Há pouco mais de um ano, publiquei post no blog sobre a Sullen Domingues, brasileira que conheci na escola cerca de um mês antes de morrer no apartamento do neurocirurgião Suresh Surendranath Nair.
Segundo o médico que fez a autópsia no corpo, foi encontrado nível letal de cocaína no organismo da estudante. Porém, no período entre os primeiros sinais que estava perdendo a consciência e a deterioração, o neurocirurgião teve, pelo menos, 20 minutos para tentar salvá-la.
Não o fez porque, segundo as informações que estão surgindo da Downing Centre Local Court, em Sydney, onde o caso está em andamento, o homem consumia e oferecia quantidades cavalares de cocaína, não somente para Suellen, mas para algumas garotas de programa que foram chamadas após a morte.
Sim, Suellen morreu em 19 de novembro. Na madrugada do dia 20, pelo menos três prostitutas foram chamadas ao apartamento, e de lá eles foram para um hotel. O corpo foi achado no dia 21.
Em fevereiro do ano passado, Victoria McIntyre também morreu no mesmo apartamento e pela mesma causa: overdose de cocaína. Neste caso, três ou quatro garotas de programa foram enviadas por uma agência.
Desde que o caso voltou a mídia no início desta semana, tenho recebido emails de amigos brasileiros indignados com a imprensa australiana. E eles têm toda razão, uma vez que, desde o ano passado, quando foi achada morta, os textos referem-se a ela como prostituta.
Apesar de evidências, em nenhum momento foi compravado que a gaúcha era garota de programa. Porém, a grande imprensa, essa dos veículos "oficiais" de comunicação que felizmente estão perdendo cada vez mais força e espaço com a revolução tecnológica que estamos vivendo, presumiram que ela era prostituta e ponto. O que é um total desrespeito não só com a memória dela, mas com Dona Solange, a mãe, toda a família, amigos e até mesmo com a mulher brasileira.
Se o mesmo tivesse acontecido com uma australiana e não com uma estrangeira cuja família está do outro lado do mundo, será que também a chamariam de prostituta sem antes procurar saber se de fato era?
De coração, espero que os órgãos oficiais do Brasil estejam dando todo suporte à família, ou pelo menos acompanhando o caso, já que os familiares têm todo o direito de saber o que está acontecendo através de fontes oficiais e não somente de jornais escritos em inglês e via internet.
E, indo um pouco além, será que o governo brasileiro não poderia entrar com uma ação contra esses veículos que a estão difamando? Se fosse a filha de um distinto deputado, senador ou ministro, permitiriam que a chamassem de prostituta ou o Itamaraty já teria sido acionado?
quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
quarta-feira, 8 de dezembro de 2010
Arsehole e 10 dicas para o IELTS
Sorte minha que o vizinho do bilhete do automóvel não trabalha para o British Council como preparador da prova do IELTS, caso contrário, eu teria perdido ao menos um ponto no listening ou no reading no último sábado.
Sim, sábado finalmente fiz o famoso teste do IELTS e o resultado receberei em alguns dias. Mas conforme disse acima, já teria perdido um pontinho se o cara tivesse colocado em uma das questões a palavra arsehole, que eu, de maneira errônea no post anterior, achei que ele quisesse dizer asshole. Os amigos Gel e Paul me corrigiram.
E essa é uma das vantagens de viver num país de língua inglesa quando pretende-se aprender inglês e um dia fazer o IELTS, o Cambridge ou qualquer outro teste de proficiência da língua.
Lembro que um dia, quando falei Thanks God, o mesmo Paul me corrigiu, dizendo não me pergunte o motivo, mas é Thank God e não Thanks God. Ou seja, nunca mais vou esquecer e, se tivesse caído no teste, teria garantido um pontinho.
O IELTS, conforme falei, não passa de um teste de proficiência para medir o nível do inglês. Ponto. O que não significa que qualquer nativo da língua vai fazer a prova sem saber do que se trata e passar de primeira. Claro, isso pode acontecer, mas é mais provável que não, o que nos leva a derrubar dois mitos sobre a prova.
Derrubando 2 mitos
Brasileiro quando falha na segunda tentativa começa a culpar o governo, dizendo que o IELTS não passa de uma maneira de fazer dinheiro. De fato, o teste é uma excelente fonte de renda, assim como todo o sistema educacional, mas isso não quer dizer que eles fazem todos repetirem inúmeras vezes propositalmente para engordar os cofres públicos.
