Desta vez ele estava apenas a passeio.
Foto tirada pelo fotógrafo Silvio Rodriguez no último domingo, em Blueys Beach, praia ao norte de Sydney (mais de 3 horas de carro). Ao fundo, um tubarão branco de 3 metros – disparado, a grande celebridade do verão 2009. No primeiro plano, a cerca de 30 metros, adolescentes tem ("tem" novo, seguindo a última revisão ortográfica) aula de surf. Isso que é aula prática!
Gary Hughes, 50 anos, ex-surfista profissional e professor, percebeu a presença do tubarão Albert (como são tantos, a partir deste começarei a batizá-los em ordem alfabética, como acontece com furacões).
Para não causar pânico na molecada, Hughes monitorou Albert mas não alertou a turma, pois percebeu que o tubarão estava apenas de passagem, não demonstrando comportamento de ataque.
Professor com 50 anos de praia é outra história!
quarta-feira, 14 de janeiro de 2009
Pelo mar, pelo ar...
Mr e Mrs Harvey, e praia de Fiji antes e durante.
O perigo está em todo lugar. Se não são os tubarões atacando pelo mar, são as tempestades de verão destruindo pelo ar. Desta vez foi em Fiji, onde Jason e Rachel Harvey, simpático casal de australianos, havia programado o casamento dos sonhos: a noiva seria carregada para os braços do noivo por guerreiros locais, um coro fijiano animaria a entrada, enquanto cerca de 50 convidados se divertiriam com jogos aquáticos. Era praticamente um Hopi Hari do Pacífico – Versão Sagrado Matrimônio!
Mas tudo foi por água abaixo (desculpem o trocadilho) quando no último final de semana, tempestades e dilúvios passaram pela gloriosa República das Ilhas Fiji, fechando rodovias, isolando ilhas (temos mais de 300 por lá) e matando 8 pessoas (ninguém do casório). O governo decretou estado de emrgência.
Os pombos desembarcaram em Tokoriki Island no início da semana passada, e aguardavam os convidados que viajariam da Austrália e os encontrariam lá. Porém, ao saírem do centro turístico de Nadi, já em Fiji, o barco enfrentou muitos problemas e não pode seguir até Tokoriki Island, pois todos os portos das proximidades estavam, literalmente, debaixo d´água. O jeito foi voltar para Nadi.
Sem alternativa, o casal pegou o vestido da noiva, juntou o resto dos trapos e seguiu para Nadi. O problema agora era onde fazer o casamento. Após conseguirem um lugar, dois novos empecilhos surgiram: não haveria comida suficiente para todos, muito menos um padre para realizar a cerimônia. Não foi fácil, mas graças ao trabalho insano da brigada do Novotel, o casal conseguiu se casar no centro de conferência do hotel, na frente dos 50 convidados e sob os auspícios de um ministro fijiano arrumado de última hora.
Moral da história: pra quê passar meses planejando um casamento, se é possível começar a organizar às 9 da manhã e realizá-lo às 7 da noite? Foi o que aconteceu ontem (segunda-feira).
A situação em Fiji ainda é dantesca, pois parece que um ciclone passaria por lá. Mas pelo menos Mr e Mrs Harvey, desde ontem, vivem felizes para sempre.
THE END
Mas tudo foi por água abaixo (desculpem o trocadilho) quando no último final de semana, tempestades e dilúvios passaram pela gloriosa República das Ilhas Fiji, fechando rodovias, isolando ilhas (temos mais de 300 por lá) e matando 8 pessoas (ninguém do casório). O governo decretou estado de emrgência.
Os pombos desembarcaram em Tokoriki Island no início da semana passada, e aguardavam os convidados que viajariam da Austrália e os encontrariam lá. Porém, ao saírem do centro turístico de Nadi, já em Fiji, o barco enfrentou muitos problemas e não pode seguir até Tokoriki Island, pois todos os portos das proximidades estavam, literalmente, debaixo d´água. O jeito foi voltar para Nadi.
