Domingo passado fui à festa junina do BraCCA (Brazilian Community Council of Australia), a principal associação de brasileiros por aqui. Já tradicional, a festa rolou em um clube português e, apesar das filas (brasileiro adora uma fila) e da chuva, estava bem bacana.
Principalmente por eu ter conhecido uma honesta cerveja portuguesa que jamais ouvira falar, a Super Bock, e, claro, por ter encontrado algumas figuraças que só a comunidade brasileira tem. Verdadeiros “engenheiros”!
Mas o engraçado mesmo foi a maneira como uma mulher se referiu a mim, quando me apresentaram a ela:
- Esse aqui é o Pablo, jornalista, trabalha na Ozzy, escreve pra Radar e tem um blog superlegal.
- Ahhhhhhhhhh, você é o tio dos gêmeos!
Lição do dia: anos de jornalismo, uma batalha para conseguir escrever deste lado do Pacífico, litros e mais de litros de café, horas debruçado no computador (seja em casa ou na biblioteca de Waverley), mas desde 30 de outubro do ano passado, nada mais do que o tio dos gêmeos.
Com vocês, as últimas chapas de Patrick e Georgia:
terça-feira, 16 de junho de 2009
segunda-feira, 15 de junho de 2009
Voa, Canarinho voa!
Matéria publicada na edição 5 da Radar Magazine.
A decisão estava nos minutos finais e o Sydney Brazilian Social Club (SBSC) vencia por 1 a 0, quando o atacante brasileiro recebeu a bola na área. Ele dominou, driblou o primeiro, driblou o segundo, passou pelo terceiro e, enquanto o resto do time gritava “chuta!”, “toca!”, ele fintou o quarto, ameaçou bater, esperou o goleiro cair e o encobriu com um toquinho sutil.
Este golaço coroou a histórica participação do SBSC no campeonato da Inner City Football Association (ICFA). Com a vitória por 2 a 0 sobre o poderoso La Ciccolina, os Canarinhos – como são conhecidos – em seu primeiro ano disputando a tradicional liga amadora de Sydney, sagraram-se o primeiro time brasileiro de futebol a levantar um caneco oficial na Austrália. O feito foi realizado em setembro de 2008, mas esta história começou muito antes.
O ano era 1972, e o Brasil já havia conquistado 3 Copas do Mundo de futebol, enquanto a Austrália jamais se classificara para um Mundial – nem mesmo uma liga nacional profissional tinha. Na época, não havia tantos brasileiros quanto hoje por aqui. Mas os poucos que se aventuravam, iniciaram, timidamente, a se encontrar aos domingos para bater uma bola. “Uns jogavam em Rushcutters Bay e outros no Moore Park. Aí começaram a jogar somente no Moore Park”, afirma seu Carlos, um dos primeiros Canarinhos. Era o jeito de matar um pouco a saudade de casa, se divertir e falar português, pois no resto da semana era só trabalho e se virar com um inglês pra lá de “the book is on the table”. Além de Carlos, outros membros desta primeira geração como seu Macário, Baiano Bangu, Harold Rocha e Caju estão firmes até hoje, seja jogando ou apenas “cornetando” do lado de fora. A diversão é garantida!
Canarinhos em 1997
Durante os anos 1970, nomes como Paulinho Dutra, Odilon e Wilson foram sinônimos de futebol-arte, e até hoje são lembrados com muito respeito pelos mais antigos. Mas eles não chegaram a jogar profissionalmente na Austrália, como o meia Agenor Muniz, o grande nome da primeira década. Agenor, que atuava pelo Vasco da Gama, desembarcou em 1971 com a primeira leva de jogadores profissionais que veio para o país. Ele foi contratado pelo Sydney Hakoah Club e, após se naturalizar australiano, chegou a defender a seleção nacional entre 1976 e 1979. O futebol do país, por sinal, vinha crescendo e alcançou dois importantes êxitos: a inédita classificação para a Copa do Mundo de 1974, com o time liderado pelo meia John Warren; e a criação da National Soccer League (NSL), em 1977, a primeira competição nacional de futebol na Austrália.
