Hollywood, há décadas, não é mais a mesma. Parece que nem o 3D salva! Televisão do jeito que a conhecemos, é coisa do passado. As grande gravadoras então, mergulham de mãos dadas rumo ao precipício. Sem contar os Estados Unidos, quebrados e afundados numa recessão sem fim. Com os dias de glória indo pras cucuias, só nos resta uma coisa:
Seguir Charlie Sheen no Twitter!
Cresci com ele fazendo uma rápida aparição no clássico Ferris Bueller's Day Off, quebrando tudo em Platoon e Wall Street, pegando e pagando (não necessariamente nesta ordem, mas nestes termos) as mulheres mais maravilhosas do planeta nos anos 1990 – enquanto se afundava nas drogas –, renascendo das cinzas e alcançando o topo da televisão nos anos 2000, numa espécie de ápice do sonho americano, e agora, mais uma vez, jogando tudo pro ar, mas com a diferença de que temos esse brinquedinho novo chamado Twitter, uma das estrelas desse novo início de era caracterizado pela internet e pelas redes sociais.
Horas atrás, Charlie Sheen criou sua conta no Twitter e, antes mesmo do primeiro tweet, já tinha 200 mil seguidores. Em seu perfil: Unemployed Winner.... Neste exato momento, com o perfil alterado para Born Small... Now Huge... Winning... Bring it..! (unemployed winner...), são mais de 657 mil seguidores. Nos twitts, fotos com a atriz pornô Bree Olson e esculhambando o Oscar.
Charlie Sheen passou os últimos dias concedendo entrevistas para programas de rádio e tv atirando pesado contra os criadores e produtores do Two and a Half Men, que o demitiram. E agora que descobriu o Twitter, talvez aumente ainda mais o arsenal e os alvos, já que pode escrever e publicar o que bem entender. Tá com cara de que vem chumbo grosso e diversão garantida nas próximas horas.
O fato é que o mundo está mudando, os velhos (não tão velhos assim) padrões estão indo para o espaço e agora temos a oportunidade de, ao mesmo tempo, participar e assistir a tudo. E não estou falando somente de celebridades descontentes com ex-patrões, mas de documentos até então secretos vazando, do povo na ruas, da repercussão imediata e das reações em cadeia em tempo real. Com 2012 batendo na porta, quem viver, verá!
Para seguir o mestre: http://www.twitter.com/charliesheen
quarta-feira, 2 de março de 2011
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Oscar, Aussies e Claudia Rondon
Nada de Nicole Kidman, Geoffrey Rush ou Jacki Weaver. Os cinco australianos que faturaram o Oscar agora a pouco são bem menos conhecidos do público.
Primeiro foi Shaun Tan, de Melbourne, que faturou o Oscar de Melhor Curta de Animação com The Lost Thing, filme inspirado no livro do próprio Shaun, escrito quando ele estava desempregado.
Depois foi a vez de Dave Elsey ganhar na categoria Melhor Maquiagem com o filme The Wolfman, seguido por Kirk Baxter, que venceu Melhor Edição com The Social Network.
O diretor Tom Hooper, inglês com cidadania australiana, agradeceu a mãe aussie quando faturou o prêmio de Melhor Diretor por The King's Speech, filme que também foi eleito o melhor da noite, rendendo uma estatueta para o produtor australiano Emile Sherman.
E já que o assunto é cinema, conversei com a brasileira Claudia Rondon, jornalista graduada pela PUC-SP que vive na Austrália desde 2008, onde fez mestrado na WA Screen Academy, ligada à Edith Cowan University, em Perth.
Em 2010, Claudia produziu e co-escreveu o roteiro de XO, curta-metragem dirigido por Eva Ramdohr (ela também assina o roteiro) que participará do Heart of Gold International Film Festival, evento que acontece entre 17 e 20 de março, em Gympie, duas horas ao norte de Brisbane. A maratona terá 200 filmes de 35 países.
Cena de XO
Fale um pouco sobre o filme e a expectativa em relação ao festival?
O XO é um curta com estilo comédia-romântica de baixo custo de produção. Mostra a história de dois jovens de culturas diferentes que vencem a barreira da comunicação de forma bem-humorada. O filme foi produzido em parceria entre a WA Screen Academy e a prefeitura de Perth. Faz parte de um acordo de incentivo a produção de filmes feitos por estudantes de audiovisual e uma forma de promover a cidade de Perth. Como ex-aluna do mestrado da WA Screen Academy (Edith Cowan University - WAAPA) recebi uma pequena verba da City of Perth que foi administrada pela WA Screen Academy para produzir o curta, cujo roteiro foi pré-aprovado por ambos os orgãos incentivadores.
