quarta-feira, 6 de maio de 2009
Síndico da ilha – And the winner is...
Temos um vencedor! Ben Southall (o zagueiro número 3 da esquerda), britânico de 34 anos, conseguiu o tão sonhado trampo de zelador da Hamilton Island, em Queensland. A vaga, oferecida pelo governo local, foi disputada por 34 mil candidatos de todo o mundo. Destes, 16 finalistas de 15 países passaram uns dias na ilha.
Entre as exaustivas atividades, eles posaram para fotos, andaram abraçadinhos, receberam massagem, mergulharam, alimentaram tartarugas, jogaram bumerangue, subiram em árvores, deram cambalhotas, conversaram com uma bola de vôlei e batizaram um cachorro de Sexta-feira.
O britânico, bacharel em Ciências que vivia dando pitís como gerente de eventos, salvando criancinhas como arrecador de fundos para caridade e contando mentiras como guia turístico, assume o posto de zelador do paraíso em 1º de julho. Ele receberá AUD150 mil pelos 6 meses de labuta.
Entre as funções, conforme antecipei em post anterior, Ben Southall terá que passear pelas areias brancas (tipo Caê) da ilha, cuidar da fauna e da flora locais, mergulhar na Grande Barreira de Corais, fazer periódicas conferências com a mídia e manter um blog atualizado com fotos, vídeos e as últimas notícias de Hamilton (“Tartaruga faz 100 metros em 3 dias”, “Hoje fez sol e a previsão para os próximos 6 meses é de mais sol”, “Esta manhã o mar estava fraco, vi somente 74 tubarões” e assim por diante).
Ah! E ele provavelmente continuará atualizand o Twitter: http://twitter.com/Bensouthall
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segunda-feira, 4 de maio de 2009
Fashion Week, Apagão, Código da Vinci e uma Grande Paranóia
Ontem terminou o Australian Fashion Week, principal evento de moda de Sydney, que reúne muitos “artistas” de North Bondi, Paddington, Darlinghurst, Surry Hills e Newtown. Durante a semana, entre um desfile e outro, os "ingenheiros" (tipo Didi Mocó) tiveram tempo de sobra para discutir os rumos da economia mundial, as alternativas para o Afeganistão, os caminhos para o capitalismo e as possíveis soluções para a gripe suína. Dizem até que Stephanie Naumoska, a esquelética Miss Austrália de dezenove anos, um metro e oitenta, e quarenta e nove quilos de pura magreza, deu o ar da graça, mas não foi suficiente para sentirem a presença da moça.
Apesar de todo burburinho fashion, a grande moda por aqui tem sido algo bem menos glamouroso: os apagões (sem trocadilhos). Há cerca de um mês tivemos um grande blackout no centro de Sydney que paralisou todo o comércio e esvaziou a cidade (para o australiano, obrigado a voltar mais cedo pra casa, foi uma grande fanfarra). Semana retrasada tivemos outro, de menor escala, mas ainda sim inconveniente. E neste sábado, após uma tempestade anunciada em tempo real neste blog, seguida por explosões e inundações, tivemos um apagão de comunicação que nos deixou sem sinal de celular, Internet e televisão. Ou seja, me senti uma espécie de Robinson Crusoé do século XXI desprovido do saudoso Sexta-feira.
Mas o que realmente me irritou nesta história toda (na verdade, me intrigou) foi o fato de eu não conseguir, pela quarta vez, assistir ao final do filme O Código da Vinci. É verdade! Já estou na dúvida se faço parte da trama, se preciso decifrar algum código para prosseguir ou se realmente existe um final. Na primeira tentativa, ainda no Brasil, dormi no meio (ou teria sido induzido a dormir?). Na manhã seguinte, quando acordei, meu pai (teria sido ele mesmo?) já havia devolvido o DVD.
