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sábado, 26 de fevereiro de 2011

Coluna Vatapá com Shiraz - Bares e Igrejas

by Paulinho Martins

Pablo, tem muitas igrejas na Austrália? Existem bares de frente a elas? Sempre frequentei bares de frente a igrejas. Não é culpa minha! As igrejas insistem em surgir na frente dos bares. Talvez seja ao contrário, mas o fato é que eu não sou o culpado. A culpa é do bar ou da igreja.


Catedral em Ilhéus

Não que eu tenha algum problema religioso com isso. Eu não! Jesus tomou vinho na Santa Ceia. Na verdade, acredito que bebedeiras em frente a igreja me deixam com mais fé. Ou pelo menos em estado ébrio, um pouco mais aguçado.

Em Cananéia, a balada era em frente a igreja. Em São Paulo, mais especificamente em Pinheiros, tem um tradicional bar chamado Cú do Padre. Clássico atrás da igreja. Isso é brasileiro ou mundial?

Enfim, com a consciência totalmente tranquila, sou frequentador do Vesúvio, emblemático bar de Ilhéus que teve seu nome escrito na história de Jorge Amado. Isso mesmo, o Bar do Sr. Nacib e que tinha ninguém menos do que Gabriela cravo e canela como cozinheira. O bar existe até hoje. E tem duas coisas que eu realmente adoro nele: a vista da catedral e o pastel árabe.



A catedral é linda, cheia de histórias, bem cuidada. Nem parece Ilhéus. Digo isso porque Ilhéus está realmente mal cuidada, mas a igreja merece uma visita. E, ao sair de lá, passe no Vesúvio e peça um pastel árabe (R$ 4,00).

O pastel árabe é um salgado em forma de esfiha feito com uma massa folhada e recheada com uma espécie de pasta de ricota com temperos sírios. Quando perfeito, é sequinho por fora e seu recheio é cremoso e quente. E eles servem com um molhinho de cebola bem apimentado, a "pimenta da casa". Como mais de um por semana!



Infelizmente, a carta de vinho é ruim e não tem nada que mereça. Mas eu sou cara de pau, levo o meu e pago a rolha. Sem problema.

Para o Pastel, recomendo um Casa Valduga – Dueto Chardonnay/Riesling (à venda no Bataclan por R$ 45,00) bem gelado. Você não sabe o calor que faz em Ilhéus, Pablito, vinho branco a 10 graus aqui é chá. Precisa ser gelado. Ou prove com o chope escuro Xingu na Tulipa (R$ 3,90) bem tirado da casa.

Nacer, algum bar eclesiástico que mereça destaque nas terras do terceiro continente à sua escolha?

Dica
Bar Vesúvio
Praça Don Eduardo, 190
Bataclan
Praça José Marcelino S/N

***

by Pablo Nacer

Paulinho, respondendo a pergunta lá de cima, acredito que o fenômeno bar/igreja seja brasileiro e não mundial. Vejamos!

Quem viaja o Brasil sabe que em toda cidade, por menor ou mais longínqua que seja, tem sempre uma praça principal com a igreja matriz, o coreto, o bar e o Bradesco. Levando em conta que, historicamente, as cidades são fundadas em torno da igreja, e tendo conhecimento de que o sistema bancário é uma necessidade muita mais recente do que a de tomar um porre ou se exibir em praça pública, a questão passa a ser quem veio primeiro, o bar ou o coreto? A Ilhéus de Jorge Amado talvez tenha a resposta.


St Mary's Cathedral, Sydney

Por aqui, apesar de praticamente 65% da população ser cristã, sendo que 1/4 desse total é católico, igreja é muito mais para inglês ver do que para rezar (até porquê foi ele quem construiu). Lembro que nas minhas primeiras semanas de escola de inglês na Austrália, eu saía com uma colombiana que reclamava de não encontrar igreja aberta para ir à missa nas manhãs de domingo. Pobrecita! Em solidariedade, eu engrossava o coro por não encontrar bar aberto enquanto ela procurava igreja, mas isso é outra história.

