Povo de Sucupira, sucupiranos, o Itamaraty, também conhecido como Ministério das Relações Exteriores, acredita que somos aproximadamente 3.5 milhões de brasileiros vivendo fora do país. Ou seja, um Uruguai inteiro.
Conforme escrevi um um post anterior, eles resolveram criar o Conselho de Representantes de Brasileiros no Exterior (CRBE), subdividindo o globo em quatro regiões e estimulando a eleição de quatro sucupiranos internacionais em cada uma. As regiões são:
I - Américas do Sul e Central
II - América do Norte e Caribe
III - Europa
IV - Ásia, África, Oriente Médio e Oceania
Desses 3.5 milhões, estão na Austrália algo entre 20 e 30 mil brasileiros, não sei ao certo, sendo a grande maioria flutuantes, ou seja, estudantes fazendo cursos de curta e média duração que em breve retornarão para casa.
Isso significa que, numericamente, não somos absolutamente nada se comparados, por exemplo, a países como o Japão, que possui aproximadamente 300 mil brasileiros e é concorrente direto da Austrália para as quatro vagas.
Com isso, quando ficamos sabendo da eleição para o Conselho, nos reunimos com algumas pessoas e representantes de grupos para tentar definir um nome de consenso, já que se tivéssemos muitas opções de candidatos ou diversas frentes, os votos se dividiriam e não teríamos número suficiente para bater os outros países da Ásia, África e Oriente Médio, que tem muito mais brasileiros.
A conversa não foi adiante e foram lançandas condidaturas próprias, o que dificilmente vai resultar em um representante da Austrália no Conselho. Uma pena, mas como não existe comunidade brasileira por aqui, apenas diferentes grupos com afinidades em comum, vai continuar assim, cada um por si e o Departamento de Imigração contra todos.
As eleições acontecem entre os dias 1° e 9 de novembro, via Internet. Para maiores informações, veja no site do Itamaraty.
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
sábado, 23 de outubro de 2010
Política da boa vizinhança
O cara sabe que a festa vai rolar até amanhã de manhã, assim como sabe que o som estará no talo. Sabe também que o apartamento, por mais que tenha três quartos, sala e cozinha, não é suficiente para abrigar a quantidade de pessoas que virá, portanto ele sabe que vai ter gente espalhada por toda vizinhança. Sabe também que os excessos serão enormes, que menina vai beijar menina, menino vai participar, e quando perceber, o sol estará a pino, e mais de uma dezena de convivas estará sentada na grama do lado de fora, protegida na sombra que o barco estacionado na frente faz com a parede do apartamento. Com isso, sabendo que as chances de problemas são infinitas, meu vizinho da frente não teve dúvida: convidou o prédio inteiro para o seu aniversário, entregando este simpático bilhete-convite em todos os apartamentos.
Se não pode vencê-los, junte-se a eles (e isso serve para ambas as partes). Estaremos lá!
Se não pode vencê-los, junte-se a eles (e isso serve para ambas as partes). Estaremos lá!
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North Bondi
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Trabalho na Austrália - As presepadas
Com raríssimas exceções, todo brasileiro que vive na Austrália já fez ao menos um trabalho, digamos, memorável, daqueles que resultaram em grandes presepadas - seja pelo ofício em si ou pelo que aconteceu durante a labuta.
Eu, por exemplo, e o amigo Diogo Rodrigues, trabalhamos durante dois dias na terceira mansão mais cara de Sydney (leia o relato na íntegra). A missão? Manter duas lareiras e mais alguns spots acesos durante todo o aniversário da baroa (a mulher do barão).
Falhamos!
Não só deixamos o fogo da lareira crescer demais, destruindo a parede da terceira mansão mais cara de Sydney, como defumamos a sala inteira minutos antes dos convidados entrarem.
Outro exemplo é um conhecido nosso que foi pinto (ou pênis, se preferirem) em uma feira de sexo. Isso mesmo! O cara andava de um lado para o outro coberto por uma camisinha da ponta dos pés à cabeça. Clássico total!
Como sei que a grande maioria dos leitores down under deste blog já passou por alguma dessas na Austrália, por favor, clique aqui em baixo em COMENTÁRIOS e conte a sua história ou de algum conhecido.
Vaaaaleu!!!
