quinta-feira, 7 de outubro de 2010
Movember, os Rivelinos e As Rivelinas
Sim, meus amigos e minhas amigas, estamos de volta!
Em 2009, na primeira participação de um time genuinamemte brasileiro, nós, Os Rivelinos, com o apoio das Rivelinas, arrecadamos $125, graças a contribuição dos Mo Bro & Sistas Alexandre Monteiro, Luiz Balu Gimenez, Gel Freire, Junior da Silva, Mara Lucia Cunha, Paul Otani, Tercio Alexandro Raddatz e este que vos escreve, além do apoio de Alex Silva, Bruno Morais, Carlos Alcantara, Igor Andrade, Mariana Mugarte, Rafael Barreto, Renata Mandim, Ricardo Nogueira e Thais Couto.
Para 2010, o objetivo é simples: dobrar. E como não sei fazer conta, nossa meta é angariar $300. Ou seja: $125 + $125 = $300. Se conseguirmos mais, sensacional, pois é por uma nobríssima causa e queremos ir para o Céu.
Se vocês não fazem ideia do que estou falando, vamos lá!
Há uns anos, meia-dúzia de dois ou três australianos beberrões estavam num pub sapecando umas VB's, quando tiveram a grande ideia de deixar o bigode crescer durante o mês de novembro por uma boa causa. Trinta caras participaram.
Hoje, a brincadeira atende pelo nome de Movember, acontece em diversos países do mundo, incluindo Estados Unidos, Inglaterra, Espanha e Canadá e, somente na Austrália, em 2009, contou com a participação de 128 mil pessoas que arrecadaram $21 milhões. Isso mesmo!
O dinheiro vai para:
Especializada em câncer de próstata (site).
Trabalha com depressão masculina (site).
Movember Foundation, a fundação que organiza essa história toda (site).
Você sabia que:
- Cerca de 3 mil homens morrem de câncer na próstata todo ano na Austrália?
- 1 em cada 8 homens sofrerão de depressão na vida, e a maioria não procura ajuda?
Para participar é muito simples, você só precisa clicar aqui, juntar-se aos Rivelinos/Rivelinas (Join my team), clicar em "Donate to my team", doar o quanto puder ($10, $20, $50, não interessa) e cultivar o bigode.
Claro, as mulheres, também conhecidas como Mo Sistas, pulam a parte do bigode, mas os homens, os Mo Bros, devem no dia 31 de outubro fazer barba e bigode e, apartir do dia primeiro de novembro, cultivar a bigodeira até 30 de novembro.
Durante todo o mês há diversas festas, competições para quem junta mais dinheiro, quem deixa o maior bigode, o mais esquisito etc.
No nosso caso, vamos manter o foco nos Rivelinos/Rivelinas, tentar levantar $300 e garantir o nosso lugar no Céu, pois quem ingressa nos Rivas, tem assento exclusivo lá em cima.
E mais! Toda semana, atualizarei no blog uma lista com as pessoas físicas e jurídicas que estão participando. Portanto, se a sua empresa participar, é menção gratuita e honrosa.
Quem está dentro?
Aliás, para mostar que nós, brasileiros, viemos com tudo este ano, vamos fazer uma imensa lista com todos os sinômimos, apelidos e o que mais tivermos para bigode em português. Para sugerir, é só clicar aqui (em breve) que vai direto para a nossa lista no Facebook. Assim que tivermos uma boa quantidade, vamos mandar para os organizadores.
Que a bigodeira esteja com vocês!
Ir para a página oficial dos Rivelinos!
Marcadores:
Movember
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Gastronomia Peruana e Colectivo Sur
Até o início de 2007, tudo o que eu sabia sobre cozinha peruana era ceviche, que eles tinham alguns dos melhores pescados do continente e eram fortemente influenciados pelos incas e outros povos pré-colombianos. Só!
Isso foi até fazer uma aula sobre a cozinha deles na Escola Wilma Kovesi de Cozinha, em São Paulo.
A professora era a alagoana Simone Bert, filha de pescador casada com um peruano que começou a se interessar por cozinha com a sogra, Dona Carlota. Uma visita a Lima e um curso com Humberto Sato, um dos mestres do nikkei (a fusão entre os sabores japoneses e peruanos), a colocou definitivamente na gastronomia, resultando no Wanchako, de Maceió (AL), o primeiro restaurante especializado em comida peruana do Brasil. Ela é craque!
Na aula, tivemos Ceviche nikkei, Tiradito limeño, Tentáculos del pecado acompanhados de batata à huancaina, Alma peruana e Suspiro limeño.
Depois daquela experiência com muitos peixes, frutos do mar, cebola roxa, batata doce, aji, coentro, limão, alho, milho, sauco (fruta exótica dos Andes), vinagre de maçã, gengibre, shoyo, ou seja, ingredientes tanto da cozinha peruana quanto da japonesa, me apaixonei.
Não por acaso, mesmo sendo brasileiro, filho de uruguaio e à época com a taça de vinho apontada para o Chile e a Argentina, passei a afirmar que a melhor cozinha da América do Sul era a peruana. Pelo menos para o meu gosto, que foi conquistado por aquela explosão de contrastes exóticos equilibrados lá em cima (verdadeiro petardo inca com rajadas kamikazes vindas do Pacífico)!
