Primeiro conheci o pai, Seu Macario, uma figuraça. Era domingo, estávamos com os Canarinhos, e ele mostrou o jornal do dia, todo orgulhoso, que trazia foto grande do filho ilustrando uma matéria sobre as peripécias dele em Hollywood. Alguém virou e falou: esse menino vai longe.
Agora a pouco conheci o filho, Macario de Souza. Nome artístico: Kid Mac. Nascido na Austrália há 25 anos, Mac viveu do 1 aos 5 anos no Brasil, voltou pra cá e começou a aprender violão com o pai aos 11, enquanto ouvia Roberto Carlos com a mãe.
Mas a prioridade era mesmo o futebol. Tanto que aos 16 foi para o Brasil jogar no Atlético Mineiro. Ganhando 100 reais por mês, bem menos do que faturava em um supermercado na Austrália, resolveu voltar.
Aos 18 anos estourou o pé. Ficou um ano e meio sem chutar uma bola, o que abriu espaço para a música. Ele levou a sério, entrou para a universidade e estudou fine arts, onde aprendeu sobre cinema. Durante o curso, editou, co-dirigiu, compôs a música e sonorizou o premiadíssimo Bra Boys (2007), documentário sobre um polêmico grupo de surfistas de Maroubra Beach, que teve locução de Russel Crowe.
Mac também produziu outro documentário para a TV sobre os Rabbitohs, time de rugby league do ator Russel Crowe, e está preparando um roteiro sobre as brigas raciais que rolaram em Cronulla em 2005. Vai dar pano pra manga!
Enquanto isso, compôs. Hoje, está com 30 músicas, entre elas um single tocando nas rádios e outro a caminho. Na última vez que esteve em Hollywood, caiu nas graças do badaladíssimo Mickey Avalon. Lá mesmo produziu Showtime, o single que está bombando e é bom pra caramba!
No próximo dia 30, Mac abrirá o show do Marcelo D2 em Sydney, apresentação para 2 mil pessoas no Luna Park (ingressos à venda com desconto na Ozzy Study Brazil). Dia 5 de junho tocará no Beach Road, e dia 6 em Canberra. Não sou grande fã de rap, mas sempre curti coisa boa como RUN DMC. E afirmo, com toda a certeza, que Kid Mac vai longe, como podem ver clicando aqui!
SON-ZEI-RA!
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Kid Mac - Vai longe!
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terça-feira, 12 de maio de 2009
Roubaram um gol de falta – Deu no Spanish Herald!
Canarinhos é um time de futebol formado por brasileiros, em Sydney, que joga todo santo domingo desde 1972. Os caras são tão assíduos que a direção do Centennial Park, um dos principais da cidade, batizou o campo das peladas de Brazilian Fields. Brasileiro que chega por aqui e quer bater uma bola, a indicação é uma só: passa domingo, às 11, no Centennial, e joga com os Canarinhos.
O time é o atual campeão da liga amadora mais importante de Sydney, volta e meia aparece na mídia e tem em seu quadro grandes nomes como o saudoso Johnny Warren, australiano que conduziu a seleção para a inédita classificação para a Copa do Mundo de 1974; Agenor Muniz, ex-Vasco, naturalizado australiano que defendeu a seleção local entre 1976 e 79; e Nélio Borges, o Nelinho, natural de Maricá (RJ), que jogou profissionalmente na Austrália durante os anos 1980, e é um dos grandes craques que já passou por aqui.
Em meados de 1997 ou 98, num amistoso vencido pelos Canarinhos, Nelinho fez dois gols. Um deles, um golaço de falta. Obra-prima que até hoje é lembrada. No final da partida, na conferência com a imprensa, um jornalista do Spanish Herald perguntou para Gelcimar, o popular Gel, lateral-direito, uma espécie de relações públicas, assessor de imprensa do time e responsável pela melhor moqueca capixaba da Austrália:
― Pero quiénes fueron los jugadores que anotaron los goles de la Selección Canariño?
Gel olha para um lado, olha para o outro, e solta:
― Ok, escreve aí: Júnior, Nelinho e o golaço de falta, aquele gol incrível: G - E - L - C - I - M - A - R camisa 2! Anotou?
