sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Resolução 1 de ano novo – Talvez eu esteja em apuros

Mês passado escrevi sobre o grave problema de nomenclatura que enfrento na Austrália (ver texto “Mucho gusto, my name is Publa”). Na verdade, que enfrentei a vida inteira, independentemente de cidade, Estado, porteiro ou país. Mas agora a situação complicou de vez.

Como podem ler num dos textos abaixo – do reveillon – publiquei as minhas 10 resoluções de ano novo (de fato são cento e douze, mas só coloquei dez por questão de cabala). E para começar o ano com o pé direiro, já pus a número 1 em prática, a que diz “Cortar o o cabelo”. Assim, no último sábado entrei na barbearia do mr. Luigi – mais de meio século de barba, cabelo e bigode em Coogee Beach – e após pouco mais de 10 minutos e 19 doletas, voltei a ter cabelo curto (o que não acontecia desde 2000).



Na mesma semana, mais precisamente na sexta, Austrália e Índia se enfrentavam pelo Teste de Críquete. Os jogos são amistosos mas rola uma baita rivalidade, os caras levam a sério demais e, claro, ninguém quer perder. Por conta disso, os jogadores se provocam, tiram sarro e, como não é um jogo de contato, não chegam às vias de fato, mas volta e meia estão se estranhando.



Andrew Symonds, uma das estrelas do selecionado local, andou cornetando nos ouvidos indianos. Podem ter certeza de que ele não elogiou o turbante de ninguém, pois no melhor estilo Grafite e Desábato na Libertadores da América de 2005, nosso glorioso Harbhajan Singh, jogador da Índia, foi acusado por Symonds de tê-lo chamado de “macaco”. Importante: no meio de um monte de branquelos, Symonds é o único “afro-australiano” (não quero me comprometer). Vocês podem imaginar a confusão...


Andrew Symonds e Harbhajan Singh

Apesar da aparente sociedade multicultural que a Austrália diz ser, na verdade o que rola é uma tolerância por pura necessidade, já que australiano não quer fazer trabalho que latinos, árabes, irlandeses e asiáticos fazem. Sendo assim, todos são obrigados a conviver em aparente harmonia. Mas uma hora a coisa sempre estoura, e é provável que, sob o pretexto do jogo, alguma reação contra os indianos aconteça. Especialmente se não contornarem publicamente o problema – o que está difícil – e se Ricky Ponting, capitão australiano, não fechar a boca. Por aqui, boa parte da mídia está condenando a seleção australiana, principalmente o tal do Ponting, por achar que eles provocaram demais e agora estão exagerando (“hipócritas” e “demagogos” são alguns dos adjetivos mais usados nos jornais das últimas semanas).

Ricky "the arrogant" Ponting

Mas vocês devem estar se perguntando: o que o Pablo tem a ver com isso?

Bem, não sei porque cargas d´água, eu, que sempre tive cara de mexicano, boliviano, argentino ou paraguaio, após concluir a resolução número 1 de ano novo, fiquei com cara de indiano. É verdade! Primeiro foi a Paloma, minha irmã, que semanas atrás falou que eu estava da cor dos indianos (verão sem camada de ozônio é brabo). Entusiasta do budismo, achei bacana. Dias depois, enquanto cortava 7 anos de vagabundagem capilar, o sorridente mr. Luigi perguntou se eu era indiano. Estranhei! Na sequência, Robin, meu cunhado, quando me viu pela primeira vez após o corte, exclamou: Anil Kumble (jogador indiano)! E pra fechar, na última quinta, tomando umas cervejas num pub, conheci um casal. O cara era australiano e a mulher brasileira. Quando falei que também era brasileiro, seguiu o seguinte diálogo com a moça:
- Jura?
- Juro!
- Mas você não tem cara de brasileiro.
- Eu sei, todo mundo diz que pareço mexicano, boliviano, argentino...
- Não, não, achei que você fosse asiático. Mas não japonês, coreano, esses asiáticos, achei que você fosse da Índia, Paquistão, daqueles lados.

