segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sem pressa rumo ao Hexa

I've paid my dues
Time after time
I've done my sentence
But committed no crime
And bad mistakes
I've made a few
I've had my share of sand kicked in my face
But I've come through

We are the champions - my friends
And we'll keep on fighting - till the end
We are the champions
We are the champions
No time for losers
'Cause we are the champions - of the world

I've taken my bows
And my curtain calls
You brought me fame and fortuen and everything that goes with it

I thank you all

But it's been no bed of roses
No pleasure cruise
I consider it a challenge before the whole human race -
And I ain't gonna lose

We are the champions - my friends
And we'll keep on fighting - till the end
We are the champions
We are the champions
No time for losers
'Cause we are the champions - of the world



1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Solução para a crise financeira



É inegável que o mundo está cada vez mais chato. Não o famigerado planeta, mas as pessoas em si, as instituições, nós são-paulinos, enfim. Afirmo, seguramente, que 95.4% da população terrestre é chata, o que não significa que o 4.6% restante seja legal.

Em tempos de crise financeira mundial, as pessoas, além de preocupadas e pessimistas, se acham doutores em economia formadas em Harvard, o que as torna ainda mais chatas.

Por conta disso, cheguei à conclusão de que, em tempos de crise, o melhor a fazer é simplesmente dormir. Tirar aquela pestaninha.



É verdade! A começar pelo fato de que dormir é grátis, não se gasta nada. Basta uma cama, um sofá, uma rede ou uma canga na praia. Depois, é fechar os olhos e relaxar. Claro, se você vive em um país anglo-saxão e não consegue mais pagar a tal da mortgage da sua casa, isso talvez lhe tire o sono, mas por outro lado, continua sendo grátis, já que nem a tal da mortgage você está pagando.

O segundo ponto importante de dormir é o fato de que, durante as horas na horizontal, você não precisa iniciar nenhuma conversa furada com ninguém dos 95.4%, nem mesmo com os outros 4.6%. E isso, meu chapa, não tem preço (já falei que é de graça). O mundo pode estar desabando, a economia de Bangladesh quebrando, mas enquanto estiver dormindo, você estará em paz. A menos que durma com a televisão ou o rádio ligados, mas aí você não merece dormir e descansar como um “princeso”.

Por último, mas não menos importante, ao dormir, além de não pagar nada, não interagir com nenhum chato e não ouvir que o pior da crise financeira mundial ainda está por vir, você ainda sonha com os anjinhos e, se der sorte, com uma anjona nórdica, loira e de seios fartos, o que de fato é um sonho.



Não é mesmo, Patrick?

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

É tetra!!!



E não é que na última quinta-feira, 30 de outubro, me tornei tri às 19:29 (horário de Sydney) e tetra às 19:41? É verdade! Paloma, minha irmã, deu à luz (no caso, às luzes) à Georgia e ao Patrick, respectivamente, somando mais dois sobrinhos para a minha coleção. Com isso, chego a 4, conquistando o tetra e, segundo a lei australiana, entrando no rol dos homens que não precisam ter filho.

Sim! Na Austrália há uma lei federal que exime todo e qualquer tetra-tio de ter filhos. O governo inclusive nos ajuda com verbas para que possamos cumprir com as nossas obrigações e nos aperfeiçoar no ofício, que incluem manter a geladeira do cunhado repleta de Tooheys New, comprar tickets para eventos infanto-desportivos-culturais e adquirir todas as temporadas de “Two and a Half Men” para treinamento intensivo com o Charlie Sheen.


O casal de pimpolhos, graças ao bom Deus, chegou ao planeta de Barack Obama com muita saúde e via parto normal (havia 3 anos que no Royal Hospital for Woman não rolava parto normal de gêmeos, na mesma semana foram dois). O intervalo entre um e outro – douze minutos – é absolutamente cabalístico e faz deles as novas paixões do titio. Obviamente eu não estava na sala de parto no momento, pois não possuo estrutura física, emocional, mental e espiritual para presenciar nascimentos. Mas tenho acompanhado tudo e posso dizer que estou em estado de graça. Principalmente pelo fato deles serem lindos e não terem nascido com cara de joelho - o que é raro.

A geografia dos “Two Little Things” é bastante interessante. Ambos são australianos, filhos de brasileira com australiano, netos e bisnetos de croatas, brasileiros e uruguaios, e tataranetos de brasileiros, italianos, libaneses e mais croatas. Ou seja, trazem parte recente da história migratória dos séculos XX e XXI, que foi movida por duas Guerras Mundiais, anos de Guerra Civil no Líbano e na Croácia, ditaduras militares na América Latina, crises econômicas no mesmo continente e o mais novo destino migratório do Brasil: a Austrália.

E o melhor de tudo: por terem pai torcedor do Liverpool e tio legal são-paulino (sim, eu), Georgia e Patrick já chegam ao planeta com 1 a 0, gol do Mineiro. Well done Paloma e Rob, e bem-vindos, little mates!