Apesar de todo burburinho fashion, a grande moda por aqui tem sido algo bem menos glamouroso: os apagões (sem trocadilhos). Há cerca de um mês tivemos um grande blackout no centro de Sydney que paralisou todo o comércio e esvaziou a cidade (para o australiano, obrigado a voltar mais cedo pra casa, foi uma grande fanfarra). Semana retrasada tivemos outro, de menor escala, mas ainda sim inconveniente. E neste sábado, após uma tempestade anunciada em tempo real neste blog, seguida por explosões e inundações, tivemos um apagão de comunicação que nos deixou sem sinal de celular, Internet e televisão. Ou seja, me senti uma espécie de Robinson Crusoé do século XXI desprovido do saudoso Sexta-feira.
Mas o que realmente me irritou nesta história toda (na verdade, me intrigou) foi o fato de eu não conseguir, pela quarta vez, assistir ao final do filme O Código da Vinci. É verdade! Já estou na dúvida se faço parte da trama, se preciso decifrar algum código para prosseguir ou se realmente existe um final. Na primeira tentativa, ainda no Brasil, dormi no meio (ou teria sido induzido a dormir?). Na manhã seguinte, quando acordei, meu pai (teria sido ele mesmo?) já havia devolvido o DVD.
Meses depois, na Austrália, comecei a vê-lo na tv a cabo, mas precisei interromper para trabalhar. Sem problema, deixei gravando na Foxtel. Dias depois, reiniciei de onde havia parado e, após uns 30 minutos, corte. Não gravou até o fim. E neste sábado, ilhado em casa, me preparei para finalmente desvendar o código do Léo. Mas antes mesmo de chegar em alguma parte que eu não havia visto, o sinal enfraqueceu e saiu do ar, ficando fora até a manhã seguinte. Simplesmente In-su-por-tá-vel!
Hoje cedo no Twitter, li que o Vaticano proibiu a exibição de Anjos e Demônios, o novo filme do diretor Ron Howard (o mesmo do "Código"), baseado no best-seller homônimo do escritor Dan Brown (o autor do "Código"). Pergunto: estaria o Vaticano boicotando também O Código da Vinci, mas somente pra mim? Por que estou impedido de chegar ao final? Teria o Vaticano enviado o tal do Silas para sabotar a transmissão em casa? Com isso, estaria eu em apuros? Não creio que esteja entrando em paranóia, mas se eu não conseguir assistir até o final na próxima tentativa, pedirei ajuda para o Tom Hanks. No mínimo, ele vai decifrar o código do controle remoto de casa.
Hoje cedo no Twitter, li que o Vaticano proibiu a exibição de Anjos e Demônios, o novo filme do diretor Ron Howard (o mesmo do "Código"), baseado no best-seller homônimo do escritor Dan Brown (o autor do "Código"). Pergunto: estaria o Vaticano boicotando também O Código da Vinci, mas somente pra mim? Por que estou impedido de chegar ao final? Teria o Vaticano enviado o tal do Silas para sabotar a transmissão em casa? Com isso, estaria eu em apuros? Não creio que esteja entrando em paranóia, mas se eu não conseguir assistir até o final na próxima tentativa, pedirei ajuda para o Tom Hanks. No mínimo, ele vai decifrar o código do controle remoto de casa.
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sábado, 2 de maio de 2009
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Sydney in the Top 10
Em termos de qualidade de vida, Sydney é a 10ª melhor cidade do mundo para se viver. Pelo menos é o que diz a consultoria de recursos humanos Mercer, através de seu rankig anual Worldwide Quality of Living. Das 215 cidades pesquisadas, Viena ficou em 1º e Bagdá em último – um oferecimento George W Bush. A pesquisa leva em conta 39 fatores, entre políticos, sociais, econômicos, ambientais, sexuais, espirituais, transcendentais e domenicais.
Bagdá às 13h41
Outras capitais australianas também foram bem ranqueadas. Melbourne, da minha amiga (e companheira de dança de barco) Audrey ficou em 18º, Perth, da minha amiga (e tecnicamente irmã) Roberta ficou em 21º e Adelaide (a cidade, não a anã paraguaia) ficou em 30º.
Já as cidades brasileiras... Bem, Brasília foi a melhor colocada, aparecendo na 105ª posição, seguida pelo Rio de Janeiro (117ª), São Paulo (118ª) e Manaus (130ª).
