Continuando o post anterior...
As condições climáticas não estavam tão ruins quanto se esperava, apesar das rajadas de vento de aproximadamente 40 nós. Com isso, Jessica Watson, nossa Amyr Klink de saias, conseguiu contornar o último cabo da jornada, o Cape of Tasmania (ou seja, passou por todos do hemisfério sul), e agora, com ventos de 25 nós e ondas cada vez menores, sobe serelepe a costa da Tasmania rumo a Sydney.
Já são mais de meio ano desde que partiu da Sydney Harbour, em outubro do ano passado, e o feito nunca esteve tão próximo. Principalmente agora que navega em "águas familiares", segundo escreveu no blog.
A mil milhas náuticas de casa, o negócio é manter a concentração, segurar a ansiedade por um banho quente e torcer por condições cada vez melhores de navegação. O resto é história!
Esses dias, visitando o ótimo blog que o amigo Rafael Cury tem com outros 6 escribas, 0 7 Cronistas Crônicos , li o primeiro parágrafo de um texto que não apenas traduz o que tenho como ideal de vida (na verdade, o oposto disso), como também a imensa admiração que sinto pela Jessica Watson.
O parágrafo foi extraído do texto Menos um, de Leandro Afonso Guimarães.
Uma boa parte (ou talvez até a maioria) das pessoas que conheço faz basicamente duas coisas: sair de casa, trabalhar, voltar para casa e dormir. Nos finais de semana e feriados, na maior parte deles, elas descansam, cada uma à sua maneira – e, se sobrar tempo, se entregam a algum tipo de repouso. A desculpa é o cansaço. Investem no sono e na rentável ocupação de oito ou mais horas diárias não para (sobre)viver, mas porque não fariam nada de interessante caso tivessem mais tempo. Não sei se sou privilegiado por conhecer pessoas tão sedutoras em escala industrial, mas acho no mínimo interessante a maneira como elas lidam com a existência.
segunda-feira, 3 de maio de 2010
domingo, 2 de maio de 2010
Jessica Watson - O pior ficou para o fim (mas vai passar)
A situação é a seguinte. Jessica Watson, a adolescente australiana que está prestes a se tornar a pessoa mais jovem do mundo a circunavegar o planeta sozinha, sem parar e sem assistência, poderia estar muito mais próxima de Sydney. Poderia, pois é justamente nas milhas náuticas finais que a jornada está mais complicada.
Conforme escrevi no último post sobre a nossa Amyr Klink de saias, após entrar em águas australianas, Jessica seguiria pela Great Australian Bight, entre os estados de Western Australia e South Australia, depois, em vez de "ir reto" e atravessar o Bass Strait, entre Victoria e Tasmania, ela desceria a sudeste, navegaria ao sul da Tasmania, contornaria o estado-ilha e depois subiria para Sydney. Tudo isso para evitar o Bass Strait, que além das más condições climáticas, é repleto de barcos e ilhas.
Porém, já faz uma semana que o caminho pela Tasmania também está complicado devido a um sistema de baixa pressão (pra facilitar: péssimo tempo), que a obrigou a praticamente ficar parada aguardando melhora na previsão. Mas como estamos falando de mar e não de rodovia, "parada" não é exatamente o termo correto, principalmente porque onde ela se encontra, o tempo também está deplorável, com ventos que passam dos 35 nós e ondas de 10 metros, como essa segunda na foto acima. Não preciso dizer que o Ella's Pink Lady capotou recentemente (mais de uma vez), e ela está com alguns hematomas.
Bem, o negócio é ter paciência, não deixar que a ansiedade de abraçar os pais e tomar um banho quente atrapalhe e esperar por dias e ventos melhores. Que certamente virão, não só no mar, mas principalmente em terra firme após tamanho feito.
Anotem aí: próximo 26 de janeiro - Jessica Watson - Australian of the Year!
Fotos: Jessica Watson
Blog oficial da aventura: http://jessicawatson.com.au/_blog/Official_Jessica_Watson_Blog/
Marcadores:
Austrália,
Jessica Watson
sábado, 1 de maio de 2010
Blog Paulinho Martins
Paulinho Martins é um chef paulistano radicado na Bahia que conheço há 21 anos. Ele teve participação direta em algumas passagens importantes da minha vida, quando, por exemplo, eu estava para tomar bomba no primeiro colegial e ele falou: "Vem pro Objetivo que não tem erro". Não deu outra, foram os 2 anos e meio mais divertidos dentro de uma escola (e sem repetir, claro).
