sexta-feira, 26 de março de 2010

Melbourne: Parte II - A Cidade



Três dias para conhecer uma cidade não é nada. Por outro lado, três dias, se bem aproveitados, é tempo de sobra para, ao menos, começar a ter uma idéia. Eu nunca havia visitado Melbourne até o final de semana passado, e achei sensacional. Mas claro, tem os seus problemas.



Sensacional porque é uma cidade cortada por um belo rio, o Yarra River, limpo (pelo menos parece ser), bem cuidado, sem mau cheiro e convidativo (não para nadar, mas para ficar nos arredores e até navegá-lo). Para quem viveu 26 dos primeiros 33 anos de vida em São Paulo (sendo 5 deles com vista para o Pinheiros), é algo sensacional ter um rio limpo dentro da cidade. Ainda mais tratando-se da segunda maior da Austrália.



Seria este o motivo pelo qual Melbourne é considerada a mais européia das cidades down under? Com certeza não, pois Perth, Brisbane e Hobart também são cortadas por rio.



A referência à Europa talvez seja pelas construções vitorianas, as mais fiéis e elaboradas ao estilo inglês de toda a Austrália, ou talvez pelo clima frio aliado aos bares e restaurantes, muitos deles à beira do próprio Yarra ou em ruelas estreitas e escondidas, todos muito charmosos e servindo boa comida e ótimos vinhos das regiões do Yarra Valley, Mornington Peninsula e Geelong, entre outras de Victoria. Passaria horas neles (aliás, passamos!).



Já St. Kilda é o bairro para se hospedar. Ou morar! A uns 20 minutos do centro, é onde está St. Kilda Beach, pedaço da costa que os moradores chamam de praia mas, na verdade, é uma baía.



A atmosfera do bairro é única. Acland Street, por exemplo, é uma espécie de Hall Street de Bondi, porém bem mais aculturada, com muito menos "artistas" e um contingente feminino mais interessante (incluindo a garçonete mais gata dos países não-nórdicos). A Acland, assim como a Fitzroy Street, merece uma caminhada a pé com parada em todo santo café, bar ou restaurante.



Já St. Kilda Beach é o local para praticar esportes, tomar sol, visitar a feirinha de artes e esquisitices que rola aos domingos e, claro, passar uma tarde tomando cerveja no beer garden dos hotéis ou nas varandas dos bares, enquanto ouve uma sonzeira ao vivo de frente para o mar (ops, pra baía).



Falando em som ao vivo, o grande barato de Melbourne é pegar todos os guias, tudo que se fala sobre a cidade - incluindo este blog - e deixar em casa. A cidade é repleta de bibocas, lugares pequenos onde você não dá nada ao passar pela porta, mas lá dentro rola uma música lascada ou uma comida incrível. O negócio é fuçar e descobrir.

Em off
Lembrem deste nome: Claypot.

Esporte é outra paixão e vocação da cidade. Todo mundo se lembra das Olimpíadas de Sydney 2000, mas não são todos que sabem que a primeira olimpíada no país foi disputada em 1956, em Melbourne.



Na semana que estávamos, além da final do futebol, tristemente relatada no post anterior, começaria o Australian Football Rules (AFL), modalidade número um do sul do país disputada em um campo oval e jogada com os pés e as mãos, cujo objetivo é fazer pontos chutando para um gol que é misto de trave de rugby com a do nosso futebol. Complicado? Nem tanto! O templo sagrado deste esporte e também do cricket em toda Austrália é o MCG (Melbourne Cricket Ground).

A cidade também já estava vivendo o clima da Fórmula 1, que começaria no final de semana seguinte (hoje). Mas, pra mim, o ápice esportivo é mesmo em janeiro, com o Australian Open de tênis que acontece no Melbourne Park, complexo que inclui a Rod Laver Arena, outro templo do esporte. Ainda assistirei umas partidas in loco.



Aliás, amo Sydney e por mim viveria aqui para sempre. Mas adoraria passar uma temporada "sabática" em Melbourne, chegando dia 1 de janeiro e ficando até 31 de dezembro. Neste período, iria em cada festival que rolasse na cidade, seja esportivo, artístico, gastronômico, enfim, viveria um ano em Melbourne conhecendo não só a cidade como o estado de Victoria inteiro, que por ser o segundo menor do país, não seria tão difícil.



Mas nem tudo é perfeito. Conforme dito no começo, a cidade tem alguns problemas.