Entre as 10 primeiras do ranking, 7 cidades são européias, as outras 2 (além de Sydney, claro) são Vancouver e Auckland, da vizinha Nova Zelândia, ambas empatadas em 4º.
Copenhagen às 18h17
Sydney ficou na frente de cidades importantes como Copenhagen (11ª), Amsterdam (13ª), Oslo (24ª), Paris (33ª), Tóquio (35ª), Londres (38ª), Milão (41ª), Barcelona (42ª), Lisboa (44ª), Nova York (49ª) e Carapicuíba. Quer saber os motivos? Veja neste post que publiquei quando fui de férias para o Brasil.
Bagdá às 13h41
Outras capitais australianas também foram bem ranqueadas. Melbourne, da minha amiga (e companheira de dança de barco) Audrey ficou em 18º, Perth, da minha amiga (e tecnicamente irmã) Roberta ficou em 21º e Adelaide (a cidade, não a anã paraguaia) ficou em 30º.
Já as cidades brasileiras... Bem, Brasília foi a melhor colocada, aparecendo na 105ª posição, seguida pelo Rio de Janeiro (117ª), São Paulo (118ª) e Manaus (130ª).
Entre as 10 primeiras do ranking, 7 cidades são européias, as outras 2 (além de Sydney, claro) são Vancouver e Auckland, da vizinha Nova Zelândia, ambas empatadas em 4º.
Copenhagen às 18h17
Sydney ficou na frente de cidades importantes como Copenhagen (11ª), Amsterdam (13ª), Oslo (24ª), Paris (33ª), Tóquio (35ª), Londres (38ª), Milão (41ª), Barcelona (42ª), Lisboa (44ª), Nova York (49ª) e Carapicuíba. Quer saber os motivos? Veja neste post que publiquei quando fui de férias para o Brasil.
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Somewhere over the rainbow
Aqui em Sydney é assim, basta uma boa chuva seguida de uma ligeira abertura de sol, que os duendes aparecem. Em especial os intrépidos leprechauns, aqueles seres verdes e barbudos que tomam conta dos potes de ouro no pé do arco-íris (está certo "pé" do arco-íris? Acho que não!).
Enfim, não sei se por residir um enorme contingente de irlandeses por aqui, mas o fato é que choveu, fez sol, aparecem os duendes - como vocês podem ver na foto abaixo. Caso não estejam visualizando, olhem fixamente pelos próximos 3 minutos. Se eles não aparecerem, ao menos serão contabilizados bons minutos de audiência para o blog (tchu-tchín!).
Nada como a magia dos intrépidos leprechauns!
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sexta-feira, 24 de abril de 2009
Hugh Jackman, Twitter e um estagiário aspirante a roteirista
E não é que o ator australiano Hugh Jackman, o popular Droverine, conquistou de vez Hollywood? No começo desta semana ele esteve por aquelas bandas deixando suas pegadas e dando uma espalmada na calçada da fama. O homem, que já havia apresentado a cerimônia do Oscar no início do ano, agora cimentou para sempre seu lugar na calçada mais fotografada do mundo.
Aproveitando que está nos Estados Unidos, Jackman poderia passar um pito geral no seu staff, em especial no estagiário aspirante a roteirista, por conta de uma gafe que pegou mal por aqui.
O problema aconteceu quando ele esteve em Sydney há duas semanas promovendo X-Men Origins: Wolverine. Seguindo a onda das celebridades que aderiram ao Twitter (se você não sabe o que é, clique aqui), Hugh Jackman foi almoçar na Sydney Harbour, quando telefonou para o seu escritório nos Estados Unidos e pediu para postarem no Twitter onde ele estava e o que estava fazendo.
O estagiário aspirante a roteirista publicou:
"Having lunch on the harbor across from the Opera Center. Loving life!"
O que era para ser uma simples mensagem escrita pelo próprio ator, acabou sendo uma grande dor de cabeça.