Brazil-zil-zil!
O time é o atual campeão da liga amadora mais importante de Sydney, volta e meia aparece na mídia e tem em seu quadro grandes nomes como o saudoso Johnny Warren, australiano que conduziu a seleção para a inédita classificação para a Copa do Mundo de 1974; Agenor Muniz, ex-Vasco, naturalizado australiano que defendeu a seleção local entre 1976 e 79; e Nélio Borges, o Nelinho, natural de Maricá (RJ), que jogou profissionalmente na Austrália durante os anos 1980, e é um dos grandes craques que já passou por aqui.
Em meados de 1997 ou 98, num amistoso vencido pelos Canarinhos, Nelinho fez dois gols. Um deles, um golaço de falta. Obra-prima que até hoje é lembrada. No final da partida, na conferência com a imprensa, um jornalista do Spanish Herald perguntou para Gelcimar, o popular Gel, lateral-direito, uma espécie de relações públicas, assessor de imprensa do time e responsável pela melhor moqueca capixaba da Austrália:
― Pero quiénes fueron los jugadores que anotaron los goles de la Selección Canariño?
Gel olha para um lado, olha para o outro, e solta:
― Ok, escreve aí: Júnior, Nelinho e o golaço de falta, aquele gol incrível: G - E - L - C - I - M - A - R camisa 2! Anotou?
Brazil-zil-zil!
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domingo, 10 de maio de 2009
AC/DC em Sydney - Acaba de ser confirmado!
Após quase 10 anos sem tocar na terra natal, o AC/DC volta a se apresentar na Austrália, em fevereiro de 2010. O show em Sydney será dia 18, no ANZ Stadium - aquele mesmo no Olympic Park com capacidade para 60 mil pessoas.
Se você pretende ir ao show, prepare-se! Não para acampar na porta do estádio dois dias antes para adquirir o ingresso, mas para conectar-se à Internet na manhã de 25 de maio e fornecer o número do cartão de crédito o mais rápido possível.
Os ingressos para a turnê européia esgotaram-se em 10 minutos. Em 2007, na volta do Rage Against The Machine, os tickets para a apresentação em Sydney acabaram em menos de 2 minutos. Tudo pela Internet, claro.
Sei que nós, brasileiros, não estamos acostumados a planejar a médio, longo prazo, sempre deixamos tudo para a última hora. Mas os australianos não. E conhecendo a ansiedade deles e os níveis exorbitantes de fanfarrice, só se falará nisso nas próximas semanas. Portanto, fique esperto no dia 25!
Afinal, vivendo na Austrália, não há como perder o show da maior banda local de todos os tempos.
Clique aqui para maiores informações!
Se você pretende ir ao show, prepare-se! Não para acampar na porta do estádio dois dias antes para adquirir o ingresso, mas para conectar-se à Internet na manhã de 25 de maio e fornecer o número do cartão de crédito o mais rápido possível.
Os ingressos para a turnê européia esgotaram-se em 10 minutos. Em 2007, na volta do Rage Against The Machine, os tickets para a apresentação em Sydney acabaram em menos de 2 minutos. Tudo pela Internet, claro.
Sei que nós, brasileiros, não estamos acostumados a planejar a médio, longo prazo, sempre deixamos tudo para a última hora. Mas os australianos não. E conhecendo a ansiedade deles e os níveis exorbitantes de fanfarrice, só se falará nisso nas próximas semanas. Portanto, fique esperto no dia 25!
Afinal, vivendo na Austrália, não há como perder o show da maior banda local de todos os tempos.
Clique aqui para maiores informações!
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Eu, um elevador, uma mexicana e a gripe suína
Hoje cedo, no saguão do elevador da escola, encontrei uma amiga mexicana - uma verdadeira aeronave - que conheço há um ano e meio, mas não a vejo muito. Fiz questão de comprimentá-la com uma bitoca e um abraço dos mais apertados. Princesise total! Enquanto aguardávamos o elevador, tivemos o seguinte diálogo:
Pablo: How is your work?
Aeromexican: Humm, I'm not working right now.
Pablo: Really, why not?
Aeromexican: I’ve just arrived from Mexico, so I’ll have to get a new one.
