domingo, 28 de fevereiro de 2010

Tsunami neste domingo - Evitem as praias

Com o terremoto de magnitude 8.8 (o máximo é 9) que atingiu o Chile ontem, registrando, até o momento, 122 mortes, outras partes do Oceano Pacífico estão em alerta de Tsunami.

Neste exato momento, quase 6 horas da manhã (horário de Sydney), a costa do Havaí está sendo evacuado, e de lá parece que o problema vem para o Japão, Filipinas e também Austrália.

Por ora, não é necessário evacuar nenhuma área. As autoridades só estão pedindo para as pessoas evitaram, de qualquer maneira, irem à praia ou próximo dela (até mesmo para tentar fotografar possíveis ondas gigantes).

O alerta de Tsunami foi dado ontem, às 19h45, pelo The Joint Australian Tsunami Warning Centre (JATWC), e é esperado que atinja a costa de New South Wales às 8h45 deste domingo, e a de Queenslnad às 8h15.

A verdadeira dimensão só será conhecida após atingir o Havaí.

Portanto, para quem está aqui, fiquem em casa, vão para o trabalho, mas nem pensem em ir pra Bondi Beach, Manly, Surfers Paradise ou qualquer outra praia. Para os pais e quem está no Brasil, resta aguardar e não entrar em pânico.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Segundo ouro no freezer canadense



Na primeira medalha de ouro da Austrália nesses Jogos Olímpicos de Inverno, Torah Bright, a gata, teve que desbancar duas norte-americanas. Agora foi a vez de Lydia Lassila, que para conquistar o segundo ouro do país, precisou deixar duas chinesas para trás.

A medalha veio no esqui aéreo estilo livre, uma espécie de salto ornamental, só que em vez de piscina, trampolim e maiô; neve, rampa, esqui e muita roupa.



E assim como Torah havia conquistado o ouro com uma manobra jamais realizada por uma mulher em competições, Lassila fez o mesmo.

Ela sapecou um inédito salto mortal triplo com uns giros no meio que não faço a menor idéia de como explicar (obviamente não sei nada de esportes praticados sob temperaturas abaixo de 10º C), somando 214.74 pontos, bem mais do que os 207.23 e 205.22 das intrépidas chinesinhas.



A vitória teve um sabor mais do que especial para Lassila, que há exatos 4 anos, nos Jogos de Inverno de Turim, arrebentou o joelho na mesma prova (se tivesse nascido no Brasil diriam que ela é brasileira e não desiste nunca).



Com o feito, a Austrália passa a somar 3 medalhas (duas de ouro e uma de prata). E no momento em que publico este post, ocupamos a 13a posição, sendo o único país do hemisfério sul a aparecer no quadro e estando à frente, inclusive, da matriz Grã-Bretanha, que só tem um ourinho.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

AC/DC - They Saluted Us



O trem de volta, do Estádio Olímpico de Sydney para a Central Station, reuniu a maior concentração de pessoas por metro quadrado que não estavam ouvindo Ipod.

Depois de duas horas de petardos atrás de petardos, clássicos atrás de clássicos, proporcionados pela maior banda de rockn'roll do planeta, ninguém ousou colocar o foninho branco no ouvido. Motivos?

1. A cota de decibéis da noite já havia estourada.

2. Depois de duas horas de AC/DC, vai ouvir o que?



Desde 1990, quando assisti ao meu primeiro grande show em estádio, um Hollywood Rock que juntou Bon Jovi e Marillion na mesma noite, além do tal do EMF (you're unbelievable, lembram?) e Lulu Santos, que tomou uma sonora vaia, venho ticando as bandas que faltam para eu assistir, e o AC/DC era uma que incomodava.

Não consegui vê-los quando foram ao Brasil, nos idos dos 90, e, ao lado de Van Halen e David Bowie, vinham me pressionando no topo da lista. VINHAM!