Portanto, meus amigos e amigas, o jeito é evitar gramados de cricket e encontros com australianos mais xiitas, pois se algum amigo do Nepal ou Bangladesh me ver e me chamar de Publa, é bem provável que estaremos diante de um incidente diplomático envolvendo Brasil, Austrália, Índia e mais um quarto país a sua escolha!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

A pergunta que não quer se calar



Há apenas 5 meses aqui, tenho uma grande dúvida. Na verdade, duas. Até hoje não sei se a água onde me banho com certa frequência pertence ao Oceano Pacífico ou ao Mar da Tasmânia. Já ouvi teorias defendendo ambos, mas nenhuma convincente (Ashraf, pergunta pro Amyr, por favore). Mas a pergunta que não quer se calar, é:

Seria a Austrália, a Inglaterra ensolarada ou o Brasil que deu certo?



Prometo resposta para daqui há alguns anos...


quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Milagre em Coogee – Ressucitaram Vanilla Ice Ice Baby

Esta é a visão lateral do Beach Palace Hotel – hotel/pub/bar/café/restaurante/casa de apostas e afins – que fica ao lado de casa (é praticamente o meu escritório). O lugar é bacana, tem uma grande varanda com vista para o mar e um incrível poder sobrenatural de ressucitar mortos.


É verdade! Na noite do último dia 31 de dezembro de 2007, também conhecida como reveillon, noite da virada ou new year eve, os caras desenterraram nada mais nada menos do que um dos piores “rappers” (se é que podemos chamá-lo de rapper) de todos os tempos, nosso glorioso Vanilla Ice.



Ele mesmo! O branquelo do topete oxigenado que vendeu mais de 20 milhões de cópias do álbum que trazia uma das maiores bombas sonoras do início dos anos 90 (e olha que não foram poucas), Ice Ice Baby. Gelo Gelo Neném, além de terrível, ainda plagiava a introdução de Under Pressure, do Queen, o que rendeu um tremendo processo.

Vanilla Ice Ice Baby foi contratado como atração principal da festa de ano novo do Palace (fico imaginando o resto). Mas o pior foram os preços. A primeira leva de ingressos foi vendida a AU$ 125, enquanto que a segunda saiu por AU$ 135 (sem bebidas alcoólicas incluídas).



Resumindo: tem louco pra tudo neste mundo, e há lugares com poderes mágicos de ressucitar mortos. Para o próximo reveillon, o Palace já confirmou as presenças de Milli Vanilli, Deborah Gibson e Serguei. Imperdível!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Perdemos Arden St!



Força, Clovelly Rd!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Happy New Year - 10 resoluções para 2008

O reveillon de Sydney gira em torno da Harbour Bridge, a famosa ponte que (literalmente) ao lado da Opera House, dos cangurus e da capa do álbum The Best of Men at Work, estão entre os principais ícones da Austrália. A festa na ponte é famosa no mundo inteiro não só pela queima de fogos, mas por ser um dos primeiros lugares do planeta a entrar no ano bom. Como sou novato por aqui, claro que tentei passar o mais próximo possível. Mas até a véspera, a missão de achar o lugar ideal não estava fácil.

Em primeiro lugar, o meu visto é de estudante (categoria alcoholic oversea student), e isso significa que que não tenho condições de pagar AU$ 1.000 nas festas vips ali do lado, nem mesmo AU$ 300 nos bares, restaurantes e clubes não tão vips assim. Deste modo, o mais viável era achar um lugar público nas imediações. Parques não faltam em Sydney, especialmente com boa vista para a ponte, mas para conseguir um bom lugar eu teria que chegar, no máximo, até às 9 da manhã, passar o dia inteiro espremido entre milhares de pessoas e com extrema dificuldade para as 4 principais necessidades de um dia como este: cerveja, banheiro, boa visão da queima de fogos e mais cerveja.

A solução foi descolar um lugar alternativo, que não precisasse chegar tão cedo e com ótima logística cerveja-banheiro-boa visão da queima de fogos-mais cerveja. Encontrei!

