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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

IELTS - Considerações Finais

O que mais havia me irritado quando não passei no primeiro teste do IELTS foi ter desperdiçado uma excelente chance, uma vez que grande parte dos temas que caíram eram familiares. Eu sabia que na próxima prova dificilmente teria temas tão fáceis e isso poderia complicar. Por outro lado, a experiência de ter feito uma sempre ajuda.

Há três semanas, fui para a segunda tentativa. Não sei o motivo, mas eles separaram a prova em dois dias, começando numa quinta-feira. Pelo menos, o lugar não poderia ter me deixado mais à vontade: um bar/tab dentro de um racecourse (traduzindo para os amigos no Brasil: onde se bebe e aposta numa corrida de cavalos).

A largada foi dada com o listening. Como havia tirado 7.5 de 9.0 na anterior, eu estava bem tranquilo, porém, com a lição aprendida anteriormente de que em hipótese alguma poderia subestimá-lo. Ao passar a vista em todos os temas, vi que a sorte não estava tão ao meu lado assim.

Dos quatro assuntos, dois eram complicados. O primeiro era finanças. Eu, que não sei fazer conta, imaginem se sei alguma coisa de finanças... em portugês. Agora imaginem em inglês. O segundo era ainda pior: reciclagem de pneu. A coisa era tão complicada que entrava até em elementos químicos. Detesto carro, odeio trocar pneu e o máximo de química que sei é a existência de uma tabela que só é reconhecida pelo cérebro humano quando cantada por professores engraçadinhos de cursinho.

Mesmo não tendo a menor familiaridade com os assuntos, respirei fundo e coloquei na cabeça que poderia sim errar algumas questões, mas deveria tentar acertar o máximo possível. Parece óbvio, mas nessas situações é muito comum o candidato ficar nervoso, ser tomado pelo pessimismo, desânimo ou medo, e simplesmente deixar o barco à deriva. Uma amigona minha desencanou da prova aí, na largada. Não deveria!

O segredo é: prova de alcoólatra. Não porque eu estava num bar, mas é preciso fazê-la passo a passo, questão por questão, sem baixar a cabeça pelo que fica pra trás ou que vem pela frente (claro, dentro da dinâmica da prova, que é preciso estar ligado em tudo). Quando eu não pegava uma resposta, chutava algo próximo e tentava descontar na próxima. Deu certo! Caí de 7.5 da anterior para 6.5, mas é porque a outra havia sido realmente muito fácil.

A segunda parte da prova é o reading, o fuc^%$g reading, aquele mesmo que era o meu ponto forte e acabou custando toda a prova por 0.5 ponto (em tempo, eu precisava tirar mínimo de 6 em cada parte).

Confesso que quando a prova chegou, as borboletas do estômago começaram a jogar futebol, o que foi bom, pois fiquei ainda mais ligado. Passei o olho rapidamente em tudo e vi que os textos não estavam tão longos e não havia nenhum tema do tipo "a nova economia asiática e a influência no mercado de peixe da Sibéria".

Mais uma vez, optei pela prova de alcoólatra. Fiz questão por qustão, na velocidade necessária mas com uma concentração absurda. E foi essa concentração - no lugar de subestimar - que fez a diferença, pois em algumas questões, após ter anotado o resultado, voltei atrás, repensei, repensei de novo, e mudei a resposta, sendo que no teste anterior eu estava mais preocupado em guardar neurônios para o writing e teria seguido em frente. Resultado: pulei de 5.5 para 7.0.

O writing foi praticamente no mesmo nível do anterior, quando eu havia tirado 6.0, porém, na primeira parte, em vez de ter de escrever uma carta formal, era uma informal para um amigo, praticamente um email do dia-dia, o que facilitou a minha vida. Subi para 6.5.

Terminada a prova na quinta, ainda faltava o speaking, que marcaram para a tarde de sábado. Cheguei levemente fanfarrão, pois tinha em mente que o pior já havia passado, e um professor/examinador do próprio IELTS havia me falado que dificilmente latinos e europeus não alcançam 6 no speaking, o problema é mais com os asiáticos por causa da pronúncia. Porém, como havia aprendido a lição 11 com o fuc%$^ reading na prova anterior, respirei fundo antes de entrar na sala, deixei as borboletas confabularem e encarei a mulher.