Para quem se interessa ou tem curiosidade de conhecer a cozinha peruana, a partir desta quinta, em Sydney, vai rolar o South America is ON Thursday - Piqueo nights, evento gastronômico com ênfase na comida peruana. O negócio é o seguinte.
Piqueo é o nome da ala espanhola da América do Sul para entradas, tapas, antipasto, enfim, pequenas porções. Em toda quinta-feira de outubro, às 18h30, o renomado chef peruano Alejandro Saravia (acima), que faz o A taste of PERú, vai apresentar um pouco da sua moderna cozinha através de 8 piqueos por noite (menu abaixo).
O South America is ON Thursday é parte do Sydney International Food Festival 2010, será no The Lincoln (36 Bayswater Rd), em Kings Cross, e depois do evento, às 21h, é hora de ouvir música sulamericana da melhor qualidade com a continuidade do Colectivo Sur, projeto do músico colombiano Oscar Jimenez que começou no sábado passado (foi un e-p-e-t-á-c-u-l-o) e nesta quinta reúne mais músicos e DJ's da cena Aussie-South American de Sydney, incluindo o próprio Oscar, além do DJ D. Lenis (Col), Mickey Morphingaz (Aus), Vincent Sebastian, Tropicante Sound Sistema, Pat Harris (Aus) e do nosso Rapha Brasil, da Vibez.
O Colectivo Sur é grátis, já a degustação custa $65 por cabeça, com direito aos 8 pratos acima e um Santiago Queirolo Pisco cocktail de boas-vindas. Vale muito a pena!
Quem: South America is ON Thursday
Quando: Toda quinta de outubro, a partir das 18h30
Onde: Lincoln (36 Bayswater Rd - Kings Cross)
Quanto: $65 por cabeça com direito a 8 piqueos e um Santiago Queirolo Pisco cocktail de boas-vindas.
Informações e reservas: 04136 24840 / info@peruvianconcept.com
Mais: http://atasteofperu.com.au/
Quem: Colectivo Sur
Quando: Quinta, 7 de outubro, às 21h
Onde: Lincoln (36 Bayswater Rd - Kings Cross)
Quanto: Grátis
Mais: http://www.facebook.com/event.php?eid=164767683535351&index=1
Isso foi até fazer uma aula sobre a cozinha deles na Escola Wilma Kovesi de Cozinha, em São Paulo.
A professora era a alagoana Simone Bert, filha de pescador casada com um peruano que começou a se interessar por cozinha com a sogra, Dona Carlota. Uma visita a Lima e um curso com Humberto Sato, um dos mestres do nikkei (a fusão entre os sabores japoneses e peruanos), a colocou definitivamente na gastronomia, resultando no Wanchako, de Maceió (AL), o primeiro restaurante especializado em comida peruana do Brasil. Ela é craque!
Na aula, tivemos Ceviche nikkei, Tiradito limeño, Tentáculos del pecado acompanhados de batata à huancaina, Alma peruana e Suspiro limeño.
Depois daquela experiência com muitos peixes, frutos do mar, cebola roxa, batata doce, aji, coentro, limão, alho, milho, sauco (fruta exótica dos Andes), vinagre de maçã, gengibre, shoyo, ou seja, ingredientes tanto da cozinha peruana quanto da japonesa, me apaixonei.
Não por acaso, mesmo sendo brasileiro, filho de uruguaio e à época com a taça de vinho apontada para o Chile e a Argentina, passei a afirmar que a melhor cozinha da América do Sul era a peruana. Pelo menos para o meu gosto, que foi conquistado por aquela explosão de contrastes exóticos equilibrados lá em cima (verdadeiro petardo inca com rajadas kamikazes vindas do Pacífico)!
Para quem se interessa ou tem curiosidade de conhecer a cozinha peruana, a partir desta quinta, em Sydney, vai rolar o South America is ON Thursday - Piqueo nights, evento gastronômico com ênfase na comida peruana. O negócio é o seguinte.
Piqueo é o nome da ala espanhola da América do Sul para entradas, tapas, antipasto, enfim, pequenas porções. Em toda quinta-feira de outubro, às 18h30, o renomado chef peruano Alejandro Saravia (acima), que faz o A taste of PERú, vai apresentar um pouco da sua moderna cozinha através de 8 piqueos por noite (menu abaixo).
O South America is ON Thursday é parte do Sydney International Food Festival 2010, será no The Lincoln (36 Bayswater Rd), em Kings Cross, e depois do evento, às 21h, é hora de ouvir música sulamericana da melhor qualidade com a continuidade do Colectivo Sur, projeto do músico colombiano Oscar Jimenez que começou no sábado passado (foi un e-p-e-t-á-c-u-l-o) e nesta quinta reúne mais músicos e DJ's da cena Aussie-South American de Sydney, incluindo o próprio Oscar, além do DJ D. Lenis (Col), Mickey Morphingaz (Aus), Vincent Sebastian, Tropicante Sound Sistema, Pat Harris (Aus) e do nosso Rapha Brasil, da Vibez.
O Colectivo Sur é grátis, já a degustação custa $65 por cabeça, com direito aos 8 pratos acima e um Santiago Queirolo Pisco cocktail de boas-vindas. Vale muito a pena!
Quem: South America is ON Thursday
Quando: Toda quinta de outubro, a partir das 18h30
Onde: Lincoln (36 Bayswater Rd - Kings Cross)
Quanto: $65 por cabeça com direito a 8 piqueos e um Santiago Queirolo Pisco cocktail de boas-vindas.