Alguns brasileiros passaram pela NSL. Um dos que mais se destacou foi o carioca de Maricá Nélio Borges, o Nelinho, que chegou na Austrália em 1979. Jogador amador no Brasil, ele foi descoberto por um olheiro que o trouxe com outros dois conterrâneos: Marquinhos e Mozart. Mesmo jogando profissionalmente na National Soccer League, Nélio, desde o início, fez parte dos Canarinhos. “Quando os jogos da liga caíam no sábado, domingo era certeza que eu vinha”, conta o veterano meia, que ainda faz seus gols.
Em 1989, do Moore Park a pelada passou para o Centennial Park, onde está até hoje. Àquela altura, os boleiros já haviam se tornado uma grande família. “Aqui, sempre que um precisa, tem o outro para ajudar. Se o cara está precisando de trabalho, é só aparecer que vai encontrar algum bico para fazer, ou algum trabalho mesmo”, diz Gelcimar Freire, o Gel, atual vice-presidente do clube.
O clube
Em uma tarde de 1996, após jogar contra um time de chilenos, um dos Canarinhos foi até o carro e pegou 6 garrafas de cerveja. “Ficamos lá, eu, o Nelinho e mais um pessoal, tomando uma cervejinha, e aí veio a idéia: pô, por que a gente não faz isso todo domingo, por que a gente não leva uma cervejinha? Contamos a idéia para o pessoal e eles gostaram. Foi aí que resolvemos fundar o clube”, conta Chicão, atual tesoureiro. A primeira reunião aconteceu em 23 de fevereiro de 1996, e os peladeiros overseas, que já haviam se tornado uma família, agora também tinham um clube.
Duas lendas: Johnny Warren e Baiano Bangu
O Sydney Brazilian Social Club é uma entidade filantrópica, sem fins-lucrativos, aberta para brasileiros e estrangeiros que se unem não só em torno do futebol, mas para aproveitar o pós-pelada, o que inclui cerveja e churrasco. Não é todo domingo que rola uma carninha, mas pelo menos uma vez por mês é realizado um churrasco com cerveja, pagode e, às vezes, feijoada e outras comidas típicas do país. Chicão explica: “Até então, terminava o jogo e o pessoal ia embora. Mas depois mudou. O pessoal começou a ficar e aproveitar. Quem sofre é a mulherada, que reclama que os caras vão jogar bola. Mas a gente precisa também”.
Les Murray no Maracanã com Gel e Dinamite
Jogando tanto tempo no mesmo lugar, os brasileiros ficaram conhecidos. Os próprios funcionários do Centennial Park passaram a se referir aos dois gramados usados por eles como “Brazilian Fields”. O nome não só pegou, como foi oficialmente batizado pela organização do parque no início dos anos 2000. Mas antes mesmo, a popularidade já era alta. A longa tradição despertou o interesse de muita gente ligada ao futebol na Austrália. Les Murray, por exemplo, jornalista e apresentador da SBS, é considerado membro honorário e padrinho do clube". Andy Harper, apresentador da Fox Sports, Michael Cockerill, comentarista da Fox Sports e colunista do Sydney Morning Herald, e Liz Deep-Jones, ex-apresentadora do SBS, também são grandes entusiastas dos Canarinhos. Mas ninguém se compara ao lendário Johnny Warren, aquele mesmo que conduziu a Austrália à sua primeira Copa do Mundo, em 1974.
Johnny Warren recebendo medalha da FIFA
Warren, amante do futebol e da cultura brasileira, foi casado com uma brasileira, esteve mais de 30 vezes no país e durante anos freqüentou o Brazilian Fields. Ele sempre lutou pelo futebol australiano e foi um dos que mais defendeu a criação da A-League, a atual liga profissional que substituiu, em 2005, a antiga National Soccer League. Warren, porém, não pode vê-la concretizada, pois faleceu um ano antes após longa luta contra o câncer.