Assistir ao AC/DC na Austrália, ver os caras na casa deles, tem um sabor especial. É o mesmo que ver o Paul Mccartney tocando com o Ringo Starr em Liverpool, fumar um charuto com o Fidel em Cuba ou participar do especial de final de ano do Roberto Carlos gravado em Cachoeiro do Itapemirim.



Principalmente pra nós que moramos nos Eastern Suburbs de Sydney, cercados por belas praias e gente do mundo inteiro (incluindo suecas). Há dez anos sem se apresentar por aqui, a banda nos deu a oportunidade de presenciar um pouco da Austrália de verdade, do australiano de verdade, que vai muito além do salva-vidas do SLSA e do Mick Dundee com o chapéu e a bermuda do Outback.



E se por uma lado havia figuras únicas, verdadeiros tomadores de VB e Jim Beam, por outro também tinha muitas crianças (crianças mesmo), além de vovôs e vovós. E todos convivendo numa boa, chegando no estádio gritando, empolgados, mas civilizadamente; lá dentro, sem empurra-empurra, respeitando as filas para comprar cerveja e ir ao banheiro; e quando começou o show, sem aquele tradicional arrastão em direção ao palco que esmaga os coitados que madrugaram na porta do estádio para garantir um lugar na frente, e sem aquelas rodas patéticas com uma monte de cara suado se arrebentando.



Quem abriu o show foi o Wolfmother (parece que teve outra mas quando cheguei eram eles), ótima banda australiana que até hoje não se conformou por não ter nascido nos anos 70. Sorte nossa, pois os caras trazem uma forte influência de Sabbath, algo de Deep Purple e Led Zeppelin, mas fazendo um som bem atual, algo que qualquer banda de garagem gostaria de fazer (acreditem, num mundo dominado por dj's, música eletrônica e produtores que só querem faturar, isso é um grande elogio). Sonzeira!



Quanto ao show do AC/DC, não tenho o que falar. Uma banda que há 4 décadas vem produzindo clássicos como The Jack, T.N.T., Highway to Hell, Hells Bells, You Shook Me All Night Long, Back in Black, For Those About to Rock (We Salute You), Thunderstruck e Rock 'n' Roll Train, todas tocadas, na verdade, executadas durante o show, o máximo que posso falar é que o Angus Young, com cada vez menos cabelo e cada vez mais inchado, está a cara do Erasmo Carlos, o Tremendão. E a pergunta que não quer se calar, é:

A brasileira, conhecida mundialmente pela pouca roupa na praia e pelo umbigo de fora em todo lugar, não é adepta do topless. Nos shows do AC/DC, aí no Brasil, durante clássicos sacanas como The Jack e You Shook Me All Night Long, rolaram peitos ao vivo no telão como aqui?



PS: fotos de Guta Campos e Rodrigo Holler (essa última definitivamente de Rodrigo Holler)

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Vibez Brazil na internêta e nova Radar

Demorou mas chegou!



Finalmente, a melhor rádio de Sydney está na internet. Isso mesmo, basta clicar aqui e apertar play para ouvir a 89.7 Eastside FM com seus petardos de Jazz, Soul e muitas outras pauladas.

Não dá pra falar que a conquista do stream tenha sido um parto, pois demorou muito mais do que nove meses, como pude acompanhar na heróica e mesopotâmica luta da dupla Mau e Rapha, os princesos do Vibez Brazil, o programa que toda santa terça-feira, das 21h30 às 23h, traz o melhor da música brasileira para as ondas de Sydney (e agora do mundo).

No programa de hoje à noite, por sinal, os dois sortearão um par de convites para o Brazilian Festa, evento que acontece no próximo domingo, dentro do Starlight Cinema (aquele mesmo que vou falar sobre os índios xavantes e eles tocarão umas sonzeiras). Ouça e garanta o seu ingresso!