Cena de XO
Este é o seu primeiro filme ou você já fez ou participou de outros?
Esse é o segundo curta que produzi. Mas é o primeiro do qual fui também roteirista. Em abril de 2009, como parte do mestrado, produzi Trolley Boys, que participou do Dungog Film Festival (maio de 2010), em Sydney. Trolley Boys foi escrito por Kazimir Sas, ator e jovem diretor de Perth, e dirigido por Ngaire O'Leary.
Além desses dois curtas, também produzi outros documentários. Um deles, Foresight (2009), dirigido por Magdalena Wozniak (que hoje está na equipe de roteiristas de Neighbours), foi um dos finalistas no ATOM Awards (Australian Teachers of Media), em outubro de 2010. O outro documentário, Voices of Freedom (2010), dirigido pelo ator e diretor David Meadows, conta a história de um grupo de músicos ex-refugiados do Burundi que hoje reside em Perth.
Você escreveu e produziu XO. Encontrou alguma dificuldade para concebê-lo e viabilizá-lo por não ser australiana ou em função da língua?
É sempre um desafio diferente escrever em outra língua. Mas já estou acostumada. O projeto em si teve apoio de uma instituição educacional, então não houve problemas em relação ao fato de eu não ser australiana. Mas, em certa medida, precisei me impor sim para conseguir que eu fosse escolhida como roteirista entre outros roteiristas colegas australianos. O que venceu foi o argumento para o roteiro. Eles gostaram da história e consegui produzi-la.
Na realidade, XO foi uma alternativa "light" para um outro roteiro que eu tinha apresentado e no final acabou não sendo produzido por inúmeras razões. Uma delas, porque o corpo editorial achou que o roteiro tinha "agenda", como eles dizem. Ou, ao meu ver, tinha uma carga subjetiva política um pouco pesada para as diretrizes propostas para o projeto como um todo.
Cena de XO
Está com novos projetos em vista?
Sim, sempre. Provavelmente, um documentário. E desenvolvo outros projetos criativos paralelos. Alguns deles relacionados à comunidade brasileira em Perth.
Gosta do cinema australiano? Tem algum filme preferido?
Não tenho um filme preferido. Mas o mais recente que assisti e gostei foi Lou, escrito e dirigido por uma jornalista chamada Belinda Chayko. O trabalho é novo.
A Austrália é um bom lugar para quem deseja tentar a carreira cinematográfica?
Ainda estou conhecendo o mercado por aqui. Há muita gente produzindo. Mas há no geral uma mentalidade com foco nos EUA. Muitos talentos vão para lá. Ou querem ir. Em termos práticos, há políticas de incentivo cultural e alguma infra-estrutura. Mas até aí, o Brasil também, por exemplo. Até mais, talvez. Estive lá no fim do ano passado e vários amigos contaram que vivemos um momento de "vacas gordas" no audiovisual. Para mim, o que é mais interessante da Austrália é o espaco e a liberdade para criar. Não estou falando de "linha editorial". Mas sim, de estilo de vida que permite, pelo menos pra mim, espaço mental para desenvolver projetos criativos. Venho de São Paulo. Eu amo Sao Paulo, um lugar que para mim tem um buxixo intelectual e criativo especial que lembra, às vezes, Londres (outra cidade onde ja morei também). Não dá para comparar Perth e São Paulo. Mas a correria que, às vezes pode ser inspiradora, é em outras ocasiões sufocante e extremamente contraproducente. A rotina frenética pode cegar. A gente pára de perceber o que está ao redor e só corre. Nesse sentido, para mim, a Austrália e o estilo mais relaxado combinado com o meu interesse por observar e refletir sobre a vida em geral me ajuda e, por enquanto, tem sido positivo estar aqui por isso.
Exibição de XO
Domingo, 20 de março, às 9 horas, no Fossickers Theatre (Gympie Civic Centre). Para mais informações sobre o festival, cliquem aqui.
Primeiro foi Shaun Tan, de Melbourne, que faturou o Oscar de Melhor Curta de Animação com The Lost Thing, filme inspirado no livro do próprio Shaun, escrito quando ele estava desempregado.
