Não conheço ninguém que ame mais a cidade de São Paulo do que o poeta Paulo Bomfim, amigo da família a quatro gerações. Quando nasci, no estado de São Paulo, na cidade de São Paulo, na Maternidade São Paulo, de pai, avô e bisavô são-paulinos, recebi de boas-vindas um poema do poeta. Vinte e sete anos depois, ao lançar o meu primeiro livro, foi ele quem escreveu o prefácio e eternizou minha bisavó Maria, minha avó Maria Manucha e minha mãe Ana Maria, todas paulistanas com muito orgulho, referindo-se como "a fascinante constelação das Três Marias". E é com uma de suas crônicas mais conhecidas, que deixo minha homenagem aos 457 anos de São Paulo. Obrigado, Paulo – eu te amo São Paulo!
Eu te amo São Paulo
por Paulo Bomfim
E é com uma de suas crônicas mais famosas sobre a cidade, que faço a minha homenagem aos
Eu te amo São Paulo, em teu mistério de chão antigo, em teu delírio de cidades novas; e porque teus cafezais correm por meu sangue e tuas indústrias aquecem o ritmo de meus músculos; pela saga de meus mortos que vêm voltando lá do sertão, pela presença dos que partiram, pela esperança dos que vêm vindo – eu te amo São Paulo!
Em teu passado em mim presente, em teus heróis sangrando rumos, em teus mártires santificados pela liberdade, em teus poetas e em teu povo de tantas raças, tão brasileiro e universal – eu te amo São Paulo!
Pela rosa dos ventos do sertão, pelas fazendas avoengas, pelas cidades ancestrais, pelas ruas da infância, pelos caminhos do amor – eu te amo São Paulo!
Na hora das traições, quando tantos se erguem contra ti, no instante das emboscadas, quando novos punhais se voltam contra teu destino – eu te amo São Paulo!
Pelo crime de seres bom, pelo pecado de tua grandeza, pela loucura de teu progresso, pela chama de tua história – eu te amo São Paulo!
Desfazendo-me em terra roxa, transformando-me em terra rubra, despencando nas corredeiras do meu Tietê, rolando manso nas águas santas do Paraíba, vivendo em pedra o meu destino nos contrafortes da Mantiqueira, salgando pranto, dor e alegria na areia branca de nossas praias, na marcha firme dos cafezais, nas lanças verdes do canavial, no tom neblina deste algodão, na prece de nossos templos, no calor da mocidade, na voz de nossas indústrias, na paz dos que adormeceram – eu te amo São Paulo!
Por isso, enquanto viver, por onde andar, levarei teu nome pulsando forte no coração, e quando esse coração parar bruscamente de bater, que eu retorne à terra donde vim, à terra que me formou, à terra onde meus mortos me esperam há séculos; por epitáfio, escrevam apenas sobre meu silêncio, minha primeira e eterna confissão: – EU TE AMO SÃO PAULO!
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Convocação Jamberoo, Doação Rio e Fanfarra Fiji
Johnny Warren foi um dos maiores jogadores de futebol da Austrália. Ex-capitão dos Socceroos, ele também se tornou um dos principais comentaristas, deixando sua marca na SBS. Polêmico e idealista, sempre lutou para o esporte ser chamado de football na Austrália, e não soccer, e foi um dos responsáveis pela criação da A-League.
Apaixonado pelo Brasil e pelo futebol brasileiro, Warren era frequentador do Brazilian Fields no Centennial Park, em Sydney, onde aos domingos os brasileiros dos Canarinhos se juntam para jogar uma pelada. O ex-capitão morreu em 2004, vítima de câncer, mas os laços entre ele, a família e os Canários continuam.
Todo ano, em Jamberoo (ao sul de Sydney, pouco depois de Wollongong), onde alguns familiares vivem, acontece o Johnny Warren Memorial Cup. Este ano a competição será nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro, e os Canarinhos, claro, vão mandar um time, talvez dois. Além da competição e das homenagens, rola muita festa por lá.
Se você conhece os caras e quer participar, clique neste link para a página no Facebook e entre em contato.
Gel, Banana e cia, se não ganharem este ano, vai ter protesto da torcida na chegada no aeroporto (ops, na Central Station).