Informações e reservas: 04136 24840 / info@peruvianconcept.com
Mais: http://atasteofperu.com.au/
Quem: Colectivo Sur
Quando: Quinta, 7 de outubro, às 21h
Onde: Lincoln (36 Bayswater Rd - Kings Cross)
Quanto: Grátis
Mais: http://www.facebook.com/event.php?eid=164767683535351&index=1
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Sydney
segunda-feira, 4 de outubro de 2010
Eleições 2010 - Um post cívico
Com praticamente 100% das urnas apuradas, fiquei muito feliz em saber que haverá segundo turno para presidente no Brasil.
Quando eu era pequeno, uns 10 anos, adorava política. Não sei se porque estava no sangue, já que entre outros descendo do ex-deputado e ex-senador estadual Ataliba Leonel (1875-1934), figura importante no movimento de 23 de maio e na revolução de 1932, que acabou exilado após a vitória da ditadura.
Ou por conta da convivênca com a minha avó, que durante a gestão do ex-governador Prof. Carvalho Pinto trabalhou no Palácio dos Campos Elíseos, antiga sede do governo e residência oficial do governador do estado de São Paulo; ou mesmo por ter entre os amigos de infância alguns descendentes de políticos como o neto do senador Severo Gomes, grande defensor da causa indígena que tive a honra de ter visitado a fazenda.
Infelizmente, minha primeira memória eleitoral (na verdade, meio-eleitoral, já que eram eleições indiretas) tem a figura de Paulo Maluf, com aqueles óculos pesados e o Jô Soares fazendo uma sátira no seu programa cantando "Passa, passa gavião, o Maluf não". Algo assim. Era a disputa com Tancredo Neves, que acabou vencendo mas não assumindo.
Jamais esqueço minha mãe voltando para casa após um dos comícios das Diretas-Já, em 1984, assim como a vassourinha do Jânio, em 1985, e o Fernando Henrique sentando prematuramente na cadeira da prefeitura de São Paulo.
Em 1986, sendo a casa do amigo Guilherme de Almeida Prado uma espécie de QG da candidatura do Antonio Ermírio de Moraes (se não me engano o avô dele trabalhava com o homem), enchíamos a escola de adesivos e folhetos.
Em 1988, Erundina se tornava a primeira prefeita de São Paulo, enquanto em 1989 eu estava filiado ao PL-mirim e ficava colando cartazes do Afif nos postes e distribuindo bugigangas eleitorais em faróis. Era a primeira eleição direta para presidente em quase 30 anos e o sentimento era fantástico. No segundo turno collorí e em 1992 Fernandinho já estava saindo pelas portas dos fundos.
Meu primeiro voto foi em 1994, com FHC para presidente e segui tucanando até 2002, já sem a mesma empolgação. Com o PT no poder fui drasticamente perdendo toda e qualquer esperança na política nacional, assim como o interesse, como podem ver nos textos abaixo do site de crônicas que eu tinha antes de embarcar para a Austrália:
- Mensalão
- Viagens presidenciais
- Malas de dinheiro
- Censura vermelha
- Abecedário da crise
- Tour da corrupção
- Futebol, corrupção e bunda
- O passo do elefantinho
Os amigos de infância e adolescência certamente se lembram que entre os 11 e 13 anos, em vez de falar que iria ser jogador de futebol, dizia que seria político, presidente do Brasil e tinha até um slogan: Pablo Nacer, você lá!
Espaço para filosofia
Mas isso até chegar aos 16, 18 anos, quando tomamos aquele choque de realidade e descobrimos que não é possível mudar o mundo como achávamos que poderíamos. Anos depois, descobrimos que podemos cada vez menos, até que, ao passar dos 30, nos damos conta de que apesar de não podermos mudá-lo, podemos ao menos mudar o nosso mundo e, a partir daí, aquele velho espírito, soterrado durante anos, volta a respirar e nos faz acreditar que ainda é possível fazer muita coisa.
Voltando à desilusão política no Brasil, sabendo que PT, PSDB e todo o resto é tudo farinha do mesmo saco, e vendo Clodovil e Tiririca, verdadeiras aberrações políticas, se elegendo com mais de 1 milhão de votos (cerca de 500 mil no caso do costureiro), o sentimento de beco sem saída é inevitável. Por isso, se eu tivesse transferido o meu título para a Austrália, certamente votaria na Marina Silva, que pelo menos representa uma atitude de insatisfação e desejo de mudança.
Ela conseguiu uma excelente votação, quase 20 milhões de votos, e contribuiu muito para que tenhamos o segundo turno, já que Dilma vencendo no primeiro seria passar um cheque em branco para Lula e toda a turma.
Torço muito para que a rejeição à Dilma seja o fator preponderante no segundo turno, levando parte do eleitorado de Marina para Serra, que seria o meu caso. Estou profundamente arrependido de não ter transferido o meu título para cá, mas foi fruto do desinteresse político dos últimos anos.
Tudo bem, nunca é tarde, aprendi a lição e se das próximas vezes não farei o ritual que fazia com o meu pai em dia de eleição, quando íamos votar juntos no Elvira Brandão ou Pueri Domus, encontravámos 437 conhecidos no caminho, sendo 27 descontentes trabalhando como mesários, e depois passávamos no Burdog ou no Stop Dog para comermos um sanduba, por aqui votarei no cartório overseas chamado Consulado.