Não só a Austrália sentiu a morte de Warren, como também os Canarinhos. Para homenagear o amigo, eles realizaram uma grande festa em Surry Hills, que atraiu centenas de pessoas. Em 2003, já haviam promovido no Coogee Bay Hotel um evento beneficente para arrecadar alimentos para a campanha Fome Zero, recém-lançada no Brasil. E, anualmente, organizam atividades no Brazilian Fields como o Mother´s Day, festa de dia das mães que reúne cerca de 400 pessoas. Recentemente, também criaram uma escolinha de futebol para crianças, o SBSC Little School of Football.
O clube sonha em ter uma sede própria, em poder oferecer muito mais para os brasileiros que estão aqui, para os que chegam e, principalmente, para os filhos de todos estes que há décadas trocaram o Brasil pela Austrália. Para quem está desembarcando em Sydney e quer bater uma bola, é só chegar um pouco antes das 11 horas no Brazilian Fields, em qualquer domingo, e jogar. “São todos bem-vindos”, diz Marcone, o atual presidente. E que venha o bicampeonato este ano!
Os campeões de 2008: Abel, Alex, Balu, Caio, Dani, Dave, Dinamite, Gel, Guilherme, Júnior, Leandrinho, Liminha, Marcone, Marrinho, Narcizo, Paulo, Pedrão, Renan, Ronaldo, Rui, Sérgio, Tino, Tony, Vladimir e Zezão. Técnicos: Nélio e Valdeci.
A decisão estava nos minutos finais e o Sydney Brazilian Social Club (SBSC) vencia por 1 a 0, quando o atacante brasileiro recebeu a bola na área. Ele dominou, driblou o primeiro, driblou o segundo, passou pelo terceiro e, enquanto o resto do time gritava “chuta!”, “toca!”, ele fintou o quarto, ameaçou bater, esperou o goleiro cair e o encobriu com um toquinho sutil.
Este golaço coroou a histórica participação do SBSC no campeonato da Inner City Football Association (ICFA). Com a vitória por 2 a 0 sobre o poderoso La Ciccolina, os Canarinhos – como são conhecidos – em seu primeiro ano disputando a tradicional liga amadora de Sydney, sagraram-se o primeiro time brasileiro de futebol a levantar um caneco oficial na Austrália. O feito foi realizado em setembro de 2008, mas esta história começou muito antes.
O ano era 1972, e o Brasil já havia conquistado 3 Copas do Mundo de futebol, enquanto a Austrália jamais se classificara para um Mundial – nem mesmo uma liga nacional profissional tinha. Na época, não havia tantos brasileiros quanto hoje por aqui. Mas os poucos que se aventuravam, iniciaram, timidamente, a se encontrar aos domingos para bater uma bola. “Uns jogavam em Rushcutters Bay e outros no Moore Park. Aí começaram a jogar somente no Moore Park”, afirma seu Carlos, um dos primeiros Canarinhos. Era o jeito de matar um pouco a saudade de casa, se divertir e falar português, pois no resto da semana era só trabalho e se virar com um inglês pra lá de “the book is on the table”. Além de Carlos, outros membros desta primeira geração como seu Macário, Baiano Bangu, Harold Rocha e Caju estão firmes até hoje, seja jogando ou apenas “cornetando” do lado de fora. A diversão é garantida!
Canarinhos em 1997
Durante os anos 1970, nomes como Paulinho Dutra, Odilon e Wilson foram sinônimos de futebol-arte, e até hoje são lembrados com muito respeito pelos mais antigos. Mas eles não chegaram a jogar profissionalmente na Austrália, como o meia Agenor Muniz, o grande nome da primeira década. Agenor, que atuava pelo Vasco da Gama, desembarcou em 1971 com a primeira leva de jogadores profissionais que veio para o país. Ele foi contratado pelo Sydney Hakoah Club e, após se naturalizar australiano, chegou a defender a seleção nacional entre 1976 e 1979. O futebol do país, por sinal, vinha crescendo e alcançou dois importantes êxitos: a inédita classificação para a Copa do Mundo de 1974, com o time liderado pelo meia John Warren; e a criação da National Soccer League (NSL), em 1977, a primeira competição nacional de futebol na Austrália.