A amiga Ana Paula, por exmplo, passou de primeira com nota 8 ou 8.5 em cada seção da prova. O máximo é 9. Minha irmã, na primeira vez que fez, estava numa ressaca monstra. Falhou por meio ponto, mesmo tendo um excelente inglês desde mil novecentos e nada. Na segunda tentativa, ficou em casa na sexta à noite e acordou normal. Passou tranquila. Pergunto: a culpa foi do governo na primeira tentativa?
Outro mito é dizer que os critérios para avaliação do speaking e no writing são subjetivos. Balela! Poucas coisas são tão matemáticas como essas duas seções da prova. O writing, dividido em uma cartinha de 150 palavras e um ensaio de 250, tem um esqueleto a ser seguido e critérios absolutamente claros de avaliação como "cobrir os pontos do enunciado", "gramática correta", "vocabulário", "bom uso dos connectors" etc. O candidato só precisa mostrar que entendeu o que foi pedido e que sabe fazer bom uso da língua para discorrer sobre. Obviamente, não é simples, mas essa é a razão de um teste de proficiência.
Eu também preferiria que o teste fosse dividido em "Mímica avançada em Inglês", "Recorte e colagem de newspapers e magazines", "Pintura e gravura com giz-de-cera blue, red and yellow" e "Ligue a figura ao nome do animal". Mas como é uma prova para medir o nível de inglês e, para tal, foi estabelecido um padrão para justamente ser possível chegar a uma conclusão objetiva, é fundamental que o candidato aprenda a fazer a prova, saiba o que eles querem ler e ouvir, quanto tempo tem e daí em diante.
Ainda não sei se passei, a probabilidade de precisar fazer um novo teste é sempre maior do que de passar de primeira, mas tudo é possível. E como sei que são muitos os brasileiros que também estão na fase australiana do IELTS, resolvi escrever essas 10 dicar para a prova, com base no que achei fundamental. Vamos lá:
Antes de pensar em marcar a prova
#1. Sei que é irado ir para o trabalho ou para a escola ouvindo Lady Gaga, Rhianna e Só Pra Contrariar no seu iPod ou iPhone, mas considere, desde o momento em que pisar na Austrália, ouvir rádios locais, especialmente AMs como 2GB e ABC, entre outras. Acostumar-se com esse tipo de locução fará grande diferença no listening. Sem contar que você também ficará bem informado.
#2. Sei o quão importante são os livros de auto-ajuda em português para quem vive do outro lado do mundo e as revistas australianas que trazem as últimas sobre Jolie & Pitt, mas considere, desde o início, ler os jornais locais, outros tipos de revistas e também livros. Lugares com grande concentração de brasileiros como Bondi Junction têm bibliotecas públicas onde você fica membro sem pagar absolutamente nada e pega diversos livros igualmente sem custo algum. Fará diferença nas quatro seções da prova.
#3. Sei que um churrasco com os mano e as mina todo final de semana em alguma praia com parque é sensacional, mas integrar-se com pessoas de outras nacionalidades é fundamental para desenvolver o inglês. Sei também que às vezes dá preguiça de falar, isso é normal, mas tente não ficar 100% do seu tempo só com brasileiro e falando em português.
Decidi marcar a prova
#4. Inscreva-se em uma escola ou universidade que seja familiar pra você. Não necessariamente a instituição, mas a área, a localização do prédio, para que você possa chegar com tranquilidade, se sentir à vontade e não começar a se estressar assim que sair de casa. Outra coisa, antes de marcar, descubra dois amigos que fizeram no mesmo lugar e pergunte o que acharam, se a acústica é boa, se as mesas não são muito próximas, se os fiscais não são uns trogloditas, essas coisas.
#5. Antes do governo começar a flambar o sistema de imigração australiano, era muito mais concorrido marcar a prova. Ano passado, por exemplo, dependendo da época e do local, era preciso marcar com três meses de antecedência. Agora, é possível achar vaga para a mesma semana. Mas sempre tenha em mente que, por mais elizabético que seja o seu inglês, você precisará de tempo para se preparar.
Prova marcada, hora de estudar
#6. Um bom curso preparatório para o IELTS ou uma boa professora particular são fundamentais. São eles quem vão mostrar o que é a prova e como se faz, além de dar dicas valiosíssimas. A partir daí, meu chapa, é com você. Se prestar atenção, fizer os exercícios e praticar bastante, a chance de êxito é grande.
#7. Muito cuidado com o curso que vai comprar. Tem escola que vende preparatório para o IELTS part-time à noite que não passa de um encaixe no meio de um curso full-time. O que isso signiifca? Você chega para estudar das 18h30 às 20h30, só que descobre que a sua classe de fato começou às 16h. Ou seja, você quer que aquelas duas horas renda o máximo possível, enquanto todo o restante não aguenta mais ficar na escola e só pensa em ir pra casa (incluindo alguns professores). Entrei numa dessas e nunca mais!