Façam bom uso do voto no segundo turno: 45!
Quando eu era pequeno, uns 10 anos, adorava política. Não sei se porque estava no sangue, já que entre outros descendo do ex-deputado e ex-senador estadual Ataliba Leonel (1875-1934), figura importante no movimento de 23 de maio e na revolução de 1932, que acabou exilado após a vitória da ditadura.
Ou por conta da convivênca com a minha avó, que durante a gestão do ex-governador Prof. Carvalho Pinto trabalhou no Palácio dos Campos Elíseos, antiga sede do governo e residência oficial do governador do estado de São Paulo; ou mesmo por ter entre os amigos de infância alguns descendentes de políticos como o neto do senador Severo Gomes, grande defensor da causa indígena que tive a honra de ter visitado a fazenda.
Infelizmente, minha primeira memória eleitoral (na verdade, meio-eleitoral, já que eram eleições indiretas) tem a figura de Paulo Maluf, com aqueles óculos pesados e o Jô Soares fazendo uma sátira no seu programa cantando "Passa, passa gavião, o Maluf não". Algo assim. Era a disputa com Tancredo Neves, que acabou vencendo mas não assumindo.
Jamais esqueço minha mãe voltando para casa após um dos comícios das Diretas-Já, em 1984, assim como a vassourinha do Jânio, em 1985, e o Fernando Henrique sentando prematuramente na cadeira da prefeitura de São Paulo.
Em 1986, sendo a casa do amigo Guilherme de Almeida Prado uma espécie de QG da candidatura do Antonio Ermírio de Moraes (se não me engano o avô dele trabalhava com o homem), enchíamos a escola de adesivos e folhetos.
Em 1988, Erundina se tornava a primeira prefeita de São Paulo, enquanto em 1989 eu estava filiado ao PL-mirim e ficava colando cartazes do Afif nos postes e distribuindo bugigangas eleitorais em faróis. Era a primeira eleição direta para presidente em quase 30 anos e o sentimento era fantástico. No segundo turno collorí e em 1992 Fernandinho já estava saindo pelas portas dos fundos.
Meu primeiro voto foi em 1994, com FHC para presidente e segui tucanando até 2002, já sem a mesma empolgação. Com o PT no poder fui drasticamente perdendo toda e qualquer esperança na política nacional, assim como o interesse, como podem ver nos textos abaixo do site de crônicas que eu tinha antes de embarcar para a Austrália:
- Mensalão
- Viagens presidenciais
- Malas de dinheiro
- Censura vermelha
- Abecedário da crise
- Tour da corrupção
- Futebol, corrupção e bunda
- O passo do elefantinho
Os amigos de infância e adolescência certamente se lembram que entre os 11 e 13 anos, em vez de falar que iria ser jogador de futebol, dizia que seria político, presidente do Brasil e tinha até um slogan: Pablo Nacer, você lá!
Espaço para filosofia
Mas isso até chegar aos 16, 18 anos, quando tomamos aquele choque de realidade e descobrimos que não é possível mudar o mundo como achávamos que poderíamos. Anos depois, descobrimos que podemos cada vez menos, até que, ao passar dos 30, nos damos conta de que apesar de não podermos mudá-lo, podemos ao menos mudar o nosso mundo e, a partir daí, aquele velho espírito, soterrado durante anos, volta a respirar e nos faz acreditar que ainda é possível fazer muita coisa.
Voltando à desilusão política no Brasil, sabendo que PT, PSDB e todo o resto é tudo farinha do mesmo saco, e vendo Clodovil e Tiririca, verdadeiras aberrações políticas, se elegendo com mais de 1 milhão de votos (cerca de 500 mil no caso do costureiro), o sentimento de beco sem saída é inevitável. Por isso, se eu tivesse transferido o meu título para a Austrália, certamente votaria na Marina Silva, que pelo menos representa uma atitude de insatisfação e desejo de mudança.
Ela conseguiu uma excelente votação, quase 20 milhões de votos, e contribuiu muito para que tenhamos o segundo turno, já que Dilma vencendo no primeiro seria passar um cheque em branco para Lula e toda a turma.
Torço muito para que a rejeição à Dilma seja o fator preponderante no segundo turno, levando parte do eleitorado de Marina para Serra, que seria o meu caso. Estou profundamente arrependido de não ter transferido o meu título para cá, mas foi fruto do desinteresse político dos últimos anos.
Tudo bem, nunca é tarde, aprendi a lição e se das próximas vezes não farei o ritual que fazia com o meu pai em dia de eleição, quando íamos votar juntos no Elvira Brandão ou Pueri Domus, encontravámos 437 conhecidos no caminho, sendo 27 descontentes trabalhando como mesários, e depois passávamos no Burdog ou no Stop Dog para comermos um sanduba, por aqui votarei no cartório overseas chamado Consulado.
Façam bom uso do voto no segundo turno: 45!
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política australiana
domingo, 3 de outubro de 2010
Redemption Post - Go Roosters!
Ao contrário do Brasil, que a gente nasce e praticamente já é escolhido por um time de futebol, aqui, por chegarmos com mais de 20, 30 anos, é a gente que escolhe, seja de rugby, cricket ou mesmo futebol.