E como o assunto é cultura brasileira, já está circulando a edição 9 da Radar Magazine, que traz o grande Jorge Ben Jor na capa. Motivo? O homem está chegando para se apresentar em Sydney, dia 23 de maio, e o show vai ser imperdível ("é só pedir que eu toco", disse ele pra revista). Saiba tudo clicando aqui!

Aliás, nessa nova edição, entre outras coisas, tem uma entrevista exclusiva que fiz com o mestre Alex Atala, o maior chef brasileiro da atualidade, que também vem para a Austrália, mas em março, para participar do Melbourne Food and Wine Festival. Se você ainda não pegou a sua Radar, veja aqui os pontos de distribuição.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Ingresso a $10 para o Brazilian Festa



Somente amanhã, terça-feira, a Ozzy Study Brazil venderá ingresso a $10 (50% off) para o Brazilian Festa, que acontece neste domingo, 28 de fevereiro, dentro do Starlight Cinema.

O ingresso dá direito a participar de todas as atrações, incluindo assistir ao filme "Divã", ao show do Toca Jorge e, claro, ao bate-papo que farei sobre o meu livro a partir das 17h45.

Avise os amigos e aproveite que a promoção é relâmpago (ou promoção-relâmpago, se preferir)!

Em Sydney, os escritórios da Ozzy são:

Ozzy Bondi
Level 2, Suite 22, 175 Oxford St, Bondi Junction
Tel. 9388 0828

Ozzy City
Level 6, Suite 606, 22 Market St Sydney
Tel. 92626287

Economia de $10 no Brazilian Festa pode significar uma feijoada, uma caipirinha e algum salgado, ou então vatapá, churros, churrasco, enfim, vai ter comes e bebes brasileiros a rodo.

Corra!

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Mestre-Ice Man e Porta-bandeira

O que faltou de roupa no Carnaval brasileiro, tá sobrando em Vancouver!



Torah Bright, porta-bandeira da Austrália nos Jogos Olímpicos de Inverno, e gata, conquistou o primeiro ouro para o país.

A snowboarder de 23 anos nasceu em Cooma, cidade a 397 km de Sydney, uma das entradas para as Snowy Mountains daqui de New South Wales.

Com 45 pontos, de 50 possíveis, T-Bone, como é conhecida, desbancou as favoritas norte-americanas com uma combinação altamente técnica e arriscada, porém calculada, de back-side 360 com switchback 720.



Para vocês terem uma idéia, pouquíssimos homens conseguem fazer o switchback 720, e mulheres jamais fizeram em competições.

Mas Torah fez! Falhou na primeira tentativa e quebrou absolutamente tudo na segunda (sim, meus amigos, é preciso arriscar na vida).



Resultado: segunda medalha para a Austrália, que já havia conquistado uma prata com o esquiador Dale Begg-Smith, o popular Ice Man.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Miss Cougar Australia



Eu, ex-frequentador assíduo de clássicos balzaquianos de São Paulo como Charles Edward, Miller & Goddard e o imbatível Metrópoles, o popular "Necrópoles", saúdo as coroas locais, por aqui chamadas de cougars, que esta semana realizaram a I Convenção das Cougars da Austrália.

O evento, que aconteceu no RSL de Burwood, em Sydney, reuniu cerca de 200 jovens madames. Julie d'Aiglemont estaria orgulhosa das companheiras australianas, principalmente ao saber que amanhã, 20 de fevereiro, haverá convenção também em Melbourne e, em 5 de junho, na Sunshine Coast, será coroada (sem trocadilhos) a primeira Miss Cougar Australia.



Essa da foto, uma espécie de Cicciolina aussie, é Helen Razer, escritora e habitué da mídia local que irá à convenção em Melbourne, à paisana, cobrir para a revista Rolling Stones.

Falando em Melbourne, má notícia para os garotões, os chamados cubs, que frequentam os pubs e baladas atrás das cougars.