Mudando um pouco de assunto, para quem está no Brasil e deseja doar produtos de higiene e alimentos não-perecíveis para as vítimas das enxurradas do Rio, a Ozzy Study Brazil, empresa para qual trabalho, lançou a campanha Ozzy Rio - De Braços Abertos.
Em 12 de fevereiro a Ozzy abrirá a primeira agência no Rio e, por tratar-se de um momento delicado, todas as demais agências resolveram se mobilizar e estão recebendo doações para encaminharem ao Rio de Janeiro. Sendo assim, para quem deseja doar, basta ir a uma das 7 agências da Ozzy no país (São Paulo, Campinas, Brasília, Curitiba, Floripa, Porto Alegre e Santa Maria). Caso esteja na Austrália, avise seus amigos e familiares. Clique aqui para ver todos os endereços.
E graças à dedicação do amigo e irmão musical, Júlio Araújo, e da mulher, Amanda Xavier, a designer do meu cartão de visitas, na última semana o blog teve uma presença espiritual em Fiji, como podem ver neste esforço herculano e fanfarrônico do casal.
Apaixonado pelo Brasil e pelo futebol brasileiro, Warren era frequentador do Brazilian Fields no Centennial Park, em Sydney, onde aos domingos os brasileiros dos Canarinhos se juntam para jogar uma pelada. O ex-capitão morreu em 2004, vítima de câncer, mas os laços entre ele, a família e os Canários continuam.
Todo ano, em Jamberoo (ao sul de Sydney, pouco depois de Wollongong), onde alguns familiares vivem, acontece o Johnny Warren Memorial Cup. Este ano a competição será nos dias 4, 5 e 6 de fevereiro, e os Canarinhos, claro, vão mandar um time, talvez dois. Além da competição e das homenagens, rola muita festa por lá.
Se você conhece os caras e quer participar, clique neste link para a página no Facebook e entre em contato.
Gel, Banana e cia, se não ganharem este ano, vai ter protesto da torcida na chegada no aeroporto (ops, na Central Station).
Mudando um pouco de assunto, para quem está no Brasil e deseja doar produtos de higiene e alimentos não-perecíveis para as vítimas das enxurradas do Rio, a Ozzy Study Brazil, empresa para qual trabalho, lançou a campanha Ozzy Rio - De Braços Abertos.
Em 12 de fevereiro a Ozzy abrirá a primeira agência no Rio e, por tratar-se de um momento delicado, todas as demais agências resolveram se mobilizar e estão recebendo doações para encaminharem ao Rio de Janeiro. Sendo assim, para quem deseja doar, basta ir a uma das 7 agências da Ozzy no país (São Paulo, Campinas, Brasília, Curitiba, Floripa, Porto Alegre e Santa Maria). Caso esteja na Austrália, avise seus amigos e familiares. Clique aqui para ver todos os endereços.
E graças à dedicação do amigo e irmão musical, Júlio Araújo, e da mulher, Amanda Xavier, a designer do meu cartão de visitas, na última semana o blog teve uma presença espiritual em Fiji, como podem ver neste esforço herculano e fanfarrônico do casal.
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sábado, 22 de janeiro de 2011
Rafael Nadal vs Bernard Tomic - Cornetagem Xavante
Hoje é o dia! A partir das 19h, na Rod Laver Arena, a australiana Samantha Stosur enfrenta a tcheca Petra Kvitova, mas depois...
Rafael Nadal, o mais xavante dos espanhóis, enfrenta Bernard Tomic, o segundo mais mala entre os australianos, uma espécie de Lleyton Hewitt em ano de vestibular.
Tomic é o jogador mais jovem da história a vencer uma partida no Australian Open, como podem conferir neste link (neste link), e o cara é uma tremenda máscara.
O problema é que está jogando muito, tem uma técnica apurada e, por jogar em casa, existe aquela pequena possibilidade de aprontar pra cima do Nadal. Mas, sinceramente, acho que não será desta vez.