Quando cheguei na Austrália, em agosto de 2007, fui morar na casa da minha irmã, em Coogee. As finais da National Rugby League começariam em breve e, quando me dei conta, estava no Aussie Stadium acompanhando North Queensland Cowboys x Manly Sea Eagles. Torci para os Cowboys sem entender muito, pois era o time dela. Deu Manly, que depois perdeu a final para o Melbourne Storm.
Terminada a temporada, eu precisava escolher um time para a próxima, já que se ficasse com os Cowboys seria como viver em São Paulo e torcer para o Ceará (com todo respeito ao alvi-negro cearense). A opção imediata seria o South Sydney Rabbitohs, clube mais perto de Coogee.
Além disso, era lá que eu jogava squash com o meu cunhado e, à época, o nosso gladiador Russel Crowe estava comprando a parte de rugby do clube. Porém, é impossível torcer para um time cujo uniforme é igual ao da Portuguesa de Desportos. Continuei clubless.
Em 2008, mudei para North Bondi, mas com a vida começando de verdade por aqui (o início na escola de inglês é só fanfarra), eu estava mais preocupado em entregar chimichanga para pagar a escola e o aluguel do que escolher um clube. Principalmente porque o Sydney Roosters, a escolha natural para quem mora em Bondi, não passava a menor confiança.
Em 2009, vivendo em Bronte, ainda mais perto da sede dos Roosters, era simplesmente impossível torcer para os caras. Eles faziam lambanças atrás de lambanças, dentro de campo, fora de campo, dentro de quarto de hotel, fora de quarto de hotel (literalmente no corredor), em qualquer lugar. Não por acaso passaram grande parte da temporada na lanterna e terminaram o campeonato na... lanterna. Vergonha total como podem ver nesses dois posts:
http://www.pablitoaustralia.com/2009/07/o-primeiro-dia-do-resto-da-vida-do.html
http://www.pablitoaustralia.com/2009/07/e-continuam-afundando.html
Obviamente, como não queria entregar chimichanga para sempre na Austrália, trabalhei muito para que pudesse viver só de escrever, o que me proporcionaria muito mais tempo para aproveitar as coisas do terceiro continente à sua escolha, tentar entender algumas e, claro, finalmente escolher um time.
A temporada 2010 começou e eu continuava clubless. Porém, acompanhando toda semana os jogos, comecei a me identificar com alguns jogadores. Assim, quando os Bulldogs jogavam, torcia para eles por causa de Jamal Idris, "the biggest man on earth". O cara parecia um trator (foto abaixo). Quando os Dragons jogavam, eu ia com eles por conta do James Soward. Eeels em campo? Go Jarryd Hayne, o mais veloz e habilidoso da liga. Mas ainda faltava identificação com algum clube.
No meio da temporada, voltei a morar em North Bondi, e desta vez em uma situação totalmente diferente da anterior, já que passei a ter muito mais tempo e condições para aproveitar Bondi. E, confesso, eu amo esse lugar.
A coisa mais fácil de ouvir é "Bondi é uma porcaria, só tem brasileiro". Bes-tei-ra! Claro, tem muito brasileiro, assim como tem muito australiano, italiana, francesa, chilena e gente do mundo inteiro, o que torna esse lugar tão especial.
A cada dia, a cada nova pessoa que conheço e a cada novo lugar que vou, amo mais Bondi. E com os Roosters - que demitiu o técinco do ano passado e fez uma faxina no elenco - classificando-se para as finais, tentei finalmente torcer para eles.
Tudo ia bem, comecei a me identificar com alguns jogadores, principalmente Todd Carney, Sam Perrett, Braith Anasta e Anthony Minichiello, que mora na rua de baixo. Sem contar no amigo Todd Olivier, que jogava no clube quando eles foram campeões pela última vez, em 2002. Porém, o próprio Todd fez eu adiar a minha decisão, conforme podem ver abaixo.
http://www.pablitoaustralia.com/2010/09/sexta-em-melbourne-sydney-e-gold-coast.html
Pois bem, semana passada os Roosters simplesmente destruíram os Titans da Gold Coast, em Brisbane, vencendo por 32 a 6 e classificando-se para a Grand Final. No dia seguinte, Bondi já estava em azul, branco e vermelho. Durante toda essa semana, a coisa só aumentou e só se respira Roosters por aqui.
O jogo começa em duas horas e vinte minutos, os Dragons, que fizeram a melhor campanha durante toda a temporada, são favoritos. Porém, têm a fama de chokers, que num português-esportivo pode ser traduzido como amarelões. Se vão afinar, não sei, é muito mais provável que vençam. Mas oficialmente hoje, exatos 3 anos, 1 mês e 26 dias desde que cheguei na Austrália, finalmente consegui escolher o meu time. Go Bondi! Go Sydney Roosters!
Quando cheguei na Austrália, em agosto de 2007, fui morar na casa da minha irmã, em Coogee. As finais da National Rugby League começariam em breve e, quando me dei conta, estava no Aussie Stadium acompanhando North Queensland Cowboys x Manly Sea Eagles. Torci para os Cowboys sem entender muito, pois era o time dela. Deu Manly, que depois perdeu a final para o Melbourne Storm.
Terminada a temporada, eu precisava escolher um time para a próxima, já que se ficasse com os Cowboys seria como viver em São Paulo e torcer para o Ceará (com todo respeito ao alvi-negro cearense). A opção imediata seria o South Sydney Rabbitohs, clube mais perto de Coogee.
