quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A primeira santa australiana - vamos pro Céu


Segundo o censo de 2006, 64% dos australianos são cristãos, sendo que 26% católicos romanos. Ou seja, no último domingo, pelo menos 1/4 da população local garantiu, tecnicamente, um lugar no Céu.

Sim, porque Bento XVI, o papa, anunciou o reconhecimento do segundo milagre da irmã Mary MacKillop (1842-1909), que teria curado uma desenganada mulher que morria de um câncer inoperável no pulmão.



Para o Vaticano, dois milagres são suficientes para iniciar o processo de canonização. Sendo assim, no próximo ano, em Roma, a Austrália terá oficialmente a sua primeira santa.

Eu, mesmo não sendo católico, estou em festa e tenho certeza de que de agora em diante garantirei o meu lugar no Céu. Explico!

Mary MacKillop co-fundou, em 1866, a ordem Sisters of St Joseph, na pequena cidade de Penola, localizada no coração da região vinícola de Coonawarra (SA), uma das minha preferidas.



Lá produzem alguns dos melhores exemplares de Cabernet Sauvignon do país, e eu, um peregrino do vinho, terei mais um motivo para ir até essa terra santa. Afinal, nada mais bíblico do que um cálice de vinho (no meu caso, uma botejinha!).

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"O Filho do Homem" no Opera Bar



Não, não teremos uma aparição natalina do aniversariante do mês, até porque seria injusto ele dar o ar da graça em Sydney e não aparecer nas outras não sei quantas milhões (ou seriam bilhões?) de cidades espalhadas pelo planeta.



Mas "O Filho do Homem" (editora Scortecci), quinto livro do escritor paulista João Anatalino, será lançado amanhã no Opera Bar, a partir das 18h, com a presença do próprio... autor.



João Anatalino, para quem não sabe, é pai da nossa gloriosa Jenifer Rodrigues, e o livro, polêmico, é um romance sobre o filho de Maria, mais precisamente sobre a visita que ela recebeu de um estranho jovem, pouco antes de se encontrar grávida. As questões que o autor levantam são:

Como se deu realmente essa concepção? Foi uma obra do amor de Deus para com a humanidade, ou um acontecimento comum entre dois jovens que se encontraram, se encantaram e se amaram?



O Opera Bar fica ao lado da Opera House (Lower Concourse Level), em Sydney. Apareça!

sábado, 19 de dezembro de 2009

Caos terrestre... um pouquinho de Brasil iá iá

Ontem foi, seguramente, um dos dias mais caóticos de Sydney nos últimos tempos. Bem, pelo menos para os padrões australianos.



Pra começar, greve de ônibus. Como é o principal meio de transporte, juntamente com trem, a situação complicou. E pra castigar, garoa, chuva e frio.

Mais! Era sexta-feira e estamos às vésperas da chegada do Santa, ou seja, as pessoas já estão dominadas pela típica e detestável ansiedade natalina. Pior! Havia, no mínimo, 30 functions em cada esquina (leia-se festas de firrrrmas).



Resumindo: mais um pouquinho nevava... canivetes!

Era um dia para não sair de casa, mas eu tinha a festa de final de ano da firrrma. Sem ônibus, com filas imensas para pegar taxi e impossibilitado de ir andando, pois chovia, demorei 2 horas para chegar no Beach Road, saindo de Bronte (trajeto de no máximo 30 minutos).

Cercado pelo staff da firrrrma - todos brasileiros - matei a primeira cerveja em apenas um gole e batuquei:

Isto aqui, ô ô / É um pouquinho de Brasil iá iá / Deste Brasil que canta e é feliz, / Feliz, feliz...

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Duas pérolas de brasileiros na Austrália

Verão na Austrália é sinônimo de cricket.



Para o brasileiro, se por um lado ele não entende nada e não dá a mínima, por outro é sempre uma oportunidade de trabalho, pois nessa época os estádios recrutam bastante alcoholic overseas student para trabalhar como garçom, no bar, na cozinha e na limpeza.

Pois bem, esses dias, um estudante entrou numa agência atrás de trabalho. Rolou o seguinte diálogo:

Estudante: Fiquei sabendo que abriram as inscrições para a temporada de cricket, vocês têm algum contato lá?
Atendente: Temos sim, por que, você joga?

Sim, ele joga! No Brasil, o recém-chegado estudante era capitão do time do Corinthians de cricket!



Mas teve mais.

Um australiano, namorado de uma brasileira, contava sobre um incidente ocorrido na noite anterior. Ele falou que brigou com um maori, que o cara era enorme - a exemplo de 98,6% dos maoris - e que a coisa foi feia. A atendente pergunta:

- Mas o Maori era brasileiro?

Sim! O nome dele era Maori da Silva Jr, ele dança o haka e tem uma nêga chamada Teresa.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Caos aéreo... na Austrália

Não é só o Brasil que adora um caos nos aeroportos.



Ontem, por volta da hora do almoço, um problema num cabo de telecomunicação da Telstra, no aeroporto de Melbourne, tirou do ar todo o sistema da Virgin Blue. Resultado: 48 vôos da companhia foram cancelados, prejudicando cerca de 6 mil passageiros. A Telstra só consertou às 22h30.