No final dos anos 1990, eu sabia que adorava comida, gastronomia, mas ainda não havia verbalizado a coisa. Até comecei a estudar francês. Vivíamos em cidades diferentes e fiquei sabendo que ele havia largado a advocacia para virar cozinheiro. Meio mundo caiu matando, desde o início achei ótimo.
Anos se passaram, nunca mais vivemos na mesma cidade, mas sempre que nos encontrávamos, ou ele me levava para intermináveis degustações de vinho ou tomávamos quantidades industriais de cerveja conversando sobre gastronomia, mulher, política (naquela época eu ainda falava sobre política) e futebol (não necessariamente nessa ordem).
Em 2005, durante viagem a Camburi, fomos ao Manacá, restaurante do mestre Edinho Engel onde Paulinho trabalhou por anos. Chegamos no meio da tarde, Edinho estava com a mulher Wanda e alguns amigos. Não os conhecia, sentamos e passamos a tarde tomando vinho e experimentando alguns queijos.
Tudo ia bem até que fechamos com um vinho do Porto. Aquilo foi uma porrada na minha cabeça, de tão complexo e sedutor. À noite voltamos ao Manacá, baita jantar, noitada sem fim com a brigada do restaurante, mas depois, ao retornar para São Paulo, o Porto não saía da cabeça. Ele ficou durante uma semana conversando comigo, até que tomei uma decisão: estudar vinho.
Me inscrevi no curso básico para iniciantes do SENAC (recomendo para qualquer um que queira iniciar na enologia), passei a frequentar tudo quanto era degustação, ler todas as revistas e livros que passavam na minha frente, conheci gente da área e mais importante (e prazeroso): tomei o máximo que o bolso e o fígado permitiam (o primeiro atrapalhava mais do que o segundo, que era um verdadeiro tanquinho de tanto que o treinava).
Na Bahia com Sandrinha.
Tentando direcionar o jornalismo para esse lado, mais tarde fui convidado para editar uma revista de enogastronomia. Por detalhes, o projeto não aconteceu, mas virei editor de uma publicação de culinária. Após um ano, saí e passei um mês sabático na Bahia, hospedado na casa de Paulinho (com sotaque), vivendo enogastronomia em tempo integral. De volta a São Paulo, fiz curso de 6 a 8 semanas (não me lembro exatamente) na Wilma Kovesi - indicação dele mesmo, que havia começado lá -, e decidi, motivado pelo vinho e pela gastronomia (além da corrupção e da violência do país), vir para a Austrália.
Bem, falei tudo isso porque o Paulinho está começando um blog muito bacana, com ótimos textos e tenho certeza de que vão gostar. Um deles, em especial, está fantástico, que é a saborosa simplicidade de um bolo de bolo da Bahia. É só clicar!
Aproveitem, pois além de cozinhar muito, o homem também escreve um bocado!
Saúde, meu chapa! Ou cheers, já que o senhor ainda virá cozinhar aqui e será um paulistano-soterozzytano.
www.paulinhomartinscsg.blogspot.com
No final dos anos 1990, eu sabia que adorava comida, gastronomia, mas ainda não havia verbalizado a coisa. Até comecei a estudar francês. Vivíamos em cidades diferentes e fiquei sabendo que ele havia largado a advocacia para virar cozinheiro. Meio mundo caiu matando, desde o início achei ótimo.
Anos se passaram, nunca mais vivemos na mesma cidade, mas sempre que nos encontrávamos, ou ele me levava para intermináveis degustações de vinho ou tomávamos quantidades industriais de cerveja conversando sobre gastronomia, mulher, política (naquela época eu ainda falava sobre política) e futebol (não necessariamente nessa ordem).
Em 2005, durante viagem a Camburi, fomos ao Manacá, restaurante do mestre Edinho Engel onde Paulinho trabalhou por anos. Chegamos no meio da tarde, Edinho estava com a mulher Wanda e alguns amigos. Não os conhecia, sentamos e passamos a tarde tomando vinho e experimentando alguns queijos.