Depois foi a vez de Dave Elsey ganhar na categoria Melhor Maquiagem com o filme The Wolfman, seguido por Kirk Baxter, que venceu Melhor Edição com The Social Network.
O diretor Tom Hooper, inglês com cidadania australiana, agradeceu a mãe aussie quando faturou o prêmio de Melhor Diretor por The King's Speech, filme que também foi eleito o melhor da noite, rendendo uma estatueta para o produtor australiano Emile Sherman.
E já que o assunto é cinema, conversei com a brasileira Claudia Rondon, jornalista graduada pela PUC-SP que vive na Austrália desde 2008, onde fez mestrado na WA Screen Academy, ligada à Edith Cowan University, em Perth.
Em 2010, Claudia produziu e co-escreveu o roteiro de XO, curta-metragem dirigido por Eva Ramdohr (ela também assina o roteiro) que participará do Heart of Gold International Film Festival, evento que acontece entre 17 e 20 de março, em Gympie, duas horas ao norte de Brisbane. A maratona terá 200 filmes de 35 países.
Cena de XO
Fale um pouco sobre o filme e a expectativa em relação ao festival?
O XO é um curta com estilo comédia-romântica de baixo custo de produção. Mostra a história de dois jovens de culturas diferentes que vencem a barreira da comunicação de forma bem-humorada. O filme foi produzido em parceria entre a WA Screen Academy e a prefeitura de Perth. Faz parte de um acordo de incentivo a produção de filmes feitos por estudantes de audiovisual e uma forma de promover a cidade de Perth. Como ex-aluna do mestrado da WA Screen Academy (Edith Cowan University - WAAPA) recebi uma pequena verba da City of Perth que foi administrada pela WA Screen Academy para produzir o curta, cujo roteiro foi pré-aprovado por ambos os orgãos incentivadores.
Cena de XO
Este é o seu primeiro filme ou você já fez ou participou de outros?
Esse é o segundo curta que produzi. Mas é o primeiro do qual fui também roteirista. Em abril de 2009, como parte do mestrado, produzi Trolley Boys, que participou do Dungog Film Festival (maio de 2010), em Sydney. Trolley Boys foi escrito por Kazimir Sas, ator e jovem diretor de Perth, e dirigido por Ngaire O'Leary.
Além desses dois curtas, também produzi outros documentários. Um deles, Foresight (2009), dirigido por Magdalena Wozniak (que hoje está na equipe de roteiristas de Neighbours), foi um dos finalistas no ATOM Awards (Australian Teachers of Media), em outubro de 2010. O outro documentário, Voices of Freedom (2010), dirigido pelo ator e diretor David Meadows, conta a história de um grupo de músicos ex-refugiados do Burundi que hoje reside em Perth.
Você escreveu e produziu XO. Encontrou alguma dificuldade para concebê-lo e viabilizá-lo por não ser australiana ou em função da língua?
É sempre um desafio diferente escrever em outra língua. Mas já estou acostumada. O projeto em si teve apoio de uma instituição educacional, então não houve problemas em relação ao fato de eu não ser australiana. Mas, em certa medida, precisei me impor sim para conseguir que eu fosse escolhida como roteirista entre outros roteiristas colegas australianos. O que venceu foi o argumento para o roteiro. Eles gostaram da história e consegui produzi-la.
Na realidade, XO foi uma alternativa "light" para um outro roteiro que eu tinha apresentado e no final acabou não sendo produzido por inúmeras razões. Uma delas, porque o corpo editorial achou que o roteiro tinha "agenda", como eles dizem. Ou, ao meu ver, tinha uma carga subjetiva política um pouco pesada para as diretrizes propostas para o projeto como um todo.
Cena de XO
Está com novos projetos em vista?
Sim, sempre. Provavelmente, um documentário. E desenvolvo outros projetos criativos paralelos. Alguns deles relacionados à comunidade brasileira em Perth.
Gosta do cinema australiano? Tem algum filme preferido?
Não tenho um filme preferido. Mas o mais recente que assisti e gostei foi Lou, escrito e dirigido por uma jornalista chamada Belinda Chayko. O trabalho é novo.
A Austrália é um bom lugar para quem deseja tentar a carreira cinematográfica?