Além disso, era lá que eu jogava squash com o meu cunhado e, à época, o nosso gladiador Russel Crowe estava comprando a parte de rugby do clube. Porém, é impossível torcer para um time cujo uniforme é igual ao da Portuguesa de Desportos. Continuei clubless.
Em 2008, mudei para North Bondi, mas com a vida começando de verdade por aqui (o início na escola de inglês é só fanfarra), eu estava mais preocupado em entregar chimichanga para pagar a escola e o aluguel do que escolher um clube. Principalmente porque o Sydney Roosters, a escolha natural para quem mora em Bondi, não passava a menor confiança.
Em 2009, vivendo em Bronte, ainda mais perto da sede dos Roosters, era simplesmente impossível torcer para os caras. Eles faziam lambanças atrás de lambanças, dentro de campo, fora de campo, dentro de quarto de hotel, fora de quarto de hotel (literalmente no corredor), em qualquer lugar. Não por acaso passaram grande parte da temporada na lanterna e terminaram o campeonato na... lanterna. Vergonha total como podem ver nesses dois posts:
http://www.pablitoaustralia.com/2009/07/o-primeiro-dia-do-resto-da-vida-do.html
http://www.pablitoaustralia.com/2009/07/e-continuam-afundando.html
Obviamente, como não queria entregar chimichanga para sempre na Austrália, trabalhei muito para que pudesse viver só de escrever, o que me proporcionaria muito mais tempo para aproveitar as coisas do terceiro continente à sua escolha, tentar entender algumas e, claro, finalmente escolher um time.
A temporada 2010 começou e eu continuava clubless. Porém, acompanhando toda semana os jogos, comecei a me identificar com alguns jogadores. Assim, quando os Bulldogs jogavam, torcia para eles por causa de Jamal Idris, "the biggest man on earth". O cara parecia um trator (foto abaixo). Quando os Dragons jogavam, eu ia com eles por conta do James Soward. Eeels em campo? Go Jarryd Hayne, o mais veloz e habilidoso da liga. Mas ainda faltava identificação com algum clube.
No meio da temporada, voltei a morar em North Bondi, e desta vez em uma situação totalmente diferente da anterior, já que passei a ter muito mais tempo e condições para aproveitar Bondi. E, confesso, eu amo esse lugar.
A coisa mais fácil de ouvir é "Bondi é uma porcaria, só tem brasileiro". Bes-tei-ra! Claro, tem muito brasileiro, assim como tem muito australiano, italiana, francesa, chilena e gente do mundo inteiro, o que torna esse lugar tão especial.
A cada dia, a cada nova pessoa que conheço e a cada novo lugar que vou, amo mais Bondi. E com os Roosters - que demitiu o técinco do ano passado e fez uma faxina no elenco - classificando-se para as finais, tentei finalmente torcer para eles.
Tudo ia bem, comecei a me identificar com alguns jogadores, principalmente Todd Carney, Sam Perrett, Braith Anasta e Anthony Minichiello, que mora na rua de baixo. Sem contar no amigo Todd Olivier, que jogava no clube quando eles foram campeões pela última vez, em 2002. Porém, o próprio Todd fez eu adiar a minha decisão, conforme podem ver abaixo.
http://www.pablitoaustralia.com/2010/09/sexta-em-melbourne-sydney-e-gold-coast.html
Pois bem, semana passada os Roosters simplesmente destruíram os Titans da Gold Coast, em Brisbane, vencendo por 32 a 6 e classificando-se para a Grand Final. No dia seguinte, Bondi já estava em azul, branco e vermelho. Durante toda essa semana, a coisa só aumentou e só se respira Roosters por aqui.
O jogo começa em duas horas e vinte minutos, os Dragons, que fizeram a melhor campanha durante toda a temporada, são favoritos. Porém, têm a fama de chokers, que num português-esportivo pode ser traduzido como amarelões. Se vão afinar, não sei, é muito mais provável que vençam. Mas oficialmente hoje, exatos 3 anos, 1 mês e 26 dias desde que cheguei na Austrália, finalmente consegui escolher o meu time. Go Bondi! Go Sydney Roosters!
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sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Cerveja espacial - A cara da Austrália!
Essa é, seguramente, a melhor e mais espacial notícia de todos os tempos da última semana. E é a cara da Austrália!
Poucas coisas representam tanto o país quanto o canguru, a Opera House, o Crocodilo Dundee, o cabelo vermelho da nossa primeira-ministra e o Surf Life Saving Australia, o popular SLSA.
Pausa para serviço de utilidade pública com apoio do SLSA: a Austrália ama tanto praia e sol que, além de ser o país mais afetado pelo buraco na camada de ozônio, provavelmente é o único em que o horário de verão dura 6 meses.
Isso mesmo, 6 fanfarrões meses que começam na madrugada deste sábado para domingo, às duas horas, e vai até o primeiro domingo de abril de 2011. Portanto, se você mora em NSW, VIC, SA, TAS e ACT, adiante o ponteiro uma hora e vá torrar no sol.
Despausa!
A Austrália também é conhecida por ser uma terra de grandes bebedores de cerveja. A explicação, pra mim, é simples: o que esperar de uma imensa e desértica ilha colonizada por britânicos? Respondo: VB!
