sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Consumo de cerveja e vinho na Austrália

Amyr Klink, o irmão da Ashraf, observou em seu "100 Dias entre o Céu e o Mar" que o consumo alcoólico em terras insulares é muito maior do que nas continentais.

Para vocês terem uma ideia da situação por aqui, a Austrália é uma ilha tão grande, mas tão grande que é considerada continente, já que num passado não tão distante, um norte-americano determinou que a Groenlândia é a maior ilha do planeta, e com isso, qualquer porção contínua de terra maior do que ela seria considerada continente.


Como a Austrália é maior do que a "Grô", tecnicamente somos uma ilha ao cubo - de gelo, etilicamente falando, uma espécie de nação on the rocks com a Antárctica logo abaixo.

E hoje, ao receber do Australian Bureau of Statistics os últimos dados sobre o consumo alcoólico por aqui, fiquei muito feliz em saber que em 2010 tivemos na Austrália 68 452 000 litros de vinhos disponíveis para o consumo no mercado, sendo que cada pessoa acima de 15 anos bebericou média de 3.81 litros, o que dá cerca de 5 garrafas por ano.


Numa projeção absolutamente amigável com o meu fígado, vamos chutar que em 2010 tomei somente uma boteja por semana, o que nos dá 52 garrafas no ano ou 39 litros. Tendo em vista a média de 3.81 litros do bureau australiano, só me resta vir a público e pedir desculpas por ter enxugado a cota anual de boa parte da população. I´M SORRY!

PS: no Brasil, o consumo de vinho é de cerca de 2 litros por pessoa, o que significa que o Paulinho e o Fafau deveriam fazer o mesmo.

Mudando da água para o vinho, no caso, do vinho para a cerveja, na mesma pesquisa o ABS divulgou que em 2010 tivemos 79 734 000 litros de cerveja disponíveis no mercado, números que certamente garantiram o bom funcionamento dos pubs, bottle shops e da sociedade australiana, este primor de capitalismo-democrático que teima brincar de monarquia.


Dessa quantia, 4.44 litros foram consumidos por cada pessoa acima dos 15, o que me faria morrer de rir no caso de uma projeção de quanto tomei em 2010. Neste caso, nem pedido de desculpas adiantaria - ser jogado aos cangurus em praça pública talvez fosse o mais justo.

O que mais gostei da pesquisa foi o gráfico de "long term trend", que mostra que nos últimos 50 anos a quantidade de cerveja disponível para consumo caiu drasticamente, ao mesmo tempo em que a de vinho subiu substancialmente (só para usar termos técnicos).

Hoje, 43% do que tem disponível para tomar é cerveja e 37% vinho (em 1960 era 76% contra 12%, respectivamente). Sinal que os ilhéus estão refinando o gosto (ou tomando mais vinhos de caixinha, não sabemos).

Por tudo isso e sendo sexta-feira, preciso admitir que:

1. Estou escrevendo este post no Palace, pub ao lado de casa, já que está rolando inspection por lá (adoro inspections às sextas).


2. Mais tarde, no Cock n´ Bull (Bondi Junction), o pub que mais consumi cerveja no primeiro ano de Austrália, tem reggae ao vivo e de graça com Ziggy and Wild Drums. Imperdível!


3. Para quem está em Manly, Fernando Aragones se apresenta com o Costa Rae no The Old Manly Boatshed (Corso), a partir das 20h.


4. Amanhã tem dica de vinho no blog.

Bom final de semana a todos e saúde!


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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Senna estreia na Austrália

Tan-Tan-Tan

Pegou o Tan-Tan-Tan? Caso não tenha, vai uma dica: tom C.

C G F C G F
e|--3-3--3--3-3--1--3-3--3--3-3--1--|
B|--5-5--3--3-3--1--5-5--3--3-3--1--|
G|--5-5--4--4-4--2--5-5--4--4-4--2--|
D|--5-5--5--5-5--3--5-5--5--5-5--3--|
A|----------------------------------|
E|----------------------------------|


Sim, meus amigos, estou falando do que ficou conhecido como Tema da Vitória, música composta pelo maestro Eduardo Souto Neto e gravada em 1981 pelo nada saudoso Roupa Nova que, a partir de 1983, passou a ser usada pela Rede Globo como trilha sonora das vitórias na Fórmula 1.