Antes de começar o torneio, pensei que o nosso apache de Majorca estava com os joelhos baleados. Ledo engano! O cara está em forma e voando, o que me leva a crer (e, principalmente, a torcer) que ele vai atropelar o Tomic. Independentemente, tenho certeza de que vai ser um jogaço, com grandes pontos dos dois lados. Palpite? 3 a 0 parciais de 6-4, 7-6(7-3), 6-1 (claro que foi piada, por favor, não levem isso a sério).
Como neste final de semana estou aqui na Central Coast, vai ser aquela coisa: churasqueira ligada, quantidades industriais de Tooheys New, tv virada pro quintal e eu torcendo contra o australiano - não só porque sou um entusiasta do Nadal, como também pra irritar a maioria - cornetagem hispano-xavanate!
Rafael Nadal, o mais xavante dos espanhóis, enfrenta Bernard Tomic, o segundo mais mala entre os australianos, uma espécie de Lleyton Hewitt em ano de vestibular.
Tomic é o jogador mais jovem da história a vencer uma partida no Australian Open, como podem conferir neste link (neste link), e o cara é uma tremenda máscara.
O problema é que está jogando muito, tem uma técnica apurada e, por jogar em casa, existe aquela pequena possibilidade de aprontar pra cima do Nadal. Mas, sinceramente, acho que não será desta vez.
Antes de começar o torneio, pensei que o nosso apache de Majorca estava com os joelhos baleados. Ledo engano! O cara está em forma e voando, o que me leva a crer (e, principalmente, a torcer) que ele vai atropelar o Tomic. Independentemente, tenho certeza de que vai ser um jogaço, com grandes pontos dos dois lados. Palpite? 3 a 0 parciais de 6-4, 7-6(7-3), 6-1 (claro que foi piada, por favor, não levem isso a sério).
Como neste final de semana estou aqui na Central Coast, vai ser aquela coisa: churasqueira ligada, quantidades industriais de Tooheys New, tv virada pro quintal e eu torcendo contra o australiano - não só porque sou um entusiasta do Nadal, como também pra irritar a maioria - cornetagem hispano-xavanate!
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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011
A melhor de todas - Kim Clijster e Todd Woodbridge
Combinações que não dão certo na era digital:
- Drinks e mensagens de texto para ex-namoradas (os)
- Drinks e redes sociais
- Celebridades após drinks escrevendo nas redes sociais
- No caso de um amigo diretor de arte, muitos drinks e Submarino: ele acordou com um iMac zero entregue em casa (obviamente não lembrava que comprara na madrugada)
- Namorada (o) e câmeras digitais
- Imagens da última orgia salva no laptop esquecido no carro - que coincidentemente foi roubado
E assim por diante...
No caso abaixo, a coisa foi muito mais leve, apenas uma mensagem de texto e um comentário sobre alguns quilinhos a mais (incluindo seios maiores). O problema é que ela é uma das maiores tenistas da atualidade, ele um ex-bom tenista e atualmente comentarista, e uma das partes resolveu acertar, agora a pouco, as contas diante de um estádio lotado, ao vivo para todo o planeta e na era digital, ou seja, até os tataranetos dos tataranetos dos meus sobrinhos vão ver.
- Drinks e mensagens de texto para ex-namoradas (os)
- Drinks e redes sociais
- Celebridades após drinks escrevendo nas redes sociais
- No caso de um amigo diretor de arte, muitos drinks e Submarino: ele acordou com um iMac zero entregue em casa (obviamente não lembrava que comprara na madrugada)
- Namorada (o) e câmeras digitais
- Imagens da última orgia salva no laptop esquecido no carro - que coincidentemente foi roubado
E assim por diante...
No caso abaixo, a coisa foi muito mais leve, apenas uma mensagem de texto e um comentário sobre alguns quilinhos a mais (incluindo seios maiores). O problema é que ela é uma das maiores tenistas da atualidade, ele um ex-bom tenista e atualmente comentarista, e uma das partes resolveu acertar, agora a pouco, as contas diante de um estádio lotado, ao vivo para todo o planeta e na era digital, ou seja, até os tataranetos dos tataranetos dos meus sobrinhos vão ver.
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Cantoras e Abrasileirando o Hugos
A cantora brasileira Negra Li já está na Austrália para série de três shows. Ela se apresenta hoje à noite na Home (Darling Harbour), em Sydney, amanhã na The Met (Fortitude Valley), em Brisbane, e no sábado na Billy’s Beach House, na Gold Coast (Surfers Paradise).