Plin! O elevador chegou e eu, gelado e já me vendo como estatística da gripe suína, entrei com ela. Não puxei assunto, muito menos respirei. O trajeto de 9 segundos até o sexto andar parece ter levado 18 minutos.
O máximo que consegui pensar, enquanto não respirava, foi: "Aeromexican, se você espirrar nas próximas semanas, muita saúde pra nós."
Momento conspiração: uma fonte azteca me garantiu que a tal gripe suína não é tão epidêmica como parece. Tem coisa feia por trás. Aguardemos.
Pablo: How is your work?
Aeromexican: Humm, I'm not working right now.
Pablo: Really, why not?
Aeromexican: I’ve just arrived from Mexico, so I’ll have to get a new one.
Plin! O elevador chegou e eu, gelado e já me vendo como estatística da gripe suína, entrei com ela. Não puxei assunto, muito menos respirei. O trajeto de 9 segundos até o sexto andar parece ter levado 18 minutos.
O máximo que consegui pensar, enquanto não respirava, foi: "Aeromexican, se você espirrar nas próximas semanas, muita saúde pra nós."
Momento conspiração: uma fonte azteca me garantiu que a tal gripe suína não é tão epidêmica como parece. Tem coisa feia por trás. Aguardemos.
quarta-feira, 6 de maio de 2009
Síndico da ilha – And the winner is...
Temos um vencedor! Ben Southall (o zagueiro número 3 da esquerda), britânico de 34 anos, conseguiu o tão sonhado trampo de zelador da Hamilton Island, em Queensland. A vaga, oferecida pelo governo local, foi disputada por 34 mil candidatos de todo o mundo. Destes, 16 finalistas de 15 países passaram uns dias na ilha.
Entre as exaustivas atividades, eles posaram para fotos, andaram abraçadinhos, receberam massagem, mergulharam, alimentaram tartarugas, jogaram bumerangue, subiram em árvores, deram cambalhotas, conversaram com uma bola de vôlei e batizaram um cachorro de Sexta-feira.
O britânico, bacharel em Ciências que vivia dando pitís como gerente de eventos, salvando criancinhas como arrecador de fundos para caridade e contando mentiras como guia turístico, assume o posto de zelador do paraíso em 1º de julho. Ele receberá AUD150 mil pelos 6 meses de labuta.
Entre as funções, conforme antecipei em post anterior, Ben Southall terá que passear pelas areias brancas (tipo Caê) da ilha, cuidar da fauna e da flora locais, mergulhar na Grande Barreira de Corais, fazer periódicas conferências com a mídia e manter um blog atualizado com fotos, vídeos e as últimas notícias de Hamilton (“Tartaruga faz 100 metros em 3 dias”, “Hoje fez sol e a previsão para os próximos 6 meses é de mais sol”, “Esta manhã o mar estava fraco, vi somente 74 tubarões” e assim por diante).
Ah! E ele provavelmente continuará atualizand o Twitter: http://twitter.com/Bensouthall
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segunda-feira, 4 de maio de 2009
Fashion Week, Apagão, Código da Vinci e uma Grande Paranóia
Ontem terminou o Australian Fashion Week, principal evento de moda de Sydney, que reúne muitos “artistas” de North Bondi, Paddington, Darlinghurst, Surry Hills e Newtown. Durante a semana, entre um desfile e outro, os "ingenheiros" (tipo Didi Mocó) tiveram tempo de sobra para discutir os rumos da economia mundial, as alternativas para o Afeganistão, os caminhos para o capitalismo e as possíveis soluções para a gripe suína. Dizem até que Stephanie Naumoska, a esquelética Miss Austrália de dezenove anos, um metro e oitenta, e quarenta e nove quilos de pura magreza, deu o ar da graça, mas não foi suficiente para sentirem a presença da moça.