Foi aprovada uma lei no estado de Victoria que obriga os pubs, nightclubs e afins a fornecerem água grátis para os clientes. Não estou falando de copo com água da torneira, como já acontece em New South Wales (importante: aqui a água da torneira é potável).

E sim uma garrafinha de plástico, dessas que pagamos $1.30, $1.80, $2.40, $3.20, $4, dependendo do lugar. O estabelecimento que não cumprir será multado em mais de $6 mil.



Ou seja, se sair acompanhado de uma cougar da idade da própria mãe - ou um pouco mais velha -, o excesso de álcool não poderá mais ser usado como desculpa (em tom de mea culpa).

Freud explica!

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Me, Myself and My Book at Brazilian Festa



On Sunday the 28th of February, I will be attending the Brazilian Festa, a special event inside the Starlight Cinema, at North Sydney Oval, where I will be giving a brief insight of my book Meu Avô A’uwê (My Indigenous Grandfather).

The book is a report of my three visits to an Indian settlement in Mato Grosso (countryside of Brazil), where I had the opportunity to stay with the Xavante people, live with them and write about my experiences and their story.



If you don’t know anything about Meu Avô A’uwê, below is a small introduction written by the Brazilian writer Antonio Penteado Mendonça.

The chat will start at 5:45 pm, and I hope to see you there. Tickets on sale at Ozzy Study Brazil (with discount) and here (all activities included in the ticket price).



A different book

In a time when people and things are labeled according to famous brands not always the best, a book such as this one makes an enormous difference. Since the end of communism, a whole class of people, “the old militants”, became orphan of ideals, without knowing why to fight or what to do, in face of a world which, in practice, proved that everything they did was wrong.



The great way out was to protect the environment, therein included, to their bad luck, the native people, namely incapable and, therefore, constituting raw-material for everything foolish that is been done on their behalf.

Africans, American Indians, natives of Oceania, of the Pacific Islands, Eskimos, Latvians, people lost on the Himalayan hillsides, in the Asiatic forests, all of them were fit into a huge plastic bag and underwent pasteurization. They were equaled, distorted and painted according to such senseless standards as those in Hollywood films, in which the good girl, submitted to a cruel ritual, was thrown into the volcano to save her tribe and the island.



That is why My Indigenous Grandfather is so fascinating. It rescues the Xavante as they truly are. Without being pretentious, conceited or caricatural, the book truly portrays the discovery of another group of people by a white man, young and namely civilized, brought up in the great city.

Pablo Nacer tells us about the everyday life of the Indians, rescues their past and, moreover, transmits the great emotion he felt upon entering a new, rich and different universe, which took him in, amidst other values, all of them strikingly humane.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CarnaCoogee 2010

Vem aí o maior Carnaval do terceiro continente à sua escolha.



Sábado, 6 de março, o Coogee Bay Hotel vai bombar com o CarnaCoogee, o Carnaval da Baluart que começa às 13h e vai até às 3 da matina. Isso mesmo! Festa totalmente fora dos padrões locais.

O esquenta começa no Beer Garden, do lado de fora, onde vai rolar comes e bebes brasileiros, batucada, mulatas, DJ's, enfim, vai ter até abadá para as duas mil primeiras pessoas que comprarem uma caipirinha.

A partir das 21h, a festa segue para o Selina's Bar, lá dentro do Coogee Bay, onde terá show do Samba Australia, mais batucada, mulatas e DJ's tocando marchinhas, axé e samba-enredo.



E o melhor de tudo: a entrada é grátis, free, no vassssssco... Chame os amigos, as amigas e não perca!

domingo, 14 de fevereiro de 2010

É campeão!!!



E o clube que, desde o início do ano, tem no estatuto que não contrata jogador brasileiro, acaba de ser campeão.

É verdade! Sydney FC, time que teve Juninho Paulista na temporada passada, sapecou 2 a 0 em cima do Melbourne Victory, então atual campeão, e conquistou pela primeira vez a A-League de futebol.