Sem alternativa, o casal pegou o vestido da noiva, juntou o resto dos trapos e seguiu para Nadi. O problema agora era onde fazer o casamento. Após conseguirem um lugar, dois novos empecilhos surgiram: não haveria comida suficiente para todos, muito menos um padre para realizar a cerimônia. Não foi fácil, mas graças ao trabalho insano da brigada do Novotel, o casal conseguiu se casar no centro de conferência do hotel, na frente dos 50 convidados e sob os auspícios de um ministro fijiano arrumado de última hora.
Moral da história: pra quê passar meses planejando um casamento, se é possível começar a organizar às 9 da manhã e realizá-lo às 7 da noite? Foi o que aconteceu ontem (segunda-feira).
A situação em Fiji ainda é dantesca, pois parece que um ciclone passaria por lá. Mas pelo menos Mr e Mrs Harvey, desde ontem, vivem felizes para sempre.
THE END
segunda-feira, 12 de janeiro de 2009
Mais tubarões
Não sei se no horóscopo chinês este é o ano do tubarão, mas no australiano com certeza! Enquanto os cientistas neozelandeses dissecam um grande tubarão branco para conscientizar as pessoas sobre o perigo de extinção da espécie (post anterior), por aqui tivemos três ataques nos últimos dois dias.
Essa manhã, um rapaz de 24 anos mergulhava próximo a Windang Bridge, no Lake Illawarra (ao sul de Sydney), quando um tubarão que acredita-se ser o touro (bull shark) mordeu-lhe a perna. Ele nadava por volta das 10h50 e notou uma sombra marrom atrás. Quando foi ver, era tarde. O jovem ainda teve forças para nadar até uma área raza, onde se deitou em um barco. Chegando em terra, foi levado para o hospital em condições estáveis.
Ontem, por volta das 9h30, Jonathon Beard, surfista de 31 anos de Brisbane, pegava onda em Fingal Beach (ao norte de Sydney), quando foi mordido na coxa esquerda. Já Hannah Mighall, 13 anos, nadava no nordeste da Tasmania e foi salva de um branco de 5 metros por um primo que acertou o tubarão (não me perguntem onde, como e com o quê), levando-a para terra firme em sua prancha.
Não sei se em virtude da crise mundial, do El Niño ou por estarmos no terceiro continente à sua escolha, mas o fato é que os tubarões estão cada vez mais próximos e famintos. Look out!
Essa manhã, um rapaz de 24 anos mergulhava próximo a Windang Bridge, no Lake Illawarra (ao sul de Sydney), quando um tubarão que acredita-se ser o touro (bull shark) mordeu-lhe a perna. Ele nadava por volta das 10h50 e notou uma sombra marrom atrás. Quando foi ver, era tarde. O jovem ainda teve forças para nadar até uma área raza, onde se deitou em um barco. Chegando em terra, foi levado para o hospital em condições estáveis.
Ontem, por volta das 9h30, Jonathon Beard, surfista de 31 anos de Brisbane, pegava onda em Fingal Beach (ao norte de Sydney), quando foi mordido na coxa esquerda. Já Hannah Mighall, 13 anos, nadava no nordeste da Tasmania e foi salva de um branco de 5 metros por um primo que acertou o tubarão (não me perguntem onde, como e com o quê), levando-a para terra firme em sua prancha.
Não sei se em virtude da crise mundial, do El Niño ou por estarmos no terceiro continente à sua escolha, mas o fato é que os tubarões estão cada vez mais próximos e famintos. Look out!
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sábado, 10 de janeiro de 2009
Dissecaram o predador
Importante: não façam isso em casa.
Cássio, o vídeo completo está no site do museu.
Se a Austrália, ilha de proporções continentais com 7,741,220 km2 de área, vive cercada de tubarões e se preocupa com eles, imaginem a nossa simpática Nova Zelândia, país de apenas 268,680 km2 e ainda dividido em duas ilhas.