Em primeiro lugar, ele não estava na harbor, e sim na harbour (com “u”), mas até aí tudo bem, poderia ser erro de digitação. O que pegou mal mesmo foi chamar a mundialmente famosa Opera House, um dos principais ícones do país natal do Droverine, de Opera Center. A imprensa daqui caiu matando e ele precisou adimitir que quem escreve seus posts no Twitter são os “ingenheiros” (tipo Didi pro Mussum) do seu staff nos Estados Unidos, e não ele.
Cornetaram tanto, que dias depois ele usou o próprio Twitter para doar 100 mil dólares para a instituição de caridade que, através das 140 palavras (ou menos) da ferramenta, o convencesse que merecia o dinheiro (tchu-tchin!). Ou seja, no melhor estilo Hollywood, nada como despejar alguns dólares para consertar a lambança de um estagiário aspirante a roteirista.
A propósito, impressão minha ou o teto da Opera House tem um "q" de Wolverine?
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segunda-feira, 20 de abril de 2009
Comprando vinho (australiano) na Austrália
Matéria minha publicada na edição 4 da Radar Magazine, disponível aqui em Sydney, na Gold Coast e em Brisbane.
Se você, toda vez que vai comprar um vinho, fica horas olhando para aquela infinidade de garrafas e acaba levando o mesmo de sempre por receio de escolher um desconhecido que não agrade, aqui vai um mini-roteiro para facilitar a sua próxima ida a um bottleshop ou loja especializada.
A Austrália conquistou o seu espaço no cenário mundial produzindo vinhos de qualidade com preços acessíveis. Claro, tem os “canhões” que custam $100, $200, $1000, e são espetaculares, assim como as “bombas”, que são baratíssimas e proporcionam grandes dores de cabeça. Mas a partir de $8, $10, é possível achar vinhos honestos, que são bons e fáceis de serem bebidos; desembolsando $15, $19, há vinhos muito bons; entre $20 e $25, há ótimos vinhos; e, acima disso, você corre o risco de encontrar a felicidade engarrafada.
Branco ou tinto?
Se entrar na loja sem a menor idéia do que quer, o primeiro passo é definir entre branco e tinto. Existem outros tipos como rosé, espumante, fortificado e de sobremesa, mas não vamos complicar. O branco é ideal para dias quentes, enquanto o tinto é perfeito para épocas mais amenas ou frias (tintos leves na primavera e outono, e tintos mais encorpados no inverno). Uma vez difinido o tipo, é hora de escolher a uva. Entre as que se deram melhor nos solos australianos, destaquemos 3 brancas e 3 tintas.
UVAS BRANCAS
Chardonnay
Branca mais popular do mundo, ela varia bastante de acordo com o clima. Nas regiões mais frias da Austrália produz vinhos leves e frescos, nas quentes vinhos complexos e untosos. Os aromas e sabores variam de frutas cítricas e tropicais como pêssego, melão, pêra e abacaxi, a toques amadeiradas e amanteigadas. Melhores regiões: Adelaide Hills, Yarra Valley e Mornington Peninsula (frias), Hunter Valley e Margaret River (quentes). Experimente: Brookland Verse 1 Margareth River 2006.
Semillon
Semillon na Austrália é sinônimo de Hunter Valley. Ou seria o contrário? Quando jovem, ele é um vinho fresco e vibrante, com sabores e aromas herbáceos e de frutas como lima, manga e pêssego. Com o tempo, envelhece muito bem e adquire características mais complexas de tostado e mel. Tem Semillon que só chega ao seu auge após 10 anos na garrafa, o que não é comum entre os brancos do dia-a-dia. As regiões de Margareth River e Barossa também produzem ótimos exemplares. Experimente: Brokenwood Hunter Valley 2007.
Riesling
Uva que encontrou o seu lar perfeito nas regiões frias da Alemanha e no norte da França (Alsácia), por aqui a Riesling se deu bem em South Australia, nas regiões do Eden Valley e, principalmente, Clare Valley. Vinho para ser tomado jovem, quando é bastante fresco, cítrico e elegante, trazendo lima, maracujá e maça-verde na cara do gol, além de aromas florais. Ele não envelhece tão bem e por tanto tempo quanto a Semillon, mas segura alguns anos na garrafa ganhando complexidade e evocando notas de tostado e mineral. Experimente: Leo Buring Eden Valley 2007.