Tudo ia bem até que fechamos com um vinho do Porto. Aquilo foi uma porrada na minha cabeça, de tão complexo e sedutor. À noite voltamos ao Manacá, baita jantar, noitada sem fim com a brigada do restaurante, mas depois, ao retornar para São Paulo, o Porto não saía da cabeça. Ele ficou durante uma semana conversando comigo, até que tomei uma decisão: estudar vinho.
Me inscrevi no curso básico para iniciantes do SENAC (recomendo para qualquer um que queira iniciar na enologia), passei a frequentar tudo quanto era degustação, ler todas as revistas e livros que passavam na minha frente, conheci gente da área e mais importante (e prazeroso): tomei o máximo que o bolso e o fígado permitiam (o primeiro atrapalhava mais do que o segundo, que era um verdadeiro tanquinho de tanto que o treinava).
Na Bahia com Sandrinha.
Tentando direcionar o jornalismo para esse lado, mais tarde fui convidado para editar uma revista de enogastronomia. Por detalhes, o projeto não aconteceu, mas virei editor de uma publicação de culinária. Após um ano, saí e passei um mês sabático na Bahia, hospedado na casa de Paulinho (com sotaque), vivendo enogastronomia em tempo integral. De volta a São Paulo, fiz curso de 6 a 8 semanas (não me lembro exatamente) na Wilma Kovesi - indicação dele mesmo, que havia começado lá -, e decidi, motivado pelo vinho e pela gastronomia (além da corrupção e da violência do país), vir para a Austrália.
Bem, falei tudo isso porque o Paulinho está começando um blog muito bacana, com ótimos textos e tenho certeza de que vão gostar. Um deles, em especial, está fantástico, que é a saborosa simplicidade de um bolo de bolo da Bahia. É só clicar!
Aproveitem, pois além de cozinhar muito, o homem também escreve um bocado!
Saúde, meu chapa! Ou cheers, já que o senhor ainda virá cozinhar aqui e será um paulistano-soterozzytano.
www.paulinhomartinscsg.blogspot.com
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vinho
sexta-feira, 30 de abril de 2010
Kid Mac no Beach Road
Hoje tem Kid Mac no Beach Road (71 Beach Rd - Bondi Beach), um dos meus local pubs preferidos (são douze no total).
O show faz parte do projeto Dust Tones, que toda sexta-feira traz hiphop e seus adjacentes como break, funk, dancehall, dub e soul, de graça. Isso mesmo, grátis!
Kid Mac, pra quem não conhece, é um australiano que cresceu ouvindo, entre outros, Roberto Carlos, jogou no juniores do Atlético Mineiro (dizem que foi ele quem ensinou o Diego Tardelli a chutar para o gol), e tem uma premiada carreira tanto na indústria musical quanto na cinematográfica. O último prêmio foi em março, quando recebeu o Best Urban Artist 2010, durante o MusicOz Awards.
Na música, Kid Mac faz um rap bem ao estilo australiano, ou seja, pra cima, descontraído, positivo, sem aquele peso da violência que tem no norte-americano e no brasileiro. E o DJ que o acompanha quebra absolutamente tudo!
Esse clipe com a participação do campeão mundial de surfe Tuj Burrow e do jogador de Rugby League Reni Maitua resume bem.
Hoje, além do Kid Mac, o Dust Tones também terá Bayside Wreckers, Noel Boogie e Bad Ezzy. Os shows serão das 20h à meia-noite. Não percam!
O show faz parte do projeto Dust Tones, que toda sexta-feira traz hiphop e seus adjacentes como break, funk, dancehall, dub e soul, de graça. Isso mesmo, grátis!
Kid Mac, pra quem não conhece, é um australiano que cresceu ouvindo, entre outros, Roberto Carlos, jogou no juniores do Atlético Mineiro (dizem que foi ele quem ensinou o Diego Tardelli a chutar para o gol), e tem uma premiada carreira tanto na indústria musical quanto na cinematográfica. O último prêmio foi em março, quando recebeu o Best Urban Artist 2010, durante o MusicOz Awards.