#8. Lembra das rádios AM que falei, dos livros etc? Uma vez com a prova marcada, é obrigação ler e ouvir todo dia. Se precisar, vai fazer compra no Coles para praticar inglês com a mulher do caixa, mas é hora de imersão total na língua e intensivão em todas as skills.
Véspera da prova
#9. Se você vem fazendo os oito itens anteriores, na sexta-feira, véspera do teste, faça um favor a você mesmo: esqueça a prova. É verdade! Não estou falando para ir no Beach Road e quebrar tudo, mas tente ter um dia tranquilo, faça um esporte de leve, dê um mergulho, passe no bottleshop e leve uma cerveja para tomar à noite e durma cedo. Claro, ouça o máximo que puder de rádio AM, mas sem stress. Afinal, como bem disse Chainsaw no clássico Férias de Verão da Sessão da Tarde, o cérebro humano precisa de descanso.
Dia da prova
#10. Sei que não é fácil, mas simplesmente relaxe. Como? Chegue cedo. Respire fundo, várias vezes. Alongue braços, pescoço e ombros. Ouça atentamente todas as instruções desde a chegada e, mais importante, siga. No speaking, sorria para a pessoa que vai entrevistá-lo. Seja educado. Leve uma garrafinha d'água para beber durante a prova, mas beba devagar, pouco, pois se der vontade de ir ao banhairo, você estará perdido. Aliás, nove minutos antes de iniciar o teste, dê uma última ida ao banheiro. Mais! Deixe todos os problemas em casa, ou junto com a última ida no banheiro, mas esqueça do mundo. Uma vez lá dentro, evoque Volpone, fecha-se em uma bolha e não deixe que o nervosismo, a malandragem, a petulância e o que mais estiver a sua volta tire a sua concentração. E na hora de fazer a prova, lembre-se que aquela é uma oportunidade para você mostrar o seu nível de inglês dentro daquele formato, e não o governo ou seja lá quem for querendo acabar com você. Portanto, aproveite!
E se acordar no dia, e achar que não sabe nada, fique tranquilo pois você não será o primeiro (ou talvez nem seja isso). Mais uma vez, o mestre Chainsaw (abaixo)...
Sim, sábado finalmente fiz o famoso teste do IELTS e o resultado receberei em alguns dias. Mas conforme disse acima, já teria perdido um pontinho se o cara tivesse colocado em uma das questões a palavra arsehole, que eu, de maneira errônea no post anterior, achei que ele quisesse dizer asshole. Os amigos Gel e Paul me corrigiram.
E essa é uma das vantagens de viver num país de língua inglesa quando pretende-se aprender inglês e um dia fazer o IELTS, o Cambridge ou qualquer outro teste de proficiência da língua.
Lembro que um dia, quando falei Thanks God, o mesmo Paul me corrigiu, dizendo não me pergunte o motivo, mas é Thank God e não Thanks God. Ou seja, nunca mais vou esquecer e, se tivesse caído no teste, teria garantido um pontinho.
O IELTS, conforme falei, não passa de um teste de proficiência para medir o nível do inglês. Ponto. O que não significa que qualquer nativo da língua vai fazer a prova sem saber do que se trata e passar de primeira. Claro, isso pode acontecer, mas é mais provável que não, o que nos leva a derrubar dois mitos sobre a prova.
Derrubando 2 mitos
Brasileiro quando falha na segunda tentativa começa a culpar o governo, dizendo que o IELTS não passa de uma maneira de fazer dinheiro. De fato, o teste é uma excelente fonte de renda, assim como todo o sistema educacional, mas isso não quer dizer que eles fazem todos repetirem inúmeras vezes propositalmente para engordar os cofres públicos.
A amiga Ana Paula, por exmplo, passou de primeira com nota 8 ou 8.5 em cada seção da prova. O máximo é 9. Minha irmã, na primeira vez que fez, estava numa ressaca monstra. Falhou por meio ponto, mesmo tendo um excelente inglês desde mil novecentos e nada. Na segunda tentativa, ficou em casa na sexta à noite e acordou normal. Passou tranquila. Pergunto: a culpa foi do governo na primeira tentativa?
Outro mito é dizer que os critérios para avaliação do speaking e no writing são subjetivos. Balela! Poucas coisas são tão matemáticas como essas duas seções da prova. O writing, dividido em uma cartinha de 150 palavras e um ensaio de 250, tem um esqueleto a ser seguido e critérios absolutamente claros de avaliação como "cobrir os pontos do enunciado", "gramática correta", "vocabulário", "bom uso dos connectors" etc. O candidato só precisa mostrar que entendeu o que foi pedido e que sabe fazer bom uso da língua para discorrer sobre. Obviamente, não é simples, mas essa é a razão de um teste de proficiência.