O ponto é, por aqui temos igrejas maravilhosas, incluindo a e-p-e-t-a-c-u-l-a-r- St Mary's Cathedral, a maior da Austrália, construída no estilo gótico vitoriano do século XVIII, no Hyde Park, centro da cidade. Adoro ela e, coincidentemente, neste final de semana teremos a maior feira de vinho de Sydney, no mesmo parque.



Na Austrália, não temos bares e botecos de calçada como temos em toda esquina do Brasil, o que por um lado é bom e por outros dois é ruim. Em compensação, temos os pubs, que possuem praticamente a mesma finalidade mas são, por lei, vinculados a um hotel. Ou seja, todo pub está localizado dentro ou junto de um hotel, o que não significa que todo hotel tenha um pub (legislação provavelmente criada para a colônia não descambar).

Sendo assim, Paulo, não é tão comum tomar cerveja em bar com vista para igreja (exceto quando o pub tem beer garden), nem mesmo frequentar igreja antes de ir para o bar. Porém, o mesmo não se pode falar de Adelaide, capital de South Australia, conhecida como a cidade da igrejas.

Sim, meu amigo, Adelaide, que nada tem a ver com a anã paraguaia, mas deveria ter sido o destino australiano da minha ex-colombiana, foi erguida por protestantes ingleses e luteranos alemães para, a exemplo de toda South Australia, não ser uma colônia penal, mas uma sociedade mais justa e tolerante, com ideias bastante avançadas para a época. Não por acaso South Australia é conhecido como o estado dos fetivais e igualmente não por acaso foi o segundo lugar do planeta em que mulheres tiveram direito a voto.

E o meu apreço por este meridional estado aumenta ainda mais com o fato de ser mundialmente conhecido por abrigar algumas das melhores regiões vinícolas do país, como o Barossa Valley e o Eden Valley, de onde saem, respectivamente, os ícones Penfolds Grange e Henschke Hill of Grace, dois dos melhores Shiraz já produzidos no mundo.



Viva as igrejas, os bares e o vinho (não necessariamente nessa ordem). E vamos bebendo, Paulinho!

Dica
Sydney Cellar Door
Sábado, 26 e domingo 27 de março, das 11h às 18h
Hyde Park, Sydney
Mais de 100 vinícolas de New South Wales
Entrada grátis
http://www.nswwinefestival.com.au/

Coluna Shiraz com Vatapá anterior>>>
Essa coluna também está no blog do Paulinho Martins

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Bob Dylan no Byron Bay Bluesfest 2011



Eleito o melhor evento da Austrália de 2010, pelo visto o Byron Bay Bluesfest vai ser bicampeão em 2011, pois é pouco provável que algum outro evento em todo país, na verdade, em todo hemisfério sul, reúna dois papas como Bob Dylan e B.B. King.

É verdade! Bob Dylan, o homem, a lenda, que se recusa a tocar em cidade cujo nome nunca ouvira falar, finalmente aceitou se apresentar em Byron Bay. Os produtores vinham tentando há quase uma década, em 2003 estava quase tudo certo, mas Dylan desistiu na última hora - provavelmente não encontrou Byron Bay no mapa.

Mas agora é mais do que oficial! Ele será a atração principal da 22ª edição do Bluesfest, que tradicionalmente acontece no feriadão da Easter, a Páscoa local.



Byron Bay, o ponto mais a nordeste da Austrália, ainda em New South Wales mas com cara de Queensland, já foi tudo o que Bob Dylan pregava e cantava nos idos de 1960 e 70, uma vez que era um dos berços da contra-cultura australiana, ponto de encontro de hippies, surfistas, mochileiros, baureteiros e tantos outros que por lá passaram e acabaram ficando.

Obviamente, Byron Bay não é mais um lugar alternativo, um ponto de resistência ao sistemão com pé na areia, porém, ainda possui a aura de outrora. Até porque o mundo mudou, a Austrália mudou e o próprio Bob Dylan.

