quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
A Deusa, a FIFA e a nota de $18
Enquanto uma penca de músicos, atores e celebridades como Oprah Winfrey, Jack Johnson, Rob Schneider, Bon Jovi, Axl Rose, Bob Geldorf e John Malcovitch desembarca por aqui nas próximas semanas, Elle Macpherson, modelo e deusa, faz o caminho inverso e segue para a Suíça, onde integrará o quarteto que vai defender, durante 30 minutos, a Austrália como país sede da Copa do Mundo de 2022.
A apresentação acontece na quarta-feira (meia-noite de quinta aqui) e a cerimônia na quinta (1h55 de sexta - transmissão ao vivo na SBS), quando anunciarão os países que sediarão os Mundiais de 2018 e 2022. Independentemente dos ganhadores, a credibilidade das escolhas será a mesma de uma nota de 18 dólares australianos (que equivale àquela nota lanranja de 16 reais).
Com todo respeito ao Papai Noel, só quem acredita no Bom Velinho para achar que a escolha de países para sediar Copas do Mundo e Olimpíadas são processos puramente técnicos e cristalinos. Em zonas que envolvem bilhões de dólares, política, muito poder e grandes tubarões do desporto nacional e internacional, sabemos que não tem virgem.
Há algumas semanas, três oficiais da FIFA (incluindo o solitário representante da Oceania) foram suspensos por possível envolvimento na venda de seus votos. Agora a pouco, a BBC exibiu na Inglaterra o tão aguardado episódio do Panorama trazendo denúncia contra outros três oficiais da entidade que, de 1989 a 1999, estariam envolvidos em um grande esquema de propina. Entre os acusados, ninguém menos do que Ricardo Teixeira, o poderoso chefão do futebol brasileiro.
Cenários como estes explicam o porquê do Brasil ter sido escolhido para sediar a Copa de 2014 e o Rio para as Olimpíadas de 2016. Claro, para o povo é maravilhoso, para a economia é fantástico, no meu caso, que sou jornalista, é uma oportunidade única mas, como todos sabem, o que vai de dinheiro pelo ralo e para outros lugares não tão inóspitos, é igualmente proporcional à popularidade do esporte.
De qualquer maneira, espero que Elle Macpherson, juntamente com o dono do Westfield e papa do futebol australiano, Frank Lowy, nossa representante da Rainha Elizabeth e Governadora-Geral, Quentin Bryce, além de celebridades como Hugh Jackman, Cathy Freeman, Ian Thorpe, Nicole Kidman e Kylie Minogue consigam bater Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e Catar, trazendo a Copa do Mundo pela primeira vez ao terceiro continente à sua escolha.
A apresentação acontece na quarta-feira (meia-noite de quinta aqui) e a cerimônia na quinta (1h55 de sexta - transmissão ao vivo na SBS), quando anunciarão os países que sediarão os Mundiais de 2018 e 2022. Independentemente dos ganhadores, a credibilidade das escolhas será a mesma de uma nota de 18 dólares australianos (que equivale àquela nota lanranja de 16 reais).
Com todo respeito ao Papai Noel, só quem acredita no Bom Velinho para achar que a escolha de países para sediar Copas do Mundo e Olimpíadas são processos puramente técnicos e cristalinos. Em zonas que envolvem bilhões de dólares, política, muito poder e grandes tubarões do desporto nacional e internacional, sabemos que não tem virgem.
Há algumas semanas, três oficiais da FIFA (incluindo o solitário representante da Oceania) foram suspensos por possível envolvimento na venda de seus votos. Agora a pouco, a BBC exibiu na Inglaterra o tão aguardado episódio do Panorama trazendo denúncia contra outros três oficiais da entidade que, de 1989 a 1999, estariam envolvidos em um grande esquema de propina. Entre os acusados, ninguém menos do que Ricardo Teixeira, o poderoso chefão do futebol brasileiro.
Cenários como estes explicam o porquê do Brasil ter sido escolhido para sediar a Copa de 2014 e o Rio para as Olimpíadas de 2016. Claro, para o povo é maravilhoso, para a economia é fantástico, no meu caso, que sou jornalista, é uma oportunidade única mas, como todos sabem, o que vai de dinheiro pelo ralo e para outros lugares não tão inóspitos, é igualmente proporcional à popularidade do esporte.
De qualquer maneira, espero que Elle Macpherson, juntamente com o dono do Westfield e papa do futebol australiano, Frank Lowy, nossa representante da Rainha Elizabeth e Governadora-Geral, Quentin Bryce, além de celebridades como Hugh Jackman, Cathy Freeman, Ian Thorpe, Nicole Kidman e Kylie Minogue consigam bater Coreia do Sul, Japão, Estados Unidos e Catar, trazendo a Copa do Mundo pela primeira vez ao terceiro continente à sua escolha.