Outras brancas de destaque: Sauvignon Blanc e Viognier.
UVAS TINTAS
Shyraz
Em poucos lugares do mundo a Shiraz encontrou um lar tão perfeito quanto na Austrália. Conhecida como Syrah no resto do planeta, ela é a tinta mais plantada e facilmente encontrada no país. Penfolds Grange e Henschke Hill of Grace são os dois melhores vinhos já produzidos em terras australianas. Ambos são feitos com a Shiraz e em Barossa (SA), onde os vinhos são ricos e encorpados, com textura aveludada e forte presença de frutas vermelhas maduras e frutas negras. Também apresentam toques herbáceos, de chocolate e menta. Outra espetacular região é o McLaren Valley. Experimente: Grant Burge Miamba 2006.
Cabernet Sauvignon
Se a Chardonnay é a branca mais popular do mundo, a Cabernet Sauvignon é a tinta. Uva que se adapta fácil a diferentes lugares, ela proporciona vinhos encorpados e elegantes que trazem frutas maduras, toques de chocolate, tabaco e madeira, algo herbáceo e uma pimentinha característica ou hortelã. As duas melhores regiões são Coonawara (SA) e Margareth River. Os Cabernets são vinhos que podem ser bebidos jovens, mas tem estrutura de sobra para envelhecer por muitos anos, tornando-se mais macios e complexos. Experimente: Flint’s of Coonawara Gammon’s Crossing 2005.
Pinot Noir
Uva clássica da região da Borgonha (França), é responsável por alguns dos melhores e mais caros vinhos do planeta como o mítico Romanée-Conti. A Pinot Noir é uma uva difícil, não se adapta a qualquer solo ou clima, mas quando isso acontece, faz vinhos delicados, elegantes, ricos, com forte presença de frutas vermelhas, muitas vezes negras, notas florais (violeta) e amadeiradas, algo de baunilha, caramelo, eucalipto e até uma pimentinha. Tão difícil quanto plantá-la, é comprar um Pinot com bom preço e pronto para ser tomado. Isso porque ele precisa envelhecer alguns anos para que seus aromas e sabores se revelem. Tente um do Yarra Valley ou de Mornington Peninsula da ótima safra 2004, ou da Tasmania 2005, as melhores regiões. Experimente: De Bortoli Gulf Station Yarra Valley 2007.
Outras tintas de destaque: Grenache e Merlot.
Se você, toda vez que vai comprar um vinho, fica horas olhando para aquela infinidade de garrafas e acaba levando o mesmo de sempre por receio de escolher um desconhecido que não agrade, aqui vai um mini-roteiro para facilitar a sua próxima ida a um bottleshop ou loja especializada.
A Austrália conquistou o seu espaço no cenário mundial produzindo vinhos de qualidade com preços acessíveis. Claro, tem os “canhões” que custam $100, $200, $1000, e são espetaculares, assim como as “bombas”, que são baratíssimas e proporcionam grandes dores de cabeça. Mas a partir de $8, $10, é possível achar vinhos honestos, que são bons e fáceis de serem bebidos; desembolsando $15, $19, há vinhos muito bons; entre $20 e $25, há ótimos vinhos; e, acima disso, você corre o risco de encontrar a felicidade engarrafada.
Branco ou tinto?
Se entrar na loja sem a menor idéia do que quer, o primeiro passo é definir entre branco e tinto. Existem outros tipos como rosé, espumante, fortificado e de sobremesa, mas não vamos complicar. O branco é ideal para dias quentes, enquanto o tinto é perfeito para épocas mais amenas ou frias (tintos leves na primavera e outono, e tintos mais encorpados no inverno). Uma vez difinido o tipo, é hora de escolher a uva. Entre as que se deram melhor nos solos australianos, destaquemos 3 brancas e 3 tintas.