Músicas compostas por Dylan na primeira metade dos 60's como Blowin' in the Wind, The Times They Are A-Changin' e Like a Rolling Stone influenciaram o que Byron Bay viria a se tornar nos anos seguintes, e a vinda do homem em persona tem tudo para ser o encontro de um dos possíveis pais (tratando-se de hippies o pai é sempre em potencial) com um dos filhos bastardos, após 40 anos.



Elvis Costello fecha a trindade do Byron Bay Bluesfest 2011 ao lado de Bob Dylan e B.B. King, seguido por Ben Harper, nomes locais como The Cat Empire, entre tantos outros.

Em breve serão anunciados outras bandas e artistas, mas os ingressos já estão à venda e, tratando-se de Dylan e Austrália, se você pensa em ir, corra! Não só para adquirir o seu ticket, mas para reservar lugar em camping, estacionamento para a sua kombi...

O festival acontece de 21 a 25 de abril de 2011. Todas as informações e ingressos estão aqui, Mr. Tambourine.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Cerveja espacial - A cara da Austrália!

Essa é, seguramente, a melhor e mais espacial notícia de todos os tempos da última semana. E é a cara da Austrália!

Poucas coisas representam tanto o país quanto o canguru, a Opera House, o Crocodilo Dundee, o cabelo vermelho da nossa primeira-ministra e o Surf Life Saving Australia, o popular SLSA.



Pausa para serviço de utilidade pública com apoio do SLSA:
a Austrália ama tanto praia e sol que, além de ser o país mais afetado pelo buraco na camada de ozônio, provavelmente é o único em que o horário de verão dura 6 meses.

Isso mesmo, 6 fanfarrões meses que começam na madrugada deste sábado para domingo, às duas horas, e vai até o primeiro domingo de abril de 2011. Portanto, se você mora em NSW, VIC, SA, TAS e ACT, adiante o ponteiro uma hora e vá torrar no sol.

Despausa!

A Austrália também é conhecida por ser uma terra de grandes bebedores de cerveja. A explicação, pra mim, é simples: o que esperar de uma imensa e desértica ilha colonizada por britânicos? Respondo: VB!

Sendo assim, não foi nenhuma surpresa ao saber que uma cervejaria de Manly, a 4 Pines, em parceria com a Saber Astronautics Australia, criou uma nova companhia, a Vostok.

O objetivo? Produzir cerveja para ser consumida no espaço, sem gravidade nenhuma. Detalhe: o governo australiano ainda nem tem programa espacial.


Happy hour da Vostok.

De olho no mercado de turismo espacial que vem com tudo nos próximos anos - um oferecimento Richard Branson -, Jaron Mitchell, dono da 4 Pines, desenvolveu uma cerveja para se bebida lá em cima.

Como sabem, as dificuldades e problemas para ingerirmos álcool em ambientes sem gravidade são grandes. Não me perguntem quais são, pois:

1. Não sou cientista
2. Só terminei a escola sem repetir em física e química porque fiz o colegial no Objetivo
3. Sou beberrão

Mas se já sentimos alterações quando tomamos alguns drinks em avião, imaginem num boteco em Marte?

Sendo assim, a Vostok contratou os serviços da empresa de pesquisas espaciais Astronauts4Hire, que em novembro embarca para testar a cerveja produzida pelo nosso amigo de Manly.

Eu, que já estive na infância da humanidade quando convivi com os índios xavantes, e agora estava preocupado com a possibilidade de embarcar para o futuro e não poder tomar umas geladas lá em cima, só tenho a agradecer a iniciativa do grande Jaron Mitchell (se der certo merece ser canonizado) e desejar toda a sorte do mundo, na verdade, do universo para os astronautas da Astronauts4Hire. Se precisarem de cobaia, estou à disposição! Que a força estejam com vocês, senhores.



Cheers!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Bolt nos 10 anos das Olimpíadas



Para celebrar os 10 anos das Olimpíadas de Sydney, o governo de New South Wales, juntamente com alguns patrocinadores de peso, farão um grande evento hoje à noite com a presença de ninguém menos do que homem mais rápido do mundo.