Ou seja, quem achava que a música nascera para o Senna, estava redondamente enganado, pois inicialmente era igual a Parabéns pra Você, tocava pra todo mundo, incluindo Alain Prost, o professor, e Nigel Mansell, o leão.

A música só passou a ser exclusiva das vitórias brasileiras em 1986, com o título mundial do piloto... Nelson Piquet. E nos anos seguintes, com o tricampeonato de Ayrton Senna em 1988, 1990 e 1991, a morte do piloto em maio de 1994, a conquista do tetra da seleção brasileira em julho e o desespero do Galvão Bueno, a chanson ficou eternizada com o Senna.


Fiz essa pequena justiça histórica porque hoje estreia na Austrália Senna, documentário de uma hora e meia que conta a trajetória do piloto. Dirigido por Asif Kapadia, contratado propositalmente pelos produtores por não saber nada sobre Ayrton Senna e Fórmula 1 (a intenção era uma visão imparcial), o filme conta com os avais da família do piloto e da própria Formula One Management, garantias de muitas imagens inéditas.

Senna foi lançado no Sundance Film Festival, neste ano, e ganhou o prêmio de Melhor Documentário segundo o Júri Popular. Por aqui, foi exibido pela primeira vez em junho, no fechamento do Sydney Film Festival, e agora entra no circuito comercial. Para saber onde assistir, confira o guia da sua cidade. Mas antes, veja o trailer (e leia a pérola um pouco mais abaixo).


A pérola: no review do filme publicado no Brisbane Times, Toby Hagon escreve "Much of the commentary is in Brazilian, but the sub-titles do nothing to detract from the engagement."

Well done mate, and yes, Senna was born in Sao Paulo, Brazil's capital city.



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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Westfield no Brasil

No post sobre o censo desta segunda-feira, falei que a Austrália está começando a ficar de olho no Brasil.

Essa notícia só veio confirmar...

Quem vive na Austrália, já leu ou ouviu o nome Frank Lowy pelo menos 17 vezes. Caso não tenha, algo está errado.


Para os boleiros de plantão, Frank Lowy é o chairman da Federação Australiana de Futebol, um apaixonado pelo esporte que assumiu a FFA em 2003 e simplesmente colocou o país no mapa da bola (leia-se ajudou a criar a A-League, a classificar a seleção para uma Copa do Mundo após 22 anos, repetiu o feito no Mundial seguinte, tirou a Austrália da Oceania e mandou para a Ásia - futebolisticamente falando - entre outros).

Para o restante, Frank Lowy é ninguém menos do que o chairman do Westfield, aquele shopping gigantesco onde 11 entre 10 brasileiros vão ao menos 14 vezes por semana.


Nascido na antiga Tchecoslováquia, em 1930, e criado na Hungria, Frank Lowy chegou a ser deportado pelos britânicos para um campo de detenção no Chipre, no final dos anos 1940, quando tentou entrar na Palestina. No início dos anos 1950, juntou-se à família, que havia mudado para a Austrália, e começou seu império fazendo entrega de produtos.

Pouco tempo depois, ao lado do húngaro John Saunders, que também imigrara para a Austrália, Lowy fundou a Westfield Development Corporation, um pequeno conglomerado de lojas em Blacktown, nos Western Suburbs de Sydney. O resto é história (leia-se mais de 23 mil lojas em 119 shoppings espalhados por Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos e Reino Unido, num total de 10,5 milhões m² de área bruta locável. Valor estimado de mercado: US$ 58,2 bilhões ).

Pois bem, desde 2000, quando entrou no Reino Unido, o Westfield não investia em um novo mercado. Até que hoje (9 de agosto no Brasil), foi anunciada joint venture no Brasil com a Almeida Junior no valor de R$1,5 bilhão. "Expande nossa franquia global para uma região nova, de grande amplitude e em franco crescimento", disse Lowy segundo a assessoria de imprensa da parceira brasileira.