Alguns brasileiros passaram pela NSL. Um dos que mais se destacou foi o carioca de Maricá Nélio Borges, o Nelinho, que chegou na Austrália em 1979. Jogador amador no Brasil, ele foi descoberto por um olheiro que o trouxe com outros dois conterrâneos: Marquinhos e Mozart. Mesmo jogando profissionalmente na National Soccer League, Nélio, desde o início, fez parte dos Canarinhos. “Quando os jogos da liga caíam no sábado, domingo era certeza que eu vinha”, conta o veterano meia, que ainda faz seus gols.
Em 1989, do Moore Park a pelada passou para o Centennial Park, onde está até hoje. Àquela altura, os boleiros já haviam se tornado uma grande família. “Aqui, sempre que um precisa, tem o outro para ajudar. Se o cara está precisando de trabalho, é só aparecer que vai encontrar algum bico para fazer, ou algum trabalho mesmo”, diz Gelcimar Freire, o Gel, atual vice-presidente do clube.
O clube
Em uma tarde de 1996, após jogar contra um time de chilenos, um dos Canarinhos foi até o carro e pegou 6 garrafas de cerveja. “Ficamos lá, eu, o Nelinho e mais um pessoal, tomando uma cervejinha, e aí veio a idéia: pô, por que a gente não faz isso todo domingo, por que a gente não leva uma cervejinha? Contamos a idéia para o pessoal e eles gostaram. Foi aí que resolvemos fundar o clube”, conta Chicão, atual tesoureiro. A primeira reunião aconteceu em 23 de fevereiro de 1996, e os peladeiros overseas, que já haviam se tornado uma família, agora também tinham um clube.
Duas lendas: Johnny Warren e Baiano Bangu
O Sydney Brazilian Social Club é uma entidade filantrópica, sem fins-lucrativos, aberta para brasileiros e estrangeiros que se unem não só em torno do futebol, mas para aproveitar o pós-pelada, o que inclui cerveja e churrasco. Não é todo domingo que rola uma carninha, mas pelo menos uma vez por mês é realizado um churrasco com cerveja, pagode e, às vezes, feijoada e outras comidas típicas do país. Chicão explica: “Até então, terminava o jogo e o pessoal ia embora. Mas depois mudou. O pessoal começou a ficar e aproveitar. Quem sofre é a mulherada, que reclama que os caras vão jogar bola. Mas a gente precisa também”.
Les Murray no Maracanã com Gel e Dinamite
Jogando tanto tempo no mesmo lugar, os brasileiros ficaram conhecidos. Os próprios funcionários do Centennial Park passaram a se referir aos dois gramados usados por eles como “Brazilian Fields”. O nome não só pegou, como foi oficialmente batizado pela organização do parque no início dos anos 2000. Mas antes mesmo, a popularidade já era alta. A longa tradição despertou o interesse de muita gente ligada ao futebol na Austrália. Les Murray, por exemplo, jornalista e apresentador da SBS, é considerado membro honorário e padrinho do clube". Andy Harper, apresentador da Fox Sports, Michael Cockerill, comentarista da Fox Sports e colunista do Sydney Morning Herald, e Liz Deep-Jones, ex-apresentadora do SBS, também são grandes entusiastas dos Canarinhos. Mas ninguém se compara ao lendário Johnny Warren, aquele mesmo que conduziu a Austrália à sua primeira Copa do Mundo, em 1974.
Johnny Warren recebendo medalha da FIFA
Warren, amante do futebol e da cultura brasileira, foi casado com uma brasileira, esteve mais de 30 vezes no país e durante anos freqüentou o Brazilian Fields. Ele sempre lutou pelo futebol australiano e foi um dos que mais defendeu a criação da A-League, a atual liga profissional que substituiu, em 2005, a antiga National Soccer League. Warren, porém, não pode vê-la concretizada, pois faleceu um ano antes após longa luta contra o câncer.
Não só a Austrália sentiu a morte de Warren, como também os Canarinhos. Para homenagear o amigo, eles realizaram uma grande festa em Surry Hills, que atraiu centenas de pessoas. Em 2003, já haviam promovido no Coogee Bay Hotel um evento beneficente para arrecadar alimentos para a campanha Fome Zero, recém-lançada no Brasil. E, anualmente, organizam atividades no Brazilian Fields como o Mother´s Day, festa de dia das mães que reúne cerca de 400 pessoas. Recentemente, também criaram uma escolinha de futebol para crianças, o SBSC Little School of Football.