É verdade! O jamaicano Usain Bolt desembarcou ontem com a simpatia (e a marra) de sempre, distribuindo sorriso pra todo lado, fazendo pose e, claro, muito merchandising (tchu-tchín!).



Com sede, ele apareceu no saguão do aeroporto tomando um Gatorade da sua linha pessoal (tchu-tchín!). Para não trazer muita mala e pagar excesso de bagagem, ele carregava um par de tênis Puma na mão (tchu-tchín!). Horas depois, muito interessado no dia-a-dia australiano, devorou o Daily Telepraph (tchu-tchín!).



Bolt, o homem que corre 9.58 segundos em 100 metros, ficará poucos dias por aqui, mas a agenda está lotada. O grande momento será hoje à noite, no Sydney Olympic Park, onde vai ser host de diversas corridas, incluindo o Gatorade Bolt, o momento mais aguardado, quando quatro dos maiores jogadores de football (leia-se rugby) da Austrália disputarão os 100m para saber quem é o "footballer" mais veloz do país.



Este é um desafio que acontece todo ano por aqui e, entre as estrelas, terá Greg Inglis do Melbourne Storm, Jarryd Hayne dos Eels, o Wallaby Lachie Turner e Nathan Gardener dos Sharks. O vencedor leva $20,000 do Auburn RSL (algo em torno de $1818 por segundo). Dêem uma olhada nesses dois vídeos.



Go Jarryd!

sábado, 28 de agosto de 2010

Orange Taste - Dicas!



Esse domingo promete! Ao persistir o sol, o dia tem tudo para ser de barão (ou baroa, se você é mulher), com direito a quantidades industriais de vinho de frente para o mar.

Estou falando do Orange Taste, que rolou a semana inteira em Bondi e amanhã fecha com chave de ouro reunindo mais de 40 produtores da região.

Explico: Orange, a noroeste de Sydney, é uma região vinícola em ascensão, o que significa que está longe de ser o fino da bossa do vinho australiano, nem mesmo de New South Wales, mas produz algumas botejas muito boas e bem acessíveis (tchu-tchín!).



A degustação será no Bondi Pavillon, das 11h às 17h, e eu estarei lá, claro. Mas! Como me preocupo com o bem-estar etílico de todos os leitores do blog, na terça fiz um esforço homérico e mesopotâmico, juntamente com a minha eno-partner Izabella Rodrigues, co-autora do Guia de Vinhos Pablito Austrália, e degustamos alguns vinhos que estarão no Pavillion. Anotem aí:

- Se você é mulher e refere-se aos seus vinhos preferidos como "gosto de seco ou prefiro docinho", comece com o Rolling Sparkling Pinot Grigio Chardonnay 2009 do Cumulus.

- No mesmo Cumulus, independentemente de ser homem ou mulher, católico ou protestante, Roosters ou South Juniors, sapeque o Climbing Merlot 2008. Merlozão que você vai entender o que a gente quer dizer quando falamos "vinho pronto para ser bebido, mas que vai ficar melhor com o passar do tempo." É daqueles para comprar e deixar na adeguinha até agosto de 2011.



- Caso não queira perder tempo, vá direto no Angullong, tire as fichinhas do bolso e brinque! Comece com o Angullong A Range Sauvignon Blanc 2010 e receba uma onda de maracujá na cara. Na sequência, peça o Bloodwood Schubert Chardonnay 2005, Chardonezaço com explosão de baunilha, aquela manteigona típica e uma ótima acidez. Partindo para os tintos, vá de Angullong A Range Cabernet Merlot 2009, vinho sério que pelo preço parece piada. Depois é a vez do Bloodwood Maurice Cabernets 2005, vinho com menta e couro que, se você achar um melhor no Pavillion, por favor, me escreva contando ou me liga na hora pra eu conferir. Fechando a festa, tome o Angullong A Range Shiraz 2009, afinal, você está na Austrália e pega mal ir a uma degustação e não tomar um Shiraz.

A entrada é grátis, a taça custa $5 e os vinhos custam $3 ou múltiplos de $3 (algo assim, não sei fazer conta).