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segunda-feira, 29 de novembro de 2010
Boa notícia (free tv)
É sempre bom começar a semana com boas novas. Portanto, vamos lá!
No início dos anos 1990, foi introduzido na Austrália o sistema de tv a cabo. À época, foi assinado documento assegurando que a transmissão dos principais eventos esportivos australianos como Melbourne Cup, Rugby League, AFL, Tests de cricket, Australian Open de tênis, entre tantos outros, ficariam com a tv aberta.
Pois bem, quase 20 anos se passaram e a expectativa e o receio do que poderia acontecer no início do próximo ano vinha aumentando. Principalmente por conta de um bicho-papão chamado Fox Sports, que quer comprar absolutamente tudo e revender via Foxtel.
Não sei se vocês repararam, mas aquelas propagandas com celebridades esportivas em prol da free tv que vinham sendo veiculadas nos últimos meses eram parte disso, pressionavam o governo, que controla o setor, a manter os direitos dos principais eventos com as tvs abertas.
A nova regulamentação será apresentada nos próximos dias, mas pelo que antecipou na semana passada o ministro das comunicações, Stephen Conroy, os principais eventos e torneios continuarão sendo exibidos na tv aberta, o que é um grande alívio, pois a exemplo do Brasil, aqui a programação das emissoras também é uma porcaria e, sem os esportes, não sobraria absolutamente nada!
No início dos anos 1990, foi introduzido na Austrália o sistema de tv a cabo. À época, foi assinado documento assegurando que a transmissão dos principais eventos esportivos australianos como Melbourne Cup, Rugby League, AFL, Tests de cricket, Australian Open de tênis, entre tantos outros, ficariam com a tv aberta.
Pois bem, quase 20 anos se passaram e a expectativa e o receio do que poderia acontecer no início do próximo ano vinha aumentando. Principalmente por conta de um bicho-papão chamado Fox Sports, que quer comprar absolutamente tudo e revender via Foxtel.
Não sei se vocês repararam, mas aquelas propagandas com celebridades esportivas em prol da free tv que vinham sendo veiculadas nos últimos meses eram parte disso, pressionavam o governo, que controla o setor, a manter os direitos dos principais eventos com as tvs abertas.
A nova regulamentação será apresentada nos próximos dias, mas pelo que antecipou na semana passada o ministro das comunicações, Stephen Conroy, os principais eventos e torneios continuarão sendo exibidos na tv aberta, o que é um grande alívio, pois a exemplo do Brasil, aqui a programação das emissoras também é uma porcaria e, sem os esportes, não sobraria absolutamente nada!
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domingo, 28 de novembro de 2010
Domingão com Beach Samba e Bigode
Depois de alguns dias paradisíacos, hoje não vai ter jeito: praia zero. O que não significa que será aquele famoso domingão frango/Silvio Santos. Pelo contrário!
Um dia como esse pede certo descanso físico e mental, algum esporte de leve, abertura de bar mais cedo, seja em casa ou num pub, e, claro, samba.
E é aí que entra Mr Balu, Coogee e o Beach Samba, que rola hoje das 17h às 22h, no Selina's, lá no Coogee Bay Hotel, com apresentação do Samba Groove e batucada nos intervalos.
Mulher entra grátis até às 19h, depois é $10, assim como homem, que paga $10 a qualquer hora. Porém, como estamos às vésperas de encerrar o Movember 2010, Balu já avisou que homem com bigode não precisa pagar os $10, basta apenas fazer uma simbólica doação para os Rivelinos, nosso time nesse grande e bigodudo evento em prol da conscientização e tratamento do câncer de próstata e da depressão masculina. Uma urna para doação estará na entrada.
Aliás, Ricardo Nogueiro, o Cadinho, amigo que conheço desde mil novecentos e Guaraná com rolha (para usar uma expressão da época), amigo de Booker Pitman, amigo de Colégio Objetivo, amigo de Libertadores e Mundiais, amigo de viagens etilicamente intermináveis pelas Cananéias e Ubatubas da vida, e que felizmente mora na Austrália, acaba de doar $30 para os Rivas, o que nos coloca em 7654 na colocação geral (praticamente o Corinthians no ano do Centenário) com um total de $250.
Como faltam apenas dois dias para encerrar o Movember e $50 para atingirmos nossa meta de $300 para esse ano, peço que o senhor, meu amigo, e a senhora, minha amiga, cliquem aqui e doem alguns poucos doletas por algumas ótimas causas.