Eu também preferiria que o teste fosse dividido em "Mímica avançada em Inglês", "Recorte e colagem de newspapers e magazines", "Pintura e gravura com giz-de-cera blue, red and yellow" e "Ligue a figura ao nome do animal". Mas como é uma prova para medir o nível de inglês e, para tal, foi estabelecido um padrão para justamente ser possível chegar a uma conclusão objetiva, é fundamental que o candidato aprenda a fazer a prova, saiba o que eles querem ler e ouvir, quanto tempo tem e daí em diante.
Ainda não sei se passei, a probabilidade de precisar fazer um novo teste é sempre maior do que de passar de primeira, mas tudo é possível. E como sei que são muitos os brasileiros que também estão na fase australiana do IELTS, resolvi escrever essas 10 dicar para a prova, com base no que achei fundamental. Vamos lá:
Antes de pensar em marcar a prova
#1. Sei que é irado ir para o trabalho ou para a escola ouvindo Lady Gaga, Rhianna e Só Pra Contrariar no seu iPod ou iPhone, mas considere, desde o momento em que pisar na Austrália, ouvir rádios locais, especialmente AMs como 2GB e ABC, entre outras. Acostumar-se com esse tipo de locução fará grande diferença no listening. Sem contar que você também ficará bem informado.
#2. Sei o quão importante são os livros de auto-ajuda em português para quem vive do outro lado do mundo e as revistas australianas que trazem as últimas sobre Jolie & Pitt, mas considere, desde o início, ler os jornais locais, outros tipos de revistas e também livros. Lugares com grande concentração de brasileiros como Bondi Junction têm bibliotecas públicas onde você fica membro sem pagar absolutamente nada e pega diversos livros igualmente sem custo algum. Fará diferença nas quatro seções da prova.
#3. Sei que um churrasco com os mano e as mina todo final de semana em alguma praia com parque é sensacional, mas integrar-se com pessoas de outras nacionalidades é fundamental para desenvolver o inglês. Sei também que às vezes dá preguiça de falar, isso é normal, mas tente não ficar 100% do seu tempo só com brasileiro e falando em português.
Decidi marcar a prova
#4. Inscreva-se em uma escola ou universidade que seja familiar pra você. Não necessariamente a instituição, mas a área, a localização do prédio, para que você possa chegar com tranquilidade, se sentir à vontade e não começar a se estressar assim que sair de casa. Outra coisa, antes de marcar, descubra dois amigos que fizeram no mesmo lugar e pergunte o que acharam, se a acústica é boa, se as mesas não são muito próximas, se os fiscais não são uns trogloditas, essas coisas.
#5. Antes do governo começar a flambar o sistema de imigração australiano, era muito mais concorrido marcar a prova. Ano passado, por exemplo, dependendo da época e do local, era preciso marcar com três meses de antecedência. Agora, é possível achar vaga para a mesma semana. Mas sempre tenha em mente que, por mais elizabético que seja o seu inglês, você precisará de tempo para se preparar.
Prova marcada, hora de estudar
#6. Um bom curso preparatório para o IELTS ou uma boa professora particular são fundamentais. São eles quem vão mostrar o que é a prova e como se faz, além de dar dicas valiosíssimas. A partir daí, meu chapa, é com você. Se prestar atenção, fizer os exercícios e praticar bastante, a chance de êxito é grande.
#7. Muito cuidado com o curso que vai comprar. Tem escola que vende preparatório para o IELTS part-time à noite que não passa de um encaixe no meio de um curso full-time. O que isso signiifca? Você chega para estudar das 18h30 às 20h30, só que descobre que a sua classe de fato começou às 16h. Ou seja, você quer que aquelas duas horas renda o máximo possível, enquanto todo o restante não aguenta mais ficar na escola e só pensa em ir pra casa (incluindo alguns professores). Entrei numa dessas e nunca mais!
#8. Lembra das rádios AM que falei, dos livros etc? Uma vez com a prova marcada, é obrigação ler e ouvir todo dia. Se precisar, vai fazer compra no Coles para praticar inglês com a mulher do caixa, mas é hora de imersão total na língua e intensivão em todas as skills.
Véspera da prova
#9. Se você vem fazendo os oito itens anteriores, na sexta-feira, véspera do teste, faça um favor a você mesmo: esqueça a prova. É verdade! Não estou falando para ir no Beach Road e quebrar tudo, mas tente ter um dia tranquilo, faça um esporte de leve, dê um mergulho, passe no bottleshop e leve uma cerveja para tomar à noite e durma cedo. Claro, ouça o máximo que puder de rádio AM, mas sem stress. Afinal, como bem disse Chainsaw no clássico Férias de Verão da Sessão da Tarde, o cérebro humano precisa de descanso.