Ah! E viva Barack Obama, que acaba de vencer a eleição e prometeu um mundo melhor para todos, incluindo aí os meus sobrinhos. Bush, você está demitido!

domingo, 19 de outubro de 2008

Sculpture by the Sea



O australiano adora atividades ao ar livre. Não sei se por descenderem de prisioneiros britânicos, por viverem cercados de lugares e paisagens maravilhosas, pelo clima agradável, por terem muitas baratas na casa ou por todos estes fatores juntos. Mas o fato é que, quando chega a primavera, por todo o país pipocam shows, concertos, feiras enogastronômicas, cinemas, teatros e dezenas de outros eventos ao ar livre.



Uma das mais tradicionais, que marca o início da estação em Sydney e, propositalmente, coincide com o começo do nosso horário de verão (o popular daylight saving), é a Sculpture by the Sea, que este ano vai até 2 de novembro.



Durante 3 semanas, 107 esculturas e instalações de artistas de vários países do mundo ficam espalhadas por um trecho de aproximadamente 2 km entre as praias de Bondi e Tamarama, em uma trilha e-p-e-t-a-c-u-l-a-r que beira a costa do Pacífico (ou seria do Mar da Tasmânia?). É simplesmente fantástica. Não só as obras em si mas, principalmente, o passeio e as obras inseridas no passeio (tentei dar um ar “cabeça” para o texto).


Sim! Porque na Sculpture by the Sea a própria natureza serve de moldura para as obras. Seja o céu, a grama, o mar, as pedras, não importa (vejam nas chapas acima). Outra particularidade é a possibilidade de vermos as obras de diferentes ângulos e distâncias, o que dá formas e dimensões completamente diferentes para o mesmo objeto (chapas abaixo).




Mais esculturas!


















E lembram da pergunta do post anterior, sobre a bolha no oceano? Então, eis ela aí, que nada mais é do que uma das esculptures by the sea, em pleno Oceano Pacífico (ou seria Mar da Tasmânia?).






A experiência é tão intensa, a caminhada é tão azul em função do céu e do mar que, no final, comecei a ver alguns seres azuis bem familiares. Até agora não sei se eram reais ou imaginários.


Lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá, lá...

sábado, 18 de outubro de 2008

O que seria esta bolha em pleno oceano?



a) uma baleia mascando um Bubble Gum
b) o Volponi curtindo um dia de sol
c) parte de um objeto voador não-identificado (que passou a ser um objeto flutuante não-identificado)
d) NDA

Resposta em breve...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

50 years of Bossa Nova

Só pra constar: aqui também festejamos os 50 anos de Chega de Saudade. E se por um lado não tivemos o homem em pessoa, a origem de tudo em estado bruto, João Gilberto, nem Rei e Caê dividindo o palco, por outro tivemos a presença de ningiuém menos do que Roberto Menescal, o professor, um dos mais altos cardeais logo atrás da Santíssima Trindade João-Tom-Vinicius.



Com ele vieram João Donato e Marcos Valle, o primeiro, quase um cubano ao piano, o segundo, o Rio de Janeiro de outrora. Também participaram Vinicius Cantuária, o amazonense de Lua e Estrela, e Wanda “Vagamente” Sá, a diva que aos 13 anos começou a tocar violão com o próprio Menescal. Em suma, timaço de craques que se apresentou na excelente acústica da Opera House, o "Darth Veidão".



Quando se anuncia um show, em Sydney, homenageando os 50 anos da Bossa Nova, a única certeza é a execução de Garota de Ipanema. Aliás, não só na Austrália, como em qualquer canto do planeta. No dia do concerto, à tarde, ao comentar com um amigo alemão casado com uma brasileira, ele me disse que adoraria ir, mas não pagaria $ 70 para ouvir Garota de Ipanema. Achei engraçado e tecnicamente concordei.

À noite, 76,8% do público que chegava na Opera Houese nascera no Brasil. O restante era formado por entusiastas da nossa cultura nascidos em diferentes países, além de um grupo muito peculiar que não só me chamou a atenção como me preocupou: os namorados (e maridos) australianos das brasileiras. E eles não eram poucos.

As brasileiras não perceberam que seria um show de Bossa Nova e não de MPB. Parece detalhe, mas não é. Bossa Nova é sofisticada, é a prima carioca do Jazz, com letras simples, melodias complexas e a batida única. Ela também é Música Popular Brasileira, mas não como a mulherada esperava e queria ouvir.



Além de Garota de Ipanema, pedida insistentemente, e outras músicas do Tom Jobim, o público achou que ouviria Caetano, Chico, Gil, Tim Maia e outros grandes da MPB. Mas não foi bem assim. O show pendeu muito mais para o Jazz do que para o Samba. Ele começou banquinho e violão com o Vinicius Cantuário, teve um ótimo dueto entre ele e o Roberto Menescal e seguiu com uma excelente banda acompanhando todos os músicos que passavam pelo palco.


