tipo de piada um pouco mais familiar, o que me levou diretamente ao expediente.

Quando li Director-editor: Marcelo Aveline / Cartoonists: Jon Hawley, Claudio Spritzer, Piti Dutra, Rachel Owen..., veio a certeza de que tinha brasileiro na jogada. Gostei ainda mais!


Não demorou para eu conhecer o Marcelo Aveline, o gaúcho que teve a ideia de combinar cartuns com publicidade em uma revista mensal distribuída em bares, cafés, pubs, cinemas, farmácias, newsagencies e diversos outros lugares dos Eastern Suburbs de Sydney.

E agora, em março, a Tongue n' Cheek acaba de completar um ano de vida e circulação de 15 mil exemplares, trazendo cartuns especiais de aniversário e cornetando as eleições de New South Wales (que sova, Labour Party/Cristina Keneally!), política nacional e carbon tax, entre outros assuntos. Vale a pena dar uma olhada e acompanhá-la!

Ao Marcelo e à Tongue n' Cheek, parabéns pelo primeiro ano. É sempre bacana ver brasileiros se integrando com a cultura australiana através de iniciativas como essa. Ainda mais trabalhando com um craque como o Jon Hawley, ilustrador, cartunista, poeta, apresentador da Eastside FM e agitador cultural dessas bandas.

terça-feira, 29 de março de 2011

Seja bem-vindo, Enzo!

Enzo Rodrigues Raddatz chegou na madrugada desta terça, às 3:10, com 3.495 kg e 51 cm. Mãe e filho passam bem. O pai, nem tanto, já que ainda está tomado pelo sentimento de homem mais feliz do planeta.

Sexta-feira passada fui jantar com os pais do Enzo. A mãe, prestes a entrar na quadragésima semana de uma das gestações mais tranquilas que ouvi falar, era a imagem da confiança. Tudo o que tinha de ser feito, havia sido feito. Era só esperar.

Jamais vou esquecer num final de tarde do início deste ano, dia de Iemanjá, quando eu estava no sul da areia de Bondi Beach e a encontrei, barrigudíssima, por lá. Fomos até a o final da praia, nas pedras perto do Icebergs, e ela, Janaína, fez oferendas para... Janaína, a rainha do mar. Assisti ao ritual e, daquele dia em diante, na minha cabeça aquele pedaço virou o Canto de Iemanjá.

O pai, Tércio, o chef de cozinha que mais receitas tive o prazer de publicar (e degustar), preparou um jantar mais do que especial na última sexta. Sabíamos que seria espécie de última ceia antes da chegada do Enzo e, para celebrar, ele abriu um canhãozinho guardado há tempos na adega.

Tércio é gaúcho, natural de Ijuí, e o vinho era ninguém menos do que o Lote 43 da Miolo, uma das melhores botejas já produzidas no Brasil, mais especificamente no Vale dos Vinhedos, Rio Grande do Sul. O nome é homenagem ao patriarca da família, o italiano Giuseppe Miolo, que ao desembarcar no país, em 1897, comprou um pedaço de terra no Vale dos Vinhedos, o lote 43.

O imigrante teve filhos, netos, bisnetos... e hoje é Adriano Miolo, o enólogo da família, quem faz a seleção das melhores Cabernets Sauvignon e Merlots que resultam neste vinho maravilhoso. Detalhe: o Lote 43 só é produzido quando há safras excepcionais, como foi a de 2005, que brindamos ao Enzo.

Como está a safra 2011 no sul do Brasil, não sei. Mas peço a Deus que abençoe a safra de crianças que vem por aqui, a começar pelo mais novo Colorado. Esse já nasceu tinto!