Abrindo o show de hoje, a cantora Rafaela Nardi fará uma canja com o Samba Groove. Importante: a Rafa é craque e a Negra Li que se cuide!
Já na próxima quinta, um dia depois do Australia Day, o Hugos (33 Bayswater Rd), em Kings Cross, balada da elite australiana, promoverá festa brasileira. Isso mesmo! Durante duas horas, o dj vai manter a pista ao som de música brasileira e depois rolará forró ao vivo com a banda Faiscada.
Claro, o Hugos vai abrasileirar pero no mucho, portanto, ninguém entrará de boné, regata, bermudão e camiseta de surfe ou aquele Nike shox amarelo irado. Mas também não precisa jogar uma malha trabalhada sobre o ombro, muito menos se fantasiar de australiano. Apenas bom senso é suficiente (deixar o chinelo em casa, pra mim, é o mais difícil)! Entrada grátis, cerveja e pizza a $5.
E no dia 3 de fevereiro, às 20h, no Bondi Beach Mission Chapel By The Sea (95 Roscoe st), a cantora Carlotta Centanni, amiga italiana que ama música brasileira, se apresenta com o tecladista Marcello Maio e o percussionista Sandro Bueno. Entrada $15.
Well done Carlotta!
Abrindo o show de hoje, a cantora Rafaela Nardi fará uma canja com o Samba Groove. Importante: a Rafa é craque e a Negra Li que se cuide!
Já na próxima quinta, um dia depois do Australia Day, o Hugos (33 Bayswater Rd), em Kings Cross, balada da elite australiana, promoverá festa brasileira. Isso mesmo! Durante duas horas, o dj vai manter a pista ao som de música brasileira e depois rolará forró ao vivo com a banda Faiscada.
Claro, o Hugos vai abrasileirar pero no mucho, portanto, ninguém entrará de boné, regata, bermudão e camiseta de surfe ou aquele Nike shox amarelo irado. Mas também não precisa jogar uma malha trabalhada sobre o ombro, muito menos se fantasiar de australiano. Apenas bom senso é suficiente (deixar o chinelo em casa, pra mim, é o mais difícil)! Entrada grátis, cerveja e pizza a $5.
E no dia 3 de fevereiro, às 20h, no Bondi Beach Mission Chapel By The Sea (95 Roscoe st), a cantora Carlotta Centanni, amiga italiana que ama música brasileira, se apresenta com o tecladista Marcello Maio e o percussionista Sandro Bueno. Entrada $15.
Well done Carlotta!
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quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Últimas e curtas da "redação"
Em clima de redação, já que agora estou com cafeteira nova e rádio-relógio no quarto, o que promoveu o recinto de escritório para redação, vamos às últimas:
Em partida disputada no estádio Jassim Bin Hamad, o popular Hamadão, em Doha, a Austrália venceu nessa madrugada o Bahrain por 1 a 0, gol do volante Mile Jedinak (de novo), e terminou a primeira fase do grupo C da Asian Cup na liderança. Coreia do Sul ficou em segundo. No domingo, os Socceroos enfrentam o segundo colocado do grupo D, que poderá ser Iraque, Emirados Árabes ou Coreia do Norte. Meu palpite? Iraque!
Também na madrugada, o tenista argentino Aracy Nalbandian, ops, David Nalbandian, venceu o australiano mais mala do terceiro continente à sua escolha, Lleyton Hewitt, por 3 sets a 2, num jogo fantástico que terminou com um lobby épico após um ponto mesopotâmico. Ufa! Resultado: minha manhã de trabalho foi arruinada, uma vez que para me manter acordado após a meia-noite, passei a transitar entre o resto de um Merlot da geladeira, duas Tooheys New e um cafezinho.
A decepção de ontem ficou por conta do nosso glorioso Marcos Daniel, o tenista brasileiro com nome de cantor sertanejo que foi a grande piada do dia ao abandonar o jogo contra o apache Rafael Nadal. Parciais de 6 a 0 no primeiro set, 5 a 0 no segundo e provavelmente 10 a 0 se permanecesse no terceiro. Ver-go-nha!