O primeiro deles é a ausência de schooner. Sim! Uma cidade sem este copo pode se tornar inviável. Em Sydney, em qualquer pub que se vá, você sabe que pagará entre $4.50 e $6 num copo de cerveja de 425ml, a schooner. Lá só tem a pot, de 285ml, que seria a nossa middy, custa uns $4 e não dá nem para o cheiro; e a pint, o copão clássico de 568ml, mas que não sai por menos de $8. Só achamos schooner em um pub, num total de 147 que fomos. Ou seja, falência à vista!



O segundo problema é o clima. Não só por ser mais frio, o que não chegaria a ser um graaande problema, mas pela mudança constante de temperatura. Pô, meu, sou paulistano e sei bem o que é sair de manhã com vários casacos, ficar praticamente pelado na hora do almoço, começar a espirrar a partir das 17h e chegar em casa à noite querendo ir direto para o cobertor. Mas lá a alternância não pára. Em 4 horas sentado num pub ao ar livre, tirei e coloquei o casaco umas 14 vezes, sem exagero. As vezes eu não sabia se estava suando de calor ou se já era a febre por conta do frio.



E por último, mas não menos importante, temos os trams, os famosos bondinhos de Melbourne. Eu sei, fazem parte do DNA local, é a cara da cidade e tudo mais. Audrey e Ju, não se ofendam! Mas que eles são lentos demais, eles são, e que param a cada 15 metros, ah, eles param. Principalmente porque as ruas do centro são todas quadradas, e assim é esquina com farol demorado atrás de esquina com farol demorado, além de 4 paradas entre uma esquina demorada e outra. Perceberam a encrenca? Queria ver o que seria desses trams em Brasília, sem esquinas.



Parte III em breve com "O Jantar".

quarta-feira, 24 de março de 2010

Melbourne: Parte I - O Jogo



Grand Final, como todos sabem, significa grande final. Bem, quase todos...

Os jogadores do Melbourne Victory e do Sydney FC, pelo que apresentaram em campo no último sábado, no Etihad Stadium, em Melbourne, não faziam a menor idéia. De grande, só a quantidade de cerveja necessária para aguentar a partida.

Fomos ao estádio porque estávamos de passagem pela cidade - e não por opção futebolística ou amor pelo Sydney FC. Ou seja, tudo era festa. Mas para um jogo que valia o título do campeonato nacional, há poucos meses da Copa do Mundo... MEU DEUS! Sorte da Austrália que nenhum dos 23 jogadores que vão ao Mundial jogam no país.

Para vocês terem uma idéia, o Sydney não fez absolutamente nada e foi campeão. Como?



O Melbourne, que tem muito mais time do que o Sydney, logo de cara perdeu o centroavante Archie Thompson, careca marrento que já entrou machucado e sempre faz gol. Mesmo assim, empurrado pela torcida, o time pressionou durante grande parte do jogo até que na metade do segundo tempo fez um gol. Delírio total no estádio.



O árbitro, porém, anulou acertadamente e, na reposição de bola, o Sydney saiu rapidamente para o ataque e Bridge (não o amigo do Terry) abriu o placar para os visitantes, enquanto a torcida ainda vaiava o juiz. Aí, claro, passaram a xingar não só o trio de arbitragem e as respectivas progenitoras, como também o time do Sydney, nós da torcida, a cidade de Sydney, enfim, sobrou pra todo mundo. Faltando 9 minutos para acabar, o Melbourne empatou merecidamente, continuou pressionando, bombardeando, chutando de tudo quanto é lugar e quase fez uns 3 gols. Quaaaaaase!



A partida, então, foi para a prorrogação, que não passou de um verdadeiro show de câimbras. Sem forças para nada, os jogadores de ambos os times se arrastaram em campo e levaram a decisão para os pênaltis. Era a única chance do Sydney, que fez a lição de casa enquanto o Melbourne bateu bizonhamente.

Moral da história: 1 a 1 no tempo normal, 0 a 0 na prorrogação e 4 a 2 nas penalidades. Sydney FC campeão!



A Grand Final foi tão ruim, mas tão ruim, mas tão ruim, que os destaques foram:

Este simpático gorila que saiu não sabemos de onde para participar do "show do intervalo".