O clube sonha em ter uma sede própria, em poder oferecer muito mais para os brasileiros que estão aqui, para os que chegam e, principalmente, para os filhos de todos estes que há décadas trocaram o Brasil pela Austrália. Para quem está desembarcando em Sydney e quer bater uma bola, é só chegar um pouco antes das 11 horas no Brazilian Fields, em qualquer domingo, e jogar. “São todos bem-vindos”, diz Marcone, o atual presidente. E que venha o bicampeonato este ano!
Os campeões de 2008: Abel, Alex, Balu, Caio, Dani, Dave, Dinamite, Gel, Guilherme, Júnior, Leandrinho, Liminha, Marcone, Marrinho, Narcizo, Paulo, Pedrão, Renan, Ronaldo, Rui, Sérgio, Tino, Tony, Vladimir e Zezão. Técnicos: Nélio e Valdeci.
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quinta-feira, 11 de junho de 2009
Sábado em Manly - Dica de Vinho
Sábado passado, em Manly - linda praia do outro lado da Harbour Bridge, tomada por brasileiros - aconteceu a 23ª edição do Manly Food and Wine Festival. Aqui na Austrália, essas feiras de vinho e comidas ao ar livre rolam durante o ano inteiro, aos montes, e são muito boas (principalmente esta, à beira-mar e com a lua quase cheia surgindo sobre o oceano). A atmosfera é sempre bacana, em geral tem som ao vivo e, a 5 dólares a taça, é possível tomar e descobrir alguns ótimos vinhos que passam despercebidos no dia-a-dia.
Como este 2005 Cold Soaked Cabernet Sauvignon, da Briar Ridge, um canhãozinho que passou 12 meses descansando em tonéis de carvalho francês e está prontinho pra ser tomado. O vinho apresenta ótima estrutura, taninos devidamente amaciados por conta do estágio nos tonéis, frutas negras e notas de canela. É a cara deste frio que está chegando de maneira rascante e cruel E a 23 doletas está excelente!
Aliás, ele é tão bom que fui tomando, tomando, depois, quando a feira acabou, entrei no Steyne, pub ali de frente pra praia, lareira acesa, cervejinha escura, banda ao vivo e, quando me dei conta, já não havia mais ferry boat pra voltar. Culpa do canhãozinho!
Ressacas às parte, ainda não sei onde está sendo vendido por aqui, mas assim que descobrir, aviso. Pra quem for visitar o Hunter Valley, a região vinícola aqui do lado, a Briar Ridge fica na Mount View Road, em Cessnock. Fácil, perto e deve ter lareira!
Obs: fotos roubadas do Facebook da Ana Duarte (a popular Aninha).
Como este 2005 Cold Soaked Cabernet Sauvignon, da Briar Ridge, um canhãozinho que passou 12 meses descansando em tonéis de carvalho francês e está prontinho pra ser tomado. O vinho apresenta ótima estrutura, taninos devidamente amaciados por conta do estágio nos tonéis, frutas negras e notas de canela. É a cara deste frio que está chegando de maneira rascante e cruel E a 23 doletas está excelente!
Aliás, ele é tão bom que fui tomando, tomando, depois, quando a feira acabou, entrei no Steyne, pub ali de frente pra praia, lareira acesa, cervejinha escura, banda ao vivo e, quando me dei conta, já não havia mais ferry boat pra voltar. Culpa do canhãozinho!
Ressacas às parte, ainda não sei onde está sendo vendido por aqui, mas assim que descobrir, aviso. Pra quem for visitar o Hunter Valley, a região vinícola aqui do lado, a Briar Ridge fica na Mount View Road, em Cessnock. Fácil, perto e deve ter lareira!
Obs: fotos roubadas do Facebook da Ana Duarte (a popular Aninha).
domingo, 7 de junho de 2009
Estamos na Copa!
Com um zero a zero mirrado frente ao Catar, em Doha, os Socceroos, como é conhecido o escrete australiano de futebol, conquistou uma vaga para a Copa do Mundo do ano que vem, na África do Sul.