Neste exato momento, Fernando Verdasco, que perdia por 2 sets a 1 e chegou a ter match point contra, conseguiu defendê-lo, venceu o set igualando em 2 a 2 e agora vai com tudo pra cima do sérvio Tipsarevic. Sou Verdáco, como nós, espanhois, pronunciamos.
Hoje à noite, a partir das 19h, a australiana nascida na Sérvia de pai maluco, Jelena Dokic, enfrenta a tcheca Barbora Zahlavova Strycova. Jogo difícil pra ela e muito mais complicado para o locutor, que precisará pronunciar Barbora Zahlavova Strycova pelo menos 978 vezes.
Na sequência, Roger Federer enfrenta o francês Gilles Simon. Jogaço que, para compensar a ausência do Merlot e das Tooheys geladas de ontem, espero que o Federer liquide a fatura até às 22h.
Por último e absolutamente menos importante, hoje o Channel 10 começa a exibir Oprah's Ultimate Australian Adventure, série de cinco programas que vai até domingo. A pergunta que não se cala, é:
Quantas vezes ouviremos "Ai lóv Óuustrélia!!!"?
E só para não perder as últimas do Brasil, vamos a três notícias do Terra:
Primeira eliminada, Ariadna revela que é transexual
Ariadna? Pelo jeito, a troca de sexo não foi a única decisão difícil na vida da moça/moço. Fico imaginando no cartório: Adriana, Ariana, Andrea, Adria... hummm
**
Comparado a Maradona, Neymar se diz lisonjeado e espera assédio
Até o Daniel Ortega já foi comparado ao Maradona, portanto, "menas".
**
Meia diz que rejeitou Vasco por não ser "das maiores equipes"
Qual é o nome do meia, Ricky Gervais? Gênio!
Em partida disputada no estádio Jassim Bin Hamad, o popular Hamadão, em Doha, a Austrália venceu nessa madrugada o Bahrain por 1 a 0, gol do volante Mile Jedinak (de novo), e terminou a primeira fase do grupo C da Asian Cup na liderança. Coreia do Sul ficou em segundo. No domingo, os Socceroos enfrentam o segundo colocado do grupo D, que poderá ser Iraque, Emirados Árabes ou Coreia do Norte. Meu palpite? Iraque!
Também na madrugada, o tenista argentino Aracy Nalbandian, ops, David Nalbandian, venceu o australiano mais mala do terceiro continente à sua escolha, Lleyton Hewitt, por 3 sets a 2, num jogo fantástico que terminou com um lobby épico após um ponto mesopotâmico. Ufa! Resultado: minha manhã de trabalho foi arruinada, uma vez que para me manter acordado após a meia-noite, passei a transitar entre o resto de um Merlot da geladeira, duas Tooheys New e um cafezinho.
A decepção de ontem ficou por conta do nosso glorioso Marcos Daniel, o tenista brasileiro com nome de cantor sertanejo que foi a grande piada do dia ao abandonar o jogo contra o apache Rafael Nadal. Parciais de 6 a 0 no primeiro set, 5 a 0 no segundo e provavelmente 10 a 0 se permanecesse no terceiro. Ver-go-nha!
Neste exato momento, Fernando Verdasco, que perdia por 2 sets a 1 e chegou a ter match point contra, conseguiu defendê-lo, venceu o set igualando em 2 a 2 e agora vai com tudo pra cima do sérvio Tipsarevic. Sou Verdáco, como nós, espanhois, pronunciamos.
Hoje à noite, a partir das 19h, a australiana nascida na Sérvia de pai maluco, Jelena Dokic, enfrenta a tcheca Barbora Zahlavova Strycova. Jogo difícil pra ela e muito mais complicado para o locutor, que precisará pronunciar Barbora Zahlavova Strycova pelo menos 978 vezes.
Na sequência, Roger Federer enfrenta o francês Gilles Simon. Jogaço que, para compensar a ausência do Merlot e das Tooheys geladas de ontem, espero que o Federer liquide a fatura até às 22h.
Por último e absolutamente menos importante, hoje o Channel 10 começa a exibir Oprah's Ultimate Australian Adventure, série de cinco programas que vai até domingo. A pergunta que não se cala, é:
Quantas vezes ouviremos "Ai lóv Óuustrélia!!!"?