E os cavalos da polícia de Melbourne que, usando este modelo equino ecologicamente correto de Ambervision, deixou os nossos cavalos do Morumbi, Pacaembu e Maracanã morrendo de inveja.



sexta-feira, 19 de março de 2010

Exclusiva com Alex Atala



Daqui a algumas horas sigo pra Melbourne, onde desde 12 de março está rolando o Melbourne Food and Wine Festival. Coincidentemente, no sábado à noite, teremos a final da A-League, o campeonato nacional de futebol, com o nosso glorioso Sydney FC enfrentando o atual campeão Melbourne Victory. Vai ser difícil, mas estaremos no estádio pra torcer (e beber, claro, em caso de vitória, derrota, empate, WO...). Prometo texto e fotos no blog assim que der.



Bem, mas o objetivo principal da viagem não é o futebol, e sim o jantar que o grande Alex Atala fará na segunda-feira, no Jacques Reymond, segundo melhor restaurante de Victoria de acordo com a edição 2009 do Australian Gourmet Traveller.

Pouco antes dele vir, entrevistei o chef para a edição 9 da Radar Magazine, que já está circulando na Austrália. Segue a entrevista como foi publicada, acrescida de duas perguntas extras que não couberam.

O chef vem aí

O maior nome da gastronomia brasileira vem à Austrália para cozinhar, comer e realizar alguns sonhos

Alex Atala, o chef paulistano que colocou o Brasil definitivamente no circuito da alta gastronomia mundial, desembarca na Austrália para participar do Melbourne Food and Wine Festival, evento que acontece entre 12 e 23 de março e reúne alguns dos principais nomes da enogastronomia internacional. Atala apresentará aulas nos dias 20 e 21 (esgostadas desde o ano passado) e fará dois jantares no premiado restaurante Jacques Reymond, nos dias 22 e 23.



Com sólida formação clássica, domínio total das técnicas modernas e paixão pela culinária regional brasileira, o chef se tornou mundialmente famoso com o trabalho realizado no D.O.M., seu restaurante na capital paulista que desde 2006 figura entre os 50 melhores do planeta segundo a renomada Restaurant Magazine. Em janeiro de 2009, também em São Paulo, Atala inaugurou o Dalva e Dito, sua declaração de amor à cozinha patrimonial brasileira – como gosta de chamar – que traz pratos como galeto de televisão com risoto caseiro e pirarucu na chapa com vinagrete de castanha-do-Pará e ratatouille do sertão.

Como você vê o primeiro ano do Dalva e Dito?
Está dentro das expectativas. Começar um novo trabalho propõe grandes desafios. E implícitos nesses desafios há um trabalho quase de formiga, ou seja, muitas viagens com poucas quantidades. O Dalva e Dito vem se consolidando e conseguindo o meu primeiro objetivo que era tratar a cozinha tradicional, patrimonial brasileira, e elevá-la ao status de grande cozinha.

A passagem do D.O.M. para o Dalva parece ter sido algo natural. Muito do conceito do Dalva e Dito está ligado à cocção à vácuo em baixa temperatura, é isso mesmo?
De alguma forma sim. Eu sempre fui um grande curioso, um grande pesquisador de novas tecnologias na cozinha. Faço sempre questão de frisar que elas são, e serão sempre, foco da minha atenção, principalmente por me permitirem chegar a resultados que a cozinha tradicional não me permite. É o caso do Dalva. Apesar de estarmos todo o tempo tratando de cozinha patrimonial brasileira, essas tecnologias nos permitem a regularidade nas receitas e precisão nos pontos de cozimento, que realmente são aspectos importantes do Dalva e Dito. Acho que é onde o rústico brasileiro e a tecnologia de ponta convergem num grande momento.



É a primeira vez que vem à Austrália?
É a minha primeira vez e a realização de um sonho de muitos anos. A Grande Barreira de Corais é um sonho de adolescência. Sempre gostei muito de mergulho, de pesca e a Grande Barreira sempre foi uma fascinação. De algumas outras formas, sempre tive curiosidade, sempre gostei muito de música, de Men at Work a Nick Cave. A Austrália, efetivamente, por vários motivos sempre povoou a minha imaginação. É uma experiência que estou muito ansioso para viver. Quero muito conhecer a Austrália, comer o que se come aí, entender quais são as cores e sabores desse sonho que eu tinha na infância. E Melbourne tem um saborzinho especial.