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Surfari na costa leste – Seguindo a trilha dos pioneiros

Texto publicado na edição 2010/11 da Student Planet Magazine, revista da Ozzy Study Brazil.

O surfe na Austrália tem data e local de nascimento: 5 de janeiro de 1915, praia de Freshwater. O pai? Duke Kahanamoku, nadador campeão olímpico que veio a Sydney fazer uma exibição. Aproveitando a oportunidade, Duke trouxe algumas pranchas e caiu na água. A partir daquele dia, a cultura de praia na Austrália nunca mais foi a mesma.



Freshwater faz parte das Northern Beaches, sequência de 15 praias que se estendem ao norte de Sydney, entre Manly e Palm Beach. De lá sairam lendas como Midget Farrelly, Nat Young e Tom Carroll. Bicampeão mundial em 1983/84, Carroll é natural de Newport, praia com boa variação de ondas, em especial em The Peak, ao norte. Um pouco acima, Avalon funciona bem com swells de norte e sul. Dee Why e Curl Curl, passando Manly, são bem conhecidas dos estudantes brasileiros, enquanto Narrabeen, sede do famoso World Junior Championships, chega a produzir ondas perfeitas.

Foto de Guilherme Jorge - Bondi Beach


O surfe foi rapidamente absorvido nos Eastern Suburbs de Sydney, tornando-se popular entre os jovens. Bondi, Bronte e Maroubra têm as melhores formações, em especial no inverno. MacKenzies e Tamarama não são tão costantes mas vale ficar de olho. Ainda na região metropolitana, ao sul de Botany Bay está Cronulla Beach, a única da cidade com acesso de trem.



A partir dos anos 1950, os surfistas de Sydney passaram a desbravar a costa leste atrás de novas praias, fazendo os chamados “surfaris”. Os destinos preferidos eram o norte, subindo para Byron Bay e indo até Noosa, em Queensland; e o litoral sul de New South Wales, seguindo até Victoria.

Para o sul, a 15 km de Cronulla, está Garie Beach, ideal para quem deseja fugir da cidade sem rodar muito. Descendo a costa tem Sandon Point, um dos melhores breaks do estado com ondas que podem chegar a mais de 4 metros, e Woonoona, já em Wollongong, com boas paredes de esquerda. Dali em diante a brincadeira fica séria. Windang Island possui grandes esquerdas e, um pouco ao sul de Jervis Bay, Aussie Pipe tem ondas que podem alcançar 3,5 metros.



Em dezembro de 1956, Torquay (foto acima), em Victoria, entrou no mapa do surfe mundial quando surfistas australianos receberam a visita de norte-americanos para o International Surf Carnival. A apenas duas horas de Melbourne, é lá que está Bells Beach, um dos templos sagrados do esporte, local do Rip Curl Pro, a etapa mais antiga do circuito mundial profissional. Ao lado, Winki Pop impressiona com algumas das paredes mais longas de Victoria.

Rumo à Queensland
Pela proximidade com Sydney, as regiões de Central Coast e Newcastle, ao norte, já eram bem familiares para os surfistas nos anos 1950. Forresters, com algumas das maiores ondas da costa leste, e Terrigal Haven, com sólidas direitas, estão entre as preferidas. Continuando ao norte, eles elegeram Crescent Head, praia com paredes de 300 a 400 metros de puro deleite, como parada oficial. Para quem é muito experiente, Angourie tem uma direita violenta. E a mítica Byron Bay, escolhida por muitos desses surfistas para viver, se tornou ponto da contra-cultura dos anos 1960/70, sendo influenciada até hoje pelo movimento.



Tweed Heads divide o surfe de New South Wales com o de Queensland. E a primeira sequência de praias é a Gold Coast, que abriga alguns dos melhores point breaks do planeta em apenas 40 km de costa, além da outra etapa australiana do circuito mundial profissional. Na sequência tem praias como Snapper Rocks, famosa por sua bancada, Rainbow Bay, ideal para quem está aprendendo, Kirra, simplesmente fantástica, Burleihgh Heads, com ondas que chegam a 3 metros, e Spit, em Southport, a alternativa para fugir do crowd sem perder a qualidade. Pouco acima, já na Sunshine Coast, Nossa Heads, com seu fenomenal point break de direita, sempre foi uma espécie de premiação que fecha qualquer “surfari” com chave de ouro.