Um dia como esse pede certo descanso físico e mental, algum esporte de leve, abertura de bar mais cedo, seja em casa ou num pub, e, claro, samba.
E é aí que entra Mr Balu, Coogee e o Beach Samba, que rola hoje das 17h às 22h, no Selina's, lá no Coogee Bay Hotel, com apresentação do Samba Groove e batucada nos intervalos.
Mulher entra grátis até às 19h, depois é $10, assim como homem, que paga $10 a qualquer hora. Porém, como estamos às vésperas de encerrar o Movember 2010, Balu já avisou que homem com bigode não precisa pagar os $10, basta apenas fazer uma simbólica doação para os Rivelinos, nosso time nesse grande e bigodudo evento em prol da conscientização e tratamento do câncer de próstata e da depressão masculina. Uma urna para doação estará na entrada.
Aliás, Ricardo Nogueiro, o Cadinho, amigo que conheço desde mil novecentos e Guaraná com rolha (para usar uma expressão da época), amigo de Booker Pitman, amigo de Colégio Objetivo, amigo de Libertadores e Mundiais, amigo de viagens etilicamente intermináveis pelas Cananéias e Ubatubas da vida, e que felizmente mora na Austrália, acaba de doar $30 para os Rivas, o que nos coloca em 7654 na colocação geral (praticamente o Corinthians no ano do Centenário) com um total de $250.
Como faltam apenas dois dias para encerrar o Movember e $50 para atingirmos nossa meta de $300 para esse ano, peço que o senhor, meu amigo, e a senhora, minha amiga, cliquem aqui e doem alguns poucos doletas por algumas ótimas causas.
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quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Comentando Gérson e a ilusão
Não sou de ficar em fóruns debatendo temas na internet, muito menos de entrar em polêmicas e discutir os comentários que rolam aqui no blog. Porém, essa semana publiquei o post Blitz e a Lei de Gérson, tive um retorno muito bom - principalmente no Facebook -, mas duas críticas me chamaram a atenção pois, coincidentemente, ambas são de pessoas que estão há bastante tempo na Austrália.
Importante: tenho muitos amigos que estão há bem mais do que 10, 20, 3o anos por essas bandas.
O ponto do referido texto foi justamente o colocado pela CCC (a amiga Cacá) na página dos comentários. Escrevo para uma revista de brasileiro na Austrália (Radar) e para uma agência de intercâmbio que traz estudante brasileiro (Ozzy Study); em janeiro realizaremos uma Mostra Coletiva de foto, vídeo, música ao vivo e muito mais envolvendo artistas brasileiros ou simplesmente brasileiros que estão procurando espaço para mostar seus trabalhos aqui na Austrália; há mais de dois anos tenho divulgado no blog tudo quanto é banda, pessoas, evento e o que mais rola ligado aos brasileiros por essas bandas; tenho também participado de programas de rádio sobre música brasileira (Vibez Brazil) e na transmissão da própria Copa do Mundo de futebol em português (SBS). Enfim, esse é o universo que trabalho e o público que acompanha.
Em pouco mais de 3 anos vivendo aqui, descobri que, quanto mais tempo ficamos fora do Brasil, mais o Brasil melhora. Explico: conforme a saudade cresce e a gente se acostuma com o lugar escolhido pra viver, a gente acaba criando ilusões de que tudo lá é bacana, perfeito e colorido, pois em geral só ficamos com as boas lembranças e os momentos bacanas. Ou seja, quando estamos aqui ou vivendo em qualquer outro país, nos esquecemos da sensação de total insegurança que sentimos 24 horas no Brasil, da corrupção desenfreada em todos os níveis, do tráfego insano que consome, no mínimo, duas horas do meu dia (pelo menos eu que sou de São Paulo), da cultura do jeitinho e de levar vantagem em tudo etc. E mesmo quando vamos passar umas semanas aproveitando ao máximo com dólar australiano, vivemos uma rotina de férias e não o dia-a-dia de quem mora lá.
Não acho que a Austrália seja perfeita ou o melhor país do mundo, aqui também tem muita gente ruim, muito picareta, pois estamos falando de seres humanos, animais que se não fôsse pela capacidade de usar 10% do cérebro e do polegar articulado, ainda poderiam ser chamados de macacos. Porém, que há uma diferença do tamanho do Oceano Pacífico entre o modo como as coisas funcionam num país de primeiro mundo e um país de terceiro mundo, ah tem!