Sendo assim, não foi nenhuma surpresa ao saber que uma cervejaria de Manly, a 4 Pines, em parceria com a Saber Astronautics Australia, criou uma nova companhia, a Vostok.
O objetivo? Produzir cerveja para ser consumida no espaço, sem gravidade nenhuma. Detalhe: o governo australiano ainda nem tem programa espacial.
Happy hour da Vostok.
De olho no mercado de turismo espacial que vem com tudo nos próximos anos - um oferecimento Richard Branson -, Jaron Mitchell, dono da 4 Pines, desenvolveu uma cerveja para se bebida lá em cima.
Como sabem, as dificuldades e problemas para ingerirmos álcool em ambientes sem gravidade são grandes. Não me perguntem quais são, pois:
1. Não sou cientista
2. Só terminei a escola sem repetir em física e química porque fiz o colegial no Objetivo
3. Sou beberrão
Mas se já sentimos alterações quando tomamos alguns drinks em avião, imaginem num boteco em Marte?
Sendo assim, a Vostok contratou os serviços da empresa de pesquisas espaciais Astronauts4Hire, que em novembro embarca para testar a cerveja produzida pelo nosso amigo de Manly.
Eu, que já estive na infância da humanidade quando convivi com os índios xavantes, e agora estava preocupado com a possibilidade de embarcar para o futuro e não poder tomar umas geladas lá em cima, só tenho a agradecer a iniciativa do grande Jaron Mitchell (se der certo merece ser canonizado) e desejar toda a sorte do mundo, na verdade, do universo para os astronautas da Astronauts4Hire. Se precisarem de cobaia, estou à disposição! Que a força estejam com vocês, senhores.
Cheers!
Poucas coisas representam tanto o país quanto o canguru, a Opera House, o Crocodilo Dundee, o cabelo vermelho da nossa primeira-ministra e o Surf Life Saving Australia, o popular SLSA.
Pausa para serviço de utilidade pública com apoio do SLSA: a Austrália ama tanto praia e sol que, além de ser o país mais afetado pelo buraco na camada de ozônio, provavelmente é o único em que o horário de verão dura 6 meses.
Isso mesmo, 6 fanfarrões meses que começam na madrugada deste sábado para domingo, às duas horas, e vai até o primeiro domingo de abril de 2011. Portanto, se você mora em NSW, VIC, SA, TAS e ACT, adiante o ponteiro uma hora e vá torrar no sol.
Despausa!
A Austrália também é conhecida por ser uma terra de grandes bebedores de cerveja. A explicação, pra mim, é simples: o que esperar de uma imensa e desértica ilha colonizada por britânicos? Respondo: VB!
Sendo assim, não foi nenhuma surpresa ao saber que uma cervejaria de Manly, a 4 Pines, em parceria com a Saber Astronautics Australia, criou uma nova companhia, a Vostok.
O objetivo? Produzir cerveja para ser consumida no espaço, sem gravidade nenhuma. Detalhe: o governo australiano ainda nem tem programa espacial.
Happy hour da Vostok.
De olho no mercado de turismo espacial que vem com tudo nos próximos anos - um oferecimento Richard Branson -, Jaron Mitchell, dono da 4 Pines, desenvolveu uma cerveja para se bebida lá em cima.
Como sabem, as dificuldades e problemas para ingerirmos álcool em ambientes sem gravidade são grandes. Não me perguntem quais são, pois:
1. Não sou cientista
2. Só terminei a escola sem repetir em física e química porque fiz o colegial no Objetivo
3. Sou beberrão
Mas se já sentimos alterações quando tomamos alguns drinks em avião, imaginem num boteco em Marte?
Sendo assim, a Vostok contratou os serviços da empresa de pesquisas espaciais Astronauts4Hire, que em novembro embarca para testar a cerveja produzida pelo nosso amigo de Manly.
Eu, que já estive na infância da humanidade quando convivi com os índios xavantes, e agora estava preocupado com a possibilidade de embarcar para o futuro e não poder tomar umas geladas lá em cima, só tenho a agradecer a iniciativa do grande Jaron Mitchell (se der certo merece ser canonizado) e desejar toda a sorte do mundo, na verdade, do universo para os astronautas da Astronauts4Hire. Se precisarem de cobaia, estou à disposição! Que a força estejam com vocês, senhores.
Cheers!
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quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Ned Kelly - Meu novo ídolo local
O brasileiro que vive na Austrália pode ser dividido em 3 grupos:
- O que sabe quem foi Ned Kelly (1.4%)
- O que já ouviu falar em Ned Kelly mas não sabe quem foi (7.1%)
- O que jamais ouviu falar em Ned Kelly (90.4%)
Como estamos em época de eleições, brancos e nulos ficam em 1.1%.
Até terça à noite, às 21h, Ned Kelly, pra mim, era o bandido mais famoso da Austrália, que atuava nos arredores de Melbourne por volta de 1870 e tinha algo relacionado com uma máscara.
A partir das 22h50 da mesma terça, Ned Kelly, pra mim, passou a ser o mais famoso fora-da-lei da Austrália, além do mais novo ídolo do terceiro continente à sua escolha (ao lado de Ricky "The Skipper" Ponting e Todd Farrawell).
O que aconteceu entre às 21h e às 22h50?
Sim, é ele mesmo, o ator australiano Heath Ledger, morto em 2008, em excelente filme de 2003 que tem no elenco Orlando Bloom, Geoffrey Rush, Naomi Watts e Rachel Griffiths, entre outros.