Ainda estou conhecendo o mercado por aqui. Há muita gente produzindo. Mas há no geral uma mentalidade com foco nos EUA. Muitos talentos vão para lá. Ou querem ir. Em termos práticos, há políticas de incentivo cultural e alguma infra-estrutura. Mas até aí, o Brasil também, por exemplo. Até mais, talvez. Estive lá no fim do ano passado e vários amigos contaram que vivemos um momento de "vacas gordas" no audiovisual. Para mim, o que é mais interessante da Austrália é o espaco e a liberdade para criar. Não estou falando de "linha editorial". Mas sim, de estilo de vida que permite, pelo menos pra mim, espaço mental para desenvolver projetos criativos. Venho de São Paulo. Eu amo Sao Paulo, um lugar que para mim tem um buxixo intelectual e criativo especial que lembra, às vezes, Londres (outra cidade onde ja morei também). Não dá para comparar Perth e São Paulo. Mas a correria que, às vezes pode ser inspiradora, é em outras ocasiões sufocante e extremamente contraproducente. A rotina frenética pode cegar. A gente pára de perceber o que está ao redor e só corre. Nesse sentido, para mim, a Austrália e o estilo mais relaxado combinado com o meu interesse por observar e refletir sobre a vida em geral me ajuda e, por enquanto, tem sido positivo estar aqui por isso.
Exibição de XO
Domingo, 20 de março, às 9 horas, no Fossickers Theatre (Gympie Civic Centre). Para mais informações sobre o festival, cliquem aqui.
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Nicole Kidman
Os Mutantes - Compre 1 Leve 2
Várias pessoas estão mandando emails e ligando para saber onde encontrar os ingressos promocionais dos Mutantes para os shows que acontecem em 9 de março, no Enmore Theatre, em Sydney, e em 11 de março, no Forum Theatre, em Melbourne. Como estou numa das semanas mais punks dos últimos tempos, por favor, vão direto nos links abaixos:
Promo Sydney
Promo Melbourne
A promoção compre um ingresso e ganhe o segundo grátis é válida somente até esta quinta-feira (03/03), em Sydney, e sexta-feira (04/03), em Melbourne.
É Pablito não dando o peixe, mas mostrando onde pescar...
Promo Sydney
Promo Melbourne
A promoção compre um ingresso e ganhe o segundo grátis é válida somente até esta quinta-feira (03/03), em Sydney, e sexta-feira (04/03), em Melbourne.
É Pablito não dando o peixe, mas mostrando onde pescar...
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Os Mutantes na Austrália
sábado, 26 de fevereiro de 2011
Coluna Vatapá com Shiraz - Bares e Igrejas
by Paulinho Martins
Pablo, tem muitas igrejas na Austrália? Existem bares de frente a elas? Sempre frequentei bares de frente a igrejas. Não é culpa minha! As igrejas insistem em surgir na frente dos bares. Talvez seja ao contrário, mas o fato é que eu não sou o culpado. A culpa é do bar ou da igreja.
Catedral em Ilhéus
Não que eu tenha algum problema religioso com isso. Eu não! Jesus tomou vinho na Santa Ceia. Na verdade, acredito que bebedeiras em frente a igreja me deixam com mais fé. Ou pelo menos em estado ébrio, um pouco mais aguçado.
Em Cananéia, a balada era em frente a igreja. Em São Paulo, mais especificamente em Pinheiros, tem um tradicional bar chamado Cú do Padre. Clássico atrás da igreja. Isso é brasileiro ou mundial?
Enfim, com a consciência totalmente tranquila, sou frequentador do Vesúvio, emblemático bar de Ilhéus que teve seu nome escrito na história de Jorge Amado. Isso mesmo, o Bar do Sr. Nacib e que tinha ninguém menos do que Gabriela cravo e canela como cozinheira. O bar existe até hoje. E tem duas coisas que eu realmente adoro nele: a vista da catedral e o pastel árabe.
A catedral é linda, cheia de histórias, bem cuidada. Nem parece Ilhéus. Digo isso porque Ilhéus está realmente mal cuidada, mas a igreja merece uma visita. E, ao sair de lá, passe no Vesúvio e peça um pastel árabe (R$ 4,00).
O pastel árabe é um salgado em forma de esfiha feito com uma massa folhada e recheada com uma espécie de pasta de ricota com temperos sírios. Quando perfeito, é sequinho por fora e seu recheio é cremoso e quente. E eles servem com um molhinho de cebola bem apimentado, a "pimenta da casa". Como mais de um por semana!