Eu, por exemplo, e o amigo Diogo Rodrigues, trabalhamos durante dois dias na terceira mansão mais cara de Sydney (leia o relato na íntegra). A missão? Manter duas lareiras e mais alguns spots acesos durante todo o aniversário da baroa (a mulher do barão).
Falhamos!
Não só deixamos o fogo da lareira crescer demais, destruindo a parede da terceira mansão mais cara de Sydney, como defumamos a sala inteira minutos antes dos convidados entrarem.
Outro exemplo é um conhecido nosso que foi pinto (ou pênis, se preferirem) em uma feira de sexo. Isso mesmo! O cara andava de um lado para o outro coberto por uma camisinha da ponta dos pés à cabeça. Clássico total!
Como sei que a grande maioria dos leitores down under deste blog já passou por alguma dessas na Austrália, por favor, clique aqui em baixo em COMENTÁRIOS e conte a sua história ou de algum conhecido.
Vaaaaleu!!!
quarta-feira, 20 de outubro de 2010
Brazil Film Festival - Embarque imediato!
Daqui a poucas horinhas começa a segunda edição do Brazil Film Festival, que este ano está duplamente maior e melhor.
Maior porque de quatro passou para cinco dias em Sydney.
Maior porque foi além das fronteiras de Sydney, desembarcando também em Melbourne e Brisbane.
Melhor por conta da qualidade dos filmes.
Melhor porque este ano tem até trilha sonora composta por Claudio Lyra, sobrinho do grande Carlos Lyra, especialmente para o evento (clique aqui para entrar no site do festival e ouvi-la).
Pela distância entre Austrália e Brasil, e pelo número reduzido de brasileiros que vivem por aqui, as opções de programas que representam a cultura brasileira são muito poucas, portanto, quando um grupo de pessoas trazem cinco longas e alguns curtas para serem exibidos deste lado do mundo, em três cidades diferentes, é preciso agradecer e aplaudir de pé.
E é o que faço neste exato momento com cinco Enter's, um para cada organizador deste ano, e mais 2 Enter's para outras duas do ano passado.
ENTER
ENTER
ENTER
ENTER
ENTER
ENTER
ENTER
Ah, um Enter extra em homenagem aos patrocinadores.
ENTER
Bem, o festival taí e brasileiro que vive em Sydney e não assistir a pelo menos um filme não vai para o Céu. É sério! Principalmente porque os filmes serão exibidos no ótimo Dendy Opera Quays, que fica ao lado da Opera House, que fica ao lado do Opera Bar, o que significa cinema e alguns drinks na sequência. Já brasileiro que levar estrangeiro, garante automaticamente dois tickets para o Céu.
Hoje, o festival começa com Embarque Imediato (Now Boarding) e, após a exibição, o Abuka Trio, que faz parte do crew do Opera Bar, se apresenta lá. Para informações sobre cada filme, clique no logo abaixo.
Para comprar ingressos, clique aqui.
Maior porque de quatro passou para cinco dias em Sydney.
Maior porque foi além das fronteiras de Sydney, desembarcando também em Melbourne e Brisbane.
Melhor por conta da qualidade dos filmes.
Melhor porque este ano tem até trilha sonora composta por Claudio Lyra, sobrinho do grande Carlos Lyra, especialmente para o evento (clique aqui para entrar no site do festival e ouvi-la).
Pela distância entre Austrália e Brasil, e pelo número reduzido de brasileiros que vivem por aqui, as opções de programas que representam a cultura brasileira são muito poucas, portanto, quando um grupo de pessoas trazem cinco longas e alguns curtas para serem exibidos deste lado do mundo, em três cidades diferentes, é preciso agradecer e aplaudir de pé.
E é o que faço neste exato momento com cinco Enter's, um para cada organizador deste ano, e mais 2 Enter's para outras duas do ano passado.
ENTER
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Ah, um Enter extra em homenagem aos patrocinadores.
ENTER
Bem, o festival taí e brasileiro que vive em Sydney e não assistir a pelo menos um filme não vai para o Céu. É sério! Principalmente porque os filmes serão exibidos no ótimo Dendy Opera Quays, que fica ao lado da Opera House, que fica ao lado do Opera Bar, o que significa cinema e alguns drinks na sequência. Já brasileiro que levar estrangeiro, garante automaticamente dois tickets para o Céu.