E só para não perder as últimas do Brasil, vamos a três notícias do Terra:
Primeira eliminada, Ariadna revela que é transexual
Ariadna? Pelo jeito, a troca de sexo não foi a única decisão difícil na vida da moça/moço. Fico imaginando no cartório: Adriana, Ariana, Andrea, Adria... hummm
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Comparado a Maradona, Neymar se diz lisonjeado e espera assédio
Até o Daniel Ortega já foi comparado ao Maradona, portanto, "menas".
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Meia diz que rejeitou Vasco por não ser "das maiores equipes"
Qual é o nome do meia, Ricky Gervais? Gênio!
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011
Queensland e Rio de Janeiro - Lições para o Brasil
Se tem algo que muitas vezes atrapalha na vida é a expectativa. Quem nunca foi assistir a um filme com uma expectativa tão alta que, mesmo tendo sido bom, saiu decepcionado, já que esperava mais? O mesmo acontece em um show, uma partida de futebol, uma festa, um encontro, enfim, quanto maior a expectativa, maior a chance de frustração. Mas ela também pode ser uma boa aliada.
Há dois verões, quando o estado de Victoria, sul da Austrália, se tornou um verdadeiro inferno com incêndios se espalhando por várias cidades e deixando 173 mortos e 414 feridos, os maiores índices já registrados nos chamados bushfires por aqui, o país aprendeu algumas importantes lições, entre elas que a natureza é imensuravelmente maior e mais poderosa do que os seres humanos. Portanto, é preciso:
1. Respeitá-la.
2. Na medida do possível, tentar entendê-la.
3. Estar sempre preparado para o pior.
No verão passado, o estado esteve em alerta máximo durante toda a temporada, a população recebeu cartilha sobre tudo o que precisava saber sobre os incêndios, como proceder etc e, felizmente, a natureza não foi tão cruel.
No final de novembro de 2010, em algumas regiões do estado de Queensland, norte da Austrália, a população recebeu via SMS alerta dizendo que o verão poderia ser um dos mais chuvosos dos últimos anos.
Conforme dezembro avançou, a certeza de que a estação traria muitos problemas crescia na mesma medida em que o governo, especialmente o estadual, começava a se mobilizar. Na noite de Natal, quando choveu torrencialmente e a água subiu em algumas áreas, medidas já haviam sido tomadas e, mais importante, o alerta da natureza foi rapidamente compreendido. Queensland se preparou para o pior.
Não preciso dizer como foram os dias seguintes, pois o mundo inteiro viu, mas o simples fato de ter uma área maior do que a França e a Alemanha juntas debaixo d'água e somente 20 pessoas mortas, é fruto de um esforço político astronomicamente grande. Sempre aguardando pelo pior, todas as esferas do governo trabalharam juntas com o mais calamitoso dos cenários, e como resultado pouparam dezenas ou centenas de vidas através das evacuações, orientando, auxiliando no preparo para enfrentar as enxurradas, na mobilização para doação, na liberação emergencial de verbas e no próprio salvamento. Agora, 12 mil voluntários estão em Queensland ajudando na limpeza por livre e espontânea vontade, enquanto o governo se prepara para reconstruir as cidades afetadas.
O espírito de solidariedade demonstrado pelo povo australiano tem sido fantástico e certamente o brasileiro possui o mesmo. Sei também que são duas tragédias diferentes, ocorridas em espaços geográficos totalmente diferentes e em períodos de tempo diferentes. E é por isso que a tristeza e a revolta com o ocorrido no Brasil é enorme, pois se na Austrália o governo cumpriu seu papel salvando muitas vidas, no Brasil já se foram mais de 644 pessoas e a grande maioria vítima do descaso e da imcompetência de gerações de políticos que deixaram o país crescer de forma tão desordenada e precária, além do total despreparo para antever e lidar com esse tipo de situação.