Infelizmente, a carta de vinho é ruim e não tem nada que mereça. Mas eu sou cara de pau, levo o meu e pago a rolha. Sem problema.
Para o Pastel, recomendo um Casa Valduga – Dueto Chardonnay/Riesling (à venda no Bataclan por R$ 45,00) bem gelado. Você não sabe o calor que faz em Ilhéus, Pablito, vinho branco a 10 graus aqui é chá. Precisa ser gelado. Ou prove com o chope escuro Xingu na Tulipa (R$ 3,90) bem tirado da casa.
Nacer, algum bar eclesiástico que mereça destaque nas terras do terceiro continente à sua escolha?
Dica
Bar Vesúvio
Praça Don Eduardo, 190
Bataclan
Praça José Marcelino S/N
***
by Pablo Nacer
Paulinho, respondendo a pergunta lá de cima, acredito que o fenômeno bar/igreja seja brasileiro e não mundial. Vejamos!
Quem viaja o Brasil sabe que em toda cidade, por menor ou mais longínqua que seja, tem sempre uma praça principal com a igreja matriz, o coreto, o bar e o Bradesco. Levando em conta que, historicamente, as cidades são fundadas em torno da igreja, e tendo conhecimento de que o sistema bancário é uma necessidade muita mais recente do que a de tomar um porre ou se exibir em praça pública, a questão passa a ser quem veio primeiro, o bar ou o coreto? A Ilhéus de Jorge Amado talvez tenha a resposta.
St Mary's Cathedral, Sydney
Por aqui, apesar de praticamente 65% da população ser cristã, sendo que 1/4 desse total é católico, igreja é muito mais para inglês ver do que para rezar (até porquê foi ele quem construiu). Lembro que nas minhas primeiras semanas de escola de inglês na Austrália, eu saía com uma colombiana que reclamava de não encontrar igreja aberta para ir à missa nas manhãs de domingo. Pobrecita! Em solidariedade, eu engrossava o coro por não encontrar bar aberto enquanto ela procurava igreja, mas isso é outra história.
O ponto é, por aqui temos igrejas maravilhosas, incluindo a e-p-e-t-a-c-u-l-a-r- St Mary's Cathedral, a maior da Austrália, construída no estilo gótico vitoriano do século XVIII, no Hyde Park, centro da cidade. Adoro ela e, coincidentemente, neste final de semana teremos a maior feira de vinho de Sydney, no mesmo parque.
Na Austrália, não temos bares e botecos de calçada como temos em toda esquina do Brasil, o que por um lado é bom e por outros dois é ruim. Em compensação, temos os pubs, que possuem praticamente a mesma finalidade mas são, por lei, vinculados a um hotel. Ou seja, todo pub está localizado dentro ou junto de um hotel, o que não significa que todo hotel tenha um pub (legislação provavelmente criada para a colônia não descambar).
Sendo assim, Paulo, não é tão comum tomar cerveja em bar com vista para igreja (exceto quando o pub tem beer garden), nem mesmo frequentar igreja antes de ir para o bar. Porém, o mesmo não se pode falar de Adelaide, capital de South Australia, conhecida como a cidade da igrejas.
Sim, meu amigo, Adelaide, que nada tem a ver com a anã paraguaia, mas deveria ter sido o destino australiano da minha ex-colombiana, foi erguida por protestantes ingleses e luteranos alemães para, a exemplo de toda South Australia, não ser uma colônia penal, mas uma sociedade mais justa e tolerante, com ideias bastante avançadas para a época. Não por acaso South Australia é conhecido como o estado dos fetivais e igualmente não por acaso foi o segundo lugar do planeta em que mulheres tiveram direito a voto.
E o meu apreço por este meridional estado aumenta ainda mais com o fato de ser mundialmente conhecido por abrigar algumas das melhores regiões vinícolas do país, como o Barossa Valley e o Eden Valley, de onde saem, respectivamente, os ícones Penfolds Grange e Henschke Hill of Grace, dois dos melhores Shiraz já produzidos no mundo.
Viva as igrejas, os bares e o vinho (não necessariamente nessa ordem). E vamos bebendo, Paulinho!