Pode falar sobre o que vai apresentar?
Vou mostrar basicamente o que a gente faz no D.O.M., as receitas do dia-a-dia que compõem os menus-degustação. Mas quero principalmente frisar em Melbourne que o maior elo entre natureza e cultura passa por cima de uma mesa, por dentro de uma cozinha. Que a gastronomia no Brasil vem ganhando uma função a mais que não é só dar prazer, nos entreter, nos divertir ou nos alimentar. É também uma ferramenta da conservação. Ou seja, sustentabilidade e responsabilidade social são quesitos, são novas facetas que uma receita também pode apresentar.

Gosta de vinho austaliano?
Muito! Nós temos uma boa seleção de vinhos australianos. Sou extremamente favorável aos vinhos do novo mundo. Acho que o vinho e a cozinha vêm ganhando o status da música, a pluralidade. Entendo que cartas de vinhos, principalmente no novo mundo, tenham que contemplar os nossos vinhos e os vinhos dos países que compõem esse cinturão.



Qual australiano você indicaria para harmonizar com uma de suas comidas brasileiras?
Eu tenho o Grange, da Penfolds, que é um vinho incrível. As safras mais antigas, em que eles apresentam mais maturidade, podem ser muito convergentes com receitas de carne, com toques amazônicos, em que os aromas são muito pronunciados e muito presentes de acidez. Com boa quantidade de gordura, com muita persistência de sabor, acho que vinhos australianos combinam muito bem com a cozinha que a gente pratica.

A tendência na Austrália é um pouco parecida com a do Brasil: executar ingredientes e pratos locais, com técnicas modernas dentro das bases clássicas. É uma tendência mundial ou apenas dos dois países por serem continentais, terem fauna e flora riquíssimas e estarem localizados distantes do epicentro europeu?
Acho que Austrália e Brasil dividem mais algumas coisas. Climas parecidos, um povo descontraído e aberto à experimentação. Tudo isso compõe um cenário muito favorável a uma cozinha de experimentação. Fato também que outros chefs, por exemplo, os europeus, como o Andoni (Mugaritz-ESP), o Massimo Bottura (Osteria Francescana-ITA) e o Pascal Barbot (L'Astrance-FRA) também têm feito de alguma forma, trabalhando a favor de uma identidade não só de sua cozinha, mas de sua região. Os cardápios acabam refletindo a filosofia do chef, do seu país e do seu entorno.

Em 2006, o Estadão reuniu você, Mara Salles e Edinho Engel para discutirem conceitos e os rumos da gastronomia brasileira. Passados 3 anos do 1º Laboratório Paladar, pergunto: vocês conseguiram dar uma cara à gastronomia brasileira?
Cada vez mais. O Laboratório Paladar passou de uma experimentação de três chefs para um evento composto por uma média de 30 chefs brasileiros, sempre com chefs europeus estrelados do Michelin acompanhando esses passos. Eu acho que para o curto prazo a evolução foi gigantesca, mas ainda temos um grande caminho. A cozinha brasileira reflete essa diversidade do que pode ser a Amazônia e todo o território brasileiro, mas reflete também as nossas influências, os fatores de colonização. O Brasil, apesar de ter como principal colonizador Portugal, recebe grande influência da Itália, da Espanha e São Paulo é a maior colônia japonesa do mundo. Isso indiretamente também nos influencia. Quer dizer, Brasil é um grande mosaico e a gente vem conseguindo plasmar isso, representar na nossa cozinha.

Nos últimos anos, chef no Brasil se tornou muito valorizado, não financeiramente, mas em termos de status. Continua assim?
Há algumas deformações da profissão. Algumas pessoas ainda acham que chefs viraram milionários. Além do glamour, existe uma visão distorcida do que pode ser remuneração de cozinha. E o maior erro que as pessoas ainda cometem: para nós, em português, existe uma palavra que é cozinheiro e outra palavra que é o chef de cozinha. Em inglês, muitas vezes não vemos essa diferença, todo mundo expressa chef, um cozinheiro normal é chamado de chef. No Brasil nós temos uma hierarquia muito clara: o que é um aprendiz de cozinha, o que é um cozinheiro, o que é um chef de partie, o que é um subchef e o que vai ser um chef de cozinha amanhã. Infelizmente todo mundo quer chegar só a ser chef, ou seja, são chefs sem cozinha. Mas há um outro lado dessa moeda que vem sendo bastante positivo: pessoas que realmente se encontraram através da cozinha e vêm ajudando muito o Brasil de um modo geral.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Happy St. Patrick's Day

No meu local irish pub número dois, o Cock N' Bull, a festa começou oficialmente à 9 da manhã. O negócio é simples: por apenas $17, você tem direito a um tradicional irish breakfast (carnes de porco e batatas não faltarão), camiseta e, claro, uma cerveja para iniciar a celebração em homenagem ao grande St. Patrick, o padroeiro da minha Irlanda.