Apesar de todo burburinho fashion, a grande moda por aqui tem sido algo bem menos glamouroso: os apagões (sem trocadilhos). Há cerca de um mês tivemos um grande blackout no centro de Sydney que paralisou todo o comércio e esvaziou a cidade (para o australiano, obrigado a voltar mais cedo pra casa, foi uma grande fanfarra). Semana retrasada tivemos outro, de menor escala, mas ainda sim inconveniente. E neste sábado, após uma tempestade anunciada em tempo real neste blog, seguida por explosões e inundações, tivemos um apagão de comunicação que nos deixou sem sinal de celular, Internet e televisão. Ou seja, me senti uma espécie de Robinson Crusoé do século XXI desprovido do saudoso Sexta-feira.
Mas o que realmente me irritou nesta história toda (na verdade, me intrigou) foi o fato de eu não conseguir, pela quarta vez, assistir ao final do filme O Código da Vinci. É verdade! Já estou na dúvida se faço parte da trama, se preciso decifrar algum código para prosseguir ou se realmente existe um final. Na primeira tentativa, ainda no Brasil, dormi no meio (ou teria sido induzido a dormir?). Na manhã seguinte, quando acordei, meu pai (teria sido ele mesmo?) já havia devolvido o DVD.
Apesar de todo burburinho fashion, a grande moda por aqui tem sido algo bem menos glamouroso: os apagões (sem trocadilhos). Há cerca de um mês tivemos um grande blackout no centro de Sydney que paralisou todo o comércio e esvaziou a cidade (para o australiano, obrigado a voltar mais cedo pra casa, foi uma grande fanfarra). Semana retrasada tivemos outro, de menor escala, mas ainda sim inconveniente. E neste sábado, após uma tempestade anunciada em tempo real neste blog, seguida por explosões e inundações, tivemos um apagão de comunicação que nos deixou sem sinal de celular, Internet e televisão. Ou seja, me senti uma espécie de Robinson Crusoé do século XXI desprovido do saudoso Sexta-feira.
Mas o que realmente me irritou nesta história toda (na verdade, me intrigou) foi o fato de eu não conseguir, pela quarta vez, assistir ao final do filme O Código da Vinci. É verdade! Já estou na dúvida se faço parte da trama, se preciso decifrar algum código para prosseguir ou se realmente existe um final. Na primeira tentativa, ainda no Brasil, dormi no meio (ou teria sido induzido a dormir?). Na manhã seguinte, quando acordei, meu pai (teria sido ele mesmo?) já havia devolvido o DVD.
Meses depois, na Austrália, comecei a vê-lo na tv a cabo, mas precisei interromper para trabalhar. Sem problema, deixei gravando na Foxtel. Dias depois, reiniciei de onde havia parado e, após uns 30 minutos, corte. Não gravou até o fim. E neste sábado, ilhado em casa, me preparei para finalmente desvendar o código do Léo. Mas antes mesmo de chegar em alguma parte que eu não havia visto, o sinal enfraqueceu e saiu do ar, ficando fora até a manhã seguinte. Simplesmente In-su-por-tá-vel!
Hoje cedo no Twitter, li que o Vaticano proibiu a exibição de Anjos e Demônios, o novo filme do diretor Ron Howard (o mesmo do "Código"), baseado no best-seller homônimo do escritor Dan Brown (o autor do "Código"). Pergunto: estaria o Vaticano boicotando também O Código da Vinci, mas somente pra mim? Por que estou impedido de chegar ao final? Teria o Vaticano enviado o tal do Silas para sabotar a transmissão em casa? Com isso, estaria eu em apuros? Não creio que esteja entrando em paranóia, mas se eu não conseguir assistir até o final na próxima tentativa, pedirei ajuda para o Tom Hanks. No mínimo, ele vai decifrar o código do controle remoto de casa.
Hoje cedo no Twitter, li que o Vaticano proibiu a exibição de Anjos e Demônios, o novo filme do diretor Ron Howard (o mesmo do "Código"), baseado no best-seller homônimo do escritor Dan Brown (o autor do "Código"). Pergunto: estaria o Vaticano boicotando também O Código da Vinci, mas somente pra mim? Por que estou impedido de chegar ao final? Teria o Vaticano enviado o tal do Silas para sabotar a transmissão em casa? Com isso, estaria eu em apuros? Não creio que esteja entrando em paranóia, mas se eu não conseguir assistir até o final na próxima tentativa, pedirei ajuda para o Tom Hanks. No mínimo, ele vai decifrar o código do controle remoto de casa.
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