Dica
Sydney Cellar Door
Sábado, 26 e domingo 27 de março, das 11h às 18h
Hyde Park, Sydney
Mais de 100 vinícolas de New South Wales
Entrada grátis
http://www.nswwinefestival.com.au/
Coluna Shiraz com Vatapá anterior>>>
Essa coluna também está no blog do Paulinho Martins
Pablo, tem muitas igrejas na Austrália? Existem bares de frente a elas? Sempre frequentei bares de frente a igrejas. Não é culpa minha! As igrejas insistem em surgir na frente dos bares. Talvez seja ao contrário, mas o fato é que eu não sou o culpado. A culpa é do bar ou da igreja.
Catedral em Ilhéus
Não que eu tenha algum problema religioso com isso. Eu não! Jesus tomou vinho na Santa Ceia. Na verdade, acredito que bebedeiras em frente a igreja me deixam com mais fé. Ou pelo menos em estado ébrio, um pouco mais aguçado.
Em Cananéia, a balada era em frente a igreja. Em São Paulo, mais especificamente em Pinheiros, tem um tradicional bar chamado Cú do Padre. Clássico atrás da igreja. Isso é brasileiro ou mundial?
Enfim, com a consciência totalmente tranquila, sou frequentador do Vesúvio, emblemático bar de Ilhéus que teve seu nome escrito na história de Jorge Amado. Isso mesmo, o Bar do Sr. Nacib e que tinha ninguém menos do que Gabriela cravo e canela como cozinheira. O bar existe até hoje. E tem duas coisas que eu realmente adoro nele: a vista da catedral e o pastel árabe.
A catedral é linda, cheia de histórias, bem cuidada. Nem parece Ilhéus. Digo isso porque Ilhéus está realmente mal cuidada, mas a igreja merece uma visita. E, ao sair de lá, passe no Vesúvio e peça um pastel árabe (R$ 4,00).
O pastel árabe é um salgado em forma de esfiha feito com uma massa folhada e recheada com uma espécie de pasta de ricota com temperos sírios. Quando perfeito, é sequinho por fora e seu recheio é cremoso e quente. E eles servem com um molhinho de cebola bem apimentado, a "pimenta da casa". Como mais de um por semana!
Infelizmente, a carta de vinho é ruim e não tem nada que mereça. Mas eu sou cara de pau, levo o meu e pago a rolha. Sem problema.
Para o Pastel, recomendo um Casa Valduga – Dueto Chardonnay/Riesling (à venda no Bataclan por R$ 45,00) bem gelado. Você não sabe o calor que faz em Ilhéus, Pablito, vinho branco a 10 graus aqui é chá. Precisa ser gelado. Ou prove com o chope escuro Xingu na Tulipa (R$ 3,90) bem tirado da casa.
Nacer, algum bar eclesiástico que mereça destaque nas terras do terceiro continente à sua escolha?
Dica
Bar Vesúvio
Praça Don Eduardo, 190
Bataclan
Praça José Marcelino S/N
***
by Pablo Nacer
Paulinho, respondendo a pergunta lá de cima, acredito que o fenômeno bar/igreja seja brasileiro e não mundial. Vejamos!
Quem viaja o Brasil sabe que em toda cidade, por menor ou mais longínqua que seja, tem sempre uma praça principal com a igreja matriz, o coreto, o bar e o Bradesco. Levando em conta que, historicamente, as cidades são fundadas em torno da igreja, e tendo conhecimento de que o sistema bancário é uma necessidade muita mais recente do que a de tomar um porre ou se exibir em praça pública, a questão passa a ser quem veio primeiro, o bar ou o coreto? A Ilhéus de Jorge Amado talvez tenha a resposta.
St Mary's Cathedral, Sydney
Por aqui, apesar de praticamente 65% da população ser cristã, sendo que 1/4 desse total é católico, igreja é muito mais para inglês ver do que para rezar (até porquê foi ele quem construiu). Lembro que nas minhas primeiras semanas de escola de inglês na Austrália, eu saía com uma colombiana que reclamava de não encontrar igreja aberta para ir à missa nas manhãs de domingo. Pobrecita! Em solidariedade, eu engrossava o coro por não encontrar bar aberto enquanto ela procurava igreja, mas isso é outra história.
O ponto é, por aqui temos igrejas maravilhosas, incluindo a e-p-e-t-a-c-u-l-a-r- St Mary's Cathedral, a maior da Austrália, construída no estilo gótico vitoriano do século XVIII, no Hyde Park, centro da cidade. Adoro ela e, coincidentemente, neste final de semana teremos a maior feira de vinho de Sydney, no mesmo parque.