A anterior era uma gata, essa não. Pior, ela era mais séria e daquelas simpáticas falsas do sorriso de mentirinha. Ou seja, rolou uma intimidação e eu caí na besteira de tentar dar respostas um pouco mais profundas, me prendendo mais no conteúdo do que na maneira de dizer, o que é um erro quase fatal.

No speaking do IELTS, o examinador não está nem aí para o que você pensa, qual é o seu ponto de vista sobre a situação política do Egito ou da Irlanda do Norte, ele só quer avaliar a sua fluência no inglês e o seu vocabulário. Se precisar mentir, matar irmão, cunhada, falar que é filho do Bill Gates, não tem problema, desde que o faça pronunciando claramente e com uma gramática minimamente aceitável.

O assunto no final foi pra religião, eu me empolguei, comecei a falar um monte de abobrinha, depois fiquei preocupado se estava ofendendo as convicções religiosas da examinadora, tentei recuar, perdi o fio da meada, travei, precisei parar, recomeçar, enfim... senti que a vaca poderia ir para o brejo.

Mas graças ao bom Deus e a todos os citados durante o meu infrutífero discurso religioso, agora a pouco peguei o resultado e ela me deu 6.0, meio ponto abaixo do anterior, mas nota suficiente para tornar o capítulo IELTS na Austrália coisa do passado (pelo menos por ora, já que tem prazo de validade).

Para verem as 10 dicas anteriores, cliquem aqui, para verem a dica 11, cliquem aqui, e para quem vai fazer a prova, de coração, boa sorte!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

IELTS - Faltou a dica 11

Semana passada, fiz uma espécie de statement sobre o IELTS, com 10 dicas para se preparar e fazer a prova. Porém, eu ainda não conhecia a dica 11, o que custou caro pra mim (no mínimo $317, o preço de uma nova prova).

A dica 11 atende pelo nome de "jamais subestime o que você tem mais facilidade". Explico!

A prova vale 9, eu precsisava tirar média 6, mas com mínimo de 6 em cada banda. Tirei 7.5 no listening, 6.5 no speaking, 6 no writing e... 5.5 no reading. Isso mesmo, 5.5 no fucking reading!

Não passar na primeira tentativa é normal, mas o que doeu foi ter bombado justamente no fu%$ng reading, a porcaria dos quatro que mais faço desde que cheguei na Austrália.

Desde cedo, aprendi com meu pai que quando viajamos, a primeira coisa que se faz ao chegar no lugar - caso você não seja o Papa João Paulo II, claro, e tenha de beijar o solo - é comprar o jornal da cidade.

Na Austrália, comecei com a Eastern Courier, o semanário que recebia toda quarta-feira em Coogee. Nos favoritos na internet, SMH e Telegraph estão desde o início. O Telegraph, por sinal, depois que conheci pessoalmente o colunista de vinho John Fordham, que lá escreve todo domingo, foi decretado o diário titular da minha domingueira. Sem contar nas incursões à bliblioteca de Waverley, em Bondi Junction, onde pego gratuitamente não somente livros e revistas, como cd's e dvd's, e o trabalho para a Ozzy Study Brazil, que é baseado em leitura etc etc.

Esse próprio blog nasceu do reading, do fu%#$ng reading, pois no início grande parte do conteúdo era extraído das páginas de jornal e contextualizado para o público brasileiro.

Durante os preparativos para a prova, cheguei a acertar 38 questões de 40, o que foi determinante para o meu fracasso.

No dia do teste, eu estava bem mais preocupado com o listening e o writing. Após um surpreendente listening, que foi bem mais tranquilo do que imaginava, dei uma natural relaxada para fazer o fu$#%ng reading, que vinha na sequência. Afinal, não teria nenhum problema. Ledo engano!

Subestimei de maneira retumbante o que tinha maior facilidade e agora precisarei passar por tudo de novo, pagar novamente e seguir as 10 dicas novamente (ops, 11), se quiser continuar na Austrália. Mas faz parte. Só espero não aparecer em breve com a dica 12!

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Arsehole e 10 dicas para o IELTS

Sorte minha que o vizinho do bilhete do automóvel não trabalha para o British Council como preparador da prova do IELTS, caso contrário, eu teria perdido ao menos um ponto no listening ou no reading no último sábado.