Na última quinta-feira (8/1), o Auckland Museum realizou uma concorrida dissecação pública de um grande tubarão branco, um dos principais predadores do país, para conscientizar as pessoas sobre o perigo de extinção da espécie. A necrópsia a céu aberto contou com a presença de 1.500 espectadores in loco (para usar um termo científico) e 30 mil ao redor do mundo acompanhando pela Internet - além de dezenas de moscas e insetos que sobrevoavam o local.
Sob sol forte, o público viu, inicialmente, o bicho ser virado de um lado para o outro, tomar esguichada, ser medido (3 m de comprimento), pesado (300 kg) e ter centenas de crustáceos removidos da pele. Enquanto isso, as pessoas podiam chegar perto, tirar fotos, passar a mão e fazer perguntas aos cientistas.
Terminado os preparativos, chegara a hora tão aguardada: a faca. Com um corte cirúrgico de açougueira do mar, nosso glorioso dr. Clinton Duffy, cientista marinho do Department of Conservation, iniciou a dissecação cortando a barriga, seguida pelo estômago.
O público tinha certeza de que veria bolas de golf, bonés do New York Yankees, galocha amarela de pescador, restos mortais de um guarda-chuva, além, é claro, de focas, pinguins, golfinhos e baleias. Mas o que se viu foi uma massa melequenta (tipo pirão) com músculos, ossos e outras partes de peixes não-identificáveis. No clássico do Spielberg de 1975, o dr. Richard Dreyfuss teve mais sorte.
O tubarão (na verdade, uma "tubarôa"), era uma jovem fêmea que fora encontrada morta em uma rede em Kaipara Harbour, na última segunda, por um pescador que notificou o Department of Conservation – como manda a lei. A fêmea, que ainda teve vários órgãos internos dissecados, ficará em exposição no museu, enquanto partes servião para estudos científicos e outras serão devolvidas ao mar.
Na última quinta-feira (8/1), o Auckland Museum realizou uma concorrida dissecação pública de um grande tubarão branco, um dos principais predadores do país, para conscientizar as pessoas sobre o perigo de extinção da espécie. A necrópsia a céu aberto contou com a presença de 1.500 espectadores in loco (para usar um termo científico) e 30 mil ao redor do mundo acompanhando pela Internet - além de dezenas de moscas e insetos que sobrevoavam o local.
Sob sol forte, o público viu, inicialmente, o bicho ser virado de um lado para o outro, tomar esguichada, ser medido (3 m de comprimento), pesado (300 kg) e ter centenas de crustáceos removidos da pele. Enquanto isso, as pessoas podiam chegar perto, tirar fotos, passar a mão e fazer perguntas aos cientistas.
Terminado os preparativos, chegara a hora tão aguardada: a faca. Com um corte cirúrgico de açougueira do mar, nosso glorioso dr. Clinton Duffy, cientista marinho do Department of Conservation, iniciou a dissecação cortando a barriga, seguida pelo estômago.
O público tinha certeza de que veria bolas de golf, bonés do New York Yankees, galocha amarela de pescador, restos mortais de um guarda-chuva, além, é claro, de focas, pinguins, golfinhos e baleias. Mas o que se viu foi uma massa melequenta (tipo pirão) com músculos, ossos e outras partes de peixes não-identificáveis. No clássico do Spielberg de 1975, o dr. Richard Dreyfuss teve mais sorte.
O tubarão (na verdade, uma "tubarôa"), era uma jovem fêmea que fora encontrada morta em uma rede em Kaipara Harbour, na última segunda, por um pescador que notificou o Department of Conservation – como manda a lei. A fêmea, que ainda teve vários órgãos internos dissecados, ficará em exposição no museu, enquanto partes servião para estudos científicos e outras serão devolvidas ao mar.
Cássio, o vídeo completo está no site do museu.
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terça-feira, 6 de janeiro de 2009
Tudo por uma boa causa (rosa)
Quando, no Brasil, mais de 30 mil pessoas vestiriam rosa para ir a um estádio? Já sei, os torcedores que não são 6-3-3 diriam que é só realizar um jogo do São Paulo no Morumbi. Bobagem! Piadinhas sem graça à parte, isso aconteceu ontem, em um jogo de cricket aqui em Sydney, no dia que entrou para a história como Jane McGrath Day.