Na Austrália, não temos bares e botecos de calçada como temos em toda esquina do Brasil, o que por um lado é bom e por outros dois é ruim. Em compensação, temos os pubs, que possuem praticamente a mesma finalidade mas são, por lei, vinculados a um hotel. Ou seja, todo pub está localizado dentro ou junto de um hotel, o que não significa que todo hotel tenha um pub (legislação provavelmente criada para a colônia não descambar).
Sendo assim, Paulo, não é tão comum tomar cerveja em bar com vista para igreja (exceto quando o pub tem beer garden), nem mesmo frequentar igreja antes de ir para o bar. Porém, o mesmo não se pode falar de Adelaide, capital de South Australia, conhecida como a cidade da igrejas.
Sim, meu amigo, Adelaide, que nada tem a ver com a anã paraguaia, mas deveria ter sido o destino australiano da minha ex-colombiana, foi erguida por protestantes ingleses e luteranos alemães para, a exemplo de toda South Australia, não ser uma colônia penal, mas uma sociedade mais justa e tolerante, com ideias bastante avançadas para a época. Não por acaso South Australia é conhecido como o estado dos fetivais e igualmente não por acaso foi o segundo lugar do planeta em que mulheres tiveram direito a voto.
E o meu apreço por este meridional estado aumenta ainda mais com o fato de ser mundialmente conhecido por abrigar algumas das melhores regiões vinícolas do país, como o Barossa Valley e o Eden Valley, de onde saem, respectivamente, os ícones Penfolds Grange e Henschke Hill of Grace, dois dos melhores Shiraz já produzidos no mundo.
Viva as igrejas, os bares e o vinho (não necessariamente nessa ordem). E vamos bebendo, Paulinho!
Dica
Sydney Cellar Door
Sábado, 26 e domingo 27 de março, das 11h às 18h
Hyde Park, Sydney
Mais de 100 vinícolas de New South Wales
Entrada grátis
http://www.nswwinefestival.com.au/
Coluna Shiraz com Vatapá anterior>>>
Essa coluna também está no blog do Paulinho Martins
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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
O Flagra - by 38
Fabio Morgado Romano, o popular 38 (ou thirty eight, como o chamamos aqui), amigo de mais de duas décadas, é o responsável pelo insulto abaixo (ou seria um flagra)?
A imagem é um frame do vídeo da ESPN Brasil feito pela dupla Otavio Neto e Tuca Andrade, durante o Vans Bowl-A-Rama que rolou semana passada aqui em Bondi Beach, no Almeidão. Voando no skate é o brasileiro Pedro Barros, vencedor da etapa.
Caso não consiga ler, clique na imagem!
Morgson, já acionei o meu advogado, o Luba!
A imagem é um frame do vídeo da ESPN Brasil feito pela dupla Otavio Neto e Tuca Andrade, durante o Vans Bowl-A-Rama que rolou semana passada aqui em Bondi Beach, no Almeidão. Voando no skate é o brasileiro Pedro Barros, vencedor da etapa.
Caso não consiga ler, clique na imagem!
Morgson, já acionei o meu advogado, o Luba!
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quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
Mutantes grátis, Ensaio do bloco e Planta & Raiz
A partir de hoje, quinta-feira (24/2), em Sydney, e amanhã, sexta (25/2), em Melbourne, durante uma semana vocês que ainda não compraram seus ingressos para os shows dos Mutantes poderão levar dois pelo preço de um. Isso mesmo, compra um ticket e leva outro grátis pra casa.
Os shows da maior banda brasileira de todos os tempos acontecem no dia 9 de março, no Enmore Theatre, em Sydney, e em 11 de março, no Forum Theatre, em Melba. Eu, claro, estarei nos dois!
Ingressos duplos para SYD por aqui e para MEL por aqui.
Outra coisa!
O ensaio do BlóCoogeeLoko, que seria hoje no Coogee Bay Hotel, foi transferido para este domingo, às 18h, no mesmo local. Sei que vocês vão dizer, pô, mas tem o show do Planta & Raiz no mesmo dia, como que... Sem problema!
O show do Planta na Home só vai começar mais tarde, portanto, a ideia é justamente fazer um esquenta no Coogee Bay, curtindo um samba e aprendendo o enredo, e depois seguir para Darling Harbour para cair na regueira (bus 373) - parecido com o que já rola com o Favela pós-Coogee ou Beach Road. A entrada para o ensaio é grátis.