No repertório, cada um tocava alguns de seus principais sucessos, além de outros clássicos da Bossa Nova. Tudo com uma pegada mais jazzística, mas sem improvisos, exageros na execução das notas e quebradeira constante do ritmo. Apenas Bossa Nova, o que é bom demais.

Mas parte do público, claro, não gostou. Se a mulherada, que nasceu no Brasil e cresceu com essas músicas, achou um tédio, imaginem os namorados (e maridos) australianos que não conhecem nada da nossa música, exceto Garota de Ipanema e... Garota de Ipanema. Certamente não faltaram caras feias e reclamações na volta pra casa. A Bossa Nova, romântica por natureza, desta vez teve efeito contrário.

E pra vocês terem uma idéia do pesadelo que deve ter sido, atrás da gente, uma simpática senhora que chegou empolgada e ansiosa para o show, no final soltou: “Isso não é Bossa Nova, se era pra fazer isso, que ficassem no Brasil”.

Pergunto: será mesmo que são eles que deveriam ter ficado no Brasil?

Após um concerto memorável, pra variar, terminamos em uma festinha com os músicos no bar da Opera House que quebrou absolutamente tudo. Vista fantástica, ótima atmosfera, comes e bebes e nada de... Garota de Ipanema. É verdade! Em nenhum momento da noite ouvimos a canção e, durante o bizz, ainda tivemos a pachorra de torcer para não tocá-la. Nada contra, óbvio, mas foi só pra ver as pessoas ainda mais irritadas. Ganhamos!

Fotos tiradas pelo meu chapa Raphael Brasil e mulher Charlotte.

domingo, 14 de setembro de 2008

Sou um The Rocker



Domingo passado só não foi perfeito porque a Nicole Kidman não apareceu, pois caso desse o ar da graça...

Quem mora em Sydney e nunca fez a dobradinha Lord Nelson / The Hero of Waterloo em The Rocks não vai para o céu. É sério (em tom de ameaça)!

The Rocks, para o homem branco ocidental, é o bairro mais antigo da Austrália. Habitado originalmente pelos aborígenes conhecidos como Cardigal, a partir de 1788 passou a ser dominado pelos primeiros europeus (leia-se prisioneiros ingleses) que desembarcaram por aqui.



As ruas seculares e as construções em pedra, mais a proximidade com a Harbour Bridge e a Baía de Sydney, criam uma atmosfera colonial com ares boêmios e interioranos à beira-mar que é apaixonante. Não por acaso sou um the rocker.



The Lord Nelson Brewery Hotel é um dos pubs/hotéis mais antigos da cidade. Fundado em 1836, ele não só serve uma das melhores cervejas de Sydney, como também a produz lá mesmo, artesanalmente. A Old Admiral é simplesmente sen-sa-cio-nal. É praticamente uma bomba escura com 6.1% de álcool, toques de caramelo e um fundo cítrico. Pra quem gosta de cerveja escura, é incrível.



De lá andamos uns dois quarteirões e entramos no The Hero of Waterloo, outro clássico e antigo pub, todo de pedra, que aos sábados e domingos oferece um serviço exclusivo: “alimento pra alma”. É verdade! No pequeno palco escondido no final do balcão, 4 músicos com idades que, somadas, têm bem mais do que a Austrália branca ocidental, simplesmente arrebentam no jazz.

Destaque para uma simpática senhora que canta muito, toca sax e trompete, e não tem menos de 78 anos. Gênia!!! O melhor foi ver, em um dos intervalos, um guitarrista mais jovem, que estava de passagem, dedilhar Californication do Red Hot e ela se interessar. Vai ter cabeça aberta assim lá na... Austrália.



Em uma das entradas, das cinco músicas, duas eram do Tom Jobim. Como ninguém da banda sabia que éramos brasileiros (não usávamos boné, regata e corrente de prata no pescoço), e pensando que era domingão e que estávamos em algum lugar próximo ao Oceano Pacífico - com no máximo 30 pessoas na casa - a conclusão foi uma só: Tom Jobim é, disparado, o cara!



No final, após interagir com o baterista (essa é pra você, Fafau) e ter uma das tardes de domingo mais e-p-e-t-a-c-u-l-a-r-e-s dos últimos anos, saímos com a alma lavada e devidamente alimentada com jazz da melhor qualidade.

Seguimos para mais alguns drinks que nos levaram, sem querer (e claro, sem convite), para a festa de encerramento da Bienal de Artes de Sydney. Por favor, não me perguntem como chegamos lá e nem como entramos, mas o fato é que fechamos a noite cercado por “sydneysiders” absolutamente “cool” - que na real não damos a mínima - tomando mais algumas cervejotas e apenas aguardando o que viria na quarta-feira: a grande festa dos 50 anos da Bossa Nova na Opera House. E dá-lhe mais Tom!