Dia da prova
#10. Sei que não é fácil, mas simplesmente relaxe. Como? Chegue cedo. Respire fundo, várias vezes. Alongue braços, pescoço e ombros. Ouça atentamente todas as instruções desde a chegada e, mais importante, siga. No speaking, sorria para a pessoa que vai entrevistá-lo. Seja educado. Leve uma garrafinha d'água para beber durante a prova, mas beba devagar, pouco, pois se der vontade de ir ao banhairo, você estará perdido. Aliás, nove minutos antes de iniciar o teste, dê uma última ida ao banheiro. Mais! Deixe todos os problemas em casa, ou junto com a última ida no banheiro, mas esqueça do mundo. Uma vez lá dentro, evoque Volpone, fecha-se em uma bolha e não deixe que o nervosismo, a malandragem, a petulância e o que mais estiver a sua volta tire a sua concentração. E na hora de fazer a prova, lembre-se que aquela é uma oportunidade para você mostrar o seu nível de inglês dentro daquele formato, e não o governo ou seja lá quem for querendo acabar com você. Portanto, aproveite!
E se acordar no dia, e achar que não sabe nada, fique tranquilo pois você não será o primeiro (ou talvez nem seja isso). Mais uma vez, o mestre Chainsaw (abaixo)...
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Um bilhete, uma equação e um asshole
E já que o assunto é Bondi, essa aconteceu na porta de casa. Como não se tratava de integrante de banda, registrei.
Na primeira chapa, temos dois simpáticos veículos estacionados. Normal.
Na segunda chapa, notamos que há algo colado no vidro da frente do Hyundai. O que será perguntariam os mais curiosos.
Numa aproximação do veículo, vemos que de fato foi colocado um bilhete de maneira bem grosseira, uma vez que os quatro pedaços de fita crepe estão mal e porcamente cortados e colados, sem a menor simetria ou senso estético, o que nos leva a concluir que o acabamento da peça certamente não era prioritário na ocasião - nos remetendo, então, ao conteúdo.
Assim, num trabalho de extrema perícia jornalística e correndo riscos, tamanha gravidade da situação, consegui registrar a mensagem do bilhete, esclarecendo de vez o que levou um ser humano em pleno final de tarde de uma ensolarada terça-feira de verão a digitar um bilhete no computador, imprimi-lo às pressas e colá-lo, com ainda mais pressa e doses cavalares de ódio, no vidro de um carro.
A equação é simples: um motorista folgado + um vizinho de saco cheio do motorista folgado que ocupou duas vagas para estacionar a merda de um carro = um dos melhores bilhetes já escritos e colados em um vidro de todos os tempos.
Importante: vamos relevar o erro de digitação, afinal, o gênio estava com pressa e ódio. Ele quis dizer ASSHOLE!!!
Well done!
Na primeira chapa, temos dois simpáticos veículos estacionados. Normal.
Na segunda chapa, notamos que há algo colado no vidro da frente do Hyundai. O que será perguntariam os mais curiosos.
Numa aproximação do veículo, vemos que de fato foi colocado um bilhete de maneira bem grosseira, uma vez que os quatro pedaços de fita crepe estão mal e porcamente cortados e colados, sem a menor simetria ou senso estético, o que nos leva a concluir que o acabamento da peça certamente não era prioritário na ocasião - nos remetendo, então, ao conteúdo.
Assim, num trabalho de extrema perícia jornalística e correndo riscos, tamanha gravidade da situação, consegui registrar a mensagem do bilhete, esclarecendo de vez o que levou um ser humano em pleno final de tarde de uma ensolarada terça-feira de verão a digitar um bilhete no computador, imprimi-lo às pressas e colá-lo, com ainda mais pressa e doses cavalares de ódio, no vidro de um carro.
A equação é simples: um motorista folgado + um vizinho de saco cheio do motorista folgado que ocupou duas vagas para estacionar a merda de um carro = um dos melhores bilhetes já escritos e colados em um vidro de todos os tempos.
Importante: vamos relevar o erro de digitação, afinal, o gênio estava com pressa e ódio. Ele quis dizer ASSHOLE!!!
Well done!
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DJ Cia
Lembrando que hoje à noite, na The Eastern, em Bondi Junction, começa a turnê do DJ Cia pela Austrália. Eleito o melhor DJ de hiphop da década, o brasileiro, que entre outros trabalhos faz o projeto RZO e atualmente produz o novo álbum dos Racionais Mc's, passará por quatro cidades.