Este e muitos outros textos estão na revista, que é grátis e está disponível em todas as agências da Ozzy na Austrália e no Brasil. É só passa e pegar!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Novo sistema de transporte de NSW

Essa é pra quem vive em New South Wales.

Como devem ter percebido, desde o último domingo, 18 de abril, o sistema de transporte mudou. Motivo? Ano eleitoral (ops, tentar facilitar e baratear a vida da população).



Para quem pegou o folder que estão distribuindo, viu o mapinha com as novas cores, as reportagens na TV e não entendeu absolutamente nada, vou tentar explicar.

Os principais beneficiários do novo sistema são os usuários que percorrem longas distâncias, para eles realmente está mais barato. Agora, $57 é o máximo que se paga num bilhete para andar durante toda a semana, ilimitadamente, em toda a rede de trem, ônibus e ferry, incluindo empresas públicas e muitas privadas. Ou seja, de Sydney é possível ir para lugares como Newcastle, Hunter Valley e Blue Mountains com o seu weekly pagando no máximo $57.

São basicamente 4 tipos de bilhetes: MyMulti, MyTrain, MyBus e MyFerry.



O MyMulti, o popular all you can travel (mesmo conceito das churrascarias brasileiras daqui), substitui os saudosos TravelPass, ou seja, os Red, Blue, Orange, Pink, Purple e o que mais havia de Weekly. Ele é dividido em 3 categorias: MyMulti1 ($41), MyMulti2 ($48) e MyMulti3 ($57).



Os 3 integram todos os ônibus públicos e privados, as ferries e trem. A diferença está na área que cada bilhete cobre em relação às estações de trem. Para quem fica apenas em Sydney (incluindo City e Bondi), North Sydney, Manly e vai no máximo para Chatswood, Croydon, Cantebury, Bardwell Park e Rockdale, o MyMulti1 é mais do que suficiente.

Para quem não tem tanta necessidade de pegar diferentes meios de transporte com tanta frequência, os outros 3 tipos de bilhetes são ideais. Os de trem também são no esquema semanal, enquanto os de ônibus e ferry são do tipo 10 viagens, como era o finado TravelTen.

Importante: todos ainda possuem o Single, válido somente para uma viagem.



Segundo o governo, a otimização dos bilhetes e a maior abrangência das áreas, juntamente com o fato de pela primeira vez integrar empresas públicas e privadas, são as grandes vantagens do novo sistema, pois eles reduziram a quantidade de bilhetes de cada tipo, aumentando as distâncias que as pessoas podem percorrer, por preços mais em conta.

Para viagens de trem:



Distância_____Single___Weekly
Até 10km_____$3.20__ $25.00
10 a 20km____$4.00___$31.00
20 a 35km____$4.60___$37.00
35 a 65km____$6.00___$47.00
Mais de 65km_ $7.80___$56.00

Para viagens de ônibus:



Seções___Single___10 viagens
1-2_____$2.00___$16.00
3-5_____$3.30___$26.40
6-16____$4.30___$34.40

Para viagens de ônibus ferry:



Distância____Single___10 viagens
Até 9km____$5.30____$42.20
10 a 20km___$6.60____$52.80

Para ver mapas, comparações com os bilhetes anteriores e tudo mais que precisar saber sobre as mudanças, clique aqui.

Como nem tudo são flores: nenhum MyMulti inclui acesso aos aeroportos através da estação de trem. Se for de trem, é preciso pagar para entrar.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Tsunami neste domingo - Evitem as praias

Com o terremoto de magnitude 8.8 (o máximo é 9) que atingiu o Chile ontem, registrando, até o momento, 122 mortes, outras partes do Oceano Pacífico estão em alerta de Tsunami.

Neste exato momento, quase 6 horas da manhã (horário de Sydney), a costa do Havaí está sendo evacuado, e de lá parece que o problema vem para o Japão, Filipinas e também Austrália.