Os gols foram marcados por Karol Kisel e John Aloisi, um em cada tempo, diante de 25,407 espectadores que não lotaram o Aussie Stadium.



Criada em 2004 para substituir a finada National Soccer League, a A-League ainda não pegou. Em parte em função do lobby feito pelas ligas de rubgy, que sabem do perigo que o futebol representa pra eles. E em parte porque críquete e o próprio rugby ainda estão anos-luzes a frente na preferência nacional. E no fundo no fundo, porque o nível ainda é muito fraco e os jogos desinteressantes.



O que não significa que a seleção nacional vai mal. Pelo contrário! Os Socceroos, como são conhecios, estão com um time equilibrado, os jogadores são experientes (todos estão no exterior) e, não é de hoje que estou falando, vão longe na Copa. Não jogando um grande futebol, mas praticando um jogo eficiente, classificando-se em segundo na fase de grupo, passando pela Inglaterra nas oitavas, já que o ex-capitão Terry (foto acima) conseguiu quebrar o time corneando o companheiro, e chegando às quartas.



E é impossível falar em seleção australiana e Sydney FC sem citar os grandes Agenor Muniz, Nelinho Borges e Marquinhos. O primeiro, que chegou aqui no início dos anos 70 pra jogar no Sydney Hakoah, disputou 20 partidas pela Austrália. Nélio Borges e Marquinhos, naturais de Maricá, vieram juntamente com Mozart, no final dos 70, e fizeram muito sucesso nos anos 80. Marquinhos, para vocês terem uma idéia, jogou com Zico no Flamengo (era juvenil quando o Galinho estava no profissional).

Os dois, mais Agenor, podem ser encontrados quase todos os domingos no Centennial Park, no Brazilian Fields, com os Canarinhos. São garantia de ótimas histórias (algumas impublicáveis) e muitas risadas.



Dá-lhe, Sydney!!!

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

AC/DC - Ingressos sobrando



Os homens já estão na área, Brian Johnson, o vocalista, tem falado algumas besteiras sobre Bono Vox e Bob Geldof, mas quem se importa?

O fato é que o AC/DC, a maior banda australiana de todos os tempos, se apresenta no ANZ Stadium, em Sydney, no final de semana que vem; e acabo de saber que temos 3 ingressos sobrando.



Isso mesmo! Três tickets para o maior concerto de todos os tempos da próxima semana. Portanto, se você está na cidade ou nos arredores, e quer ir de qualquer jeito, me avise o quanto antes! Os ingressos são para sábado, 20/02 (ops, cabalístico, não?).

pablonacer@terra.com.br
www.twitter.com/pablonacer

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Guilherme Pires: INOCENTE

Agora há pouco, na Glebe Coroners Court, em Sydney, o brasileiro Guilherme Pires foi declarado inocente da morte do adolescente Anthony Paul Marsh.

Para a justiça, ele agiu em legítima defesa quando, ao voltar pra casa, em Marrickville, em novembro de 2008, Guilherme confrontou o adolescente, 18 anos, que hava invadido para roubá-la.

Ao vê-lo carregando alguns objetos como lap top, Guilherme, à época com 26 anos, pediu para que deixasse os pertences, mas Anthony foi pra cima do brasileiro, que conseguiu se defender e imobilizá-lo. Com medo que alcançasse o bolso para pegar alguma faca ou arma, Guilherme manteve as mãos na garganta do adolescente, asfixiando-o.

Quando a polícia chegou, Guilherme ainda estava em cima do adolescente, que foi levado para o hospital e morreu dias depois. Segundo o laudo médico, Anthony estava sob efeito de drogas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Se beber, não dirija (nem pegue o bus 380)

Essa aconteceu em junho do ano passado, em Sydney.



Se tem um ônibus que brasileiro conhece bem é o 380, que vai da City a North Bondi e, dependendo da linha, até Dover Heights.