Na música, Kid Mac faz um rap bem ao estilo australiano, ou seja, pra cima, descontraído, positivo, sem aquele peso da violência que tem no norte-americano e no brasileiro. E o DJ que o acompanha quebra absolutamente tudo!
Esse clipe com a participação do campeão mundial de surfe Tuj Burrow e do jogador de Rugby League Reni Maitua resume bem.
Hoje, além do Kid Mac, o Dust Tones também terá Bayside Wreckers, Noel Boogie e Bad Ezzy. Os shows serão das 20h à meia-noite. Não percam!
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Kid Mac
quinta-feira, 29 de abril de 2010
Metallica na Austrália (agora confirmado)
Conforme adiantado aqui no blog (de forma não-oficial, claro) em 8 de abril, sim, teremos Metellica no terceiro continente à sua escolha.
Os homens passam com a Metallica World Magnetic Tour 2010 em outubro e novembro, e os ingressos serão vendidos em 13 de maio, às 9 da manhã. Ou seja, programe-se e corra, pois acabarão em poucos minutos. Mais! Membros do Ticketek terão pré-venda especial entre 11 de maio ao meio-dia e 12 de maio às 17hs.
Vejam as datas e os locais:
13 de outubro - Auckland Vector Arena
18 de outubro - Brisbane Entertainment Centre
22 de outubro - Perth Burswood Dome
10 de novembro - Sydney Acer Arena
15 de novembro - Adelaide Entertainment Centre
18 de novembro - Melbourne Rod Laver Arena
YEAHHH!!!
Os homens passam com a Metallica World Magnetic Tour 2010 em outubro e novembro, e os ingressos serão vendidos em 13 de maio, às 9 da manhã. Ou seja, programe-se e corra, pois acabarão em poucos minutos. Mais! Membros do Ticketek terão pré-venda especial entre 11 de maio ao meio-dia e 12 de maio às 17hs.
Vejam as datas e os locais:
13 de outubro - Auckland Vector Arena
18 de outubro - Brisbane Entertainment Centre
22 de outubro - Perth Burswood Dome
10 de novembro - Sydney Acer Arena
15 de novembro - Adelaide Entertainment Centre
18 de novembro - Melbourne Rod Laver Arena
YEAHHH!!!
Samba Cine Club em Melbourne
A ideia do cineasta carioca João Oliveira era recriar em Melbourne o ambiente dos “Cine Clubs” do Rio de Janeiro, que combinam cinema e música brasileira. Para viabilizá-la, chamou a produtora e promotora Juliana Frantz e o DJ Guido Melo. Eles conseguiram!
No início do ano nasceu o Samba Cine Club, evento mensal que teve as duas primeiras edições no 1000 Pound Bend, e agora foi para um espaço maior, o SHED 4, em Docklands, que não poderia ser mais apropriado, já que abriga a cooperativa de cinema OpenChannel.
Amanhã, sexta-feira, tem sessão. Será exibido o excelente “Estômago” (2007), de Marcos Jorge, eleito Melhor Filme no Festival do Rio 2007 (entre outros prêmios), que aborda poder, sexo e comida através da trajetória de Raimundo Donato, cozinheiro nordestino que aprende na marra a diferença entre os que devoram e os que são devorados.
O formato do Samba Cine Club é muito bacana, pois além do filme, sempre traz música e um bate-papo informal no final. A programação de amanhã é a seguinte:
Entrada: A partir das 17h30. Grátis!
Música: Trio Agogo, grupo de choro formado por australianos, às 18h30.
Filme: Estômago, às 19h30.
Bate-papo: Debate após o filme aberto a todos os espactadores.
Especial: Desta vez, por se tratar de comida, no final serão vendidos quitutes que aparecem no filme.
Paulo Miklos parece não estar muito satisfeito, mas vai ter coisa boa.
Aos organizadores, muitíssimo obrigado pelo convite, mas não pude ir por um motivo simples: em semana que estudante internacional paga escola na Austrália, o máximo que dá pra viajar é através do Google Earth. Fica para a próxima!
E quem estiver em Melbourne e não for, já sabe: não vai para o Céu. É sério!
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Melbourne,
Samba Cine Club
quarta-feira, 28 de abril de 2010
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