Sim, sábado finalmente fiz o famoso teste do IELTS e o resultado receberei em alguns dias. Mas conforme disse acima, já teria perdido um pontinho se o cara tivesse colocado em uma das questões a palavra arsehole, que eu, de maneira errônea no post anterior, achei que ele quisesse dizer asshole. Os amigos Gel e Paul me corrigiram.

E essa é uma das vantagens de viver num país de língua inglesa quando pretende-se aprender inglês e um dia fazer o IELTS, o Cambridge ou qualquer outro teste de proficiência da língua.

Lembro que um dia, quando falei Thanks God, o mesmo Paul me corrigiu, dizendo não me pergunte o motivo, mas é Thank God e não Thanks God. Ou seja, nunca mais vou esquecer e, se tivesse caído no teste, teria garantido um pontinho.

O IELTS, conforme falei, não passa de um teste de proficiência para medir o nível do inglês. Ponto. O que não significa que qualquer nativo da língua vai fazer a prova sem saber do que se trata e passar de primeira. Claro, isso pode acontecer, mas é mais provável que não, o que nos leva a derrubar dois mitos sobre a prova.

Derrubando 2 mitos
Brasileiro quando falha na segunda tentativa começa a culpar o governo, dizendo que o IELTS não passa de uma maneira de fazer dinheiro. De fato, o teste é uma excelente fonte de renda, assim como todo o sistema educacional, mas isso não quer dizer que eles fazem todos repetirem inúmeras vezes propositalmente para engordar os cofres públicos.

A amiga Ana Paula, por exmplo, passou de primeira com nota 8 ou 8.5 em cada seção da prova. O máximo é 9. Minha irmã, na primeira vez que fez, estava numa ressaca monstra. Falhou por meio ponto, mesmo tendo um excelente inglês desde mil novecentos e nada. Na segunda tentativa, ficou em casa na sexta à noite e acordou normal. Passou tranquila. Pergunto: a culpa foi do governo na primeira tentativa?

Outro mito é dizer que os critérios para avaliação do speaking e no writing são subjetivos. Balela! Poucas coisas são tão matemáticas como essas duas seções da prova. O writing, dividido em uma cartinha de 150 palavras e um ensaio de 250, tem um esqueleto a ser seguido e critérios absolutamente claros de avaliação como "cobrir os pontos do enunciado", "gramática correta", "vocabulário", "bom uso dos connectors" etc. O candidato só precisa mostrar que entendeu o que foi pedido e que sabe fazer bom uso da língua para discorrer sobre. Obviamente, não é simples, mas essa é a razão de um teste de proficiência.

Eu também preferiria que o teste fosse dividido em "Mímica avançada em Inglês", "Recorte e colagem de newspapers e magazines", "Pintura e gravura com giz-de-cera blue, red and yellow" e "Ligue a figura ao nome do animal". Mas como é uma prova para medir o nível de inglês e, para tal, foi estabelecido um padrão para justamente ser possível chegar a uma conclusão objetiva, é fundamental que o candidato aprenda a fazer a prova, saiba o que eles querem ler e ouvir, quanto tempo tem e daí em diante.

Ainda não sei se passei, a probabilidade de precisar fazer um novo teste é sempre maior do que de passar de primeira, mas tudo é possível. E como sei que são muitos os brasileiros que também estão na fase australiana do IELTS, resolvi escrever essas 10 dicar para a prova, com base no que achei fundamental. Vamos lá:

Antes de pensar em marcar a prova
#1. Sei que é irado ir para o trabalho ou para a escola ouvindo Lady Gaga, Rhianna e Só Pra Contrariar no seu iPod ou iPhone, mas considere, desde o momento em que pisar na Austrália, ouvir rádios locais, especialmente AMs como 2GB e ABC, entre outras. Acostumar-se com esse tipo de locução fará grande diferença no listening. Sem contar que você também ficará bem informado.

#2. Sei o quão importante são os livros de auto-ajuda em português para quem vive do outro lado do mundo e as revistas australianas que trazem as últimas sobre Jolie & Pitt, mas considere, desde o início, ler os jornais locais, outros tipos de revistas e também livros. Lugares com grande concentração de brasileiros como Bondi Junction têm bibliotecas públicas onde você fica membro sem pagar absolutamente nada e pega diversos livros igualmente sem custo algum. Fará diferença nas quatro seções da prova.