Por ora, não é necessário evacuar nenhuma área. As autoridades só estão pedindo para as pessoas evitaram, de qualquer maneira, irem à praia ou próximo dela (até mesmo para tentar fotografar possíveis ondas gigantes).

O alerta de Tsunami foi dado ontem, às 19h45, pelo The Joint Australian Tsunami Warning Centre (JATWC), e é esperado que atinja a costa de New South Wales às 8h45 deste domingo, e a de Queenslnad às 8h15.

A verdadeira dimensão só será conhecida após atingir o Havaí.

Portanto, para quem está aqui, fiquem em casa, vão para o trabalho, mas nem pensem em ir pra Bondi Beach, Manly, Surfers Paradise ou qualquer outra praia. Para os pais e quem está no Brasil, resta aguardar e não entrar em pânico.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mestre-Ice Man e Porta-bandeira

O que faltou de roupa no Carnaval brasileiro, tá sobrando em Vancouver!



Torah Bright, porta-bandeira da Austrália nos Jogos Olímpicos de Inverno, e gata, conquistou o primeiro ouro para o país.

A snowboarder de 23 anos nasceu em Cooma, cidade a 397 km de Sydney, uma das entradas para as Snowy Mountains daqui de New South Wales.

Com 45 pontos, de 50 possíveis, T-Bone, como é conhecida, desbancou as favoritas norte-americanas com uma combinação altamente técnica e arriscada, porém calculada, de back-side 360 com switchback 720.



Para vocês terem uma idéia, pouquíssimos homens conseguem fazer o switchback 720, e mulheres jamais fizeram em competições.

Mas Torah fez! Falhou na primeira tentativa e quebrou absolutamente tudo na segunda (sim, meus amigos, é preciso arriscar na vida).



Resultado: segunda medalha para a Austrália, que já havia conquistado uma prata com o esquiador Dale Begg-Smith, o popular Ice Man.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Novembro, El Nino, Turnbull e Dalai Lama



Para quem acha que andei exagerando em relação ao calor infernal que fez nas últimas semanas, aqui vão alguns dados oficiais sobre New South Wales, o nosso estado:

- A temperatura máxima registrada em novembro foi, em média, de 33.3C (5.2 acima da média mensal de 27.8C).

- Novembro também foi o oitavo mês consecutivo em que a média da temperatura mínima subiu (complicado, não? Mas faz sentido).



- Dia 20 de novembro fez 46.4C em Tibooburra, recorde histórico do mês até então (o anterior era 46.1C, registrado em 1944).

- Até então porque dois dias depois, em Wanaaring, noroeste do estado, os termômetros marcaram 46.8C.



- Aqui no Château Elle Macpherson, onde moro, há 8 dias o termômetro da varanda passou de 40C. Foi o domingo mais insuportavelmente quente de todos os tempos da última semana.

De quem é a culpa?

Segundo os metereologistas, do El Niño.

A boa notícia é que hoje, último dia de novembro, o Movember chega ao fim, o que significa que finalmente poderemos cortar o bigode, ajudando a aliviar a sensação térmica (texto em breve).



A má é que, pelo que tudo indica, a temperatura continuará subindo e teremos o verão mais quente dos últimos anos.

Culpa, claro, do El Niño, o bode expiatório oficial dos metereologistas!

Enquanto isso, Malcolm Turnbull , líder da oposição, não consegue chegar a um concensso dentro de seu partido sobre um polêmico assunto e sucumbe politicamente.



O assunto? Mudança climática!

Em novembro, Malcolm Turnbull foi, literalmente, frito (sem trocadilho) dentro e fora do Partido Liberal, e amanhã, primeiro de dezembro, deverá perder o posto de líder da oposição em Canberra.

Só espero que não culpem o El Niño.

E Sua Santidade, o Dalai Lama, está a caminho da Austrália onde permanecerá por 10 dias. Tema da viagem? O futuro do planeta e mudança climática.

Se para Turnbull está quase tudo acabado, para o restante da humanidade ainda há esperanças!