Terça, 7 de dezembro - THE EASTERN HOTEL (SYDNEY)
Quarta, 8 de dezembro - MONA VALE HOTEL (SYDNEY)
Quinta, 9 de dezembro - ROXANNE PARLOUR (MELBOURNE)
Domingo, 12 de dezembro - SIN CITY NIGHT CLUB (GOLD COAST)
Pré-venda na Ozzy Study Brazil a $15 e na porta $20.
Terça, 7 de dezembro - THE EASTERN HOTEL (SYDNEY)
Quarta, 8 de dezembro - MONA VALE HOTEL (SYDNEY)
Quinta, 9 de dezembro - ROXANNE PARLOUR (MELBOURNE)
Domingo, 12 de dezembro - SIN CITY NIGHT CLUB (GOLD COAST)
Pré-venda na Ozzy Study Brazil a $15 e na porta $20.
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segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
Aquele abraço!
Por gentileza, não me levem a mal, mas é porque hoje cedo Bondi Beach estava bombando, as ondas sendo disputadas a tapa pelos surfistas, o que me fez lembrar do grande Montezano, o popular Montê, pai do João Pedro, marido da Adriana Ikeda, e aí resolvi usar esse espaço para mandar aquele abraço para os três, que estão na Gold Coast.
SEM mais...
SEM mais...
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domingo, 5 de dezembro de 2010
Bondi, Bono e um pouco de filosofia barata
Bondi Beach tem algo além da nossa compreensão. Uns amam, outros não suportam, muitos apenas são. Sim, simplemente são Bondisiders em seu estado mais bruto - seja lá o que isso significa.
Quando cheguei na Austrália, morei nove meses em Coogee. Adorei. Depois, mais nove em North Bondi. Idem! Na sequência, um ano e meio em Bronte. A mesma coisa! E hoje, estou novamente em North Bondi. Amo cada vez mais esse lugar!
Bondi tem vários problemas, está longe de ser um paraíso. Aquela calçada do lado oposto à praia que concentra McDonalds, Hungry Jacks e outras porcarias é simplesmente detestável nos finais de semana de verão.
Hoje mesmo, acordei cedo, fui correr para os lados de Rose Bay e, ao voltar, na esperança de dar um mergulho, foi simplesmente impossível. A praia estava absolutamente caótica, com tudo acontecendo ao mesmo tempo e para todas as idades. Porém, não reclamei, apenas prorroguei o mergulho.
Apesar de ser a praia mais famosa da Austrália, Bondi não se mostra de primeira. Na verdade, exibe-se sim, mas de maneira superficial. E passa ótima impressão. Conforme a pessoa fica, gosta cada vez mais, até que chega um momento em que cansa. Na verdade, é o ponto darwiano.
Bondi faz a sua própria seleção natural, e conforme a gente permanece e absorve o lugar (ou é absorvido), ela aos poucos mostra que vai muito além de Campbell Parade, Bondi Hotel, Beach Road, Hall Street e North Bondi RSL. São nas ruas de dentro, nas entranhas das ruelas e prédios construídos pelos judeus onde moram os Oscars, Raphas, Jasmins, Julios, Claries, Nicoles, Maus, Tercios e Jesuses da vida que a verdadeira Bondi começa a aparecer.
E agora a pouco, no final de tarde, tive o privilégio de ver Bondi em seu estado bruto - seja lá o que isso significa. Saí de casa e, caminhando lentamente, passei pela Grega, pelo ex-Iemanja, fiz a curvota descendo a Campbell e, num daqueles simpáticos restaurantes à direita, estavam ninguém menos do que Bono Vox e The Edge, tranquilos, na mesa que dá para a janela sem vidro.
Não havia um segurança sequer, paparazzi, nem mesmo fã com câmera na mão. Mais! Não tinha como não vê-los, e todos que os viam simplesmente abriam um sorriso e continuavam andando, sem parar para perturbá-los. Claro, alguns Bondisiders julgam-se mais artistas do que a dupla, mas de qualquer maneira, é a cara do lugar.
Até pensei em falar hey, vocês dois, aproveitem Bondi. Mas como a tradução literal para o inglês não passaria de um grande e terrível trocadilho, também não os perturbei. Coisas de Bondi!
Quando cheguei na Austrália, morei nove meses em Coogee. Adorei. Depois, mais nove em North Bondi. Idem! Na sequência, um ano e meio em Bronte. A mesma coisa! E hoje, estou novamente em North Bondi. Amo cada vez mais esse lugar!