Na arquibancada, 90% dos espectadores vestiam rosa ou usavam lenço, fita, chapéu, boné ou outro apetrecho com a cor. No gramado, jogadores usavam algum detalhe rosa na luva, no bastão ou no uniforme. Os stumps, aqueles 3 pedaços de madeira verticais atrás do rebatedor, eram rosas, assim como as placas publicitárias do principal patrocinador. Narradores e comentaristas também trajavam rosa, a exemplo dos juízes, que tinham pulseiras rosas, e do viúvo e grande responsável por tudo, o ex-astro do cricket australiano Glenn McGrath, que vestia uma elegante camisa... rosa.
Tudo por uma boa causa: conscientizar e arrecadar fundos para a McGrath Foundation, instituição de caridade co-fundada em 2002 por Glenn McGrath com sua mulher Jane McGrath, que faleceu de câncer em junho do ano passado, aos 42 anos, após mais de uma década de luta contra um câncer na mama, um no quadril e um tumor no cérebro.
A atmosfera no Sydney Cricket Ground era algo arrepiante. Dentro do complexo do estádio, uma enorme tenda cor-de-rosa foi armada para as pessoas comprarem souvenirs e ajudarem com doações. Dentro do estádio, um oceano rosa. E no gramado, o terceiro dia do terceiro duelo entre Austrália e África do Sul, válido pelo Test 2008/09.
Eu ganhei um ingresso para o setor de membros, o único lugar do estádio onde é vendido cerveja normal (sem ser light) em dia de cricket. É verdade! Como esses jogos do Test duram cinco dias, começando por volta das 10 horas da manhã e terminando somente às 6 da tarde, eles vendem cerveja light para tentar controlar os excessos etílicos do público. Mas com o calor que faz nesta época do ano, não conseguem.
Ontem era segunda-feira, a princípio o primeiro dia oficial de labuta do ano, e no estádio milhares de pessoas chegaram de manhã para acompanhar a partida e começar a beber cedo. O cricket, além de ser o esporte número 1 da Austrália (está ali com o rugby), é também uma excelente desculpa para não trabalhar e encher a cara.
Na arquibancada, 90% dos espectadores vestiam rosa ou usavam lenço, fita, chapéu, boné ou outro apetrecho com a cor. No gramado, jogadores usavam algum detalhe rosa na luva, no bastão ou no uniforme. Os stumps, aqueles 3 pedaços de madeira verticais atrás do rebatedor, eram rosas, assim como as placas publicitárias do principal patrocinador. Narradores e comentaristas também trajavam rosa, a exemplo dos juízes, que tinham pulseiras rosas, e do viúvo e grande responsável por tudo, o ex-astro do cricket australiano Glenn McGrath, que vestia uma elegante camisa... rosa.
Tudo por uma boa causa: conscientizar e arrecadar fundos para a McGrath Foundation, instituição de caridade co-fundada em 2002 por Glenn McGrath com sua mulher Jane McGrath, que faleceu de câncer em junho do ano passado, aos 42 anos, após mais de uma década de luta contra um câncer na mama, um no quadril e um tumor no cérebro.
A atmosfera no Sydney Cricket Ground era algo arrepiante. Dentro do complexo do estádio, uma enorme tenda cor-de-rosa foi armada para as pessoas comprarem souvenirs e ajudarem com doações. Dentro do estádio, um oceano rosa. E no gramado, o terceiro dia do terceiro duelo entre Austrália e África do Sul, válido pelo Test 2008/09.
Eu ganhei um ingresso para o setor de membros, o único lugar do estádio onde é vendido cerveja normal (sem ser light) em dia de cricket. É verdade! Como esses jogos do Test duram cinco dias, começando por volta das 10 horas da manhã e terminando somente às 6 da tarde, eles vendem cerveja light para tentar controlar os excessos etílicos do público. Mas com o calor que faz nesta época do ano, não conseguem.