Mas desde que ouçam o que o mestre tem a falar.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Verão em New South "Whales"



Neste exato momento estou no Château Elle Macpherson, minha casa/escritório. A tarde está ensolarada, o termômetro oficial da varanda mostra 26.9C, a Eastside FM toca uma jazzeira lascada ao fundo, enquanto a TV, sem som, exibe Austrália x West Indies ao vivo, jogo válido pelo primeiro duelo da temporada 2009/10 da série Test de cricket.



Isso significa duas coisas: primeiro, que não posso reclamar da vida; segundo, que o verão está aí.

Oficialmente, a estação ainda não começou, mas já entregou o cartão de visitas no último domingo - ao passar de desesperadores 40C - e agora se instalou literalmente na sala, uma vez que cricket na Austrália é sinônimo de verão.



Para vocês term uma idéia, o Channel 9 está transmitindo o jogo desde às 11 da manhã (vai até às 18h). E assim fará até a próxima segunda-feira, quando termina essa primeira partida.

Sim, meus amigos, no Test cada jogo dura 5 dias (haja cerveja na geladeira). Depois, Austrália e West Indies voltam a se enfrentar entre os dias 4 e 8 de dezembro e 16 e 20. Detalhe: é só o começo.

E tem mais!

O governo de New South Wales acaba de divulgar o State of the Beaches, relatório sobre a qualidade das praias e baías de Sydney. E o verão agradece!

Segundo o documento, 29 praias atingiram índice de 100% de limpeza, enquanto apenas uma, Malabar Beach, ficou abaixo de 80%. Bondi, a mais famosa - e preferida dos brasileiros -, ficou com 90%. Nada mau! Já as baías, das 59, 51 atingiram 100%.



Não por acaso, este ano quase 2 mil baleias passaram por Sydney rumo às águas geladas do sul (89 num só dia).

Emocionado e imbuído pelo espírito cristalino das águas "sydnenses", lanço aqui a campanha para mudar o nome do nosso glorioso estado de New South Wales para New South Whales. Participe!

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Queimadas e Call sick - E o verão ainda nem começou



Semana passada foi absolutamente infernal. Literalmente! Tivemos aqui em New South Wales as piores queimadas dos últimos 100 anos, tempestades, temperaturas altíssimas, enfim, o verão ainda nem começou!



Ontem, domingão, foi certamente o dia mais insuportavelmente quente de todos os tempos da última semana. Um horror que passou dos 40 graus às 3 da tarde!


Imagem roubada do colorado Wagner Nunes

Ir à praia, nem pensar, pois não era possível sair na rua. Nem mesmo na varanda dava pra ficar. Dentro de casa era o lugar "menos pior", mas mesmo assim estava desagradável. O jeito foi encher a banheira com água gelada e levar algumas cervejas (praticamente um Rê Bordoso).



Como é impossível passar o dia inteiro dentro de uma banheira, e não havia a menor possibilidade de ir para a casa de uns amigos que tem piscina, pois ônibus, ainda mais para Bondi, estava absolutamente fora de cogitação, o jeito foi subir para o nosso local pub, o glorioso Robin Hood, onde além de ar-condicionado, tem cerveja a $3.50 das 16h às 18h. E como sempre há gatas por lá, era tecnicamente o paraíso.



Mas o melhor desta semana infernalmente quente foi a quantidade de call sicks. Segundo o meu diário dominical, quase 1 entre 5 trabalhadores de New South Wales pegou um dia off na semana por motivos de saúde. É o chamado call sick, uma instituição muita utilizada por brasileiros às sextas, sábados, domingos e segundas.

Na matéria, eles citam uma mulher que na segunda-feira passada, 30 graus, foi ao trabalho, entrou no banheiro, colocou o dedo na goela e vomitou. Mandada para casa por indisposição, ela seguiu direto para a praia, uma vez que já estava com o biquini na bolsa. Gênia!

Dezesste por cento foi o número exato de trabalhadores que ficaram "doentes" na semana passada. E como eu disse acima, o verão ainda nem começou!