Bondi tem vários problemas, está longe de ser um paraíso. Aquela calçada do lado oposto à praia que concentra McDonalds, Hungry Jacks e outras porcarias é simplesmente detestável nos finais de semana de verão.
Hoje mesmo, acordei cedo, fui correr para os lados de Rose Bay e, ao voltar, na esperança de dar um mergulho, foi simplesmente impossível. A praia estava absolutamente caótica, com tudo acontecendo ao mesmo tempo e para todas as idades. Porém, não reclamei, apenas prorroguei o mergulho.
Apesar de ser a praia mais famosa da Austrália, Bondi não se mostra de primeira. Na verdade, exibe-se sim, mas de maneira superficial. E passa ótima impressão. Conforme a pessoa fica, gosta cada vez mais, até que chega um momento em que cansa. Na verdade, é o ponto darwiano.
Bondi faz a sua própria seleção natural, e conforme a gente permanece e absorve o lugar (ou é absorvido), ela aos poucos mostra que vai muito além de Campbell Parade, Bondi Hotel, Beach Road, Hall Street e North Bondi RSL. São nas ruas de dentro, nas entranhas das ruelas e prédios construídos pelos judeus onde moram os Oscars, Raphas, Jasmins, Julios, Claries, Nicoles, Maus, Tercios e Jesuses da vida que a verdadeira Bondi começa a aparecer.
E agora a pouco, no final de tarde, tive o privilégio de ver Bondi em seu estado bruto - seja lá o que isso significa. Saí de casa e, caminhando lentamente, passei pela Grega, pelo ex-Iemanja, fiz a curvota descendo a Campbell e, num daqueles simpáticos restaurantes à direita, estavam ninguém menos do que Bono Vox e The Edge, tranquilos, na mesa que dá para a janela sem vidro.
Não havia um segurança sequer, paparazzi, nem mesmo fã com câmera na mão. Mais! Não tinha como não vê-los, e todos que os viam simplesmente abriam um sorriso e continuavam andando, sem parar para perturbá-los. Claro, alguns Bondisiders julgam-se mais artistas do que a dupla, mas de qualquer maneira, é a cara do lugar.
Até pensei em falar hey, vocês dois, aproveitem Bondi. Mas como a tradução literal para o inglês não passaria de um grande e terrível trocadilho, também não os perturbei. Coisas de Bondi!
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sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
I Les Murray Cup
A verdade é uma só: o australiano médio, aquele tomador de VB em RSL, está pouco se lixando para o futebol (ou soccer, como ainda chamam por aqui).
Independentemente do que rola na Fifa, o que mais contou contra a candidatura australiana foi o desinteresse da população em ver o país sediando a competição, e a oposição interna de diversos setores, incluindo meios de comunicação e entidades esportivas como NRL e, principalmente, AFL.
Afinal, eles sabem do perigo que o futebol representa para as diferentes ligas de rugby, para o Australian Football, cricket etc, pois uma vez que pegar, vai estourar e ficar pra sempre. Mas, por ora, o soccer não passa de esporte de imigrante e wog (filho de imigrante nascido na Austrália).
A única emissora que realmente apoia o futebol no país é a SBS, que transmite alguns jogos internacionais ao vivo, possui programas especializados, abre espaço em seus noticiários e, acima de tudo, transmite a Copa do Mundo desde 1986 (só não mostra mais porque a Fox Sports compra tudo e o governo não protege a transmissão em tv aberta de futebol como de outros esportes nacionais). E ninguém simboliza melhor o futebol na emissora e na própria Austrália do que o lendário Les Murray, australiano nascido na Hungria apaixonado pelo esporte que esteve presente na transmissão de todas as Copas exibidas pela SBS.
Com esse perfil e trabalhando há décadas na única emissora realmente multicultural do país, não é de se estranhar que o cara é um entusiasta do futebol brasileiro e, infelizmente, vascaíno. Mas tem explicação. E matemática!
Les Murray está para o futebol australiano assim como os Canarinhos estão para o futebol brasileiro em Sydney. Ou seja, pensou em jogar uma pelada com brasileiros na cidade, o primeiro pensamento que vem à cabeça é o Sydney Brazilian Social Club, o popular Canarinhos, que desde 1972 joga religiosamente todo santo domingo, sendo que há pelo menos 20 anos no campo 7 do Centennial Park, oficialmente batizado de Brazilian Fields.
Pois bem, há tempos Les Murray é, digamos, patrono dos Canários, não em termos financeiros, mas no sentido de apoiar e dar força ao clube, já que o nome do homem pesa. Em 2004, por exemplo, juntamente com o atual presidente, Gel Freire, e o grande Dinamite, o maior artilheiro do Centennial Park caso o gol fosse 2 metros mais alto, Murray esteve no Brasil e acabou se convertendo ao time de São Januário.