Mesmo tendo ainda dois jogos pela frente, contra Bahrain e Japão, a Austrália é a primeira seleção a se classificar. Se não forem roubados novamente, como foram na Copa da Alemanha contra a Itália, acho que podem surpreender e chegar até uma semi.
Para comemorar a classificação, nada melhor do que Kid Mac, o australiano filho de brasileiros que está fazendo um Hip Hop da melhor qualidade. Sábado passado ele abriu o show do Marcelo D2 em Sydney e mandou muito bem. E neste sexta, começando o feriadão da rainha, Kid Mac se apresentou no Beach Road, um dos meus pubs preferidos da cidade, e quebrou absolutamente tudo.
Com ótima presença de palco, grande empatia com o público e excelente repertório, Macário de Souza, o Kid Mac, mostrou mais uma vez que tem tudo pra ir longe. Focado na música e no cinema (ele é co-diretor do documentário Bra Boyz), o homem tem um futuro artístico promissor. E tenho certeza de que ainda fará sucesso no Brasil.
As fotos do Kid Mac foram tiradas pelo meu chapa Eduardo Castro, gaúcho que resume bem o espírito dos brasileiros na Austrália. Eduardo é surfista, ama pegar ondas e fotografá-las. Mas viver só disso não é fácil (e por aqui não dá visto). A solução então foi partir pra cozinha, outra grande paixão.
Eduardo fez curso de chef na Austrália, e hoje, além de pegar onda, ele também cozinha e está se especializando em fotografar pratos, o que não é fácil. É ele quem clica os pratos da seção de gastronomia para qual escrevo na Radar Magazine. Outros trabalhos podem ser encontrados no site http://www.coastalwatch.com/gallery/galleryImages.aspx?Page=1.
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sexta-feira, 5 de junho de 2009
Sexo, álcool, pancadaria e uma boa notícia esportiva
Há algumas semans, uma história ocorrida em 2002 voltou à tona, destruindo, parcialmente (ou totalmente), a carreira de uma das principais figuras do rugby australiano. Matthew Johns, ex-jogador, irmão do melhor jogador da história e ótimo comentarista, perdeu quase tudo por conta de uma orgia envolvendo ele, outros atletas do Cronulla Sharks (seu time na época), duas girafas, um anão de jardim e uma mulher.
Agora a pouco, Andrew Symonds, polêmico jogador de cricket que estava na Inglaterra com a seleção australiana, foi mandado de volta pra casa. Motivo? Ele, pra variar, quebrou algumas regras de conduta estabelecidas pelo próprio time sobre bebedeira, e mais uma vez sua carreira está por um fio. Comparado ao Symonds, o Edmundo é praticamente uma Madre Teresa de Niterói.
Um exemplo já clássico das recentes confusões no esporte australiano é o nadador Nick D’arcy, que em março de 2008 bateu o recorde mundial dos 200 m borboleta, garantindo vaga para os Jogos Olímpicos de Pequim. Pra comemorar o feito, ele bebeu tanto, mas bebeu tanto que acabou brigando com um companheiro de equipe, destruiu a cara do “amigo”, foi suspenso pela federação australiana e não pôde disputar as Olimpíadas.
Mas, conforme anunciado, finalmente uma boa notícia esportiva! Pelas quartas-de-final de Roland Garros, a tenista Samantha Stosur atropelou a romena Sorana Cirstea por 6-1, 6-3, classificando-se para as semifinais - feito que não acontecia com uma australiana desde 1988.
Pra ser sicenro, em quase 2 anos de Austrália nunca ouvi falar da moça, não sabia que tínhamos uma aussie (leia-se ozzy - por isso ozzyland) avançando no torneio e não faço a menor idéia de como é o jogo dela. Mas a julgar pelo tamanho do bracinho, a russa Svetlana Kuznetsova, próxima adversária, vai ter problemas!