Conhecendo essas detestáveis empresas de telecomunicação, imagino que o funcionário da Virgin Blue ligou para a Telstra, caiu no call center e passou horas na linha com um atendente indiano radicado no Egito. Uma verdadeira enxurrada de gerúndios!

Mas não é só!

Os engenheiros (sempre eles) da Qantas, a principal companhia aérea australiana, estão ameaçando entrar em greve nos próximos dias, mais precisamente entre o Natal e o Reveillon. Motivo? Sobrecarga de trabalho.



O curioso é o fato de ser justamente a Qantas, cujo slogan é "Spirit of Australia", quando sabemos que se tem algo que não faz parte do espírito australiano é o excesso de labuta. Ou seja, a filosofia não condiz com a realidade da empresa.

Aliás, este dé-sa-pre-ço (com sotaque bem baiano mesmo) por muito trabalho não é uma característica somente do australiano, mas se estende ao brasileiro e a praticamente todos os povos dos trópicos.

Mas deixo esse assunto para outro post, já que estou com preguiça de me aprofundar!

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Como perder uma regata



Aproveitando que o verão está aí, e que moro numa cidade localizada entre uma imensa baía e o oceano (na verdade, o Mar da Tasmânia), continuarei com os posts "pé na areia".

Agora há pouco, fui até Nielsen Park, ao lado de Vaucluse, para acompanhar de perto o SOLAS Big Boat Challenge, espécie de aquecimento para a Rolex Sydney Hobart Yacht Race, uma das regatas mais tradicionais do hemisfério sul.



Cheguei no meio da competição, e a disputa já estava bem definida entre o sempre favorito Wild Oats XI (acima, com o logo do Channel 7), campeão das últimas 3 edições da Sydney Hobart, e o Alfa Romeo, barco da vizinha Nova Zelândia (acima, com a vela branca).



Como não poderia ser diferente, o Wild Oats XI é o meu barco favorito por estas bandas, já que o seu proprietário é ninguém menos do que o grande Robert Oatley, proprietário da Robert Oatley Vineyards, vinícola com bases em Mudgee (NSW) e Western Australia que faz verdadeiros canhãozinhos.



Bem, mas voltando à Sydney Harbour, hoje não foi um grande dia para o barco do nosso Bob Oatley. Quando cheguei, o Wild Oats XI estava tranquilo e infalível como Bruce Lee na liderança, seguido pelo Alfa Romeo.

Parecia que venceria com facilidade e abriria caminho para o tetra na Sydney Hobart, uma vez que reza a lenda que o vencedor dessa regata tradicionalmente leva a Sydney Hobart na sequência.

Porém, a sorte começou a mudar, o vento a aumentar e, como podem ver abaixo, algo aconteceu com a vela do Wild Oats XI.



Eles não conseguiram arrumar, o barco perdeu velocidade e, numa verdadeira aula de como perder uma regata, assistiram ao Alfa Romeo fazer uma grande ultrapassagem e vencer!







Resumindo: deu zebra!!!

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Tudo acaba em function



Com 245 metros de comprimento, pouco mais de 70 mil toneladas, 11 decks e capacidade para 1950 fanfarrões (ops, passageiros), o Pacific Jewel da P&O Cruises Australia chegou na Sydney Harbour na última quinta-feira, por volta as 5h45 da manhã.

O navio passou o final de semana atracado em frente ao terminal de passageiros internacionais, atraindo milhares de pessoas. Eu, claro, fui dar uma olhada e é realmente impressionante. Basta ver que deixou a Harbour Bridge e a Opera House pequenos.


E como tudo na Austrália acaba em function, no sábado à noite o navio foi palco de uma grande festa aberta ao público. Não que o povo pudesse entrar, se debruçar na proa e gritar "I'm the king of the world", longe disso, mas montaram uma pequena e natalina área vip do lado de fora onde exibiram num telão as atrações que rolavam lá dentro.



Function, para quem não sabe, é todo e qualquer evento em que são servidos comes e bebes. Casamento é function, festa de formatura é function, jantar de premiação é function, enfim, func significa "fan", e tion "farra". Logo: function nada mais é do que uma fanfarra.



Brasileiro na Austrália adora function. Primeiro porque somos fanfarrões por natureza. E segundo porque raríssimos são os brasileiros que nunca trabalharam numa function por aqui. Principalmente na chegada, quando o inglês ainda é the book is on the table e servir 4 pratos de uma vez é uma das poucas alternativas para fazer um dinheiro (em geral pagam bem - tchu-tchin!).


Trabalhei em duas functions, e foi o suficiente para nunca mais voltar. Eu tinha uns 2 a 3 meses de Austrália e a experiência foi péssima. Quase traumática! Mas foi uma base importante para eu trabalhar durante um ano como garçom num restaurante mexicano, quando eu era, seguramente, um dos piores do mundo.

Na verdade, cheguei a trabalhar num aniversário de 40 anos realizado na terceira mansão mais cara de Sydney, o que não deixa de ser uma function. O resultado, claro, foi um tremendo desastre, como podem ver aqui e aqui!

Bem, mas o importante é que o Pacific Jewel está partindo, muitos brasileiros chegando e, de um jeito ou de outro, na Austrália, tudo acaba em function (ou na function)!