Ontem era segunda-feira, a princípio o primeiro dia oficial de labuta do ano, e no estádio milhares de pessoas chegaram de manhã para acompanhar a partida e começar a beber cedo. O cricket, além de ser o esporte número 1 da Austrália (está ali com o rugby), é também uma excelente desculpa para não trabalhar e encher a cara.
Eu cheguei às 15 horas, após o trabalho, e as 3 horas que permaneci no estádio foram suficientes para entrar no espírito do jogo. Principalmente porque um dos meus amigos, captain Kevin, havia chegado às 10h11 e estava tomando desde às 10h12 da matina. Quando o vi, Captain estava mais preocupado em pagar rodadas de cerveja pra todo mundo e apostar nas corridas de cavalo do que propriamente em sentar e assistir ao jogo.
Sim! Porque o setor de membros, além de vender cerveja normal, também oferece todas as facilidades de um TAB (organização que monopoliza os jogos de aposta por aqui), o que transforma o lugar em um verdadeiro pub: cerveja, apostas, um monte de mates se esbarrando e cocotas desfilando por todos os lados. Não só me senti em casa, como acho que toda semana deveria começar com cricket. Em vez de acordar e ir para o trabalho, poderíamos seguir para o estádio, tomar algumas cervejas, ver umas rebatidas e deixar para iniciar a semana na terça.
Mas independentemente da quantidade industrial de cerveja consumida no Sydney Cricket Ground, o exemplo dado por todos, incluindo os patrocinadores, meios de comunicação, atletas, público e, principalmente, do nosso glorioso Glenn McGrath, foi fantástico. Somente ontem foram arrecadados $ 320 mil, tudo, claro, destinado a uma belíssima causa.
Ah! E saindo do estádio, é obrigatório uma parada num pub para tomar cervejas servidas em um taco de cricket rosa desenvolvido especialmente para isso. That´s Australia, mate!
Mas independentemente da quantidade industrial de cerveja consumida no Sydney Cricket Ground, o exemplo dado por todos, incluindo os patrocinadores, meios de comunicação, atletas, público e, principalmente, do nosso glorioso Glenn McGrath, foi fantástico. Somente ontem foram arrecadados $ 320 mil, tudo, claro, destinado a uma belíssima causa.
Ah! E saindo do estádio, é obrigatório uma parada num pub para tomar cervejas servidas em um taco de cricket rosa desenvolvido especialmente para isso. That´s Australia, mate!
domingo, 4 de janeiro de 2009
Swim between the flags (and far away from the australian water)
E não é que as sirenes tocaram aqui nas praias do leste? Parecia filme, mas foi real. Um tubarão martelo de 6 pés e outro de 2 (provavelmente sobrinho) deram o ar da graça na manhã deste domingo em Coogee Beach, seguindo para Maroubra. Resultado: os banhistas e surfistas que estavam nestas duas praias e nas vizinhas Bronte e Tamarama tiveram que deixar a água no melhor estilo Tubarão – O Filme.
Bronte esta manhã.
Eu, felizmente, estava em Bondi Beach, a praia seguinte, e parece que a dupla de martelos evitou o local. Provavelmente para não concorrer com Paris Hilton, que esteve por aqui nos últimos dias. Ou então eles vieram, mas os salva-vidas-celebridades não esvaziaram a água pois estavam gravando o reality show Bondi Rescue (no programa, eles são as grandes estrelas ao lado de japonesas indefesas e europeus beberrões que diariamente tentam se afogar).
Mas voltemos aos peixes da super-ordem Selachimorpha. Ontem (sábado), a aproximadamente 1 km do Long Reef de Sydney, um tubarão branco de 4 metros jogou dois australianos para fora de seus caiaques. Durante uns 10 minutos, o peixão circulou em volta dos dois e, graças à intervenção do glorioso Glenn Morgan, o pescador, ambos foram salvos e a história teve um final feliz (um dos sobreviventes prometeu uma caixa de cerveja para o herói - mais Austrália impossível).
O suspeito de Rockingham.