#3. Sei que um churrasco com os mano e as mina todo final de semana em alguma praia com parque é sensacional, mas integrar-se com pessoas de outras nacionalidades é fundamental para desenvolver o inglês. Sei também que às vezes dá preguiça de falar, isso é normal, mas tente não ficar 100% do seu tempo só com brasileiro e falando em português.

Decidi marcar a prova
#4. Inscreva-se em uma escola ou universidade que seja familiar pra você. Não necessariamente a instituição, mas a área, a localização do prédio, para que você possa chegar com tranquilidade, se sentir à vontade e não começar a se estressar assim que sair de casa. Outra coisa, antes de marcar, descubra dois amigos que fizeram no mesmo lugar e pergunte o que acharam, se a acústica é boa, se as mesas não são muito próximas, se os fiscais não são uns trogloditas, essas coisas.

#5. Antes do governo começar a flambar o sistema de imigração australiano, era muito mais concorrido marcar a prova. Ano passado, por exemplo, dependendo da época e do local, era preciso marcar com três meses de antecedência. Agora, é possível achar vaga para a mesma semana. Mas sempre tenha em mente que, por mais elizabético que seja o seu inglês, você precisará de tempo para se preparar.

Prova marcada, hora de estudar
#6. Um bom curso preparatório para o IELTS ou uma boa professora particular são fundamentais. São eles quem vão mostrar o que é a prova e como se faz, além de dar dicas valiosíssimas. A partir daí, meu chapa, é com você. Se prestar atenção, fizer os exercícios e praticar bastante, a chance de êxito é grande.

#7. Muito cuidado com o curso que vai comprar. Tem escola que vende preparatório para o IELTS part-time à noite que não passa de um encaixe no meio de um curso full-time. O que isso signiifca? Você chega para estudar das 18h30 às 20h30, só que descobre que a sua classe de fato começou às 16h. Ou seja, você quer que aquelas duas horas renda o máximo possível, enquanto todo o restante não aguenta mais ficar na escola e só pensa em ir pra casa (incluindo alguns professores). Entrei numa dessas e nunca mais!

#8. Lembra das rádios AM que falei, dos livros etc? Uma vez com a prova marcada, é obrigação ler e ouvir todo dia. Se precisar, vai fazer compra no Coles para praticar inglês com a mulher do caixa, mas é hora de imersão total na língua e intensivão em todas as skills.

Véspera da prova
#9. Se você vem fazendo os oito itens anteriores, na sexta-feira, véspera do teste, faça um favor a você mesmo: esqueça a prova. É verdade! Não estou falando para ir no Beach Road e quebrar tudo, mas tente ter um dia tranquilo, faça um esporte de leve, dê um mergulho, passe no bottleshop e leve uma cerveja para tomar à noite e durma cedo. Claro, ouça o máximo que puder de rádio AM, mas sem stress. Afinal, como bem disse Chainsaw no clássico Férias de Verão da Sessão da Tarde, o cérebro humano precisa de descanso.

Dia da prova
#10. Sei que não é fácil, mas simplesmente relaxe. Como? Chegue cedo. Respire fundo, várias vezes. Alongue braços, pescoço e ombros. Ouça atentamente todas as instruções desde a chegada e, mais importante, siga. No speaking, sorria para a pessoa que vai entrevistá-lo. Seja educado. Leve uma garrafinha d'água para beber durante a prova, mas beba devagar, pouco, pois se der vontade de ir ao banhairo, você estará perdido. Aliás, nove minutos antes de iniciar o teste, dê uma última ida ao banheiro. Mais! Deixe todos os problemas em casa, ou junto com a última ida no banheiro, mas esqueça do mundo. Uma vez lá dentro, evoque Volpone, fecha-se em uma bolha e não deixe que o nervosismo, a malandragem, a petulância e o que mais estiver a sua volta tire a sua concentração. E na hora de fazer a prova, lembre-se que aquela é uma oportunidade para você mostrar o seu nível de inglês dentro daquele formato, e não o governo ou seja lá quem for querendo acabar com você. Portanto, aproveite!

E se acordar no dia, e achar que não sabe nada, fique tranquilo pois você não será o primeiro (ou talvez nem seja isso). Mais uma vez, o mestre Chainsaw (abaixo)...