Agora a pouco, Andrew Symonds, polêmico jogador de cricket que estava na Inglaterra com a seleção australiana, foi mandado de volta pra casa. Motivo? Ele, pra variar, quebrou algumas regras de conduta estabelecidas pelo próprio time sobre bebedeira, e mais uma vez sua carreira está por um fio. Comparado ao Symonds, o Edmundo é praticamente uma Madre Teresa de Niterói.
Um exemplo já clássico das recentes confusões no esporte australiano é o nadador Nick D’arcy, que em março de 2008 bateu o recorde mundial dos 200 m borboleta, garantindo vaga para os Jogos Olímpicos de Pequim. Pra comemorar o feito, ele bebeu tanto, mas bebeu tanto que acabou brigando com um companheiro de equipe, destruiu a cara do “amigo”, foi suspenso pela federação australiana e não pôde disputar as Olimpíadas.
Mas, conforme anunciado, finalmente uma boa notícia esportiva! Pelas quartas-de-final de Roland Garros, a tenista Samantha Stosur atropelou a romena Sorana Cirstea por 6-1, 6-3, classificando-se para as semifinais - feito que não acontecia com uma australiana desde 1988.
Pra ser sicenro, em quase 2 anos de Austrália nunca ouvi falar da moça, não sabia que tínhamos uma aussie (leia-se ozzy - por isso ozzyland) avançando no torneio e não faço a menor idéia de como é o jogo dela. Mas a julgar pelo tamanho do bracinho, a russa Svetlana Kuznetsova, próxima adversária, vai ter problemas!
terça-feira, 2 de junho de 2009
Spiderman in Sydney
Mais pendurando do que o Tom Cruise no início de Missão Impossível II, mais baixo do que o Nicolas Sarkozy ao lado da Carla Bruni e com mais passagens pela polícia do que os jogadores australianos de rugby, ele é: THE REAL SPIDERMAN!
O verdadeiro Homem-Aranha, Alain Robert, aquele francês baixinho que é a cara do baterista do Iron Maiden e vive escalando os prédios mais altos do mundo, causando tumulto por onde passa e sendo preso na sequência, esteve em Sydney esta manhã.
Mantendo o script, ele escalou os 41 andares do Royal Bank of Scotland, obrigou a polícia a fechar as ruas nos arredores e foi direto pra delega de The Rocks (tecnicamente, a minha preferida).
O curioso na aparição foi a atitude de alguns policiais. Enquanto uns tiras se mobilizavam para prendê-lo, outros, no melhor estilo australiano, ou seja, boas praças e fanfarrões, não hesitaram em aplaudi-lo com a multidão no momento em que o francês alcançou o topo do prédio.
Parecia final feliz de filme de Hollywood. Mais um pouquinho, começaria uma cena de musical em pleno centro da cidade. Mas, felizmente, ninguém saiu dançando, cantando, fazendo coreografias e caretas pelas ruas (detesto números musicais).
Assim que começa um musical
Na delegacia de The Rocks, o Homem-Aranha adiantou o próximo destino: Santo Amaro, em São Paulo. Ele prometeu escalar o Borba Gato. Duvido que consiga!
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Deu coringa (again)! E Bruno!
O ator australiano Heath Ledger acaba de ganhar mais um prêmio póstumo pelo papel de Coringa no último Batman. Depois de vencer o Oscar, BAFTA, Golden Globe e Screen Actors Guild Award, agora foi a vez do MTV Movie Awards. Ledger faturou o troféu de Melhor Vilão.
Mas quem roubou a noite foi o ator Sacha Baron Cohen, que faz o Borat, mas estava de Bruno, seu novo personagem. Usando longas asas, ele entrou voando sobre a platéia e fez um "pouso de emergência" em cima do rapper Eminem, descendo com a bunda, literalmente, na cara dele.
O rapper, que faz gracinha com todo mundo, mas não gostou nada da brincadeira, proferiu dezenas de palavrões em alguns pouquíssimos segundos e deixou a premiação, seguido pelos dois seguranças/compositores/rappers/aspones/engenheiros que o acompanhavam. Antes, claro, os dois tentaram dar umas porradas e jogar o ator de Borat pra longe. Combinado ou não, foi bem engraçado!
Aliás, impressão minha ou temos Diego Lugano na esquerda e Sir Charles Barkley na direita?
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