Por sugestão da família australiana de uma amiga suíça, fomos às cegas a um lugar chamado Strickland House. Tudo o que sabíamos era que no lugar havia uma casa particular, com acesso a uma praia, cuja praia tinha uma rede de proteção contra tubarões. Também fomos informados de que poderíamos levar comes e bebes à vontade, de que teríamos ótima visão da festa e não precisaríamos chegar tão cedo, pois a tal da Strickland House não é muito popular. O único “senão” era o toque de recolher: uma da manhã deveríamos zarpar de lá. Levando em conta que chegaríamos no meio da tarde e a maioria das festas públicas e muitas privadas da cidade não passariam das 3, achamos justo.

Assim, aportamos por lá às 16h12 do dia 31 de dezembro para desfrutar de uma das melhores relações cerveja-banheiro-boa visão da queima de fogos-mais cerveja de Sydney.

Vejam as fotos e as resoluções para 2008!


A chegada


A casa


A prainha


Parte da galera


Zoom na ponte






Zoom na Opera House



A atmosfera


Jesus também apareceu por lá


Fim de tarde


Pôr-do-sol


Sol se despedindo de 2007


Último anoitecer


Queima de fogos das 9h (para a criançada)



Happy New Year








Resoluções de Ano Novo:
1. Cortar o cabelo
2. Trabalhar mais
3. Escrever mais
4. Beber menos (porém melhor)
5. Conhecer a maior diversidade possível de cozinhas
6. Interagir com a Nicole Kidman
7. Parar de sonhar em interagir com a Nicole Kidman
8. Viajar mais pela Austrália
9. Passar férias no Brasil
10. Conquistar a Oceania, a Ásia e mais um terceiro continente a sua escolha







E para colocar as resoluções de ano novo em prática, nada melhor do que flambar uns maus espíritos que pairavam no ar!

Cicarelli na Austrália (ou quase)

Falando em celebridades, como sabem, em São Paulo eu era vizinho da supergata (e agora saudosa) Daniella Cicarelli. Comprávamos pãozinho no mesmo português bigodudo e mal-humorado, acompanhávamos as manchetes/escândalos sobre ela na mesma banca de jornal, frequentávamos o mesmo parque, onde corríamos entre as mesmas flores, o mesmo jardim, enfim, vivemos uma linda história de amor (só falta alguém avisá-la). Cheguei até a compor uns versinhos, que virou o tema do casal:

“A mesma padoca, a mesma banca, as mesmas flores, o mesmo jardim...”

Foto: Revista Trip


Pois bem, por aqui a coisa é diferente. Em vez da Cica, quem dá o ar da graça na vizinhança são 3 bêbadas que costumeiramente arremessam pratos, sandálias e xícaras pela janela (ver texto “Um domingo qualquer”). Até uns meses atrás, toda vez que eu saía na sacada e via algum objeto voador totalmente identificável partindo do apartamento 21, meu coração apertava de saudade. Até que numa bela manhã de segunda-feira, na Geos – a escola de inglês onde estudei de agosto a novembro –, ela apareceu!

Na verdade, não exatamente Daniella Cicarelli, mas Natacha Carabajal, supergata feita à imagem e semelhança da minha musa tupiniquim, mas argentina, que vive no Chile e se tornou minha vizinha... de classe. Tínhamos a mesma turma, frequentávamos o mesmo parque, tomávamos as mesmas botejinhas de vinhos, enfim...


Turma da Geos, domingo no parque (ela é a primeira da esquerda).

Natacha, para a minha tristeza, já retornou para o outro lado do Pacífico e, assim como Dani Cica, ficou com um pedaço do meu coração. Mas para amenizar tamanha dor, novamente escrevi uns versinhos extremamente profundos de recordação:

“Quase a mesma classe, o mesmo parque, as mesmas botejas, o mesmo tin-tin...”

terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Genéricos chegam para o Australia Open

O Australia Open 2008 só começa no dia 14 de janeiro, em Melbourne, mas algumas das maiores estrelas do mundo do tênis já chegaram por aqui.

No último dia 31 de dezembro, em Nielsen Park, foram flagrados nada menos do que o maior nome da atualidade, o suíço Roger Federer, tricampeão do Australia Open (2004, 2006 e 2007), e dois ex-top 1 do mundo: o alemão Boris Becker, bicampeão do torneio em 1991 e 1996, e o chileno cabeça quente Marcelo Rios, finalista em 1998.

É só o começo!