E agora, para homenageá-lo e retribuir o apoio, os Canários criaram a I Les Murray Cup, competição que acontece neste domingo, no... Centennial Park, a partir das 9h30. A copa será disputada por 12 times formados por jogadores de diferentes nacionalidades e localidades. Serão 13 partidas no total, incluindo a grande final. Além do futebol, claro, vai rolar muita festa nos arredores, com participação especial do próprio Les Murray, que fará o discurso de abertura. Entrada grátis!
E para celebrar a primeira edição, às 17h, todos seguem para o Selina's, no Coogee Bay Hotel, onde rola mais uma edição do Beach Samba, festa da Baluart com batucada de esquenta e Samba Groove até às 22h. A entrada é grátis até às 19h - tanto pra mulher quanto pra homem. Depois é $10.
Enfim, se o australiano não gosta de futebol, o problema é dele. Nós gostamos! Se a Rússia e o Catar tem quantidades intercontinentais de petro-dólares, bom para a Fifa. Por aqui, um viva ao Les Murray e aos Canários (clique aqui para ler a história dos Canarinhos na íntegra)!
Independentemente do que rola na Fifa, o que mais contou contra a candidatura australiana foi o desinteresse da população em ver o país sediando a competição, e a oposição interna de diversos setores, incluindo meios de comunicação e entidades esportivas como NRL e, principalmente, AFL.
Afinal, eles sabem do perigo que o futebol representa para as diferentes ligas de rugby, para o Australian Football, cricket etc, pois uma vez que pegar, vai estourar e ficar pra sempre. Mas, por ora, o soccer não passa de esporte de imigrante e wog (filho de imigrante nascido na Austrália).
A única emissora que realmente apoia o futebol no país é a SBS, que transmite alguns jogos internacionais ao vivo, possui programas especializados, abre espaço em seus noticiários e, acima de tudo, transmite a Copa do Mundo desde 1986 (só não mostra mais porque a Fox Sports compra tudo e o governo não protege a transmissão em tv aberta de futebol como de outros esportes nacionais). E ninguém simboliza melhor o futebol na emissora e na própria Austrália do que o lendário Les Murray, australiano nascido na Hungria apaixonado pelo esporte que esteve presente na transmissão de todas as Copas exibidas pela SBS.
Com esse perfil e trabalhando há décadas na única emissora realmente multicultural do país, não é de se estranhar que o cara é um entusiasta do futebol brasileiro e, infelizmente, vascaíno. Mas tem explicação. E matemática!
Les Murray está para o futebol australiano assim como os Canarinhos estão para o futebol brasileiro em Sydney. Ou seja, pensou em jogar uma pelada com brasileiros na cidade, o primeiro pensamento que vem à cabeça é o Sydney Brazilian Social Club, o popular Canarinhos, que desde 1972 joga religiosamente todo santo domingo, sendo que há pelo menos 20 anos no campo 7 do Centennial Park, oficialmente batizado de Brazilian Fields.
Pois bem, há tempos Les Murray é, digamos, patrono dos Canários, não em termos financeiros, mas no sentido de apoiar e dar força ao clube, já que o nome do homem pesa. Em 2004, por exemplo, juntamente com o atual presidente, Gel Freire, e o grande Dinamite, o maior artilheiro do Centennial Park caso o gol fosse 2 metros mais alto, Murray esteve no Brasil e acabou se convertendo ao time de São Januário.
E agora, para homenageá-lo e retribuir o apoio, os Canários criaram a I Les Murray Cup, competição que acontece neste domingo, no... Centennial Park, a partir das 9h30. A copa será disputada por 12 times formados por jogadores de diferentes nacionalidades e localidades. Serão 13 partidas no total, incluindo a grande final. Além do futebol, claro, vai rolar muita festa nos arredores, com participação especial do próprio Les Murray, que fará o discurso de abertura. Entrada grátis!
E para celebrar a primeira edição, às 17h, todos seguem para o Selina's, no Coogee Bay Hotel, onde rola mais uma edição do Beach Samba, festa da Baluart com batucada de esquenta e Samba Groove até às 22h. A entrada é grátis até às 19h - tanto pra mulher quanto pra homem. Depois é $10.
Enfim, se o australiano não gosta de futebol, o problema é dele. Nós gostamos! Se a Rússia e o Catar tem quantidades intercontinentais de petro-dólares, bom para a Fifa. Por aqui, um viva ao Les Murray e aos Canários (clique aqui para ler a história dos Canarinhos na íntegra)!
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