A Almeida Junior é uma empresa de São Paulo que atua no sul do país, mais precisamente em Santa Catarina. Eles são um dos oito grupos brasileiros que empreendem no setor (é o maior com atuação regional), tendo quatro shoppings em Balneário Camburiú, Joinville e Blumenau, um em construção em Florianópolis e outros três projetos para Chapecó, Lages e Criciúma.

O Brasil sendo descoberto pela Austrália, é bom para o país, que recebe investimentos, e bom para nós, brasileiros que vivemos aqui, uma vez que as relações entre Canberra e Brasília passam a ter maior importância, e a gente, quem sabe, passa a existir no mapa-mundi dos brasileiros no exterior.

Bondi, Manly, Dee Why, St Kild, Surfers Paradise, Brisbane e Perth agradecem!


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Soundwave Revolution cancelado (Van Halen solo?)

Redação/sala aberta (sim, agora estou na sala) com uma notícia boa e outra ruim. Qual vocês querem primeiro?

Okay, começando pela ruim, o Soundwave Revolution, festival que aconteceria em 5 cidades australianas entre setembro e outubro, trazendo bandas como Van Halen, Alice Cooper, Bad Religion, Hole e The Sisters of Mercy foi cancelado. Isso mesmo, não vai mais rolar. Móóór-reu. Findou-se. RIP. Zipt!


Agora a boa: com isso, surge a esperança de um show solo do Van Halen.

É verdade! Desde 1984 (sem trocadilhos com o álbum "numerônimo"), sonho em ver o Van Halen ao vivo. Esta seria a oportunidade perfeito, caso eles não fossem tocar com mais 324 bandas (sim, estou velho).


Porém, com o cancelamento do festival e a confirmação dos produtores de que a maioria das bandas virá ao terceiro continente à sua escolha cumprir outros compromissos, existe a possibilidade de termos Van Halen em show de menor esacala por aqui.

No website da banda não há nenhuma informação a respeito, de fato, ainda está o banner do festival, como se fosse rolar. Ficarei ligado e informo assim que souber.

Enquanto isso, oremos a Eddie Van Halen, o Todo Poderoso...

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terça-feira, 9 de agosto de 2011

Braussieleiro TV e Toca Jorge no Hugo's

Nos últimos, digamos, 6 anos, há uma nova geração de brasileiros que passaram a chamar a Austrália de lar e tentam, cada um na sua praia, mostrar seus trabalhos por aqui.

É um processo natural que começou há pouco mais de 40 anos, quando desembarcaram os primeiros brasileiros, e deve ser visto como continuidade do que vem sendo feito, e não concorrência, afinal, um não substitui o outro, apenas complementa (e no final das contas, todos batem uma bola juntos no Centennial Park, aos domingos).

Raphael Pires é um deles. Jornalista com formação em televisão, o cara tem batalhado muito para colocar no ar o seu RPTV, site onde disponibiliza o Braussieleiro TV, programa que estreou ano passado, teve alguns episódios, deu uma parada e agora volta com tudo através de uma proposta bem mais abrangente.


Sim, desde que começou a fazê-lo com a produtora executiva Jess Wood, o programa recebeu um banho de Austrália, um verniz de modernidade e passou a viajar por todo o país, trazendo muito mais conteúdo tanto para brasileiros quanto para australianos.

O Braussieleiro TV estreia oficialmente em 8 de setembro e terá episódios a cada duas semanas. Abaixo você confere o que está por vir.



O gaúcho Fernando Aragones é outro que faz parte desta leva de brasileiros. Baterista do Costa Rae, vocal e violão/guitarra do Toca Jorge e com uma carreira solo cada vez mais consolidade, ele é um dos principais nomes da cena musical das Northern Beaches e Sydney.


Raphael Brasil, da Vibez/SBS Radio, já ouviu parte do álbum que o Fernando está preparando e falou que é um absurdo de bom. Não duvido!

E nesta quinta-feira, 11 de agosto, a partir das 20h, ele se apresenta no Hugo's Lounge (33 Bayswater Rd, Kings Cross) com o Toca Jorge, seu projeto samba-rock-ben-jor, em mais uma Brazilian Party da casa. Um oferecimento: Jaaaaaaaar-bas!