UVAS BRANCAS
Chardonnay
Branca mais popular do mundo, ela varia bastante de acordo com o clima. Nas regiões mais frias da Austrália produz vinhos leves e frescos, nas quentes vinhos complexos e untosos. Os aromas e sabores variam de frutas cítricas e tropicais como pêssego, melão, pêra e abacaxi, a toques amadeiradas e amanteigadas. Melhores regiões: Adelaide Hills, Yarra Valley e Mornington Peninsula (frias), Hunter Valley e Margaret River (quentes). Experimente: Brookland Verse 1 Margareth River 2006.
Semillon
Semillon na Austrália é sinônimo de Hunter Valley. Ou seria o contrário? Quando jovem, ele é um vinho fresco e vibrante, com sabores e aromas herbáceos e de frutas como lima, manga e pêssego. Com o tempo, envelhece muito bem e adquire características mais complexas de tostado e mel. Tem Semillon que só chega ao seu auge após 10 anos na garrafa, o que não é comum entre os brancos do dia-a-dia. As regiões de Margareth River e Barossa também produzem ótimos exemplares. Experimente: Brokenwood Hunter Valley 2007.
Riesling
Uva que encontrou o seu lar perfeito nas regiões frias da Alemanha e no norte da França (Alsácia), por aqui a Riesling se deu bem em South Australia, nas regiões do Eden Valley e, principalmente, Clare Valley. Vinho para ser tomado jovem, quando é bastante fresco, cítrico e elegante, trazendo lima, maracujá e maça-verde na cara do gol, além de aromas florais. Ele não envelhece tão bem e por tanto tempo quanto a Semillon, mas segura alguns anos na garrafa ganhando complexidade e evocando notas de tostado e mineral. Experimente: Leo Buring Eden Valley 2007.
Outras brancas de destaque: Sauvignon Blanc e Viognier.
UVAS TINTAS
Shyraz
Em poucos lugares do mundo a Shiraz encontrou um lar tão perfeito quanto na Austrália. Conhecida como Syrah no resto do planeta, ela é a tinta mais plantada e facilmente encontrada no país. Penfolds Grange e Henschke Hill of Grace são os dois melhores vinhos já produzidos em terras australianas. Ambos são feitos com a Shiraz e em Barossa (SA), onde os vinhos são ricos e encorpados, com textura aveludada e forte presença de frutas vermelhas maduras e frutas negras. Também apresentam toques herbáceos, de chocolate e menta. Outra espetacular região é o McLaren Valley. Experimente: Grant Burge Miamba 2006.
Cabernet Sauvignon
Se a Chardonnay é a branca mais popular do mundo, a Cabernet Sauvignon é a tinta. Uva que se adapta fácil a diferentes lugares, ela proporciona vinhos encorpados e elegantes que trazem frutas maduras, toques de chocolate, tabaco e madeira, algo herbáceo e uma pimentinha característica ou hortelã. As duas melhores regiões são Coonawara (SA) e Margareth River. Os Cabernets são vinhos que podem ser bebidos jovens, mas tem estrutura de sobra para envelhecer por muitos anos, tornando-se mais macios e complexos. Experimente: Flint’s of Coonawara Gammon’s Crossing 2005.
Pinot Noir
Uva clássica da região da Borgonha (França), é responsável por alguns dos melhores e mais caros vinhos do planeta como o mítico Romanée-Conti. A Pinot Noir é uma uva difícil, não se adapta a qualquer solo ou clima, mas quando isso acontece, faz vinhos delicados, elegantes, ricos, com forte presença de frutas vermelhas, muitas vezes negras, notas florais (violeta) e amadeiradas, algo de baunilha, caramelo, eucalipto e até uma pimentinha. Tão difícil quanto plantá-la, é comprar um Pinot com bom preço e pronto para ser tomado. Isso porque ele precisa envelhecer alguns anos para que seus aromas e sabores se revelem. Tente um do Yarra Valley ou de Mornington Peninsula da ótima safra 2004, ou da Tasmania 2005, as melhores regiões. Experimente: De Bortoli Gulf Station Yarra Valley 2007.
Outras tintas de destaque: Grenache e Merlot.
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