Hoje, o festival começa com Embarque Imediato (Now Boarding) e, após a exibição, o Abuka Trio, que faz parte do crew do Opera Bar, se apresenta lá. Para informações sobre cada filme, clique no logo abaixo.
Para comprar ingressos, clique aqui.
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010
Reggae night!
Play I some music: (dis a) reggae music!
Play I some music: (dis a) reggae music!
Roots, rock, reggae: dis a reggae music!
Roots, rock, reggae: dis a reggae music!
Se estes versos fazem algum sentido pra você, não perca nesta terça a Tropical Heat, a noite de reggae armada pela Ozzy Study Brazil com a Fibra Entertainment que vai rolar todas as terças, das 19h à meia-noite, em Bondi Junction.
A festa acontece no Cock n' Bull, um dos irish pubs mais tradicionais de Sydney, a entrada é grátis, cerveja custará somente $3 e vodka $4. Ou seja, com $21 sai todo mundo feliz!
No palco, haverá rotação de bandas como Ziggy and Wild Drums e Caribbean Soul, além do forró da Faiscada. E nas pick-ups, ninguém menos do que o DJ Leo Chaibún , o uruguaio que mais entende de música brasileira no terceiro continente à sua escolha.
E o verão ainda nem começou...
Play I some music: (dis a) reggae music!
Roots, rock, reggae: dis a reggae music!
Roots, rock, reggae: dis a reggae music!
Se estes versos fazem algum sentido pra você, não perca nesta terça a Tropical Heat, a noite de reggae armada pela Ozzy Study Brazil com a Fibra Entertainment que vai rolar todas as terças, das 19h à meia-noite, em Bondi Junction.
A festa acontece no Cock n' Bull, um dos irish pubs mais tradicionais de Sydney, a entrada é grátis, cerveja custará somente $3 e vodka $4. Ou seja, com $21 sai todo mundo feliz!
No palco, haverá rotação de bandas como Ziggy and Wild Drums e Caribbean Soul, além do forró da Faiscada. E nas pick-ups, ninguém menos do que o DJ Leo Chaibún , o uruguaio que mais entende de música brasileira no terceiro continente à sua escolha.
E o verão ainda nem começou...
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sexta-feira, 15 de outubro de 2010
Studio Art, cerveja artesanal, jazz e Céu
Se tem alguém que desde o início me ajudou com o projeto de viabilizar a versão em inglês do meu livro na Austrália, essa pessoa é a Marcia Monje. Chegamos perto de trazer um grupo de xavantes pra cá, mas por questões burocráticas não rolou. O projeto, por ora, está parado, mas no dia em que as limitações do visto de estudante se tornarem coisas do passado, ele volta com tudo.
Citei a Marcia porque neste final de semana ela concretizará um projeto maravilhoso que desenvolveu com o australiano Chris Lamaro, o Start Studio Arts Fest.
A ideia é simples: levar o público para dentro dos estúdios e ateliers dos artistas.
Pra isso, ela reuniu 92 artistas de renome, que estão espalhados por 16 estúdios em 10 subúrbios. Levemente megalomaníaco, mas sensacional.
O Start Studio Arts Fest acontece neste sábado e domingo, das 10h às 17h, em Annandale, East Sydney, Leichhardt, Lilyfield, Mosman, Newtown, Redfern, Rozelle, St Peters, Surry Hills e Alexandria.
A entrada é grátis e quem não for não vai para o Céu. É sério!
Dica: tentem passar no de Mosman (Headland Park 1100A Middle Head Road), que segundo ela é fantástico.
Site
Neste sábado e domingo, também tem festival de cerveja.
The Australian Heritage Hotel, um dos pubs mais emblemáticos de The Rocks, promove a sexta edição do seu tradicionalíssimo The Australian Beer & Wine Festival, das 12h às 20h.
Dica: esqueçam o vinho, foquem na cerveja.
Estará participando a nata das cervejarias artesanais (ou de boutique, se preferirem) do terceiro continente à sua escolha, incluindo: 4 Pines, Little Creatures, McLaren Vale, Scharers, Matilda Bay, Blue Tongue, Stone & Wood, Fusion, Endeavour, James Squire e Balmain.
A entrada é grátis, 10 tickets de degustação custam $10 e a caneca $5. Quem não for, claro, não vai para o Céu. Quem for, o espírito subirá e o corpo ficará muito bem servido aqui em baixo.