Para quem ainda não tem ingresso para o Planta & Raiz, passe na agência da City ou de Bondi da Ozzy Study Brazil nesta sexta-feira e garanta.
Os próximos ensaios acontecem no domingo, 6 de março, e depois na quinta, 10 de março. O CarnaCoogee é dia 12 de março!
Os shows da maior banda brasileira de todos os tempos acontecem no dia 9 de março, no Enmore Theatre, em Sydney, e em 11 de março, no Forum Theatre, em Melba. Eu, claro, estarei nos dois!
Ingressos duplos para SYD por aqui e para MEL por aqui.
Outra coisa!
O ensaio do BlóCoogeeLoko, que seria hoje no Coogee Bay Hotel, foi transferido para este domingo, às 18h, no mesmo local. Sei que vocês vão dizer, pô, mas tem o show do Planta & Raiz no mesmo dia, como que... Sem problema!
O show do Planta na Home só vai começar mais tarde, portanto, a ideia é justamente fazer um esquenta no Coogee Bay, curtindo um samba e aprendendo o enredo, e depois seguir para Darling Harbour para cair na regueira (bus 373) - parecido com o que já rola com o Favela pós-Coogee ou Beach Road. A entrada para o ensaio é grátis.
Para quem ainda não tem ingresso para o Planta & Raiz, passe na agência da City ou de Bondi da Ozzy Study Brazil nesta sexta-feira e garanta.
Os próximos ensaios acontecem no domingo, 6 de março, e depois na quinta, 10 de março. O CarnaCoogee é dia 12 de março!
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
Terremoto na NZ e a força dos All Blacks
Estive os últimos dois dias na Central Coast, preparando toda papelada, documentos, certificados, comprovantes de que não matei ninguém e afins para dar entrada num novo visto, por isso não consegui escrever nada sobre a Nova Zelândia, nosso e-p-e-t-a-c-u-l-a-r vizinho de terceiro continente à sua escolha.
No pouco que pude acompanhar, o que mais me chamou a atenção foi a enorme comoção que tomou conta da Austrália, não só pela proximidade e pelos laços históricos, como também por termos cerca de 500 mil neozelandeses vivendo aqui, o segundo maior contingente de estrangeiros, atrás somente do Reino Unido.
A situação em Christchurch, a cidade mais atingida pelo terremoto de 6.4 graus de magnitude, como todos sabem, é absolutamente devastadora, já foram encontrados 75 mortos, teme-se que o número chegue a 200 e cerca de 300 pessoas estão desaparecidas. Algumas notícias recentes é o fato de que o Grand Chancellor, o hotel mais alto da cidade, pode cair a qualquer momento, e que seis picaretas desalmados foram presos no final da tarde saqueando lojas e outros estabelecimentos. De Christchurch vão direto para o inferno!
Como entusiasta da Nova Zelândia, amante das neozelandesas, fan de rugby, curioso pela cultura maori e xavante do terceiro continente à sua escolha ligado no 2012 dos maias, segue minha singela homenagem aos amigos kiwis através do tradicional Haka dos All Blacks, a manifestação mais forte que vi desde que cheguei na Austrália. Força é o que eles mais precisam neste momento!
No pouco que pude acompanhar, o que mais me chamou a atenção foi a enorme comoção que tomou conta da Austrália, não só pela proximidade e pelos laços históricos, como também por termos cerca de 500 mil neozelandeses vivendo aqui, o segundo maior contingente de estrangeiros, atrás somente do Reino Unido.
A situação em Christchurch, a cidade mais atingida pelo terremoto de 6.4 graus de magnitude, como todos sabem, é absolutamente devastadora, já foram encontrados 75 mortos, teme-se que o número chegue a 200 e cerca de 300 pessoas estão desaparecidas. Algumas notícias recentes é o fato de que o Grand Chancellor, o hotel mais alto da cidade, pode cair a qualquer momento, e que seis picaretas desalmados foram presos no final da tarde saqueando lojas e outros estabelecimentos. De Christchurch vão direto para o inferno!
Como entusiasta da Nova Zelândia, amante das neozelandesas, fan de rugby, curioso pela cultura maori e xavante do terceiro continente à sua escolha ligado no 2012 dos maias, segue minha singela homenagem aos amigos kiwis através do tradicional Haka dos All Blacks, a manifestação mais forte que vi desde que cheguei na Austrália. Força é o que eles mais precisam neste momento!
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