Pois bem, já que dirigir alcoolizado é fria por aqui, Anthony Luders, após tomar 4 cervejas no Bondi Hotel (outro local beeeeeeem conhecido dos brasileiros), optou por ir de ônibus pra casa.



Prudente, Mr. Luders passou num bottle shop, comprou mais duas botejinhas, colocou num saco plástico e pegou o 380.

O ônibus, seguindo o itinerário de sempre, contornou a praia, subiu a Military Rd e parou no final dela, esquina com a Old South Head Rd.



Luders, achando que o motorista, Surya Narayan, deveria continuar viagem até o cemitério (no sentido literal, não figurado), foi tomar satisfação.

Importante: pouco mais a frente, de fato, há um cemitério, porém, ele é o ponto final das linhas 386 e 387, e não do nosso três-oitão-zero.

Mas com as cervejas na cabeça, Luders intimidou o motorista dizendo que anotaria o número de registro para reportá-lo por "não estar fazendo o trabalho apropriadamente". Ofendido, Surya Narayan não pensou duas vezes e foi pra cima, acertando-lhe vários socos na cara e na cabeça, antes de jogá-lo pra fora do ringue (ops, do ônibus).



O caso, claro, foi parar no tribunal, e Surya Narayan foi condenado à pena máxima de 9 meses de prisão (mas como a justiça daqui é legal, cumprirá somente 6).

Moral da história: se beber, não dirija e nem encha o saco de quem está dirigindo, pois bêbado quando é chato é muito chato, sempre acha que tem razão e, em 99% das vezes, está errado.

E caso encerrado!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Um pouquinho de Japão iáiá

Por razões geográficas e históricas, a influência japonesa na Austrália é imensa. Começando pela cozinha. Tetsuya, o melhor restaurante do país, pertence ao chef Tetsuya Wakuda , japonês radicado há 27 anos por essas bandas. Em março, Alex Atala, o grande nome da gastronomia brasileira, vem para o Melbourne Food and Wine Festival, e os dois vão se encontrar. Sai de baixo!



Já no espírito do festival, uma vez que iremos pra lá, e sem absolutamente nada para fazer, em função das chuvas que jamais vão parar de cair no hemisfério sul, ontem fomos em uma da 14 lojinhas japonesas que tem no bairro, compramos alguns peixes, algas e fizemos a I Sushisada Caseira do Château Elle Macpherson (nossa casa). O resultado está abaixo!



O japonês, pelo menos o que está em Sydney, é sem dúvida o povo mais educado do mundo. E tímido! Não sei se são educados por serem tímidos, tímidos por serem educados ou se uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas que são de um respeito fora do comum eles são. A regra só não se aplica aos pescadores de baleia.



Ao mesmo tempo que o Japão é um dos principais parceiros comerciais da Austrália, a relação entre os dois governos tem um tendão de aquiles, que chama-se baleeiras japonesas.

Alegando fins científicos, as baleeiras japonesas fazem verdadeiras carnificinas nas águas australianas e estão constantemente em guerra com embarcações ambientalistas.

Ontem sobrou para o navio norte-americano da Sea Shepherd Conservation Society, que foi atacado. Há cerca de um mês, uma lancha do mesmo grupo afundou após ser praticamente atropelada por outra baleeira nipônica, como podem ver nos dois vídeos abaixos, em diferentes ângulos (tipo câmera exclusiva da Globo).








A Austrália não é uma nação bélica, muito menos uma entusiasta dos conflitos armados, mas possui algumas passagens de guerra bem interessantes que marcaram a história do país. Uma delas aconteceu em 1942, durante a Segunda Guerra Mundial, quando os japoneses bombardearam as cidades de Darwin, Broome e Townsville, no norte.