Já na costa oeste do país, em uma praia próxima de Rockingham (30 km ao sul de Perth), Brian Guest, amante do mar e defensor dos tubarões, não teve a mesma sorte. Na última semana de 2008, enquanto mergulhava com o filho, foi atacado e continua desaparecido. Pelo que tudo indica, também trata-se de um grande branco de aproximadamente 4 metros (obviamente não é o mesmo).
O fato é que os tubarões estão e sempre estiveram por aqui (não por acaso a maioria das praias e baías tem redes de proteção) e o conselho que posso dar, é: nade entre as bandeiras, não brinque no fundo, leve casaco e não aceite bala de estranhos.
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quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
Nem pensem nisso!
Era só o que faltava. Não é que o nosso glorioso Reverendo Nile quer proibir a prática do topless – uma das marcas (sem trocadilho) do verão local – das praias de New South Wales?
Motivo: “Nossas praias deveriam ser um lugar onde ninguém se sinta ofendido, independentemente da religião ou cultura. Se a pessoa vem do Oriente Médio ou da Ásia, lugares onde as mulheres nunca fazem topless – de fato elas usam muita roupa – eu acho importante respeitar todas as diferenças culturais”, esbravejou o “revera”, que também é membro do Parlamento e quer colocar o assunto em discussão na casa.
Disxxcordo (com sotaque do Rio)! Quem deve se adaptar à Austrália somos nós, estrangeiros, e não os australianos aos nossos costumes. Se alguém se sente ofendido com alguma coisa, que fique em casa, vá passear no shopping ou nem saia do seu país. O topless vem sendo praticado na Austrália desde os anos 60 e que continue, no mínimo, pelos próximos 50 anos (ou enquanto eu estiver por aqui).
Em North Bondi, onde moro, mães diariamente fazem topless enquanto os filhos pequenos se divertem na areia. E ninguém liga! É a coisa mais natural. Curioso é o fato de que, em geral, quem faz são as australianas, americanas, canadenses e européias (incluindo as deusas suecas dos olhos biônicos). Já as brasileiras e as latinas dificilmente tiram a parte de cima, não sei se pela forte influência católica na nossa cultura, por sermos países extremamente conservadores (brasileiro acha que não é, mas somos) ou por algum terceiro motivo a sua escolha. O que é uma pena!
Motivo: “Nossas praias deveriam ser um lugar onde ninguém se sinta ofendido, independentemente da religião ou cultura. Se a pessoa vem do Oriente Médio ou da Ásia, lugares onde as mulheres nunca fazem topless – de fato elas usam muita roupa – eu acho importante respeitar todas as diferenças culturais”, esbravejou o “revera”, que também é membro do Parlamento e quer colocar o assunto em discussão na casa.
Disxxcordo (com sotaque do Rio)! Quem deve se adaptar à Austrália somos nós, estrangeiros, e não os australianos aos nossos costumes. Se alguém se sente ofendido com alguma coisa, que fique em casa, vá passear no shopping ou nem saia do seu país. O topless vem sendo praticado na Austrália desde os anos 60 e que continue, no mínimo, pelos próximos 50 anos (ou enquanto eu estiver por aqui).
Em North Bondi, onde moro, mães diariamente fazem topless enquanto os filhos pequenos se divertem na areia. E ninguém liga! É a coisa mais natural. Curioso é o fato de que, em geral, quem faz são as australianas, americanas, canadenses e européias (incluindo as deusas suecas dos olhos biônicos). Já as brasileiras e as latinas dificilmente tiram a parte de cima, não sei se pela forte influência católica na nossa cultura, por sermos países extremamente conservadores (brasileiro acha que não é, mas somos) ou por algum terceiro motivo a sua escolha. O que é uma pena!
E no desnecessário debate do cobre ou não cobre, até mesmo nossa ilustríssima primeira-ministra interina Julia Gillard se manifestou contrária à proibição, assim como nossa prefeita do Waverley Council Sally Betts, que está muito mais preocupada com o consumo excessivo de álcool na imediações de Bondi do que com os seios da mulherada. Se um dia eu me tornar cidadão permanente australiano, votarei nelas. E não se fala mais no assunto!
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