Sim! Sou um entusiasta da Irlanda, dos irlandeses, das irlandesas, enfim, de tudo o que vem das terras do verdadeiro black gold, a Guinness, o amargor negro dos deuses.

ENTER
ENTER
ENTER

Três respeitosos ENTER'S em homenagem ao mestre Sir Arthur Guinness.



Dizem as boas línguas que 80% da cerveja preta consumida no mundo é Guinness. Se for verdade, sinal de que a humanidade não está tão perdida assim. E as mesmas boas línguas também contam que 10 milhões de pints (não me venham com scooner) de Guinness são consumidas diariamente no planeta.

Como cerca de 10% da população da Austrália é irlandesa ou descendente direta, a festa vai ser grande em todo país. Vale a pena dar ao menos uma passada no irish pub mais perto, pois é bem divertida. E se você é daqueles fanfarrões que tira sarro de todo mundo na escola de inglês, deixe a camiseta do Thierry Henry em casa, pois não são todos que tem o mesmo espírito pilhérico.



Bem, já passam das 10 da manhã e, em homenagem ao grande St. Patrick, cuja graça foi passada ao meu sensacional sobrinho, seguirei para o meu local irish pub número dois para contribuir. Afinal, não vai ser no dia de St. Patrick que deixaremos a média de 10 milhões de pints cair.

Sláinte!



segunda-feira, 15 de março de 2010

Kelly Slater no quintal de algum brasileiro

Foto 1: Kelly Slater no quintal de casa. Na verdade, na varanda.



Foto 2: Kelly Slater no quintal da casa (de alguém). E que belo quintal!



Para quem está lendo esse texto do Brasil e tem amigos aqui, um aviso importante: Bondi Beach não é o quintal da casa de ninguém!

Mas vamos aos fatos. Quem esteve em Sydney ontem e não foi a Bondi Beach dificilmente será aceito lá em cima, o que significa que precisará ajudar muita velhinha a atravessa a rua se quiser ir para o Céu.

Que dia! Tremenda atmosfera, ondas melhores do que de sábado - mas nada muito grande (4 a 5 pés) e, claro, alguns dos melhores surfistas do planeta na água.


Taj Burror waveless.


Kelly Slater no quintal (ops, na água).

O formato do Boost Mobile Surf Sho foi bem bacana. Quem determinava as manobras que os surfistas deveriam fazer era a roleta abaixo. Assim, os dois fanfarrões rodavam e os surfistas literalmente voavam atrás da maior pontuação naquela manobra. Quem conseguisse ganhava um B. Na sequência um O, depois outro O e assim por diante até formar a palavra BOOST.



O grande campeão foi o novato Owen Wright, australiano de 20 anos especialista nos aéreos. Ele derrotou ninguém menos do que o australiano Mick Fanning, atual campeão do mundo, Jordy Smith, sulafricano número dois do planeta, Taj Burrow, vencedor da primeira etapa da temporada, disputada na Gold Coast, no começo do mês, e, claro, a lenda.


Owen entrando para conquistar seus "O's".



Pela quantidade de brasileiros que estiveram na praia ontem, a chance de hoje aparecerem fotos no Facebook, Orkut, Twitter e o que mais tiver de redes sociais com os dizeres "Kelly Slater no quintal de casa" é gigante. Caso alguém veja alguma, por gentileza, entre em contato com Joseph Facebook, Albert Orkut ou Andrew Twitter, os respectivos fundadores, para eles tomarem as devidas providências em termos de bloqueio de conta.

Grato!

E vamos às chapas:















Aqui na água, tia!





Terminada a competição, rolaram dois shows. O primeiro de uns ilustres desconhecidos (pelo menos pra mim), e depois do tal do The Beautiful Girl, banda bem água com açúcar que de beautiful girl não tem nada, é um monte de cuecas. Mas o fato é que enquanto os shows rolavam, Kelly Slater permaneceu autografando seguramente por mais de uma hora todo mundo que ia até a cerca onde ele estava. É O CARA!

sábado, 13 de março de 2010

Glauco (1957-2010)