A entrada é grátis, bebidas e pizza custarão $5 e, como está frio, não vou perder tempo lembrando que o Hugo's exige o mínimo de bom senso no figurino, o que elimina toda e qualquer chance de entrar com bermuda, boné, regata, tênis imundo, entre outros.

Não percam!

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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Censo 2011 - Quantos brasileiros vivem na Austrália?

Está na hora dessa gente bronzeada mostrar seu valor. No caso, sua quantidade. Afinal, somos 10 mil brasileiros vivendo (ou de passagem) na Austrália, 20 mil ou 30 mil?

Segundo e censo de 2001, éramos 2,776, em 2006 somávamos 7,489, e em 2011 somos... Bem, agora é com a gente.

O Australian Bureau of Statistics já entregou os formulários. Todo brasileiro que estiver na Austrália amanhã, 9 de agosto de 2011, deverá responder. Mesmo que seja o Caetano Veloso ou o Gilberto Gil de passagem de um dia pelo país (citei Caê e Gil devido às performances do último sábado).


Preencher o formulário é muito simples. Acabei de fazer e levei menos de 20 minutos. Respondi no impresso mesmo, achei mais fácil, mas se preferir, você pode ir direto no site da ABS, digitar o Census Number que foi entregue e preencher.

Entre os motivos para participar, selecionei três enviados pela antropóloga brasileira Cristina Rocha, professora da UWS/Universidade de Western Sydney, que encabeça a campanha "Apareça na Austrália!":

1. A contagem mais aproximada possível do número real de brasileiros mostrará ao governo australiano que a comunidade brasileira está crescendo e assim poderá haver mais políticas, serviços e programas para brasileiros (de tradução, saúde, festivais, etc) e mais fundos para tais programas.

2. Por outro lado, os resultados apurados pelo censo australiano certamente terão impacto na política brasileira direcionada para o atendimento dos brasileiros na Austrália.

3. A adesão de cada um pode contribuir, de forma decisiva, para tornar ainda mais relevante a nossa comunidade tanto para a Austrália quanto para o Brasil.


Aos trancos e barrancos, o Brasil está virando moda no mundo. Com a Copa do Mundo e as Olimpíadas pela frente, cada vez mais, vão olhar pra gente. A própria Austrália, que de boba só tem os coalas, já está de olho no crescimento do país. Basta ver esta nova revista lançada pela Câmera de Comércio com total apoio do ministério do Kevin Rudd. Ou seja, se aparecermos também por aqui e ficarmos fortes, será bom pra gente.

Só para dar um exemplo, o tal do Brazilian Day da Rede Globo, que acontece em diversos países levando um time de artistas da pesada para se apresentar, por ora está longe da Austrália. Motivos? Distância e falta de interesse, já que o número de brasileiros é pequeno. Será? Comparado aos outros países, sim, mas será que somos tão poucos mesmo? E será que estamos tão mais distantes do que o Japão? Sei que a quantidade lá é infinitamente maior, mas respondendo o censo, aparecendo, talvez descobriremos que temos mais potencial.


Por tudo isso e para ajudar a passar a mensagem pra frente, lanço aqui o Bolão do Censo (ou Bolão do Censão - para abrasileirarmos a coisa). A ideia é simples: Quantos brasileiros você acha que vivem na Austrália? Escreva o seu palpite nos "Comentários" deste post e aguardemos. Quando sair o resultado oficial, pagarei um jantar no Braza no valor do rodízio (as bebidas são por conta do vencedor, claro) para quem chegar mais perto.

Meu chute é 18.432 brasileiros. Ops, acabou de pousar um ônibus da Aerolineas Argentinas. Minha aposta é 18.527. Mande o seu palpite e, mais importante, participe do Census 2011!


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domingo, 7 de agosto de 2011

Domingo em Sydney

Retrato do dia em Sydney: nem chuva nem sol, nem quente nem frio, nem inverno nem primavera, nem mesmo uma ressaquinha pra rebater. Simplesmente domingo!


E preparem-se, pois a temperatura vai cair...