Já falei várias vezes que amo a Austrália, e amo mesmo, principalmente o estilo de vida, a maneira como o australiano encara a vida e, enquanto o país me aceitar, vou ficando. Se um dia as portas se fecharem por aqui, pego todos os meus pertences (uma mala com adesivo da Tooheys New escrito For the love of beer) e me mando para outro lugar.
O que não significa que não amo o Brasil e não tenho orgulho de ser brasileiro. Claro que amo a terra onde nasci, sinto muita saudade da minha família, do meus amigos, dos botecos da vida de São Paulo, da música em toda esquina, da minha terapeuta e de tantas outras coisas. Assim como sinto muito orgulho de tantos brasileiros, gente como Tom Jobim e Chico Buarque, e amigos como o poeta Paulo Bonfim e o chef Edinho Engel.
Conforme escrevi num post anterior, a grande diferença entre a Austrália e o Brasil é que a Austrália é um país sério que não se leva a sério, enquanto o Brasil é um país nem um pouco sério que se leva muito a sério. Algo assim. Enquanto a gente não puder rir de nós mesmos e acreditar que nosso país é a perfeição em forma de samba, Carnaval e futebol, vamos ficar nessa.
Importante: tenho muitos amigos que estão há bem mais do que 10, 20, 3o anos por essas bandas.
O ponto do referido texto foi justamente o colocado pela CCC (a amiga Cacá) na página dos comentários. Escrevo para uma revista de brasileiro na Austrália (Radar) e para uma agência de intercâmbio que traz estudante brasileiro (Ozzy Study); em janeiro realizaremos uma Mostra Coletiva de foto, vídeo, música ao vivo e muito mais envolvendo artistas brasileiros ou simplesmente brasileiros que estão procurando espaço para mostar seus trabalhos aqui na Austrália; há mais de dois anos tenho divulgado no blog tudo quanto é banda, pessoas, evento e o que mais rola ligado aos brasileiros por essas bandas; tenho também participado de programas de rádio sobre música brasileira (Vibez Brazil) e na transmissão da própria Copa do Mundo de futebol em português (SBS). Enfim, esse é o universo que trabalho e o público que acompanha.
Em pouco mais de 3 anos vivendo aqui, descobri que, quanto mais tempo ficamos fora do Brasil, mais o Brasil melhora. Explico: conforme a saudade cresce e a gente se acostuma com o lugar escolhido pra viver, a gente acaba criando ilusões de que tudo lá é bacana, perfeito e colorido, pois em geral só ficamos com as boas lembranças e os momentos bacanas. Ou seja, quando estamos aqui ou vivendo em qualquer outro país, nos esquecemos da sensação de total insegurança que sentimos 24 horas no Brasil, da corrupção desenfreada em todos os níveis, do tráfego insano que consome, no mínimo, duas horas do meu dia (pelo menos eu que sou de São Paulo), da cultura do jeitinho e de levar vantagem em tudo etc. E mesmo quando vamos passar umas semanas aproveitando ao máximo com dólar australiano, vivemos uma rotina de férias e não o dia-a-dia de quem mora lá.
Não acho que a Austrália seja perfeita ou o melhor país do mundo, aqui também tem muita gente ruim, muito picareta, pois estamos falando de seres humanos, animais que se não fôsse pela capacidade de usar 10% do cérebro e do polegar articulado, ainda poderiam ser chamados de macacos. Porém, que há uma diferença do tamanho do Oceano Pacífico entre o modo como as coisas funcionam num país de primeiro mundo e um país de terceiro mundo, ah tem!
Já falei várias vezes que amo a Austrália, e amo mesmo, principalmente o estilo de vida, a maneira como o australiano encara a vida e, enquanto o país me aceitar, vou ficando. Se um dia as portas se fecharem por aqui, pego todos os meus pertences (uma mala com adesivo da Tooheys New escrito For the love of beer) e me mando para outro lugar.
O que não significa que não amo o Brasil e não tenho orgulho de ser brasileiro. Claro que amo a terra onde nasci, sinto muita saudade da minha família, do meus amigos, dos botecos da vida de São Paulo, da música em toda esquina, da minha terapeuta e de tantas outras coisas. Assim como sinto muito orgulho de tantos brasileiros, gente como Tom Jobim e Chico Buarque, e amigos como o poeta Paulo Bonfim e o chef Edinho Engel.
Conforme escrevi num post anterior, a grande diferença entre a Austrália e o Brasil é que a Austrália é um país sério que não se leva a sério, enquanto o Brasil é um país nem um pouco sério que se leva muito a sério. Algo assim. Enquanto a gente não puder rir de nós mesmos e acreditar que nosso país é a perfeição em forma de samba, Carnaval e futebol, vamos ficar nessa.
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