Site
Também no sábado e domingo, em Balmain e Rozelle, fechando a semana gastronômica que rolou na nobre área, vai ter jazz ao vivo com trio de sax, piano e contra-baixo, das 11h às 14h. Para saber o local exato, clique aqui.
Arte, cerveja artesanal, jazz e, com certeza, muita mulher bonita. Deve ser isso o que chamam de paraíso. Quem não for, já sabe...
Aliás, no domingo, Mary MacKillop será canonizada no Vaticano, tornando-se a primeira santa australiana. Não preciso dizer mais nada.
Amém!
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Meu Avô A'uwê,
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quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Das torres à cápsula
Sei que é cedo, pois ainda restam dois meses e meio para a acabar o ano e muita coisa ainda pode acontecer. Mas como seria bom se a década de 2000, que começou com dois aviões, duas torres e um cretino, terminasse com este incrível exemplo de 33 homens, uma cápsula e um líder de verdade.
Chi Chi Chi Le Le Le!!!
Aliás, ouvindo a pouco o discurso do presidente Sebastian Piñera, ele se referiu ao acidente com o avião da Força Aérea Uruguaia ocorrido nos Andes, em 12 de outubro de 1972, episódio que ficou marcado pelo fato dos sobreviventes terem comido carne humana.
Treze pessoas morreram no momento do desastre, outros morreram nos dias e semanas seguintes e, após 8 dias, sem sucesso, o governo chileno encerrou as buscas.
Porém, Carlos Paéz Villaró, um dos artistas uruguaios mais conhecidos no mundo, arquiteto e à época trabalhando em grandes agências de publicidade, sabendo que o filho estava no vôo, juntou-se imediatamente às buscas. Após o governo chileno desistir, o coração de pai falou mais alto e ele decidiu ficar nos Andes para encontrar o filho.
Durante meses, bancando tudo por conta própria, Villaró, com a ajuda de voluntários e amigos, mergulhou na Cordilheira. Foi chamado de louco, claro, mas após 3 meses, não apenas encontrou o filho Carlos Miguel, como também outros 15 sobreviventes.
Sei que são contextos e épocas completamente diferentes, mas imaginem se o atual presidente chileno tivesse desistido no oitavo dia após a explosão na mina.
E com muita honra, no meio desta década que fomos de Bush a Pinero, passando por Obama, na virada de 2005 para 2006 tive o privilégio de conhecer Villaró pessoalmente, em sua Casapueblo, no Uruguai, e até trocarmos livros. Toda a saga dele nos Andes está em Entre mi Hijo y Yo, la Luna.
Chi Chi Chi Le Le Le!!!
Aliás, ouvindo a pouco o discurso do presidente Sebastian Piñera, ele se referiu ao acidente com o avião da Força Aérea Uruguaia ocorrido nos Andes, em 12 de outubro de 1972, episódio que ficou marcado pelo fato dos sobreviventes terem comido carne humana.
Treze pessoas morreram no momento do desastre, outros morreram nos dias e semanas seguintes e, após 8 dias, sem sucesso, o governo chileno encerrou as buscas.
Porém, Carlos Paéz Villaró, um dos artistas uruguaios mais conhecidos no mundo, arquiteto e à época trabalhando em grandes agências de publicidade, sabendo que o filho estava no vôo, juntou-se imediatamente às buscas. Após o governo chileno desistir, o coração de pai falou mais alto e ele decidiu ficar nos Andes para encontrar o filho.
Durante meses, bancando tudo por conta própria, Villaró, com a ajuda de voluntários e amigos, mergulhou na Cordilheira. Foi chamado de louco, claro, mas após 3 meses, não apenas encontrou o filho Carlos Miguel, como também outros 15 sobreviventes.
Sei que são contextos e épocas completamente diferentes, mas imaginem se o atual presidente chileno tivesse desistido no oitavo dia após a explosão na mina.
E com muita honra, no meio desta década que fomos de Bush a Pinero, passando por Obama, na virada de 2005 para 2006 tive o privilégio de conhecer Villaró pessoalmente, em sua Casapueblo, no Uruguai, e até trocarmos livros. Toda a saga dele nos Andes está em Entre mi Hijo y Yo, la Luna.
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