O que pouca gente sabe é que no mesmo ano três submarinos japoneses entraram na Baía de Sydney - essa mesmo onde atualmente está a Opera House e a Harbour Bridge - e dispararam dois torpedos, afundando a ferry Kattabul (dessas que vão e voltam pra Manly todo dia), o que resultou na morte de 19 militares (ela era usada para defesa). Abaixo, 3 simpáticos sobreviventes.



Por último, mas não menos importante, vale o registro: o sakê que regou nossa sushisada caseira ontem foi o Gekkeikan, que não é nenhuma maravilha mas pelo preço apresenta ótima relação preço/qualidade.



Kanpai!!!

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Starlight Cinema, Brazilian Festa e Meu Avô A'uwê

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Desde janeiro está rolando o Starlight Cinema 2010, mostra de cinema ao ar livre no North Sydney Oval.

Muito comum no verão australiano, esse tipo de evento ocorre simultaneamente em vários lugares como Botanic Gardens , Bondi Pavilion e também em Melbourne (com nomes e programações diferentes).



Dia 28 de fevereiro, dentro do Starlight Cinema, vai rolar o Brazilian Festa, domingão totalmente voltado para a cultura brasileira com shows do Toca Jorge e da Jeanne Bastos Band, exposição de fotos, workshops e muitos comes e bebes como feijoada, vatapá, churrasco, Guaraná e, claro, caipirinha (afinal, niguém é de ferro).

Também haverá exibição de Divã, filme do diretor José Alvarenga Jr estrelado pela Lilia Cabral e com José Mayer no elenco (ou seja, certeza de sacanagem na história).



Eu também farei uma participaçãozinha no festival, e não será apenas tomando caipirinha.

Como muitos sabem, em 2004 lancei em São Paulo Meu Avô A'uwê, livro sobre três viagens que fiz para uma aldeia indígena xavante no Mato Grosso. Passados 5 anos, estou com o livro traduzido e a idéia é publicá-lo também em inglês, já que sempre sonhei em dizer my book is on the table.



Flavia Fontes, a organizadora do Brazilian Festa e ex-edifício Toulouse, me convidou para fazer um pequeno bate-papo sobre o livro. Também haverá outro jornalista fazendo o mesmo sobre futebol brasileiro e Copa do Mundo.

Portanto, quem estiver pelas bandas de Sydney está mais do que convidado. O Brazilian Festa começa às 15h e a entrada para participar de tudo (inclusive para ver o filme) custa somente $20 na Ozzy Study Brazil. Comprando através do site sai por $23 e na porta vai custar $26.



Para saber do que se trata o livro, segue texto do Antonio Penteado Mendonça, o Nico (cadeira 32 da Academia Paulista de Letras):

A different book

In a time when people and things are labeled according to famous brands not always the best, a book such as this one makes an enormous difference. Since the end of communism, a whole class of people, “the old militants”, became orphan of ideals, without knowing why to fight or what to do, in face of a world which, in practice, proved that everything they did was wrong.

The great way out was to protect the environment, therein included, to their bad luck, the native people, namely incapable and, therefore, constituting raw-material for everything foolish that is been done on their behalf.

Africans, American Indians, natives of Oceania, of the Pacific Islands, Eskimos, Latvians, people lost on the Himalayan hillsides, in the Asiatic forests, all of them were fit into a huge plastic bag and underwent pasteurization. They were equaled, distorted and painted according to such senseless standards as those in Hollywood films, in which the good girl, submitted to a cruel ritual, was thrown into the volcano to save her tribe and the island.

That is why My Grandfather A’uwê is so fascinating. It rescues the Xavante as they truly are. Without being pretentious, conceited or caricatural, the book truly portrays the discovery of another group of people by a white man, young and namely civilized, brought up in the great city.

Pablo Nacer tells us about the everyday life of the Indians, rescues their past and, moreover, transmits the great emotion he felt upon entering a new, rich and different universe, which took him in, amidst other values, all of them strikingly humane.

Starlight Cinema
28 de fevereiro
North Sydney Oval