Achando que Ned Kelly não passava de um bandido, no início me irritei com o DVD que o pintava como uma espécie de Robin Hood down under de origem irish. Conforme a história se desenrolou e conhecendo um pouco do contexto da época (interior de Victoria, em plena corrida do ouro, ingleses e irlandeses não se davam por aqui - especialmente os ingleses da lei contra os irlandeses pobres e beberrões), o lado Robin Hood passou a não me irritar mais.
A relação de Ned, sua família e amigos com as "otoridades" chega a ponto em que não há mais volta, a partir dali tudo vira uma bola de neve e Ned Kelly, até fisicamente, ganha ares de Che Guevara, porém não tão político. Respirei fundo, já que achei um pouco demais, e fui até o fim.
Em todo filme, a pergunta que deve ser feita é quem o produziu. É preciso saber quem estava por trás para descobrir qual era a verdadeira intenção. Principalmente em biografias e histórias reais, já que cada um retrata o que quiser como bem entender. Por isso, é importante que a audiência tenha o mínimo de dicernimento para acreditar e aceitar, ou não.
Assim que terminou o filme, conversei com duas amigas australianas (sendo uma nascida em Melbourne), corri para a nave-mãe (Google) e parece que o retrato que fizeram de Ned Kelly foi bem fiel à realidade.
Eu, agora, tenho 3 missões: pegar alguns livros na biblioteca, visitar o Old Melbourne Gaol quando for à Melbourne, onde ele foi enforcado em 1880 aos 25 anos (sim, ele foi enforcado), além de alugar mais filmes sobre. Parece que existem pelo menos 11, sendo um de 1970 com niguém menos do que Mick Jagger no papel principal.
I know it's only rock n' roll (but I like it)!
RECOMENDO!!!
- O que sabe quem foi Ned Kelly (1.4%)
- O que já ouviu falar em Ned Kelly mas não sabe quem foi (7.1%)
- O que jamais ouviu falar em Ned Kelly (90.4%)
Como estamos em época de eleições, brancos e nulos ficam em 1.1%.
Até terça à noite, às 21h, Ned Kelly, pra mim, era o bandido mais famoso da Austrália, que atuava nos arredores de Melbourne por volta de 1870 e tinha algo relacionado com uma máscara.
A partir das 22h50 da mesma terça, Ned Kelly, pra mim, passou a ser o mais famoso fora-da-lei da Austrália, além do mais novo ídolo do terceiro continente à sua escolha (ao lado de Ricky "The Skipper" Ponting e Todd Farrawell).
O que aconteceu entre às 21h e às 22h50?
Sim, é ele mesmo, o ator australiano Heath Ledger, morto em 2008, em excelente filme de 2003 que tem no elenco Orlando Bloom, Geoffrey Rush, Naomi Watts e Rachel Griffiths, entre outros.
Achando que Ned Kelly não passava de um bandido, no início me irritei com o DVD que o pintava como uma espécie de Robin Hood down under de origem irish. Conforme a história se desenrolou e conhecendo um pouco do contexto da época (interior de Victoria, em plena corrida do ouro, ingleses e irlandeses não se davam por aqui - especialmente os ingleses da lei contra os irlandeses pobres e beberrões), o lado Robin Hood passou a não me irritar mais.
A relação de Ned, sua família e amigos com as "otoridades" chega a ponto em que não há mais volta, a partir dali tudo vira uma bola de neve e Ned Kelly, até fisicamente, ganha ares de Che Guevara, porém não tão político. Respirei fundo, já que achei um pouco demais, e fui até o fim.
Em todo filme, a pergunta que deve ser feita é quem o produziu. É preciso saber quem estava por trás para descobrir qual era a verdadeira intenção. Principalmente em biografias e histórias reais, já que cada um retrata o que quiser como bem entender. Por isso, é importante que a audiência tenha o mínimo de dicernimento para acreditar e aceitar, ou não.
Assim que terminou o filme, conversei com duas amigas australianas (sendo uma nascida em Melbourne), corri para a nave-mãe (Google) e parece que o retrato que fizeram de Ned Kelly foi bem fiel à realidade.
Eu, agora, tenho 3 missões: pegar alguns livros na biblioteca, visitar o Old Melbourne Gaol quando for à Melbourne, onde ele foi enforcado em 1880 aos 25 anos (sim, ele foi enforcado), além de alugar mais filmes sobre. Parece que existem pelo menos 11, sendo um de 1970 com niguém menos do que Mick Jagger no papel principal.
I know it's only rock n' roll (but I like it)!
RECOMENDO!!!
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
Absurdo ao vivo e a cores
Segunda-feira, assistindo ao 7pm Project com minha flatmate, após ouvir pela enésima vez sobre o empate da Grand Final, ela perguntou: primeiro foram as eleições, depois a Grand Final, qual será a próxima bizarrice envolvendo aussies?
Respondi que provavelmente seria no Commonwealth Games, em Delhi, já que os preparativos para os Jogos que começam no domingo estão absolutamente caóticos.
Porém, a deusa Sarah Murdoch, nora do Cidadão Cane local, veio com essa ontem. Um dos momentos mais absurdos da história da TV australiana.
Televisão ao vivo? É por isso que inventaram o tal do delay.
PS: caso o vídeo acima seja removido do You Tube, assista neste link.
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