Em Areal, no Rio de Janeiro, apesar de quase 1/10 dos 10 mil habitantes estar desabrigado, ninguém morreu. Motivo? Dias antes da tragédia, o prefeito Laerte Calil saiu pelas ruas no carro de uma rádio comunitária alertando os moradores das áreas próximas a rios que evacuassem a cidade. Talvez, se mandasse mensagem de SMS como fez o governo de Queensland, muita gente não receberia ou não entenderia, mas ele deu um jeito de avisá-los e salvou muitas vidas, cumprindo seu papel de homem público. Já os Alckmins e Kassabs da vida, que não estão em seus primeiros mandatos, nada fizeram e no dia seguinte dos alagamentos de São Paulo ainda culparam a chuva. Os dois e toda a classe política do Brasil têm muitas lições para aprender com os episódios do Rio e de Queensland. Mas será que querem?
Há dois verões, quando o estado de Victoria, sul da Austrália, se tornou um verdadeiro inferno com incêndios se espalhando por várias cidades e deixando 173 mortos e 414 feridos, os maiores índices já registrados nos chamados bushfires por aqui, o país aprendeu algumas importantes lições, entre elas que a natureza é imensuravelmente maior e mais poderosa do que os seres humanos. Portanto, é preciso:
1. Respeitá-la.
2. Na medida do possível, tentar entendê-la.
3. Estar sempre preparado para o pior.
No verão passado, o estado esteve em alerta máximo durante toda a temporada, a população recebeu cartilha sobre tudo o que precisava saber sobre os incêndios, como proceder etc e, felizmente, a natureza não foi tão cruel.
No final de novembro de 2010, em algumas regiões do estado de Queensland, norte da Austrália, a população recebeu via SMS alerta dizendo que o verão poderia ser um dos mais chuvosos dos últimos anos.
Conforme dezembro avançou, a certeza de que a estação traria muitos problemas crescia na mesma medida em que o governo, especialmente o estadual, começava a se mobilizar. Na noite de Natal, quando choveu torrencialmente e a água subiu em algumas áreas, medidas já haviam sido tomadas e, mais importante, o alerta da natureza foi rapidamente compreendido. Queensland se preparou para o pior.
Não preciso dizer como foram os dias seguintes, pois o mundo inteiro viu, mas o simples fato de ter uma área maior do que a França e a Alemanha juntas debaixo d'água e somente 20 pessoas mortas, é fruto de um esforço político astronomicamente grande. Sempre aguardando pelo pior, todas as esferas do governo trabalharam juntas com o mais calamitoso dos cenários, e como resultado pouparam dezenas ou centenas de vidas através das evacuações, orientando, auxiliando no preparo para enfrentar as enxurradas, na mobilização para doação, na liberação emergencial de verbas e no próprio salvamento. Agora, 12 mil voluntários estão em Queensland ajudando na limpeza por livre e espontânea vontade, enquanto o governo se prepara para reconstruir as cidades afetadas.
O espírito de solidariedade demonstrado pelo povo australiano tem sido fantástico e certamente o brasileiro possui o mesmo. Sei também que são duas tragédias diferentes, ocorridas em espaços geográficos totalmente diferentes e em períodos de tempo diferentes. E é por isso que a tristeza e a revolta com o ocorrido no Brasil é enorme, pois se na Austrália o governo cumpriu seu papel salvando muitas vidas, no Brasil já se foram mais de 644 pessoas e a grande maioria vítima do descaso e da imcompetência de gerações de políticos que deixaram o país crescer de forma tão desordenada e precária, além do total despreparo para antever e lidar com esse tipo de situação.
Em Areal, no Rio de Janeiro, apesar de quase 1/10 dos 10 mil habitantes estar desabrigado, ninguém morreu. Motivo? Dias antes da tragédia, o prefeito Laerte Calil saiu pelas ruas no carro de uma rádio comunitária alertando os moradores das áreas próximas a rios que evacuassem a cidade. Talvez, se mandasse mensagem de SMS como fez o governo de Queensland, muita gente não receberia ou não entenderia, mas ele deu um jeito de avisá-los e salvou muitas vidas, cumprindo seu papel de homem público. Já os Alckmins e Kassabs da vida, que não estão em seus primeiros mandatos, nada fizeram e no dia seguinte dos alagamentos de São Paulo ainda culparam a chuva. Os dois e toda a classe política do Brasil têm muitas lições para aprender com os episódios do Rio e de Queensland. Mas será que querem?
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